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Abstract
Standardized work has been widely used in manufacturing. Its application has
brought positive results in terms of productivity and process stability. In
construction, the adoption of this type of standardization is still incipient, and most
applications so far are partial. Consequently, there is not enough knowledge about
effective ways of adapting this concept into the construction context, which could
bring significant results, as observed in manufacturing. The aim of this paper is to
Renato Nunes Mariz
Universidade Estadual de Campinas
propose a method to apply standardize work in the construction context. Two
Campinas – SP – Brasil exploratory case studies were conducted, in different types of activities: ceramic
floor tiles and Franki piles execution. The proposed method is an adaptation of an
existing method for applying standardized that has been used in manufacturing.
Flávio Augusto Picchi The conclusion was made that this method can be effectively adapted to the
Universidade Estadual de Campinas
Lean Institute Brasil construction context, providing a structured analysis focused on resources
São Paulo - SP - Brasil optimization. The study main contribution is to provide evidence on the
applicability of standardized work in the construction industry, encouraging the
Recebido em 28/11/11 practical application of this concept, and further research studies on this topic.
Aceito em 13/08/13 Keywords: Standardized work. Lean thinking. Standardization. Production management.
MARIZ, R. N.; PICCHI, F. A. Método para aplicação do trabalho padronizado. Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 7
13, n. 3, p. 7-27, jul./set. 2013.
ISSN 1678-8621 Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído.
Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 13, n. 3, p. 7-27, jul./set. 2013.
Introdução
A indústria da construção tem sido pressionada a operários de forma individual, foco do trabalho
melhorar as práticas do gerenciamento da padronizado em suas aplicações na manufatura e
produção devido a alguns fatores, como baixa deste artigo. Não se encontram também na
produtividade, alto índice de desperdício, demanda literatura discussões sobre métodos de aplicação
social por moradia (em alguns países como o do trabalho padronizado na construção que
Brasil) e imagem negativa em comparação com facilitem sua disseminação, como existe, por
outros setores industriais (SANTOS, 1999). exemplo, na manufatura.
Uma filosofia que pode trazer contribuições nesse Com base nessas considerações, o objetivo deste
contexto é o Lean Thinking. Baseada na artigo é adaptar o método para aplicação do
generalização dos preceitos do Sistema Toyota de trabalho padronizado na manufatura para o
Produção, é aplicável aos mais diversos setores contexto da construção.
industriais e de serviços. Tem como base a
eliminação de desperdício ao longo do fluxo de Trabalho padronizado
valor, desse modo encurtando prazos (lead times),
reduzindo custos e também aumentando a O trabalho padronizado, como entendido dentro da
qualidade do produto (WOMACK; JONES, 1998). filosofia Lean Thinking, tem suas raízes históricas
no Training Within Industry (TWI), programa de
O Lean Thinking tem sido disseminado na
treinamento de mão de obra desenvolvido nos
manufatura e mais recentemente na construção
Estados Unidos durante a Segunda Guerra
civil, na qual as oportunidades para suas aplicações
Mundial com o intuito de suprir a carência de mão
são inúmeras (PICCHI, 2003).
de obra qualificada (HUNTZINGE, 2005). O TWI
Desde a proposição pioneira de Womack e Jones foi disseminado no Japão após a Segunda Guerra
(1998) quanto aos cinco princípios do Lean Mundial, juntamente com os programas da
Thinking (valor, fluxo de valor, fluxo contínuo, qualidade. O programa de instruções de trabalho
produção puxada e perfeição), o princípio de fluxo (job instructions) do TWI incorporou-se às
contínuo tem tido sua importância destacada nessa práticas da Toyota, que deram origem ao conceito
filosofia. Para a operacionalização desse princípio, de trabalho padronizado hoje usado no Lean
um elemento que tem sido amplamente utilizado é Thinking (SMALLEY, 2005; LIKER; MEIER,
o trabalho padronizado (ROTHER; HARRIS, 2007).
2002).
As definições de diversos autores para o trabalho
O trabalho padronizado reduz desperdícios, padronizado (TP) (Quadro 1) convergem para a
diminui a carga de trabalho e riscos de acidentes, e identificação de três elementos: takt time,
aumenta a produtividade e a satisfação dos sequência e estoque padrão.
trabalhadores (KISHIDA; SILVA; GUERRA,
Neste trabalho é adotada a definição proposta pelo
2006; WHITMORE, 2008). Shook (1997) relata
Lean Institute Brasil (2003, p. 82):
que o Sistema Toyota de Produção busca trabalhar
com alta qualidade, baixo custo, baixo tempo de O trabalho padronizado estabelece
resposta ao cliente, flexibilidade de volume e mix procedimentos precisos para o trabalho de
para atender à demanda. Segundo o mesmo autor, cada um dos operadores em um processo
a base para esses resultados é o trabalho de produção, baseado em três elementos:
padronizado. tempo takt, sequência e estoque padrão.
Já no contexto da construção, as aplicações do O aspecto de estabelecer procedimentos para cada
trabalho padronizado são ainda embrionárias, com operador diferencia o trabalho padronizado
poucos trabalhos, entre os quais Francelino et al. (focado nos movimentos do operador) das
(2006), Saffaro (2007), Gallardo (2007), Feng e instruções de trabalho ou outras formas
Ballard (2008), Bulhões (2009) e Fazinga e Saffaro tradicionais de padronização, focadas no processo
(2012). Essas pesquisas abordam aplicações de ou etapas que o produto passa (LIKER; MEIER,
elementos que constituem o trabalho padronizado, 2007).
não abordando as atividades e movimentos dos
1
Outras definições poderiam ter sido adotadas, como, por
exemplo, incluir o corte da peça no ciclo repetitivo. Optou-se
por manter a definição do ciclo repetitivo a mais restrita neste
Caso 1, visando a simplificar o foco da etapa 4 neste primeiro
estudo exploratório.
execução de
atividade no
43,80% ciclo
56,20% execução de
atividade fora
do ciclo
02:50:00
02:37:14
02:21:12
01:52:24
01:23:36
00:54:48 00:47:20
00:24:39 00:24:24
00:26:00 0:08:26 00:07:29
Tabela 1 - Folha de estudo de processo da dosagem e transporte de concreto para estaca Franki – Caso
2 (parte 1)
Estudo do
Operador Betoneiro Betoneiro Betoneiro Betoneiro Betoneiro
processo
Processo: Funcionário: Elemento 1 Colocar 2 Virar 3 Colocar 4 Girar 5 Descarregar
Dosagem e de 4 baldes betoneira mais 1 manivela da concreto na
transporte trabalho de água e balde de betoneira para mincarregadeira
de na despejar água preparar
Total
concreto betoneira cimento e descarregamento
agregados
da
caçamba
na
betoneira
30 s 53s 43 s 11 s 334 s 471 s
18 s 72 s 31 s 13 s 250 s 384 s
23 s 58 s 32 s 14 s 230 s 357 s
37 s 50 s 17 s 15 s 163 s 282 s
Realizado 18 s 51 s 29 s 10 s 99 s 207 s
por: Tomada de tempos 16 s 57 s 36 s 16 s 236 s 361 s
Renato
16 s 238 s 24 s 10 s 75 s 363 s
Mariz
20 s 57 s 33 s 17 s 115 s 242 s
18 s 47 s 18 s 8s 127 s 218 s
19 s 51 s 37 s 9s 101 s 217 s
Tempo de máquina 10 s 180 s
Data/Hora:
Menor repetitivo 16 s 51 s 18 s 10 s 99 s 194 s
26/11/2011
Betoneiro parado
cerca de 3 min
Página: 1 Observações enquanto a
betoneira
funciona
Etapa 5: verificar se a máquina A Tabela 2 foi elaborada com base nos tempos de
pode operar de acordo com o tempo ciclo levantados in loco por cada máquina. Por
exemplo, o bate-estaca tem um tempo de ciclo de
takt e ajustar se necessário 120 min/estaca (100 de tempo básico + 20 min de
No Caso 1, o único equipamento envolvido era a mobilização, ao final de cada cravação de estaca).
betoneira, que não foi estudada, uma vez que o Como um dia de trabalho tem 528 min, ao dividir-
caso focou o trabalho do assentador de se este valor por 120 min, chega-se a 4,4 estacas
porcelanato. A etapa 5 foi explorada somente no por dia como capacidade máxima de cada bate-
Caso 2, o qual envolvia três betoneiras, quatro estaca. O tempo considerado manual foi aquele no
máquinas de bate-estaca e quatro qual havia intervenção humana, ou seja, a máquina
minicarregadeiras (uma minicarregadeira abastecia não trabalhava, a não ser que tivesse um operador.
as betoneiras com agregado, e as demais Com base nos tempos de ciclo da Tabela 2, e
transportavam concreto). considerando-se o número de equipamentos de
Elaborou-se a FCP (Folha de Capacidade de cada tipo, elaborou-se o Gráfico de Balanceamento
Produção) para analisar a capacidade produtiva de de Máquina (GBM), apresentado na Figura 4, que
cada máquina (Tabela 2). segue a mesma representação que o GBO, focando
máquinas, e não os operadores.
100 min
90 min Takt Time: 89
80 min
min
70 min
60 min
50 min
40 min
31 min 30 min
30 min 24 min
20 min 14 min
10 min
0 min
Betoneira 1, Minicarregadeira 1, Mini Carregadeira A Bate-estaca 1,
Betoneira 2 e Minicarregadeira 2 Bate-estaca 2,
Betoneira 3 e Minicarregadeira Bate-estaca 3 e
3 Bate-estaca 4
Para o tempo takt de 1 h 29 m 39 s por estaca, ou minicarregadeiras, os quais tinham sido definidos
90 min/estaca, considerando-se 8,8 h/dia, obtém-se pelo engenheiro da obra em estudos anteriores.
uma demanda de 5,87 estacas/dia. Considerando-
Esta etapa foi analisada em detalhes no Caso 1. Foi
se segurança e fatores práticos, pode-se considerar
elaborado um diagrama de espaguete (Figura 6),
a demanda diária arredondada de 6 estacas por dia.
que evidenciou os desperdícios com transporte e
O número de betoneiras necessárias calculadas
deslocamento ocorridos no 6º pavimento.
pelo método seria de 1,05, obtendo-se o mesmo
dividindo essa demanda pela capacidade diária do Pode-se observar, ao analisar o diagrama de
equipamento da Tabela 2 (6/5,7); os gerentes da espaguete, que as caixas de porcelanato se
obra poderiam adotar melhorias para viabilizar o encontravam em um compartimento que ficava
uso de apenas uma betoneira ou assumir o uso de distante do apartamento no qual o pedreiro estava
duas, arredondando para cima e obtendo proteção assentando o porcelanato.
contra eventuais instabilidades. Seguindo-se o Observa-se, ainda, que o pedreiro teve de ir ao 14º
mesmo cálculo para os demais equipamentos, pavimento procurar a argamasseira para dosar a
chega-se às necessidades de uma minicarregadeira argamassa. Foi também ao 7º pavimento ligar a
para concreto (6/12,6=0,47), uma para agregados extensão, pois no 6º pavimento não havia tomadas.
(6/21,7=0,27) e dois bate-estacas (6/4,4=1,36). O pedreiro ainda foi 2 vezes ao pavimento térreo,
Essa situação encontra-se ilustrada no GBM - uma para almoçar (desconsiderada no diagrama de
estado futuro (Figura 5). Mesmo que se adote um espaguete) e outra para buscar o capacete, que
tempo de ciclo planejado igual a 80% do tempo esqueceu após o almoço. Além disso, deslocou-se
takt, como indicado na Figura 5, observa-se que bastante para fazer corte nos porcelanatos, pois a
esse número de equipamentos seria suficiente. bancada da serra circular era fixa na varanda.
Mediante uma estimativa, calculou-se a distância
Etapa 6: organizar o leiaute do
percorrida em um dia de trabalho, somente com
trabalho atividades realizadas fora do ciclo, de 529 m
No caso 2, o leiaute abrange a distribuição dos (desconsiderou-se o deslocamento até o posto de
bate-estacas e betoneiras no canteiro e as rotas das trabalho, a saída ao final do expediente e
movimentações na realização no ciclo).
100 min
Takt Time: 89 min
90 min
80 min
Tempo de Ciclo Planejado: 71 min
70 min
60 min
60 min
50 min 47 min
42 min
40 min
30 min 24 min
20 min
10 min
0 min
Betoneira 1 e Minicarregadeira 1 Minicarregadeira A Bate-estaca 1 e Bate-
Betoneira 2 estaca 2
Estoque de caixa
de porcelanato e
argamassa colante
7º e 14º pavimento
2 vezes ao térreo
Bancada da
serra circular
Muito desse tempo desperdiçado com exemplo, foi calculada a necessidade de 33 sacos
deslocamento e transporte poderia ser minimizado de argamassa colante por apartamento, sendo os
com uma organização do leiaute do apartamento, mesmos distribuídos no pavimento, conforme a
por meio de abastecimento do porcelanato e Figura 7, em 11 paletes de 3 sacos cada.
argamassa, que seria dimensionado para um
apartamento e posicionado antes da chegada pela Etapa 7: calcular quantos
equipe de planejamento da empresa, podendo ser funcionários são necessários
utilizada a produção puxada por meio de kanban.
O método de Rother e Harris (2002) adota uma
Com esse intuito, foi elaborado um leiaute para
postura para esse cálculo que induz a melhorias
estocar a argamassa e o porcelanato, como mostra
bastante exigentes, tomando a soma do menor
a Figura 7. Para a elaboração dessa distribuição de
tempo repetitivo de cada elemento de trabalho
paletes no pavimento, foi calculada a quantidade
(calculado na FEP na etapa 4), já eliminando
real necessária de porcelanato e de argamassa
atividades que não agregam valor (chamado kaizen
colante para execução de um apartamento. Por
no papel por esses autores) e dividindo essa soma
pelo tempo takt. Isso leva a metas e sucessivos adotando-se o cálculo pelo tempo de ciclo
kaizens, que têm resultado, na manufatura, em se planejado de 80% do tempo takt (0,8*382=301 s),
atingir a viabilização da produção no tempo takt teríamos:
com esse número de operadores calculados. No
(a) operador de betoneira: 194/301= 0,65;
caso da construção, uma série de condições de
estabilidade precisaria ser atingida para que se (b) operador de minicarregadeira: 102/301=0,34;
viabilizasse esse mesmo ideal. e
Uma adaptação proposta nesta etapa é a de adotar- (c) auxiliar de operador de betoneira:
se 20% do tempo para descanso e redução do 46/301=0,15.
ritmo, com base no estudo sobre amostragem de A partir desses cálculos, poder-se-ia concluir, por
trabalho de Thomas (1992), para o estabelecimento exemplo, que um operador de betoneira seria
de um tempo de ciclo planejado (portanto, 20% suficiente para realizar todos os elementos de
abaixo do tempo takt). O número de funcionários trabalho dentro do tempo de ciclo planejado, e
necessários, nesse caso, seria obtido pela divisão ainda poderia absorver as atividades do auxiliar.
da soma do menor tempo repetitivo dos elementos Isso mostra um potencial bastante desafiador, uma
de trabalho pelo tempo de ciclo planejado, e não vez que a obra estava utilizando para essa operação
pelo tempo takt. 3 operadores de betoneira e 3 auxiliares.
Tomando-se como exemplo o Caso 2, pegando-se
os dados do GBO - estado atual (Figura 3) e
Betoneira
Betoneira
los
los
Unidades
De: Colocar 4 baldes de água na
Data: 6/12/2011
betoneira
betoneira
betoneira
necessárias por Manual (cada unidade é igual a 5 s)
na betoneira
na betoneira
dia: 84
minicarregadeira
minicarregadeira
Tabela de Combinação do Trabalho Padronizado
preparar descarregamento
preparar descarregamento
Tempo Takt: 382s
12-Descarregar concreto na
11-Descarregar concreto na
Área: Canteiro de
O método mostrou-se aplicável e de utilidade para (g) Diagrama de Trabalho Padronizado: registrou
seus objetivos, no ambiente de construção. Os o tempo takt, leiaute, atividades, cuidados de
documentos utilizados atenderam a seus segurança e qualidade, e diversos outros elementos
propósitos: do TP.
(a) Folha de Estudo de Processo (FEP): propiciou Os resultados potenciais apontados são bastante
a análise de atividades no turno, bem como a significativos.
análise de elementos de trabalho no ciclo No Caso 1, a análise das atividades fora do ciclo
repetitivo, e em ambos os casos serve para
repetitivo mostrou que das 8 h de trabalho apenas
identificar desperdícios. No caso do ciclo
43,8%, ou 3,5 h, eram empregadas no ciclo
repetitivo, aponta o tempo ideal para cada
repetitivo, demonstrando potencial de praticamente
elemento de trabalho através do menor repetido;
se dobrar esse número, ainda mantendo uma folga
(b) Gráfico de Balanceamento do Operador entre tempo de ciclo planejado e tempo takt de
(GBO): já aplicado na construção por outros 20%. Na análise do ciclo repetitivo, observou-se
autores, como Bulhões (2009), Bulhões e Picchi outro potencial de praticamente dobrar a
(2011), Francelino et al. (2006) e Souza et al. produtividade, caso seja alcançada a estabilização
(2005), possibilitou a análise da distribuição dos do menor tempo repetido dos elementos de
elementos de trabalho; trabalho.
(c) Diagrama de espaguete: possibilitou a No Caso 2, a obra no estado atual estava usando
identificação de movimentos desnecessários e o um total de 11 equipamentos (3 betoneiras, 4
planejamento de leiaute futuro; minicarregadeiras (3 para concreto e 1 para
(d) Folha de Capacidade de Produção (FCP): agregados) e 4 bate-estacas. Os equipamentos
eram alugados, portanto qualquer redução
possibilitou o dimensionamento no número de
representaria economia imediata. Os número
equipamentos necessários;
calculados através desta etapa mostraram que 6
(e) Gráfico de Balanceamento de Máquinas equipamentos seriam suficientes (2 betoneiras, 2
(GBM): complementou a análise propiciada pela minicarregadeiras e 2 bate-estacas). A obra estava
FCP; utilizando para a operação de produção do
(f) Tabela de Combinação do Trabalho concreto e carregamento de agregados um total de
Padronizado (TCTP): possibilitou a análise da 7 funcionários (3 operadores de betoneira, 3
distribuição do trabalho entre operadores e da auxiliares e 1 operador de minicarregadeira para
interação entre estes e os equipamentos; e agregados). Após a análise, chegou-se à
A aplicação deste método, como padronização de CUDNEY, E. Using Standard Work in Lean
ciclos que se repetem com mínima variação, como Manufacturing. In: INSTITUTE OF
na manufatura, não é possível em diversas INDUSTRIAL ENGINEERS INTERNATIONAL
situações na construção, como no exemplo do CONFERENCE, 51., Dallas, 2001. Proceedings…
Caso 1 (assentamento de porcelanato), no que se Dallas, 2001.
refere a cantos, recortes, variações de dimensões
FAZINGA, W. R.; SAFFARO, F. A. Identificação
em cômodos, etc., sendo esta uma limitação do dos Elementos do Trabalho Padronizado na
método proposto. Entretanto, sua aplicação Construção Civil. Ambiente Construído, Porto
direciona melhorias mediante uma análise
Alegre, v. 12, n. 3, p. 27-44, jul./set. 2012.
estruturada, que possibilita a identificação de
desperdícios e orienta o planejamento de redução FENG, P.; BALLARD, G. Standard Work From a
deles, pelo estabelecimento de um trabalho Lean Theory Perspective. In: ANNUAL
padronizado que otimiza os recursos utilizados, CONFERENCE OF THE INTERNATIONAL
organizando leiaute, operadores, equipamentos, GROUP FOR LEAN CONSTRUCTION, 16.,
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micro, no nível dos movimentos do operador, 2008.
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A avaliação dos reais ganhos dependerá de estudos Manufacturing System at Toyota. New York:
futuros, em que o TP gerado seja aplicado e seus Oxford University Press, 1999.
resultados medidos. Além de possíveis ganhos de
produtividade, a aplicação do TP tem potencial de GALLARDO, C. A. S. Princípios e Ferramentas
trazer também benefícios em segurança, qualidade do Lean Thinking na Estabilização Básica:
e estabilidade, não discutidos neste trabalho. diretrizes para implantação no processo de
fabricação de telhas de concreto pré-fabricadas.
A proposta apresentada não tem a pretensão de 2007. 118 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia
estar acabada. Espera-se que a sistematização de Civil) – Faculdade de Engenharia Civil,
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