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Filo platyelminthes.

Classe Trematoda.
Professora : Carolina Azevedo
Data: 16/04/2021.
• Os parasitos dessa
classe são conhecidos
como “flukes” e podem
ser ecto ou
endoparasitos, a
depender do grupo.
Têm o corpo com
formato foliáceo e não
são segmentados.
• O tubo digestivo é
incompleto
Ciclo biológico.
Os ovos saem nas fezes do hospedeiro definitivo e geram indivíduos ciliados, chamados de miracídios.

No ciclo aquático, os miracídios nadam até atingir o primeiro hospedeiro intermediário, que é sempre um molusco, no qual
penetram pelas partes moles, perdendo os cílios.

Nos ciclos terrestres, o molusco ingere os ovos com miracídios, que passam a ser chamados de esporocistos.

Os esporocistos se dividem inúmeras vezes no hepatopâncreas do molusco, podendo apresentar uma ou duas gerações, e originam
rédias, que formarão numerosas cercárias.

As cercárias saem pelas partes moles e contaminam o ambiente. No meio externo ou num segundo hospedeiro intermediário, há a
formação das metacercárias.

O hospedeiro definitivo se infecta ingerindo-as.

No caso de três hospedeiros, o terceiro é apenas paratênico


Ciclo biológico.
Hospedeiro
paratênicos.
Subclasse
Digenea

• Parasitos heteróxenos,
com até três
hospedeiros
intermediários, dos
quais o primeiro é
sempre um molusco
gastrópode.
Ordem
Distomata
• Apresentam duas
ventosas: oral e
acetabular (ou ventral).
FAMÍLIA
FASCIOLIDAE

• São vermes grandes. O ceco e a genitália são


ramificados.
CICLO BIOLÓGICO DA FAMÍLIA FASCIOLIDAE

Ali são liberados os miracídios, que As cercárias saem pelas partes No tubo digestivo desses animais,
migram e penetram ativamente nas moles do molusco e caem na água, as metacercárias passam a ser
Os ovos saem nas fezes do
partes moles dos moluscos indo para o talo submerso do capim formas jovens, que penetram na
hospedeiro definitivo, e as chuvas
(hospedeiros intermediários), da várzea, onde se fixam e se mucosa intestinal e caem na
os arrastam até os riachos ou outras
formando então esporocistos, que encistam (metacercárias) até serem cavidade peritoneal, perfurando o
coleções de água.
se transformam em rédias e depois ingeridas por hospedeiros peritônio visceral do fígado, onde
em cercárias. definitivos. migram por até 4 meses.

Depois de adultos, os parasitos vão


Após oito semanas da infecção, O período pré-patente é de 10 a 12
aos ductos biliares, onde se
liberam ovos. semanas.
alimentam de sangue.
A fase aguda da fasciolíase ocorre quando as
formas jovens do parasito migram para o
parênquima hepático do hospedeiro destruindo-o.

Os adultos provocam espoliação nos ductos biliares


e, na forma crônica da doença, pode haver
IMPORTÂNCIA calcificação destes.
MÉDICO- A destruição do parênquima hepático abre portas
VETERINÁRIA para infecções bacterianas.

Essa zoonose pode ser prevenida observando-se a


proveniência das verduras e de outros alimentos.
Gênero Fasciola
• F. hepatica é um parasito com presença de cone cefálico. Os indivíduos dessa espécie se instalam nos
ductos biliares de bovinos e ovinos (podendo parasitar equídeos, bubalinos, humanos, entre outros
vertebrados). Moluscos aquáticos do gênero Lymnaea atuam como seu hospedeiro intermediário.
• A Fasciolose é uma zoonose parasitária causada por
um tremátode do género Fasciola (Taylor & Andrews,
2004).

• As espécies de Fasciola são: Fasciola


hepatica, Fasciola gigantica, Fasciola jakcsoni, Fasciola
magna, Fasciolopsis buski e Protofasciola robusta.

• As duas primeiras espécies são as mais relevantes e


mais disseminadas mundialmente (Roberts & Janovy,
2009).
A Fasciola hepatica é um dos maiores tremátodes do mundo, podendo
chegar aos 30 mm de comprimento e 13 mm de largura.

O parasita tem aparência de folha, com um alargamento da parte


anterior (Roberts & Janovy, 2009).

É de cor castanha clara e a sua forma é oval e plana (Gracey et al, 1999).

F. hepatica é bilateralmente simétrica e possui duas ventosas, uma


ventral e outra oral, ambas localizadas no cone cefálico (Norbury, 2008).
• Fasciola hepatica tem uma distribuição mundial: está vastamente
estabelecida na Europa, América, Ásia, Austrália, Nova Zelândia,
alguns países da África do Norte, e nas zonas mais frias do
Paquistão, Quénia e África do Sul. Fasciola gigantica está localizada
em zonas tropicais como Sul e Sudeste Asiático, América do Sul e
em todo o continente Africano, com exceção de algumas zonas
áridas (Torgerson & Claxton, 1999).
• A Fasciolose é uma doença que afeta comumente o fígado (Figura
2), nomeadamente os ductos biliares, dos ruminantes,
especialmente ovinos, caprinos e bovinos (Gracey et al, 1999).
Contudo, também pode afetar outros animais como equídeos,
camelídeos, cervídeos, suínos (domésticos e selvagens),
lagomorfos, mustelídeos (lontra) e primatas (macaco) (Mas-Coma et
al., 1997). O Homem também pode ser afetado por esta doença
(Mas-Coma et al., 1999).
Sinais Clínicos

• Os sinais clínicos nos animais dependem da forma da doença. A forma


aguda e subaguda são características dos ovinos, enquanto que os
bovinos geralmente padecem da forma crônica (Gracey et al, 1999).

• Quando a forma aguda está presente, os sintomas associados são:


mucosas pálidas, debilidade, dispneia, dores abdominais, anemia, apatia,
anorexia e edema da conjuntiva. A morte ocorre, normalmente, um ou dois
dias após o aparecimento dos sinais clínicos e pode ser acompanhada
por epistaxe e disenteria (Gracey et al., 1999).
• A forma subaguda é acompanhada de ascite, edema submandibular,
rápida perda de peso e anemia (Vignau et al., 2005).
• A forma crônica caracteriza-se por edema das pálpebras, garganta e
abdómen. Ocorre também diarréia e perda de lã nos ovinos. A morte
pode ocorrer, nesta espécie, dois ou três meses depois do início dos
sintomas e os sobreviventes ficam emaciados e raramente recuperam o
peso (Gracey et al., 1999).
• Nos bovinos, a forma crônica está associada a anemia, perda de
condição corporal e diminuição da produção de leite. É raro ocorrer
morte se não há associação de outras doenças (Gracey et al., 1999).
Lesões

• As lesões de Fasciolose encontram-se sobretudo a nível do fígado de


animais e do Homem. Ocorre cirrose com formação de tecido fibroso nas
paredes dos ductos biliares e à volta do tecido hepático, incluindo os
canais portais.
• Os ductos biliares tornam-se mais espessos devido à fibrose. Esta lesão
pode ser visível à superfície do órgão e ao corte
• Estas lesões ocorrem geralmente no lobo esquerdo do fígado (Gracey et
al., 1999).
• Nos bovinos, pode
ocorrer a formação de
depósitos de cálcio
dentro dos ductos
biliares.
• Esta calcificação não se
observa nos ovinos ou
caprinos (Gracey et al.,
1999).
• A atrofia do fígado é visível graças à fibrose progressiva e ao tecido
cicatricial. Estas lesões vão causar uma distorção do órgão, que se torna
espesso e encurtado (Gracey et al., 1999).
Controlo e Prevenção

• A eficácia do controle de Fasciolose depende de medidas preventivas.


• Estas têm diversos objetivos:
• Reduzir o número de parasitas no hospedeiro definitivo, reduzir o número
de hospedeiros intermediários e fazer uma correta gestão dos rebanhos
tendo em conta o ambiente e a possibilidade de infeção.
• Para implantar corretamente medidas, é necessário haver um
conhecimento prévio das variações sazonais da infecção animal, bem
como da dinâmica populacional do hospedeiro intermediário e das
formas de dispersão da Fasciola (Vignau et al., 2005).
• O controle dos caracóis passa pelo uso de moluscicida orgânico, inorgânico ou
derivado de plantas assim como controle biológico usando caracóis
competidores, predadores e parasitas de caracóis (Torgerson & Claxton, 1999).

• A drenagem é uma medida permanente de controle dos moluscos.

• Outro método passa por alisar os bancos de terra nas margens dos cursos de
água, assim como remover a vegetação marginal nesses locais, com vista a
prevenir a formação de poças de água onde os caracóis se possam instalar
(Mas-Coma et al., 2005).
• A canalização da água através de tubos de PVC poderá ser uma alternativa
bastante eficaz, já que previne a instalação da população de moluscos
(Rosa et al., 2004).

• Contudo, estes métodos têm custos proibitivos, são quase impraticáveis e


insuficientes (Torgerson & Claxton, 1999).

• Outra possibilidade é o uso de gado resistente. Um número significativo de


raças de animais resistentes já foi identificado (Torgerson & Claxton, 1999).

• Como medida de prevenção, os animais podem ser tratados com fármacos


anti-helmínticos, sendo o Triclabenzol o fármaco de eleição.
• Não existe ainda vacina contra Fasciolose (Mas-Coma et al., 2005).
• A Fasciolose humana pode ser prevenida através da não ingestão de
agrião, alface ou outras plantas aquáticas cruas, que tenham uma origem
desconhecida ou silvestre.
• Estes vegetais têm de ser produzidos em condições controladas, longe
de animais, e de respetiva contaminação fecal, assim como de caracóis
(Mas-Coma et al., 2005).
• Previamente à ingestão, os vegetais devem ser lavados com ácido cítrico,
vinagre comercial, sabão líquido ou permanganato de potássio para se
retirar e matar todas as possíveis metacercárias que possam estar
enquistadas nos vegetais (el-Sayad et al., 1997).
• O controlo de Fasciolose
também passa pela inspeção
sanitária nos matadouros.
• Esta inspeção já é
reconhecida como parte
integrante da avaliação do
estado de saúde dos animais
(Harley et al., 2012).
• A vigilância nos matadouros é uma
componente importante na identificação de
doenças ou condições específicas presentes
durante a produção de carne.
• A informação obtida nos matadouros pode
ser utilizada para monitorizar a doença, não
só relativamente à presença desta, mas
também para estimar a prevalência, rastrear e
determinar a origem e para implementar um
programa de controlo eficaz (Citer, 2008).
Duvidas?

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