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TAC - Angela Vasconcelos - 2013
TAC - Angela Vasconcelos - 2013
BELÉM
2013
ii
BELÉM
2013
iii
_____________________________________________________________________
CDD: 671.36
_____________________________________________________________________
iv
v
AGRADECIMENTOS
Elvis Presley
viii
RESUMO
ABSTRACT
This paper presents a theoretical and experimental study on the correlation between the
solidification thermal variables such as rate growth ( VL ) and cooling rate ( TR ) and primary
dendrite arm spacing (1) of the Al-5,5wt.%Sn directionally solidified in a water-cooled
horizontal configuration device under transient conditions of heat extraction. The thermal
variables are calculated from temperature profiles obtained for five (5) thermocouples inserted
into the metal. Theoretical models for the prediction of primary dendrite spacing, developed
for transient heat extraction, are used and compared with the experimental results. Still, a
comparative study is conducted between the results found in this study and those reported in
the literature for primary dendrite spacing of Al-Sn alloys solidified in upward vertical
directional condition. The microstructural analysis indicates that the primary dendrite
spacings are strongly influenced by the growth direction of solid and experimental power laws
as a function of the VL and TR given by formula 1 = C (VL, TR) -n are proposed, where
"C "and "n" are equal to 62 and 1.1 to 1 according VL and equal to 144 and 0.55 to 1
according TR. The results underestimate the theoretical values calculated from numerical
models published in the literature.
LISTA DE FIGURAS
2007) 19
de Silva, 2007) 24
liga estudada 36
λ1. 40
do triângulo (Gündüz et al., 2002; Rocha, 2003; Cruz et al., 2008): (a) esquema
2012) 41
3.9 Tratamento dos dados experimentais para obtenção das variáveis térmicas (Rocha,
2003) 43
calor 49
Kirkaldy (1997) 54
xiii
LISTA DE TABELAS
2.2 Leis experimentais para previsão dos espaçamentos dendríticos primários para 33
NOMENCLATURA
LETRAS LATINAS
a, C = constantes
Co = concentração de soluto na liga
DL =difusividade de soluto no líquido (m2/s)
dP = derivada da posição
dt = derivada do tempo
dT = derivada da temperatura
GL = gradiente de temperatura frente à isoterma líquidus (K/mm)
ko = coeficiente de partição de soluto (adimensional)
L = calor latente de fusão do material (J/kg)
mL = inclinação da linha líquidus
m = valores variáveis do teor de Sn iguais a: 10%, 30% e 40%
P = posição dos termopares
TF = temperatura de fusão (ºC)
TE= temperatura no ponto eutético (°C)
TV = temperatura de vazamento (ºC)
TR = taxa de resfriamento (K/s)
TL = temperatura líquidus da liga (ºC)
TS = temperatura sólidus da liga (ºC)
VL = velocidade da isoterma líquidus (mm/s)
VS = velocidade da isoterma sólidus (mm/s)
LETRAS GREGAS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 14
1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS.............................................................................. 14
1.2 OBJETIVO............................................................................................................. 16
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................ 18
2.1 VARIÁVEIS TÉRMICAS E MICROESTRUTURA DE SOLIDIFICAÇÃO...... 18
2.1.1 Variáveis Térmicas............................................................................................... 18
2.1.2 Análise Experimental da solidificação unidirecional em condições
transitórias............................................................................................................. 21
2.1.3 Microestruturas de Solidificação......................................................................... 26
1 INTRODUÇÃO
proveniente dos processos mais primitivos de fundição e se estende até os processos finais,
de uma peça ou equipamento são de extrema importância, pois é fato conhecido que,
influenciam diretamente nas propriedades dos produtos finais, assim como no desempenho
terciários, além de produtos segregados, porosidades e contornos de grão que estão dispostos
produtos fundidos (Bouchard-Kirkaldy, 1996; 1997; Quaresma, 2000; Osório, 2000; Rocha,
2003a; 2003b; 2003c; 2003d; Peres et al., 2004; Garcia, 2007; Silva, 2007; Moutinho, 2007;
Silva, 2008; Carvalho, 2011; Gomes, 2012; Dias, 2012; Costa, 2013).
15
desenvolverem estudos capazes de explicar e provar essa inter-relação, a grande maioria nos
O aumento nas pesquisas direcionadas às ligas Al-Sn vem gerando novos interesses
de estudo, tendo em vista que a aplicabilidade dessas ligas decorre de suas propriedades
tribológicas e mecânicas que combina uma grande resistência ao desgaste com uma boa
resistência à corrosão e conformabilidade, garantindo uma longa vida útil ao material, com a
matriz de alumínio tenaz e as partículas de estanho atuando como lubrificante (Cruz, 2008).
Na indústria as ligas de Al-Sn são muito utilizadas na fabricação de capa de mancal, mancais
que estão vinculados ao tempo e à posição em relação à interface metal/molde (Hunt, 1979;
Kurz & Fisher, 1981; Somboonsuk, 1984; Trivedi, 1984; Mortensen, 1991; Bouchard &
Kirkaldy, 1997; Chen, 1998; Gündüz & Çardili, 2002; Rocha, 2003a; Peres, 2004; Rosa,
forte caráter aplicativo em estudos, que influenciaram pesquisadores como Hunt e Lu (1996) e
para regime transiente, que visam prever propriedades futuras dos produtos finais
térmicas (VL e TR) nos espaçamentos dendríticos primários (1). Para tanto, será utilizado um
1.2 OBJETIVO
do IFPA;
crescimento;
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A busca por materiais com propriedades cada vez mais elevadas pelas indústrias
produtos gerados.
(GL), velocidades de evolução das isotermas de transformação líquidus e sólidus (VL e VS) e
2008; Cruz, 2010; Carvalho, 2011; Gomes, 2012; Dias, 2012; Costa, 2013; Garcia, 2007). As
o meio ambiente onde a frente de solidificação é crescente e separada por duas fases de
aqueles que utilizam as técnicas de Bridgman/Stockbarger (Gündüz & Çardili, 2002; Kurz &
Fisher, 1981; Tan & Zabaras, 2007; Trivedi, 1984). A utilização desta técnica é muito útil na
Por outro lado, a condição transitória de fluxo de calor é a que está presente nos
processos industriais (Siqueira, 2002; Rocha, 2003; Silva, 2007; Moutinho, 2007; Nogueira,
2011; Silva, 2011; Garcia, 2007). Nesta condição, a velocidade de avanço da isoterma e o
literatura, ainda são poucos os modelos teóricos que relacionam parâmetros microestruturais
os de Hunt-Lu (1996) e o de Bouchard-Kirkaldy (1997), e mesmo assim estes ainda não são
solidificação com configuração horizontal, onde os efeitos convectivos são mais acentuados,
solvente e soluto, o que configura, juntamente com a gravidade, uma convecção termosolutal,
(Rocha et al., 2003a; 2003b; 2003c; 2003d; Rosa, 2004; Silva, et al., 2009; Carvalho, 2011;
Nogueira et al., 2012; Kikuchi et al., 2011; Costa, 2013) elaborados recentemente para
existem trabalhos que avaliam a influência de fatores como, por exemplo, a convecção natural
metálicos (Siqueira, 2002; Osório, 2003; Rocha, 2003; Spinelli, 2005; Rosa, 2004; 2007;
Silva, 2007; Moutinho, 2007; Cruz, 2008; Cruz et al., 2010 Canté, 2009; Moutinho, 2012;
exemplo, pode ser estudada considerando a direção do fluxo de calor extraído, onde o sentido
de avanço da frente de solidificação que pode ser ascendente ou descendente. Nas condições
de um líquido interdendrítico mais denso do que o restante do volume total do metal líquido,
ocasionando assim, no que diz respeito à movimentação de líquido, uma solidificação com
22
topo da lingoteira e forçando o soluto a ser empurrado por essa fronteira de transformação
calor dentro do lingote ocorre essencialmente por condução térmica unidirecional, a análise
anterior, sendo que a câmara refrigerada à água é localizada no topo do lingote. Dessa forma,
a força peso atua no sentido de deslocamento do metal que vai se solidificando no lingote a
23
partir do contato com a base refrigerada, provocando mais precocemente uma situação de
fator influente é a presença do movimento convectivo, que estará presente já que o perfil de
molde isolado termicamente nas laterais da lingoteira e a extração de calor ocorre apenas de
uma das paredes com um bloco maciço metálico ou com uma câmara de refrigeração,
induzindo que a extração de calor ocorra somente por esta superfície, neste caso o vazamento
diferentes ao longo do lingote e levam algum tempo para se dissipar. A segunda maneira, o
sistema é semelhante ao primeiro, mas nesse caso o sistema permite fundir o metal em seu
interior até que determinada temperatura seja alcançada, garantindo a fusão total do metal
extremidade oposta do lingote, uma vez que instabilidades térmicas e diferenças de massa
específica no líquido irão gerar correntes convectivas que serão diferentes ao longo dessas
secções. O perfil térmico da evolução da solidificação deve ser levantado em uma secção
horizontal o mais próximo possível da interface metal/molde, a partir da qual serão retiradas
25
as amostras para análise da estrutura. (Quaresma et al., 2000; Osório, 2003; Goulart, 2006;
convecção e condução térmica no metal líquido. Todas essas variáveis presentes no caso deste
dispositivos que geram unidirecionalidade de extração de calor (Siqueira, 2002; Rocha, 2003;
26
Peres, 2005; Spinelli, 2005; Boeira, 2006; Rosa, 2007; Canté, 2009; Silva, 2011; Nogueira,
fortemente relacionadas com a modificação da interface entre o sólido e o líquido (S/L). Sob
condições ideais, para metais puros, essa interface deveria permanecer plana, entretanto, as
processo de solidificação fazem com que o soluto ou o solvente sejam segregados o que gera
interface S/L, originando um fenômeno favorável à nucleação, o qual é responsável por sua
ordem crescente desse valor, são denominadas por: planar, celular e dendrítica. A Figura 2.6
apresenta de forma esquemática, a influência dos fatores como concentração de soluto (Co),
Figura 2.6 – Representação esquemática da atuação dos fatores de influência na formação das
estruturas de solidificação (Adaptado de Rocha, 2003; Rosa, 2007; Dias, 2012).
formar uma estrutura celular, ocorre o surgimento de uma estrutura mais ramificada com
de estruturas formadas são fortemente influenciadas pela instabilidade causada por diferentes
não irá depender somente do gradiente térmico G L, ela está diretamente relacionada com a
razão GL/VL, e na medida em que esse valor cai abaixo de um valor crítico, a instabilidade da
interface é inevitável e estruturas celulares e dendríticas serão formadas (Kurz & Fisher,
1992; Koseki & Flemings, 1995; Hunt & Lu, 1996; Trivedi et al., 2001; Castro et al., 2001).
denominada de cruz de malta, conforme mostra o esquema apresentado pela Figura 2.8.
cristalográfica preferencial (Chalmers, 1968; Flemings, 1974; Kurz & Fisher, 1984; 1992;
braços secundários que caracterizam a rede dendrítica (Spinelli, 2005). Essa transição de
celular para dendrítica influenciada por fatores cristalográficos terminam quando a direção
preferencial é atingida (Ding et al., 1996; 1997; Yu et al, 1999; Ding & Tewari, 2002).
29
interface planar. Uma liga de composição Co, constituída por uma estrutura planar, por
exemplo, a mudança de estrutura para celular ou dendrítica pode ser conseguida pela
produtos fundidos obtidos e exerce elevada influência nas propriedades futuras. Assim sendo,
solidificação com condições de resfriamento mais eficazes, o que vai permitir a obtenção de
caracterização.
Ao longo dos anos, muitas pesquisas têm sido desenvolvidas objetivando investigar
solidificação unidirecional. Modelos teóricos para ligas binárias (Okamoto & Kishitake, 1975;
Hunt, 1979; Kurz & Fhisher, 1984; 1986; 1989; 1992; Trivedi, 1984; Hunt & Lu, 1996;
Onde C é uma constante que depende do tipo de liga; o “a” é um expoente que tem
sido determinado experimentalmente na literatura para uma série de ligas (Horwath &
Mondolfo, 1962; Couthard & Elliot, 1967; Spittle & Lloyd, 1979; McCartney & Hunt, 1981;
Billia et al., 1981; Tunca & Smith, 1988; Kirkaldy et al., 1995; Ding et al., 1996; Bouchard &
Kirkaldy, 1997; Rios & Caram, 1997; Lapin et al., 1997; Lee et al., 1998; Chen & Kattamis,
1998; Li et al., 1998; Li & Beckermann, 1999; O’Dell, Ding & Tewari, 1999; Feng et al.,
1999; Lima & Goldenstein, 2000; Yang et al., 2000; Rocha et al., 2000; 2002; 2003; Çardili
& Gunduz, 2000; Drevet et al., 2000; Quaresma et al., 2000; Osório & Garcia, 2002;
Moutinho, 2011; Silva, 2007; Canté, 2009; Dias, 2012; Carvalho, 2011; Nogueira, 2011;
Nogueira et al., 2012; Kikuchi et al., 2011; Cruz, 2008; Costa, 2013); λC, λ1 e λ2 são,
da isoterma líquidus, e; TR é a taxa de resfriamento, que pode ser expressa também pelo
Observa-se pela Tabela 2.2, os modelos experimentais das leis que representam o crescimento
dos espaçamentos dendríticos primários que é igual àquela representada pela Equação 2.1,
32
isto é, uma fórmula do tipo potência onde o expoente “a” pode ser igual a 1,1 e 0,55 para
Regime de
Autor Modelo Matemático Extração Equação
de Calor
Okamoto e 1⁄ 2
−mL DL C0 (1 − k0 )
Kishitake λ1 = 2ε [ ] Estacionário 2.2
OK (1975) VL GL
Hunt
H (1979) λC ou λ1 = 2,83[ΓmL C0 (1 − k0 )DL ]1⁄4GL −1⁄2 VL −1⁄4 Estacionário 2.3
Kurz e Fisher Γ∆TDL 1⁄4 −1⁄2 −1⁄4
KF (1981) λ1 = 4,3 [ ] GL VL Estacionário 2.4
k0
Trivedi
T (1984) λ1 = 2√2[LΓmL C0 (1 − k0 )DL ]1⁄4GL −1⁄2 VL −1⁄4 Estacionário 2.5
Hunt e Lu Γ 0,41 0,59 −0,59
−0,745 Estacionário
HL (1996) λC = 4,09k0 ( ) DL VL e transitório
2.6
∆T
λ1 ʹ = 0,07798Vʹ(a−0,75)(Vʹ − Gʹ)0,75 Gʹ−0,6028
Bouchard e ⁄ 1⁄2
16C01 2 G0 εΓDL
Kirkaldy λ1 = a1 ( ) Transitório 2.8
BK (1997) 1 − k0 mL GL VL
G0ε, parâmetro característico ≅ 600 x 6 Kcm-1 (valor definido para compostos orgânicos).
Tabela 2.2 – Leis experimentais para previsão dos espaçamentos dendríticos primários para
ligas binárias à base de alumínio
Sistema de
Autor Liga Lei de Crescimento Equação
Solidificação
Al-5%Cu
Vertical
Rocha (2003) Al-8%Cu λ1 = 250(TR )−0,55 2.9
Ascendente
Al-15%Cu
Al-3%Si
Peres (2005) Al-5%Si Vertical
λ1 = 220(TR )−0,55 2.10
Al-7%Si Ascendente
Al-9%Si
Al-20%Sn
Vertical
Cruz (2008) Al-30%Sn λ1 = 70(TR )−0,55 2.11
Ascendente
Al-40%Sn
Al-1%Ni
Al-1,9%Ni
Al-3%Ni λ1 = 100(TR )−0,55 Vertical
Canté (2009) 2.12
Al-4,7%Ni Ascendente
Al-5%Ni
Al-2,5%Ni λ1 = 220(TR )−0,55
Al-3%Si
Carvalho (2013) Al-7%Si λ1 = 240(TR )−0,55 Horizontal 2.13
Al-9%Si
34
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Etapa 1
•Cálculo estequiométrico para a obtençao da composição
desejada;
•Corte e pesagem dos elementos componentes da liga
estudada;
•Introdução e aquecimento da liga no forno mufla;
•Fusão dos componentes da liga no forno mufla.
Etapa 2
•Vazamento da liga no dispositivo de solidificação horizontal;
•Mapeamento das temperaturas do metal durante o processo de
solidificação;
•Obtenção dos perfis de temperatura da liga estudada;
•Determinação dos parâmetros térmicos de solidificação de
interesse.
Etapa 3
•Corte do lingote para a obtenção da respectiva macroestrutura;
•Corte e embutimento das correspondentes microestruturas;
•Preparação metalográfica das amostras;
•Caracterização macro e microestrutural da mesma.
Etapa 4
•Medição dos espaçamentos dendríticos primários;
•Determinação das leis experimentais de crescimento em função das
variáveis térmicas de solidificação;
•Comparação dos resultados obtidos com os modelos experimentais
existentes na literatura.
Figura 3.1 – Fluxograma das etapas adotadas no procedimento experimental deste trabalho.
35
comercialmente puros, cujas composições químicas são apresentadas na Tabela 3.1. Para
balança eletrônica analítica com precisão de 0,01g. O alumínio foi introduzido em um cadinho
de carbeto de silício, previamente revestido com uma camada de alumina para evitar a
contaminação das ligas, sendo em seguida conduzido até um forno tipo mufla, com
fusão dos componentes serem bastante diferentes, a liga foi obtida mediante o mecanismo de
difusão do soluto na matriz líquida do solvente, ou seja, após a total fusão do alumínio o
cadinho foi retirado do forno sendo então o estanho adicionado ao metal líquido. A mistura
foi homogeneizada com uma vareta de aço revestida com alumina a fim de facilitar a
forno mufla tendo em seguida sido retirada novamente para ser homogeneizada e
Figura 3.2 – Diagrama de fase construído no software Thermo-calc (Cruz et al., 2008).
experimentos são mostrados de forma esquemática nas Figuras 3.4 e 3.5, respectivamente.
Utilizado pela primeira vez por Silva (2007), integrante do Grupo de Pesquisa em Metalurgia
(GPM) do IFPA, foi projetado de tal maneira que o calor do metal líquido fosse extraído
alumina e a parte superior foi isolada com material refratário para evitar perdas de calor para
o meio ambiente.
seguida, levada até a temperatura correspondente a 10% acima de sua temperatura líquidus,
visando garantir a formação da zona colunar uma vez que os espaçamentos primários devem
ser quantificados na referida região (Gündüz et al., 2002; Rocha et al., 2003a; 2003b). Depois
do fluido refrigerante, direcionados tão somente a uma das paredes laterais do molde,
induziram uma extração de calor no sentido longitudinal, ou seja, apenas na direção horizontal
conforme estabelecido neste estudo. Os valores das temperaturas no metal fundido foram
posicionados, conforme indicado nas Figuras 3.4 e 3.5, a distâncias correspondentes a 5, 10,
características dos termopares utilizados são as seguintes: diâmetro igual a 1,5 mm; faixa de
utilização até 1260 oC (0,000 a 50,990) mV; potência termoelétrica: 4,04 mV (100 oC). O
líquidus (VL) e a taxa de resfriamento (TR) foram determinadas a partir dos perfis de
da extração de calor e, ao mesmo tempo, identificar o limite de formação dos grãos colunares,
pois a literatura (Rocha, 2003; Spinelli et al., 2004; Canté et al., 2007; Hunt et al., 1996;
Hunt, 1979) orienta que é na região de crescimento desses grãos que os espaçamentos
primários devem ser medidos. Para tanto, o reagente químico Keller (10 ml de HF, 15 ml de
longitudinal do lingote dez corpos de prova, nas posições correspondentes a 10, 15, 20, 30,
40, 50, 60, 70, 80 e 90 mm, em relação à interface metal/molde, destacando que na posição
(TCE). A Figura 3.6 mostra a macrografia do lingote obtido para a liga Al-5,5%Sn, estudada
neste trabalho, indicando a posição da TCE e a região de retirada dos corpos de provas para
40
de prova foram embutidos a frio, lixados e polidos com pasta de diamante de 6 μm até 1 μm.
Finalmente, foi realizado o ataque químico com solução de 5% de NaOH em água destilada
esteoscópico Olympus-Arotec SZ-61com luz refletida acoplada com câmera UC-30 a partir
obtenção das medidas de 1 foram realizadas utilizando-se o software Image Tool (IT),
esquematizado na Figura 3.7 e foi utilizado por Çardilli et al. (2000) e Rocha et al. (2003a;
Figura 3.6 – Macroestrutura da liga Al-5,5%Sn com destaque a TCE e a Região de medição
de λ1.
Figura 3.8 – Analisador de Imagem utilizado para a obtenção das micrografias – software
AnalySIS 5.1 no Microscópio óptico Olympus UC30 – Laboratório de Caracterização de
Materiais – LCM do IFPA (Dias, 2012).
matemáticos utilizados para o cálculo dos valores teóricos dos espaçamentos dendríticos
primários.
Tabela 3.2 – Propriedades Termofísicas das ligas do sistema Al-Sn para o cálculo dos
espaçamentos teóricos (Cruz et al., 2008; Bouchard-Kirkaldy, 1997).
Propriedades Al Sn Al-5,5%Sn
S kgm 2550 7166 3011,6
L kgm 2368 6986 2829,8
L (J/kg ) 397500 60700 -
TF [oC] 660 232 -
o
TL [ C] - - 650
o
TE [ C] - - 227
k0 - - 0,041
m - - 177,4 x 10-9
2
D [m /s] - - 3,5 x 10-9
posteriormente processadas no programa Origin 8.0, o qual gera curvas que representam
perfis de temperatura para cada termopar, conforme esquema mostrado na Figura 3.9.
A partir dessas curvas, podem ser determinadas para todas as ligas analisadas
experimentais para a isoterma líquidus (VL) são determinadas a partir da derivação da função
P=f(t), ou seja, VL=dP/dt, onde a função P=f(t) foi obtida experimentalmente pela interseção
das retas de cada temperatura líquidus (TL) com os perfis térmicos em cada posição dos
termopares, ou seja, a partir da TL das ligas traça-se uma reta paralela ao eixo do tempo
indicado no gráfico que representa o perfil térmico, conforme esquema indicado na Figura
3.9. A partir das interseções dessa reta com os perfis térmicos, obtém-se o tempo
passagem da isoterma líquidus, TL, para cada posição do termopar. Então, os resultados dos
que seja traçado um gráfico experimental da posição da isoterma líquidus com o tempo.
dos termopares, através das interseções das retas de cada temperatura líquidus (TL) com os
perfis térmicos em cada posição dos termopares, e a partir do resultado da leitura do quociente
Figura 3.9 – Tratamento dos dados experimentais para obtenção das variáveis térmicas
(Rocha, 2003).
44
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
com um superaquecimento de 10% da temperatura líquidus (TL = 650°C), pode ser observada
na Figura 4.1. Verifica-se que a Transição Colunar-Equiaxial (TCE) ocorreu em uma faixa de
rejeição de soluto frente à interface de solidificação, que somada com o efeito da gravidade
estão sendo desenvolvidos pelo Grupo de Pesquisa GPM para explicar fisicamente o
fenômeno. Imaginando uma linha na longitudinal do lingote, área de retirada dos corpos de
provas para caracterização e quantificação de 1, pode-se observar que a TCE ocorre a 90 mm
da interface metal-molde.
800
700
T
L
Al-5,5%Sn
o
600 T = 650 C
Temperatura (°C)
L
500 o
T = 715 C
V
400
300
Termopar 05 mm
200 Termopar 10 mm
Termopar 15 mm
100
Termopar 30 mm
Termopar 50 mm
0
0 100 200 300 400 500
Tempo (s)
que variam tanto em função do tempo como da posição durante a solidificação, as leituras dos
termopares (Figura 4.2) foram utilizadas para gerar um gráfico da posição da interface
termopares. Os tempos experimentais foram obtidos a partir das interseções das retas de cada
temperatura líquidus (TL) com as curvas de resfriamento, para cada posição dos termopares.
Uma técnica de ajuste por curva a esses pontos experimentais gerou uma expressão algébrica
apresentada por Rocha et al. (2003a; 2003b; 2000). Os resultados obtidos estão indicados na
Figura 4.5.
Vale destacar, por meio das observações das Figuras 4.4 e 4.5, que os parâmetros
isto é, quanto mais próximo da base refrigerada maiores são esses parâmetros. Esse fenômeno
pode ser explicado através da formação contínua da camada solidificada na mesma direção e
condução. Conforme pode ser observado pelas Figuras 4.3 e 4.5 , foi possível constatar um
60
Al - 5,5% Sn
50
40
Posição, P (mm)
30
Experimental
0,89
20 P = 0,99(t)
2
R = 0,76
10
0
10 20 30 40 50 60 70 80 90
Tempo, t (s)
Figura 4.3 – Posição das isotermas líquidus a partir da interface metal/molde em função do
tempo da liga estudada.
47
0,75 Al - 5,5% Sn
-0.10
VL = 0.88(P)
0,70
0,65
0,60
0,55
0,50
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Posição - P (mm)
Al 3,8% Sn
Taxa de resfriamento T (°C/s)
4
-0.54
TR = 11(P)
R
3 2
R = 0,92
2
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Posição - P (mm)
5, 10, 15, 20, 30, 40, 50, 60, 70, 80 e 90 mm em relação à superfície de extração de calor. Na
nas seguintes posições: próxima à base refrigerada, na região central do lingote e próximo à
TR
P VL
Taxa de
Microestrutura Posição Velocidade Espaçamento
Resfriamento
(mm) (mm/s) primário (m
(0C/s)
5 0,75 4,6 65
espaçamentos para posições mais afastadas da interface metal/molde, isto é, para posições do
50
concomitante as Figuras 4.4 e 4.5, permitem observar que a ação do fluido de refrigeração
aumento da resistência térmica promovida pela progressiva formação do metal sólido. Tal
aumento dos espaçamentos para posições mais afastadas da base refrigerada, isto é,
espaçamentos maiores para velocidades (V L) menores. A partir dos dados experimentais foi
(VL)-1,1, representada na figura por uma linha contínua. A eficácia da concordância entre
3
10
Experimental Al-5,5%Sn
2
10
1 2
10 10
Posição, P (mm)
(a)
3
10
Espaçamento primário, 1 (mm)
Al-5,5%Sn Experimental
-1,1
1=62(VL)
2
R =0,70
2
10
-1 -1 -1
6x10 7x10 8x10
Al-5,5%Sn
Espaçamento primário, 1 (mm)
Experimental
1=144(TR)-0,55
2
R =0,98
2
10
0 0 0 0 0
10 2x10 3x10 4x10 5x10
primários da liga investigada em função da taxa de resfriamento. Da mesma maneira que para
valores mais elevados de TR. A mesma figura também permite observar que o expoente –0,55,
obtido, caracteriza a lei de crescimento dos espaçamentos dendríticos primários com T R. Esse
comportamento mostra uma concordância muito boa com os resultados obtidos por Bouchard
e Kirkaldy (1997) e Rocha (2003) para ligas de diversos sistemas binários à base de alumínio,
os quais são representados por equações na forma de potência em função do tempo, definidas,
recentemente Cruz (2008) obteve como resultado a mesma equação de potencia para λ 1 em
função de TR, observando também o expoente -0,55 e a constante igual a 70 para ligas da
família Al-mSn, sendo que “m” assume valores variáveis do teor de Sn iguais a: 10%, 30% e
40%. O referido autor apresenta em seu trabalho, uma comparação dos seus resultados com os
estudo de Cruz (2008) e faz-se uma comparação entre os resultados obtidos pelo referido
Figura 4.8 apresenta tal comparação. Observa-se uma excelente aproximação dos resultados
influenciam nos resultados. Cruz concluiu que os espaçamentos dendríticos primários obtidos
por Okamoto- Kishitake foram cerca de quatro vezes maiores que os obtidos por ele.
53
3
10
modelos teóricos e transitórios de crescimento primário, que são Hunt e Lu (HL) (1996) e
Bouchard-Kirkaldy (BK) (1997), representados pelas Equações 2.7 e 2.8 da Tabela 2.1,
respectivamente. Observa-se pela Figura 4.9 que ambos modelos superestimaram os valores
experimentais deste trabalho. Resultado semelhante foi observado por Cruz (2008) para
adequado para ligas de alumínio, em especial ligas dos sistemas Al-Si e Al-Cu, solidificadas
em estado transitório de fluxo de calor, os resultados experimentais obtidos por ele não podem
ser representados por tal modelo, já que as curvas do modelo estão distantes da dispersão dos
valores experimentais para as três composições estudadas pelo referido autor. De modo
semelhante, Cruz (2008) também observou que os valores experimentais não se ajustaram ao
na direção vertical, cujo fenômeno pode ser atribuído também ao comportamento observado
do presente trabalho.
Sn, Al-Cu, Al-Si), que não se aplica para a liga Al-5,5%Sn solidificada sob as condições
utilizadas neste estudo. Se o fator de calibração (a1) adotado é 50, o modelo de BK ajusta-se
sistema vertical.
10000
Al-5,5%Sn
Espaçamento primário, 1 [mm]
Experimental
HL (min)
HL (max)
BK - a1 = 250
BK - a1 = 50 (proposta deste trabalho)
1
1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5
5 CONCLUSÕES
longo deste trabalho, relacionados à solidificação direcional horizontal transiente da liga Al-
menores valores para esses parâmetros são encontrados em posições mais afastadas da
TR) = C(P)-n, sendo “C” é “n” iguais a 0,88 e -0,10 e 11 e -0,54 para VL e TR,
respectivamente, em função de P.
metal/molde para o interior do lingote, uma vez que a ação do fluido de refrigeração
proposto pela primeira vez por Rocha (2003) e, mais recentemente, por outros autores.
Kishitake (1975), nos permite concluir uma excelente aproximação entres os mesmos
trabalho e que o elevado intervalo de solidificação desse sistema de liga pode estar
trabalho, podem ser sugeridas as seguintes linhas de pesquisas para realização de trabalhos
futuros:
trabalho;
direcional horizontal da liga utilizada no presente estudo, assim como para diferentes
composições de Sn.
diferentes dimensões.
sistema Al-Sn.
desgaste, etc).
58
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