Você está na página 1de 37

Modelagem

um trabalho sobre técnica artesanal


Introdução
A proposta do exercício era fazer três utilitários de mesa. Pensando na
proposta, optei por fazer unidade coesa de objetos a partir de três. Por
essa razão, escolhi modelar pires, xícara e uma colher apropriada para
a mesma, respectivamente.
Após uma pesquisa sobre utilitários somado a uma perspectiva criativa
moderna, desenvolvi um objeto que quebra alguns padrões. Nessa
quebra de padrões, com toque nostálgico, as peças foram pensadas
a partir de uma linha seguida nos trabalhos anteriores. Não é uma
quebra brusca do comum, mas um detalhe que traz ambiguidade para
uma peça crua de argila.
O uso de formas geométricas foi um dos objetivos para os utilitários.
Pensar nisso leva a um reaproveitamento de moldes já utilizados. Era
necessário inserir esse conceito de volume geométrico — um objetivo
pessoal!
Aqui o material principal, assim como outros objetos de auxílio, foi
reciclado. Sendo os únicos gastos, conscientes, de água, muita
energia e disposição física, assim como papel rascunho, panos,
energia elétrica (na utilização do secador cabelo e iluminação). 
Devido ao baixo orçamento, o máximo de reaproveitamento foi crucial
para o desenvolvimento da atividade, que teve técnicas usadas a
partir do conteúdo do canal “Vida Feita À Mão”, no YouTube, com a
ceramista Cynthia Sarmento, designer e ceramista.
As referências imagéticas.
Os desenhos foram desenvolvidos pensando numa xícara que não
precisasse de um cabo, mas que pudesse ser pegue com a mão
sem queimar. Por essa questão, a parte de dentro se "afasta" da
parte de fora na sua estrutura.
A referência para o formato da peça foi um poliedro a partir de
pentágono. Usei papelão para os moldes, pois o papelão não agarra
a argila.
O pires precisava seguir a mesma narrativa conceitual da xícara.
Ampliei o pentágono a uma escala maior para dar o formato do
objeto; e a colher não era para ter os mesmos aspectos do pires e
da xícara. Mas foi desenhada para ser simples e complementar a
unidade das peças.
Anteriormente, foi abordado que a argila fora reciclada. Os blocos
endurecidos de argila foram reutilizados de arranjos de plantas
sintéticas usadas para decoração de festa, casa e afins.
Nesse processo, foi necessário quebrar a argila, remover os galhos,
varetas das flores, tirar o excesso de poeira e remover outros
'breguetes' que sujaram a argila.
A argila não estava muito limpa. Haviam resíduos de cristais de
areia, fragmentos de saco plástico e outras impurezas. O que
dificultou, um pouco, os processos seguintes.
Por não saber a maneira correta de hidratar a argila, deixei por,
cerca de, 2 dias dentro de uma sacola plástica com água até que
ficasse mole o suficiente.

Nesse reaproveitamento consegui quase 10 kg de argila!

Uma observação: todas as flores e galhos dos arranjos foram


guardados também.
Um dos desafios iniciais era o ponto para modelar. Precipitadamen-
te, comecei a modelar em cima de uma superfície lisa. Deixei por
mais alguns dias a argila exposta ao ar e calor, de modo que ficasse
mais consistente.
Antes de abrir as placas, usei dois livros com espessura aproxima-
da para serem guias das placas. Fiz um cortador usando nylon 0,40
com as duas partes dos predadores nas extremidades. Cortei as ar-
gilas, sovei-as com paciência cuidado — teve momentos que agredi
ela com força!
Peguei pedaços de madeira, papel couro e uma tábua descartada
para serem materiais de base para trabalhar a argila. Funcionou!
A partir das placas com as formas desejadas, o processo se cons-
trução se iniciou.

Usando a técnica de costura de argila, fixei a lateral à base. Para a


borda, a costura também foi usada. Depois das placas unificadas e
costuradas, começou o processo de modelagem da xícara.

Usando um estilete tipo bisturi, o interior e os detalhes foram traba-


lhados, até que o resultado chegara de forma positiva.
A partir das placas com as formas desejadas, o processo se cons-
trução se iniciou.

Usando a técnica de costura de argila, fixei a lateral à base. Para a


borda, a costura também foi usada. Depois das placas unificadas e
costuradas, começou o processo de modelagem da xícara.

Usando um estilete tipo bisturi, o interior e os detalhes foram traba-


lhados, até que o resultado chegara de forma positiva.
Ao dar detalhes aos utilitários, usei um cartão de transporte e um
faca sem serra. Esses objetos ajudaram a deixar as superfícies
mais lisas.
Através do efeito da prática, a colher foi mais fácil.

Na colher usei placas e a técnica pinch pot. Costurei a cuba da co-


lher com o cabo, depois de uma secagem considerável, foi sendo
modelada e esculpida até o formato desejado.
Devido ao tempo oscilante, a secagem das peças demoraram além
do esperado. Pensando na relação de ar quente, usei um secador de
cabelo para secar os utilitários.

Rapidamente, as superfícies foram secando e os objetos ficaram


intactos. Não abriu nenhuma rachadura no processo de secagem.
Como finalização e acabamento após a secagem, usei uma lixa de
unha para modelar alguns detalhes. Após serem lixados, usei um pano
úmido para limpar os resíduos de argila e depois foram secados com
secador de cabelo.
Disciplina: Oficina Básica I
Professora: Jeanine Geammal
Curso: Desenho Industrial 2021.1 / UFRJ

Textos: Michel Barbosa


Fotos: Michel Barbosa
Apresentação & Diagramação: Michel Barbosa
Fim

Você também pode gostar