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PEREIRA, Maria Izabel Francklin ¹; SILVA, Zélia de Fátima Franklin ¹; MAIA, Maria Ambrosina
Cardoso ².
1. INTRODUÇÃO
A pesquisa desenvolvida tem por objetivo apresentar reflexões sobre os efeitos do álcool e suas
conseqüências na vida dos trabalhadores.
O álcool é a droga mais conhecida e aceita socialmente. Um indivíduo pode se tornar alcoolista
devido a uma série de fatores como predisposição genética, estrutura psíquica, influências familiares e
culturais. O alcoolismo não escolhe sexo, raça ou classe social, sendo uma das mais importantes questões no
que diz respeito à saúde pública.
O consumo de bebidas alcoólicas é um traço comum a todas as civilizações. O álcool contido nas
bebidas utilizadas pelo homem é o etanol (álcool etílico), substância psicoativa com capacidade de produzir
alterações no funcionamento do Sistema Nervoso Central (SNC), podendo, portanto, modificar o
comportamento dos indivíduos que dela fazem uso. Por ter efeitos prazerosos, induz à repetição. (MURAD,
2002, p.9)
O álcool é um líquido incolor, de cheiro característico, inflamável, volátil, (PE 78°C) e que produz
efeito intoxicante quando consumido em maior quantidade. Em certas condições e conforme a quantidade,
pode produzir sensação de euforia, bem-estar, sedação ou alacridade, intoxicação, inconsciência, dependendo
da dose, maneira e circunstâncias em que é ingerido. Assim, enquadra-se perfeitamente dentro do conceito
de droga psicoativa, sendo quimicamente, a mais simples dela. Entre as substâncias de abuso, ele difere das
drogas por ser a única de uso não-médico tomada apenas por via oral, não sendo injetava, aspirada ou
fumada. Outra característica importante é que a única que, mesmo tendo um grande número de consumidores
habituais, a maioria não se torna dependente a ela (5 a 10% se tornam realmente alcoolistas). As bebidas
alcoólicas têm teores diferentes de álcool etílico ou etanol, aquelas obtidas por fermentação tem teores mais
baixos: cerca de 5 % na cerveja e 12% no vinho. As bebidas destiladas, como o uísque, gim, vodca e
cachaça, têm teores mais elevados que variam de 40 a 50%. Alguns países têm lançado ultimamente no
mercado principalmente a cerveja tipo light (leve), de baixo teor alcoólico, que geralmente não ultrapassa de
2%, o que, para nós, não é nenhuma novidade, pois é o teor que existe na chamada “cerveja preta”. Sendo o
álcool uma molécula relativamente simples, facilmente solúvel em gordura ou água, uma boa parte dela é
absorvida diretamente pela mucosa do estômago, o que não acontece com a maioria das outras drogas
ingeridas por via oral, que são absorvidas nos intestinos. Assim, espalha-se logo pelo corpo e chega ao
cérebro com certa rapidez e os efeitos de sua ingestão se fazem sentir poucos minutos após o uso da bebida
alcoólica.
A velocidade de absorção do álcool é importante porque o cérebro se adapta de modo relativamente
lento a ele e o fígado o metaboliza em um ritmo também lento. Assim, se o álcool chega a corrente
circulatória mais lentamente (estômago cheio), o cérebro e o fígado têm melhores possibilidades de manejar
doses sem que surjam maiores problemas, seja em termos de comportamento, seja em termos de
metabolismo. Com o estômago vazio, o álcool chega ao cérebro e ao fígado mais rapidamente e com maior
impacto e, portanto, com maiores possibilidade de causar risco à saúde, produzindo-se a embriaguez com
maior rapidez e facilidade. (MURAD, 2002, p.10)
O conteúdo de álcool das diferentes bebidas é expresso em graus “Gay – Lussac” (ºGL), que
correspondem ao número de milímetros (ml) de etanol em cada 100 ml da bebida. Em termos gerais,
podemos considerar que, em média, a cerveja contém 4 a 5 ºGL; os vinhos, 8 a 14 ºGL e as bebidas
destiladas, 40 a 50 ºGL. A exposição freqüente do indivíduo ao etanol poderá induzi-lo a vários tipos de
doenças orgânicas, bem como a problemas familiares, profissionais, psicológicos e sociais (BRASIL, 1994)
O alcoolismo é doença reconhecida formalmente pela Organização Mundial de Saúde (OMS). É
uma enfermidade progressiva, incurável e fatal, que consta no Código Internacional de Doenças (CID), com
as classificações 291(psicose alcoólica), 303 (síndrome de dependência do álcool) e 305.0 (abuso do álcool
sem dependência). (on line, SOUZA, 2004, 15 Out. 2004)
No Brasil, a Associação dos Estudos do Álcool e outras Drogas estimou em 1990 que a taxa de
prevalência do alcoolismo variava entre 3% a 10% da população adulta, e que o alcoolismo é o terceiro
motivo para o absenteísmo no trabalho, sendo a causa mais freqüente de aposentadorias precoces e
acidentes de trabalhos, e a oitava causa para a concessão de auxílio - doença pela Previdência Social.
(MAGDA VAISSMAN, 2004, p.19)
Desde que se constatou que a performance do trabalhador e o ambiente de trabalho são altamente
afetados pelas conseqüências do uso abusivo do álcool e de outras drogas, também se comprovou que o local
de trabalho poderia ser o locus privilegiado de intervenções para a implantação e o desenvolvimento de
programas assistenciais e de prevenção primária do alcoolismo e de outras drogas. (MAGDA VAISSMAN,
2004, p.32)
Considerando os problemas decorrentes do alcoolismo, nota-se que a atuação do Serviço Social é de
suma importância na interface entre o trabalhador, seus familiares e o local de trabalho. As empresas devem
estruturar programas para intervir e ajudar o alcoolista, recuperando o potencial humano e melhorando a
qualidade de vida.
2. METODOLOGIA
A presente pesquisa descritiva do tipo bibliográfico buscou trazer algumas reflexões sobre a questão
do alcoolismo na empresa, através do material bibliográfico existente.
3. RESULTADOS
Após este estudo bibliográfico percebemos que, em certas formas de ocupação o acesso ao álcool
ocorre enquanto trabalha. Pressão social para beber. Em certas profissões, há uma tradição quanto a se beber
muito. Separação da norma socia l. Quando ocorrem situações de solidão ou falta de suportes sócio-
familiares. Ausência de supervisão. Quando ocorrem posições de comando de “alto status” ou sem chefias.
Alta ou baixa renda. Envolvendo indivíduos em pólos sociais extremos, capazes de beber muito. Tensão,
estresse e perigo. Empregos com essas características costuma facilitar o uso de bebidas.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MURAD, José Elias; FORTINI, Guiomar da Mota Magalhães. Sobre o Álcool e o Alcoolismo. Ministério
da Integração Nacional. Ministério da Previdência Social. Governo Federal. Belo Horizonte, 2002, p. 9, 10,
18, 31.
OESTE, Diário do. Alcoolismo é o maior vilão dos acidentes de trabalho no mundo. Disponível em:
<http://www.dia riodooeste.com.br> . Acesso em 14 Mar. 2005.
SOUZA, Mauro César Martins de. Embriaguez Habitual: justa causa x preconceito. Disponível em:
mcms@stetnet.com.br. Acesso em 15 Out. 2004.
VAISSMAN, Magda. Alcoolismo no Trabalho. _ Rio de Janeiro: ed Garamond, 2004, p. 19, 32. (Coleção
Loucura XXI)