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Verifique sempre a vigência das


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publicar o conteúdo abaixo, mesmo que gratuitamente, exceto para fins diretamente ligados ao processo do seu cliente final.
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AO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE ________

________ , ________ , ________ , inscrito no CPF


sob nº ________ , ________ , residente e domiciliado
na ________ , ________ , ________ , na Cidade de
________ , ________ , ________ , vem à presença de
Vossa Excelência, por meio do seu Advogado, infra
assinado, ajuizar

AÇÃO DE COBRANÇA
POR DANOS MATERIAIS E MORAIS
C/C TUTELA DE URGÊNCIA

em face de ________ , pessoa jurídica de direito privado,


inscrita no CNPJ sob nº ________ , ________ , com
sede na ________ , ________ , ________ , na Cidade
de ________ , ________ , ________ , pelos motivos e
fatos que passa a expor.

PRELIMINAR DE COMPETÊNCIA

O juízo da presente Comarca revela-se competente para a


propositura da presente ação, nos termos do artigo 101, I , do Código de Defesa
do Consumidor.
DOS FATOS

Em ________ , o Autor contratou plano de saúde ________


junto à empresa Ré com pagamento mensal de R$ ________ por mês.

No entanto, ao ser diagnosticado com ________ teve


conhecimento de que não poderia mais ter filhos, lhe abalando profundamente.

Sabendo de seu direito, de posse da documentação necessária, o


Autor buscou aprovação do Plano de Saúde para a realização de tratamento de
infertilidade, o qual foi negado sob o seguinte argumento:

________

Ocorre que tal justificativa não prospera, pois trata-se de


responsabilidade do plano que deve ser cumprida, pelos fatos e fundamentos
que dispõe na presente ação.

Pela urgência do procedimento, o Autor não pode aguardar uma


segunda resposta administrativa do plano, realizando o procedimento.

Ao pedir o reembolso ao plano, teve seu pedido novamente negado


sob a justificativa de que ________ , obrigando o Autor a buscar o judiciário.

No entanto, o Autor tomou ciência de que estava suspenso por


falta de pagamento somente ao precisar do plano, sem que nenhuma notificação
foi enviada ao consumidor para regularizar tal situação, configurando ilegal a
negativa do plano.

Anteriormente ao plano com a empresa Ré, o Autor já contava com


outro plano de saúde com a operadora ________ , vigente por mais de
________ anos, devendo contar, portanto, com os benefícios da portabilidade.

Assim, considerando a necessidade de utilização dos benefícios do


plano antes do encerramento da carência exigida, tem-se a necessidade da
intervenção jurisdicional.
DO ENQUADRAMENTO NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

A norma que rege a proteção dos direitos do consumidor, define,


de forma cristalina, que o consumidor de produtos e serviços deve ser abrigado
das condutas abusivas de todo e qualquer fornecedor, nos termos do art art 3º
do referido Código e Súmula 608 do STJ:

Súmula 608: Aplica-se o Código de Defesa do


Consumidor aos contratos de plano de saúde, salvo os
administrados por entidades de autogestão.

Com esse postulado, o Réu não pode eximir-se das


responsabilidades inerentes à sua atividade, dentre as quais cumprir fielmente
as disposições contratuais.

DA AUSÊNCIA DE NOTIFICAÇÃO SOBRE O CANCELAMENTO DO


PLANO

Assim, com a expectativa legítima de ter a cobertura do plano


contratado, ao acionar a empresa Ré houve a notificação de que o plano não foi
renovado, sob a justificativa de que ________ .

Todavia, tal motivo não foi notificado previamente ao Autor que


pudesse lhe possibilitar a buscar uma nova seguradora, ou mesmo, certificar-se
que os motivos autorizadores de fato teriam ocorrido, conforme sumulado pelo
STJ:

Súmula 616 STJ - A indenização securitária é


devida quando ausente a comunicação prévia do
segurado acerca do atraso no pagamento do
prêmio, por constituir requisito essencial para a
suspensão ou resolução do contrato de seguro.
(Súmula 616, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 23/05/2018,
DJe 28/05/2018)

O contrato de seguro bem como o de plano de saúde tem o objetivo


de garantir a cobertura na hipótese de ocorrer à condição suspensiva,
consubstanciada no evento danoso previsto contratualmente, cuja obrigação da
empresa é a cobertura do evento ou o pagamento do reembolso/prêmio devido.

Em contrapartida a empresa deve manter o consumidor informado


de todas as condições de continuidade ou suspensivas do contrato pactuado, o
que não ocorreu no presente caso, gerando o dever de indenizar.

Este entendimento é predominante nos tribunais:

Seguro-saúde. Cancelamento. Falta de pagamento de


mensalidades. Sentença que determinou o
restabelecimento do contrato por ausência de prévia
notificação para purgação da mora. (...). Recurso
improvido. (TJSP; Apelação Cível 1001485-
94.2017.8.26.0075; Relator (a): Augusto Rezende; Órgão
Julgador: 1ª Câmara de Direito Privado; Foro de Bertioga -
2ª Vara; Data do Julgamento: 18/02/2020; Data de
Registro: 19/02/2020)

PLANO DE SAÚDE - Cancelamento por falta de


pagamento - Ilegalidade - Notificação prévia não
demonstrada - Inobservância do art. 13, parágrafo único,
II, da Lei nº 9.656/98 - Recurso desprovido. (TJSP;
Apelação Cível 1127022-88.2018.8.26.0100; Relator (a):
Luiz Antonio de Godoy; Órgão Julgador: 1ª Câmara de
Direito Privado; Foro Central Cível - 39ª Vara Cível; Data
do Julgamento: 27/01/2020; Data de Registro:
27/01/2020)

Plano de saúde. Falta de pagamento de apenas uma das


mensalidades. Pagamento regular das mensalidades
subsequentes. Plausibilidade da alegação de que é abusivo
o cancelamento do plano. Antecipação de tutela recursal
concedida. Ausência de contraminuta ao agravo. Presença
dos requisitos para a tutela antecipada. Agravo provido
para confirmar a antecipação de tutela. (TJSP; Agravo de
Instrumento 0101569-49.2019.8.26.9000; Relator (a):
Luis Fernando Cirillo; Órgão Julgador: Primeira Turma
Cível; Foro Central Juizados Especiais Cíveis - 1ª Vara do
Juizado Especial Cível - Vergueiro; Data do Julgamento:
29/01/2020; Data de Registro: 29/01/2020)

Tal prática fere nitidamente o Art. 51 do Código de Defesa do


Consumidor, razão pela qual deve ser considerada nula, culminando na
indenização devida.

DO TRATAMENTO DE INFERTILIDADE

O art. 36-C da Lei nº 9.656/98, que dispõe sobre os planos e


seguros privados de assistência à saúde, após redação dada pela Lei11.935/09,
prevê expressamente que:

Art. 35-C.É obrigatória a cobertura do atendimento


nos casos:

I - de emergência, como tal definidos os que implicarem


risco imediato de vida ou de lesões irreparáveis para o
paciente, caracterizado em declaração do médico
assistente;

II - de urgência, assim entendidos os resultantes de


acidentes pessoais ou de complicações no processo
gestacional;

III - de planejamento familiar.

Já a lei n.9.263/96, ao regulamentar o § 7º do art. 226 da


Constituição Federal, conceituou como planejamento familiar:

Art. 1º O planejamento familiar é direito de todo cidadão,


observado o disposto nesta Lei.
Art. 2º Para fins desta Lei, entende-se planejamento
familiar como o conjunto de ações de regulação da
fecundidade que garanta direitos iguais de constituição,
limitação ou aumento da prole pela mulher, pelo homem
ou pelo casal.

Ou seja, a previsão clara de cobertura do plano de saúde ao


planejamento familiar dispõe exatamente sobre tratamentos de infertilidade,
conforme precedentes sobre o tema:

PLANO DE SAÚDE - FERTILIZAÇÃO IN VITRO -


AUTORA PORTADORA DE MIOMATOSE UTERINA E
DISFUNÇÃO OVARIANA - DIAGNÓSTICO DE
INFERTILIDADE PELAS VIAS NATURAIS -
ENFERMIDADE COBERTA PELO CONTRATO -
PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL À MATERNIDADE -
ROL DE COBERTURAS NÃO TAXATIVO - COBERTURA
DEVIDA - SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA AFASTADA
- TUTELA RECURSAL CONCEDIDA E RECURSO
PROVIDO. (TJSP; Apelação Cível 1006704-
24.2017.8.26.0161; Relator (a): Erickson Gavazza
Marques; Órgão Julgador: 5ª Câmara de Direito Privado;
Foro de Diadema - 2ª Vara Cível; Data do Julgamento:
11/12/2019; Data de Registro: 05/02/2020)

AGRAVO DE INSTRUMENTO - PLANO DE SAÚDE -


Indeferimento da tutela de urgência - Inconformismo -
Contrariedade à função social do contrato - Decisão
concessiva de liminar, nesta sede - A ciência avança mais
rápido do que o Direito, não podendo o consumidor, ficar
à mercê da decisão do órgão regulador de atualizar sua
lista de tratamentos - Inteligência da Súmula nº 102 do E.
TJSP - Ademais, apresentando a autora infertilidade,
patente a necessidade do tratamento de reprodução,
devendo a seguradora oferecer os meios para tratamento
da doença, inclusive nos termos do artigo 35-C, inciso III
da Lei 9.656/98, tendo em vista a obrigatoriedade de
cobertura em caso de planejamento familiar - Recurso
provido. (TJSP; Agravo de Instrumento 2219023-
50.2019.8.26.0000; Relator (a): José Carlos Ferreira
Alves; Órgão Julgador: 2ª Câmara de Direito Privado;
Foro Central Cível - 34ª Vara Cível; Data do Julgamento:
28/01/2020; Data de Registro: 28/01/2020)

Ademais, mesmo diante de cláusula contratual expressa e


regulamentação pela ANS a respeito, não se pode afastar os direitos
constitucionalmente protegidos pelo consumidor, conforme completa análise
proferida pelo Superior Tribunal de Justiça:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER.


PLANO DE SAÚDE. FERTILIZAÇÃO IN VITRO.
AUSÊNCIA DE EXCLUSÃO EXPRESSA DE COBERTURA
NO CONTRATO. DISTINÇÃO ENTRE FERTILIZAÇÃO IN
VITRO E INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL. DECLARAÇÃO
MÉDICA ATESTANDO A SUA NECESSIDADE.
PONDERAÇÃO DE VALORES. DIREITO À FAMÍLIA E
AO PLANEJAMENTO FAMILIAR. PREPONDERÂNCIA.
INTERPRETAÇÃO DO CONTRATO SOB À LUZ DOS
PRINCÍPIOS DA BOA-FÉ, DA FUNÇÃO SOCIAL E DA
COOPERAÇÃO. (...)' É importante enfatizar de início que
os contratos de plano de saúde, além de serem
regulados pela Lei Nq 9.656/98 e pelas resoluções da ANS,
devem ser analisados sob a ótica do Código de
Defesa do Consumidor, na forma da Súmula 469
do STJ. Com efeito, o planejamento familiar é
expressamente regulado pela Lei nº 9.656/98, que
estabelece a obrigatoriedade do seu custeio nos
termos do artigo 35-C, III. (...) Da leitura analítica do
dispositivo verifica-se a existência de definições aplicáveis
a uma infinidade de situações, não trazendo em seu teor
quaisquer exclusões de métodos de concepção. É de se
ressaltar, ainda, que o planejamento familiar, antes de ser
regulado por uma Resolução Normativa, é previsto na
Constituição Federal, em seu artigo 226, § 6Q, sendo
norma de eficácia limitada, regulada pela Lei n. 9.263/96.
Referida lei estabelece que o planejamento familiar é"o
conjunto de ações de regulação da fecundidade que
garanta direitos iguais de constituição, limitação ou
aumento da prole pela mulher, pelo homem ou pelo
casal"(art. 2Q). Ainda define que"o planejamento familiar
orienta-se por ações preventivas e educativas e peia
garantia c/e acesso igualitário a informações, meios,
métodos e técnicas disponíveis para a regulação da
fecundidade."(art. 4Q) (grifei). Ou seja, a
interpretação que se faz ; da cobertura do
planejamento familiar, é, sobretudo sob o ponto
de vista constitucional," a garantia de acesso a
métodos e técnicas disponíveis para a regulação
da fecundidade ". Remanesce na RN nQ 338/2013 a
exclusão da cobertura do procedimento de inseminação
artificial, nos seguintes termos do artigo 19: (...) Contudo,
o argumento de que a cláusula que exclui a cobertura da
inseminação artificial também exclui, a fertilização in vitro
já foi expressamente refutado em julgado proferido nesta
Câmara Cível: (...) (TJPR, 8a C.Cível, Al 1433948-5, Rel.:
Luis Sérgio Swiech, j. 14.04.2016). (...) Destarte,
considerando a cláusula geral da boa-fé objetiva, as
restrições contratuais devem interpretadas de maneira
mais favorável consumidor (artigo 47, do Código de Defesa
Consumidor). [...]". (grifei) Deveras, conforme também foi
decidido naquela oportunidade, não há que se estender
referida cláusula aos casos de fertilização in vitro, uma vez
que se estará fazendo interpretação restritiva em contrato
albergado pelo Código de Defesa do Consumidor, cujas
diretrizes justamente vedam tal prática. (...) Entretanto,
permissa vertia, em termos de hierarquia, a
Constituição Federal se sobrepõe à lei
infraconstitucional, que é superior às resoluções
normativas, que pôr sua vez sé sobrepõem à
contratação. E mais, a própria boa-fé do
consumidor, individualizadora da autonomia de
vontade, possui significado superior ao pacta sunt
servanda. (...) Não há na lei que regula os planos de
saúde expressa exclusão à cobertura da fertilização in vitro
- advinda apenas de interpretação extensiva in pejus. E
mais, se há normativa da ANS expressamente excluindo a
inseminação artificial, significa dizer que a Agência é
conhecedora dos procedimentos técnicos - ou se espera
conhecer - e não o fez, expressamente com relação à
fertilização in vitro, Sendo certo que a lacuna normativa
não pode ser interpretada desfavoravelmente ao
consumidor, pessoa leiga que depende de definições
técnicas claras.(...) (STJ - REsp: 1731295 PR
2018/0065527-4, Relator: Ministro MARCO AURÉLIO
BELLIZZE, Data de Publicação: DJ 13/04/2018)

Razões pelas quais, requer o imediato provimento do presente


pedido, para fins de determinar à empresa Ré o reembolso da cobertura integral
ao tratamento de fertilidade indicado à Autora, neste caso a ________ .

DIREITO À PORTABILIDADE DO PLANO DE SAÚDE

Com o intuito de garantir aos consumidores a transferência dos


benefícios dos planos de saúde entre operadoras sem a necessidade de
cumprimento de período adicional de carência, a Resolução Normativa nº
252/11, da Agência Nacional de Saúde Suplementar, criou o denominado
instituto da portabilidade.

Para tanto, insta esclarecer que o Autor cumpre todos os requisitos


dos artigos 3º e 8º da Resolução nº 186/2009, necessários para a efetivação da
migração de planos entre operadoras de plano de saúde, conforme
documentos em anexo, uma vez que o Autor:
I - estava adimplente com o plano anterior;

II - possuía o prazo de permanência: ________

III - o plano de destino estava em tipo compatível com o


do plano de origem;

IV - a faixa de preço do plano de destino era ________ à


que se enquadra o seu plano de origem, considerada a data
da assinatura da proposta de adesão; e

V - o plano de destino não estava com registro em situação


"ativo com comercialização suspensa", ou "cancelado".

A portabilidade, portanto, é direito legítimo do Autor, fazendo jus


ao imediato atendimento às necessidades intentadas junto à empresa Ré,
conforme precedentes sobre o tema:

"AGRAVO DE INSTRUMENTO. PLANO DE SAÚDE.


Decisão agravada que deferiu a tutela de urgência para
determinar a portabilidade do plano de saúde da agravada
para modalidade individual, sem o cumprimento de novas
carências, mediante o custeio integral pela beneficiária.
Inconformismo da operadora de plano de saúde. Não
acolhimento. Autora que se encontra em tratamento de
câncer, de modo que não pode ter interrompido o
tratamento. Aplicação analógica da Resolução nº 19 do
CONSU. Precedentes. NEGADO PROVIMENTO AO
RECURSO".(v.32662). (TJSP; Agravo de Instrumento
2277798-58.2019.8.26.0000; Relator (a): Viviani Nicolau;
Órgão Julgador: 3ª Câmara de Direito Privado; Foro
Regional V - São Miguel Paulista - 2ª Vara Cível; Data do
Julgamento: 28/02/2020; Data de Registro: 28/02/2020)

PLANO DE SAÚDE - Cominatória - Sentença de


procedência, para, confirmando a liminar, condenar a
administradora de benefícios e a operadora de plano de
saúde a excluírem do contrato de seguro saúde aderido
pela autora, as carências e/ou coberturas parciais
temporárias, com emissão de cartão definitivo à
beneficiária, no prazo de 10 dias, sob pena de multa diária
a ser arbitrada pelo juízo - Administradora de benefícios,
corré, é parte legítima para compor a lide, porquanto
integra a cadeia de serviços oferecidas aos consumidores
da operadora - Cumpridos, ademais, todos os requisitos da
Resolução nº 186 da ANS para a portabilidade de
carências com a mudança de plano de saúde - Decisum
mantido - Apelo não provido, com observação (TJSP;
Apelação Cível 1071548-35.2018.8.26.0100; Relator (a):
Rui Cascaldi; Órgão Julgador: 1ª Câmara de Direito
Privado; Foro Central Cível - 40ª Vara Cível; Data do
Julgamento: 24/01/2020; Data de Registro: 24/01/2020)

PLANO DE SAÚDE - OBRIGAÇÃO DE FAZER -


PORTABILIDADE DE CARÊNCIAS - Preliminar de
ilegitimidade passiva arguida pela seguradora ré - Relação
de consumo - Responsabilidade solidária de todos os
fornecedores de serviços que participam da cadeia de
consumo - Tanto a seguradora de saúde ré quanto a corré
Qualicorp Administradora de Benefícios S/A são partes
legítimas para figurarem no polo passivo da ação -
Preliminar rejeitada - Autora que era titular de plano de
saúde empresarial junto à Mediservice e pretende, após o
fim da relação empregatícia com a Unilever, migrar para
plano coletivo por adesão fornecido pelas rés - Alegação da
ré de necessidade do cumprimento do período de
cobertura parcial temporária por doença preexistente,
imposta pelas demandadas, que é não apenas infundada
mas afronta disciplina expressa da Resolução Normativa
ANS 438/2018 - Ausência, outrossim, de impugnação
específica, por parte das rés quanto aos requisitos
necessários ao aproveitamento das carências, limitando-se
a apelante a negar, sem maiores detalhes, o direito da
autora - Direito reconhecido - Sentença mantida -
Honorários recursais devidos - PRELIMINAR AFASTADA.
RECURSO DESPROVIDO. (TJSP; Apelação Cível
1105494-32.2017.8.26.0100; Relator (a): Angela Lopes;
Órgão Julgador: 9ª Câmara de Direito Privado; Foro
Central Cível - 17ª Vara Cível; Data do Julgamento:
18/02/2020; Data de Registro: 21/02/2020)

PLANO DE SAÚDE - Portabilidade sem carências -


Inteligência da RN 438/2018 da ANS - Apelante que não
especifica qual dos requisitos não teria sido preenchido
pela parte autora - Portabilidade devida - Morte do Titular
- Direito da viúva beneficiária da manutenção do contrato
nas mesmas condições como titular - Inteligência do art.
51, IV, CDC e dos princípios constitucionais da dignidade
da pessoa humana e da proteção da segurança jurídica -
Recurso desprovido. (TJSP; Apelação Cível 1036965-
24.2018.8.26.0100; Relator (a): Alcides Leopoldo; Órgão
Julgador: 4ª Câmara de Direito Privado; Foro Central
Cível - 1ª Vara Cível; Data do Julgamento: 06/02/2020;
Data de Registro: 14/02/2020)

A portabilidade não pode ser caracterizada como sendo nova


contratação, mas, continuação do plano anterior e, nessas condições, não há que
se falar em novas carências. A alteração da operadora do plano de saúde é
permitida e esse fato não justifica a exigência de cumprimento de carências, já
ultrapassadas quando da contratação originária.

A função social objetiva a indispensável relação de cooperação


entre os contratantes, por toda a vida da relação. Implica a necessidade de os
parceiros se identificarem como sujeitos de direitos fundamentais e titulares de
igual dignidade. Assim, deverão colaborar mutuamente nos deveres de
proteção, informação e lealdade contratual, pois a finalidade de ambos é
idêntica: o adimplemento, da forma mais satisfatória do credor e menos onerosa
ao devedor.

A respeito da função social dos planos de saúde, em julgado do


TJSP, prevaleceu o entendimento de que:

"quem pretende exercer a prestação de serviços de saúde


deve estar consciente de que o seu legítimo direito ao lucro
disso decorrente há de ser exercido em consonância com
os valores de proteção da vida humana saudável, fim ao
qual se subordina a própria ordem econômica." (cf. Voto
Vencedor, proferido na Apelação Cível nº 282.895.1/5).

Portanto, indiscutível a necessária intervenção do judiciário, para


fins de reconhecer a ilegalidade das novas carências exigidas, com fulcro no
direito à portabilidade.

DA OBRIGATORIEDADE DE COBERTURA PARA O COVID-19

Em consequência da pandemia reconhecida pela OMS, a ANS vem


adotando uma séria de medidas para auxiliar no combate e proliferação da
doença.

Dentre as quais, foi editada Resolução Normativa nº 453 da ANS,


na qual prevê que o teste será coberto para os beneficiários de planos de saúde
com segmentação ambulatorial, hospitalar ou referência e será feito nos casos
em que houver indicação médica, de acordo com o protocolo e as diretrizes
definidas pelo Ministério da Saúde, in verbis:

RESOLUÇÃO NORMATIVA - RN Nº 453, DE 12 DE


MARÇO DE 2020

Art.1º A presente Resolução altera a Resolução Normativa


- RN nº 428, de 07 de novembro de 2017, que dispõe sobre
o Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde no âmbito da
Saúde Suplementar, para regulamentar a utilização de
testes diagnósticos para infecção pelo Coronavírus.
Art. 2º O Anexo I da RN nº 428, de 2017, passa a vigorar
acrescido do seguinte item, "SARS-CoV-2
(CORONAVÍRUS COVID-19) - pesquisa por RT - PCR
(com diretriz de utilização)", conforme Anexo I desta
Resolução.

Art. 3º O Anexo II da RN nº 428, de 2017, passa a vigorar


acrescido dos itens, SARS-CoV-2 (CORONAVÍRUS
COVID-19) - PESQUISA POR RT-PCR cobertura
obrigatória quando o paciente se enquadrar na definição
de caso suspeito ou provável de doença pelo Coronavírus
2019 (COVID-19) definido pelo Ministério da Saúde,
conforme Anexo II desta Resolução.

A ANS incluiu ainda, em recente reunião da Diretoria Colegiada,


por meio da Resolução nº458/2020, os exames sorológicos por meio de
pesquisa de anticorpos IgA, IgG ou IgM (com Diretriz de Utilização), os quais
detectam a presença de anticorpos produzidos pelo organismo após exposição
ao vírus, nos seguintes termos:

Art. 1º Em cumprimento ao que determina a decisão


judicial proferida nos autos da Ação Civil Pública nº
0810140-15.2020.4.05.8300, a presente Resolução altera
a Resolução Normativa - RN nº 428, de 07 de novembro
de 2017, que dispõe sobre o Rol de Procedimentos e
Eventos em Saúde no âmbito da Saúde Suplementar, para
regulamentar a utilização de testes sorológicos para
infecção pelo novo Coronavírus (COVID-19).

Art. 2º O Anexo I da RN nº 428, de 2017, passa a vigorar


acrescido do item SARS-CoV-2 (Coronavírus COVID-19) -
Pesquisa de anticorpos IgA, IgG ou IgM (com diretriz de
utilização), conforme Anexo desta Resolução.

Art. 3º O Anexo II da RN nº 428, de 2017, passa a vigorar


acrescido do item SARS-CoV-2 (Coronavírus COVID-19) -
Pesquisa de anticorpos IgA, IgG ou IgM, com a redação de
DUT, conforme Anexo desta Resolução.

Recentemente a ANS incluiu mais seis exames que auxiliam no


diagnóstico e tratamento do novo Coronavírus na lista de coberturas
obrigatórias dos planos de saúde, por meio da Resolução Normativa nº
457, que assim previu:

Art. 1º A presente Resolução altera a Resolução Normativa


- RN nº 428, de 07 de novembro de 2017, que dispõe sobre
o Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde no âmbito da
Saúde Suplementar, para regulamentar a utilização de
testes diagnósticos para infecção pelo novo Coronavírus
(COVID-19).

Art. 2º O Anexo I da RN nº 428, de 2017, passa a vigorar


acrescido dos seguintes itens:

I - Procalcitonina, dosagem, conforme Anexo desta


Resolução;
II - Pesquisa rápida para Influenza A e B, conforme Anexo
desta Resolução;
III - PCR em tempo real para Influenza A e B, conforme
Anexo desta Resolução;
IV - Pesquisa rápida para Vírus Sincicial Respiratório,
conforme Anexo desta Resolução; e
V - PCR em tempo real para Vírus Sincicial Respiratório,
conforme Anexo desta Resolução.

Art. 3º O Anexo II da RN nº 428, de 2017, passa a vigorar


acrescido dos itens:

I - Item c na DUT do procedimento Dímero-D, conforme


Anexo desta Resolução;
II - Procalcitonina, dosagem, conforme Anexo desta
Resolução;
III - Pesquisa rápida para Influenza A e B, conforme Anexo
desta Resolução;
IV - PCR em tempo real para Influenza A e B, conforme
Anexo desta Resolução;
V - Pesquisa rápida para Vírus Sincicial Respiratório,
conforme Anexo desta Resolução; e
VI - PCR em tempo real para Vírus Sincicial Respiratório,
conforme Anexo desta Resolução.

No presente caso, os sintomas relacionados à infecção foram


confirmados, com indicação médica para a realização do teste.

Portanto, devidamente prevista a cobertura obrigatória do teste


para detecção do COVID-19, o provimento da ação é medida que se impõe.

DO PRINCÍPIO À SAÚDE E DIGNIDADE

A Constituição Federal, em seu Art. 5º, tratou de estabelecer


dentre as garantias da pessoa humana o direito à vida. Este direito fundamental
compreende não só o direito de continuar vivo, mas de ter uma vida digna.

Por esta razão, o direito à vida deve ser entendido em consonância


com o princípio da dignidade da pessoa humana, conforme assevera o Art. 1º,
inc. III da CF, e bem retratado pelo doutrinador Marcelo Novelino Camargo ao
dispor:

"A dignidade da pessoa humana, em si, não é um


direito fundamental, mas sim um atributo a todo
ser humano. Todavia, existe uma relação de mútua
dependência entre ela e os direitos fundamentais. Ao
mesmo tempo em que os direitos fundamentais surgiram
como uma exigência da dignidade de proporcionar um
pleno desenvolvimento da pessoa humana, somente
através da existência desses direitos a dignidade poderá
ser respeitada e protegida" -(in Direito Constitucional
para concursos. Rio de janeiro. Editora forense, 2007 pág.
160.)

E sob a égide deste princípio que as cláusulas contratuais devem


ser interpretadas, para fins de se garantir não apenas o amplo acesso à saúde,
mas também à uma vida digna.

DAS PERDAS E DANOS

Conforme demonstrado pelos fatos narrados e prova testemunhal


que que será produzida no presente processo, o nexo causal entre o dano e a
conduta da Ré fica perfeitamente caracterizado pelo ________ , gerando o
dever de indenizar, conforme preconiza o Código Civil:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão


voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um


direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente
os limites impostos pelo seu fim econômico ou
social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.

Nesse mesmo sentido, é a redação do art. 402 do Código Civil que


determina: "salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e
danos devidas ao credor abrangem, além do que efetivamente
perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar".

No presente caso, toda perda deve ser devidamente indenizada,


especialmente por que a negligência do Réu causou ________ , assim
especificado:

________ - R$ ________

________ - R$ ________
A reparação é plenamente devida, em face da responsabilidade
civil inerente ao presente caso.

DA RESPONSABILIDADE CIVIL

Toda e qualquer reparação civil esta intimamente ligada à


responsabilidade do causador do dano em face do nexo causal presente no caso
concreto, o que ficou perfeitamente demonstrado nos fatos narrados. Sendo
devido, portanto, a recuperação do patrimônio lesado por meio da indenização,
conforme leciona a doutrina sobre o tema:

"Reparação de dano. A prática do ato ilícito coloca o


que sofreu o dano em posição de recuperar, da forma
mais completa possível, a satisfação de seu direito,
recompondo o patrimônio perdido ou avariado do titular
prejudicado. Para esse fim, o devedor responde com seu
patrimônio, sujeitando-se, nos limites da lei, à penhora
de seus bens." (NERY JUNIOR, Nelson. NERY, Rosa
Maria de Andrade. Código Civil Comentado. 12 ed. Editora
RT, 2017. Versão ebook, Art. 1.196)

Trata-se do dever de reparação ao lesado, com o objetivo de


viabilizar o retorno ao status quo ante à lesão, como pacificamente doutrinado:

"A rigor, a reparação do dano deveria consistir na


reconstituição específica do bem jurídico lesado, ou seja,
na recomposição in integrum, para que a vítima
venha a encontrarse numa situação tal como se o
fato danoso não tivesse acontecido." (PEREIRA,
Caio Mário da Silva. Instituições de Direito Civil. Vol II -
Contratos. 21ª ed. Editora Forense, 2017. Versão ebook,
cap. 283)

Motivos pelos quais devem conduzir à indenização ao danos


materiais sofridos, bem como aos lucros cessantes.
DA RESPONSABILIDADE CIVIL PELO DANO MORAL

Conforme demonstrado pelos fatos narrados e prova que junta no


presente processo, a empresa ré deixou de cumprir com sua obrigação primária
de cautela e prudência na atividade, causando constrangimentos indevidos ao
Autor.

Não obstante ao constrangimento ilegítimo, as reiteradas


tentativas de resolver a necessidade do Autor ultrapassa a esfera dos
aborrecimentos aceitáveis do cotidiano, uma vez que foi obrigado a buscar
informações e ferramentas para resolver um problema causado pela
empresa contratada para lhe dar uma solução.

Assim, no presente caso não se pode analisar isoladamente o


constrangimento sofrido, mas a conjuntura de fatores que obrigaram o
Consumidor a buscar a via judicial. Ou seja, deve-se considerar o grande
desgaste do Autor nas reiteradas tentativas de solucionar o ocorrido sem êxito,
gerando o dever de indenizar, conforme precedentes sobre o tema:

AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO


ESPECIAL. PLANO DE SAÚDE. HOME CARE. ECUSA
INJUSTIFICADA. DANO MORAL. CONFIGURAÇÃO.
NÃO PROVIMENTO. 1. A negativa de serviço de
home care ao segurado de plano de saúde,
devidamente indicado para o tratamento do
paciente, configura danos morais indenizáveis,
conforme avaliação dos fatos empreendida na origem,
insusceptível de reexame na via do recurso especial
(Súmula 7/STJ).. 2. Agravo interno a que se nega
provimento. (AgInt no AREsp 1304926/MS, Rel. Ministra
MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado
em 02/04/2019, DJe 08/04/2019)

PLANO DE SAÚDE - OBRIGAÇÃO DE FAZER -


NEGATIVA DE CUSTEIO - HOME CARE - (...)PLANO DE
SAÚDE - OBRIGAÇÃO DE FAZER - HOME CARE -
NEGATIVA DE CUSTEIO INTEGRAL, NOS TERMOS DO
RELATÓRIO MÉDICO - Autora portadora de má
formação cerebral congênita, paralisia cerebral e epilepsia,
com graves sequelas neurológicas, e pela gravidade do seu
quadro, foi-lhe indicada assistência de enfermagem para
auxílio nos cuidados diários e com a gastrostomia,
fisioterapia cinco vezes por semana, fonoaudiologia duas
vezes na semana e terapia ocupacional uma vez na
semana, além de diversos materiais, equipamentos e itens
de higiene, conforme relatório médico - Ré que não se
recusou a fornecer e a cobrir a internação em regime de
home care, mas que não vem cumprindo de forma integral
com o tratamento prescrito à autora, nos termos do
relatório médico de fls. 65/66 - Se a ré disponibiliza o
serviço dentre aqueles cobertos pelo contrato em
ambiente hospitalar, deve arcar com a totalidade
do tratamento em ambiente domiciliar, de acordo
com a prescrição médica - Entendimento pacificado
pela Súmula 90 do E. TJSP - Abusividade da negativa de a
ré em arcar com o tratamento integral em assistência
domiciliar, inerente à natureza do contrato, nos termos do
artigo 51, IV, parágrafo 1º, II e III do CDC - Danos
morais caracterizados - Situação de aflição e
sofrimento à autora em fragilizado estado de
saúde - Valor da indenização fixado na r. sentença
em R$ 10.000,00 - Pedido de redução - Não
acolhimento - Valor que se encontra abaixo dos
parâmetros fixados por esta C. Câmara em casos
de recusa cobertura indevida de home care -
Escorreita a r. sentença que condenou a corré Unimed a
custear integralmente os serviços de home care nos termos
do relatório médico de fls. 65/66 e ao ressarcimento dos
valores gastos com manteriais e medicamentos não
fornecidos - Honorários recursais indevidos - Sentença
que já condenou a corré Unimed em 20% sobre o valor da
condenação, patamar máximo - RECURSO
DESPROVIDO. (TJSP; Apelação Cível 1003047-
57.2017.8.26.0005; Relator (a): Angela Lopes; Órgão
Julgador: 9ª Câmara de Direito Privado; Foro Regional V -
São Miguel Paulista - 1ª Vara Cível; Data do Julgamento:
15/03/2012; Data de Registro: 12/02/2019)

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER


C/C INDENIZATÓRIA, COM PEDIDO DE TUTELA
ANTECIPADA. DIREITO DO CONSUMIDOR. PLANO DE
SAÚDE. URGÊNCIA. AUTORA PORTADORA DO VÍRUS
HIV. ALEGAÇÃO DE NECESSIDADE DE
CUMPRIMENTO DE PRAZO DE CARÊNCIA POR SE
TRATAR DE DOENÇA PREEXISTENTE. ABUSIVIDADE.
AUTORA QUE NECESSITAVA DE INTERNAÇÃO EM CTI
EM DECORRÊNCIA DA GRAVIDADE DO SEU CASO.
DANO MORAL CONFIGURADO. (...) Dano moral in re
ipsa; 10. Considerando os critérios sugeridos pela
doutrina e jurisprudência e em observância aos
princípios da razoabilidade e da vedação ao
enriquecimento sem causa, entendo por correto a
condenação por danos morais, devendo o
montante fixado pelo Juízo de 1ª instância ser
mantido em R$ 8.000,00 (oito mil reais), eis que
adequado à compensação dos prejuízos advindos
do fato danoso, sem incorrer em enriquecimento ilícito
do lesionado; 11. Precedentes: AgInt no AGRAVO EM
RECURSO ESPECIAL Nº 1.122.995 - SP (2017/0148810-
6) RELATOR : MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃ
0013557-48.2016.8.19.0209 - APELAÇÃO Des(a).
WERSON FRANCO PEREIRA RÊGO - Julgamento:
07/02/2018 - VIGÉSIMA QUINTA CÂMARA CÍVEL
CONSUMIDOR 0026653-77.2009.8.19.0209 -
APELAÇÃO Des(a). SÉRGIO SEABRA VARELLA -
Julgamento: 18/12/2017 - VIGÉSIMA QUINTA CÂMARA
CÍVEL CONSUMIDOR; 0047672-02.2011.8.19.0038 -
APELAÇÃO Des(a). LUIZ FERNANDO DE ANDRADE
PINTO - Julgamento: 07/02/2018 - VIGÉSIMA QUINTA
CÂMARA CÍVEL CONSUMIDOR; 12. Negado provimento
ao recurso. (TJRJ, APELAÇÃO 0117819-
96.2013.8.19.0001, Relator(a): JDS ISABELA PESSANHA
CHAGAS, VIGÉSIMA QUINTA CÂMARA CÍVEL
CONSUMIDOR, Julgado em: 18/04/2018, Publicado em:
19/04/2018)

APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DO CONSUMIDOR.


PLANO DE SAÚDE. NEGATIVA DE CUSTEIO DE
INTERNAÇÃO E TRATAMENTO COM
ELETROCONVULSOTERAPIA. (...) .DANO MORAL
CONFIGURADO. (...)1. "É obrigatória a cobertura do
atendimento nos casos: I - de emergência, como tal
definidos os que implicarem risco imediato de vida ou de
lesões irreparáveis para o paciente, caracterizada em
declaração do médico assistente"; (Artigo 35-C da Lei
9656/98); 2. "A recusa indevida, pela operadora de
planos de saúde, de internação em estado de
emergência/urgência gera dano moral in re ipsa. "
(Enunciado sumular nº 337 do TJRJ); 3. "Enseja
dano moral a indevida recusa de internação ou serviços
hospitalares, inclusive home care, por parte do seguro
saúde somente obtidos mediante decisão judicial. "
(Enunciado sumular nº 209 do TJRJ); 4. "A verba
indenizatória do dano moral somente será modificada se
não atendidos pela sentença os princípios da
proporcionalidade e da razoabilidade na fixação do valor
da condenação. " (Súmula nº 343 do TJRJ); 5. In casu,
restou evidenciada a necessidade de internação
emergencial da autora, com quadro de grave distúrbio
psiquiátrico, apresentando risco iminente de morte por
suicídio, conforme asseverado no laudo médico; 6.
Apelante que não provou possuir clínica especializada para
o tratamento em sua rede conveniada, ônus que lhe
incumbia, na forma do art. 373, II do CPC; 7.
Indisponibilidade do serviço médico que equivale mesmo
à negativa, e gera a obrigação da apelante de custear o
tratamento necessário à saúde e à própria vida da
paciente; 8. Dano moral razoavelmente arbitrado em R$
8.000,00 (oito mil reais), valor que atende aos parâmetros
do método bifásico. Precedentes; 9. Recurso desprovido,
nos termos do voto do Relator. (TJRJ, APELAÇÃO
0058353-69.2016.8.19.0001, Relator(a): LUIZ
FERNANDO DE ANDRADE PINTO, VIGÉSIMA QUINTA
CÂMARA CÍVEL CONSUMIDOR, Julgado em:
21/03/2018, Publicado em: 23/03/2018)

Trata-se da necessária consideração dos danos causados pela


perda do tempo útil (desvio produtivo) do consumidor.

DOS DANOS PELO DESVIO PRODUTIVO

Conforme disposto nos fatos iniciais, o Consumidor teve que


desperdiçar seu tempo útil para solucionar problemas que foram causados pela
empresa Ré que não demonstrou qualquer intenção na solução do
problema, obrigando o ingresso da presente ação.

Este desgaste fica perfeitamente demonstrado por meio de


________ .

Este transtorno involuntário é o que a doutrina denomina de


DANO PELA PERDA DO TEMPO ÚTIL, pois afeta diretamente a rotina do
consumidor gerando um desvio produtivo involuntário, que obviamente causam
angústia e stress.

Humberto Theodoro Júnior leciona de forma simples e didática


sobre o tema, aplicando-se perfeitamente ao presente caso:
"Entretanto, casos há em que a conduta desidiosa do
fornecedor provoca injusta perda de tempo do
consumidor, para solucionar problema de vício
do produto ou serviço. (...) O fornecedor, desta forma,
desvia o consumidor de suas atividades para "resolver
um problema criado" exclusivamente por aquele. Essa
circunstância, por si só, configura dano indenizável no
campo do dano moral, na medida em que ofende a
dignidade da pessoa humana e outros princípios
modernos da teoria contratual, tais como a boa-fé
objetiva e a função social: (...) É de se convir que o
tempo configura bem jurídico valioso,
reconhecido e protegido pelo ordenamento
jurídico, razão pela qual, "a conduta que
irrazoavelmente o viole produzirá uma nova espécie de
dano existencial, qual seja, dano temporal" justificando a
indenização. Esse tempo perdido, destarte, quando viole
um "padrão de razoabilidade suficientemente assentado
na sociedade", não pode ser enquadrado noção de mero
aborrecimento ou dissabor." (THEODORO JÚNIOR,
Humberto. Direitos do Consumidor. 9ª ed. Editora
Forense, 2017. Versão ebook, pos. 4016)

Bruno Miragem, no mesmo sentido destaca:

"Por outro lado, vem se admitindo crescentemente, a


partir de provocação doutrinária, a concessão de
indenização pelo dano decorrente do sacrifício
do tempo do consumidor em razão de
determinado descumprimento contratual, como
ocorre em relação à necessidade de sucessivos e
infrutíferos contatos com o serviço de atendimento do
fornecedor, e outras providências necessárias à
reclamação de vícios no produto ou na prestação de
serviços." (MIRAGEM, Bruno. Curso de Direito do
Consumidor - Editora RT, 2016. versão e-book, 3.2.3.4.1)
Nesse sentido:

"Então, a perda injusta e intolerável do tempo útil


do consumidor provocada por desídia,
despreparo, desatenção ou má-fé (abuso de
direito) do fornecedor de produtos ou serviços deve
ser entendida como dano temporal (modalidade de dano
moral) e a conduta que o provoca classificada como ato
ilícito. Cumpre reiterar que o ato ilícito deve ser
colmatado pela usurpação do tempo livre,
enquanto violação a direito da personalidade,
pelo afastamento do dever de segurança que deve
permear as relações de consumo, pela
inobservância da boa-fé objetiva e seus deveres anexos,
pelo abuso da função social do contrato (seja na fase pré-
contratual, contratual ou pós-contratual) e, em último
grau, pelo desrespeito ao princípio da dignidade da
pessoa humana." (GASPAR, Alan Monteiro.
Responsabilidade civil pela perda indevida do tempo útil
do consumidor. Revista Síntese: Direito Civil e Processual
Civil, n. 104, nov-dez/2016, p. 62)

A jurisprudência, no mesmo sentido, ancora o posicionamento de


que o desvio produtivo ocasionado pela desídia de uma empresa deve ser
indenizada, conforme predomina a jurisprudência:

AÇÃO INDENIZATÓRIA DE DANOS MORAIS E PEDIDO


DE TUTELA ANTECIPADA. COMPRA E VENDA PELA
INTERNET. PRODUTO NÃO ENTREGUE PELA
VENDEDORA. RESTITUIÇÃO DO VALOR POR
AUSÊNCIA DA MERCADORIA EM ESTOQUE. TEORIA
DO TEMPO PERDIDO. Dano moral configurado em razão
do tempo perdido pelo consumidor na busca, sem sucesso,
pelo produto desejado. Não pode parecer razoável,
numa sociedade minimamente organizada, que
vive na busca incessante pela otimização de seu
tão precioso tempo, que um fornecedor possa,
impunemente, deixar de proceder a entrega de um
bem no tempo e modo que havia se
comprometido, fazendo com que o consumidor
seja privado durante determinado período de vida
de se utilizar de algo que tinha legítima
expectativa de receber. Se anunciava o produto pela
internet, o vendedor deveria ter tido o cuidado de verificar
se o mesmo havia em seu estoque, não podendo, após o
consumidor efetuar a compra, comodamente dizer que não
mais possui o bem, ainda que devolvendo o dinheiro, pois,
a essa altura, o comprador não quer receber de volta o que
pagou: quer, e tem direito, a receber o que comprou, sob
pena de ser indenizado pelo tempo útil de vida perdido
com esta operação comercial que restou frustada. Soa
como um verdadeiro prêmio ao fornecedor, após
comprovada a sua inadimplência, ser compelido a, apenas
e tão somente, devolver o valor recebido pelo produto não
entregue, sem nenhum ônus pelos desgastes causados.
Além da frustação suportada pelo não recebimento do bem
adquirido, ao se confirmar a notícia de que o fornecedor
não irá cumprir com a sua obrigação acordada, é tomado o
consumidor por absoluto sentimento de impotência, em
lamentável situação adversa que o faz começar do zero
nova procura pelo produto, revelando-se indiscutível a
perda de um tempo útil de sua vida. Na prática, situações
como a presenciada nestes autos levam o consumidor a ter
que sair de sua rotina diária, de sua zona de conforto,
privando-se de poder se dedicar a seus afazeres cotidianos,
de usufruir dos prazeres da vida, para perder seu tempo e
gastar energia buscando solucionar problemas a que não
deu causa vez que decorrentes da conduta negligente do
fornecedor. Sentimentos de impotência, frustração e
indignação, que extrapolam o mero dissabor e ensejam
condenação pecuniária. Dano moral reconhecido.
Sentença reformada. RECURSO PROVIDO. (TJSP;
Apelação 1019358-20.2017.8.26.0007; Relator (a): L. G.
Costa Wagner; Órgão Julgador: 34ª Câmara de Direito
Privado; Foro Regional VII - Itaquera - 3ª Vara Cível; Data
do Julgamento: 30/07/2018; Data de Registro:
31/07/2018)

RELAÇÃO DE CONSUMO - DIVERGÊNCIA DO


PRODUTO ENTREGUE - OBRIGAÇÃO DE FAZER
CONSISTENTE NA ENTREGA DO PRODUTO
EFETIVAMENTE ANUNCIADO PELA RÉ E ADQUIRIDO
PELO CONSUMIDOR - INDENIZAÇÃO POR DANO
MORAL - RECONHECIMENTO. (...) Caracterizados
restaram os danos morais alegados pelo Recorrido
diante do "desvio produtivo do consumidor", que
se configura quando este, diante de uma situação
de mau atendimento, é obrigado a desperdiçar o
seu tempo útil e desviar-se de seus afazeres à
resolução do problema, e que gera o direito à
reparação civil. E o quantum arbitrado (R$ 3.000,00),
em razão disso, longe está de afrontar o princípio da
razoabilidade, mormente pelo completo descaso da Ré, a
qual insiste em protrair a solução do problema gerado ao
consumidor. 3. Recurso conhecido e não provido.
Sentença mantida por seus próprios fundamentos, ex vi do
art. 46 da Lei nº 9.099/95. Sucumbente, arcará a parte
recorrente com os honorários advocatícios da parte
contrária, que são fixados em 20% do valor da condenação
a título de indenização por danos morais. (TJSP; Recurso
Inominado 0003780-72.2017.8.26.0156; Relator (a):
Renato Siqueira De Pretto; Órgão Julgador: 1ª Turma
Cível e Criminal; Foro de Jundiaí - 4ª. Vara Cível; Data do
Julgamento: 12/03/2018; Data de Registro: 12/03/2018)

APELAÇÃO - AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO C.C.


INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS - CONSUMIDOR
DEMANDANTE INDEVIDAMENTE COBRADO, POR
DÉBITO REGULARMENTE SATISFEITO - Completo
descaso para com as reclamações do autor -
Situação em que há de se considerar as angústias
e aflições experimentadas pelo autor, a perda de
tempo e o desgaste com as inúmeras idas e vindas
para solucionar a questão - Hipótese em que tem
aplicabilidade a chamada teoria do desvio
produtivo do consumidor - Inequívoco, com efeito, o
sofrimento íntimo experimentado pelo autor, que foge aos
padrões da normalidade e que apresenta dimensão tal a
justificar proteção jurídica - Indenização que se arbitra na
quantia de R$ 5.000,00, à luz da técnica do desestímulo.
(...) (TJSP; Apelação 1027480-84.2016.8.26.0224; Relator
(a): Ricardo Pessoa de Mello Belli; Órgão Julgador: 19ª
Câmara de Direito Privado; Foro de Guarulhos - 8ª Vara
Cível; Data do Julgamento: 05/03/2018; Data de Registro:
13/03/2018)

RELAÇÃO DE CONSUMO - VÍCIO OCULTO NO


PRODUTO(SOFÁ) - OBSERVÂNCIA DO CRITÉRIO DA
VIDA ÚTIL DO BEM DURÁVEL -DESVIO PRODUTIVO
DO CONSUMO - INDENIZAÇÃO POR DANOS
MATERIAIS E MORAIS - RECONHECIMENTO. 1. (...)
Caracterizados restaram, ainda, os danos morais
asseverados pelo Recorrido diante do "desvio
produtivo do consumidor", que se configura
quando este, diante de uma situação de mau
atendimento, é obrigado a desperdiçar o seu
tempo útil e desviar-se de seus afazeres, e que
gera o direito à reparação civil. E o quantum
arbitrado (R$ 2.000,00), em razão disso, longe está de
afrontar o princípio da razoabilidade, mormente pelo
completo descaso da Ré, loja de envergadura nacional,
para com o seu cliente. 3. Recurso conhecido e não
provido. Sentença mantida por seus próprios
fundamentos, ex vi do art. 46 da Lei nº 9.099/95.
Sucumbente, arcará a parte Recorrente com os honorários
advocatícios da parte contrária, que são fixados em 20%
do valor total da condenação. (TJSP; Recurso Inominado
1000711-15.2017.8.26.0156; Relator (a): Renato Siqueira
De Pretto; Órgão Julgador: 1ª Turma Cível e Criminal;
Foro de Ribeirão Preto - 2ª. Vara Cível; Data do
Julgamento: 05/02/2018; Data de Registro: 05/02/2018)

Trata-se de notório desvio produtivo caracterizado pela perda do


tempo que lhe seria útil ao descanso, lazer ou de forma produtiva, acaba
sendo destinado na solução de problemas de causas alheias à sua
responsabilidade e vontade.

A perda de tempo de vida útil do consumidor, em razão da falha da


prestação do serviço não constitui mero aborrecimento do cotidiano, mas
verdadeiro impacto negativo em sua vida, devendo ser INDENIZADO.

DO QUANTUM INDENIZATÓRIO

O quantum indenizatório deve ser fixado de modo a não só


garantir à parte que o postula a recomposição do dano em face da lesão
experimentada, mas igualmente deve, servir de reprimenda àquele que efetuou
a conduta ilícita, como assevera a doutrina:

"Com efeito, a reparação de danos morais exerce função


diversa daquela dos danos materiais. Enquanto estes se
voltam para a recomposição do patrimônio ofendido, por
meio da aplicação da fórmula "danos emergentes e lucros
cessantes" (CC, art. 402), aqueles procuram oferecer
compensação ao lesado, para atenuação do sofrimento
havido. De outra parte, quanto ao lesante,
objetiva a reparação impingir-lhe sanção, a fim
de que não volte a praticar atos lesivos à
personalidade de outrem." (BITTAR, Carlos Alberto.
Reparação Civil por Danos Morais. 4ª ed. Editora Saraiva,
2015. Versão Kindle, p. 5423)

Neste sentido é a lição do Exmo. Des. Cláudio Eduardo Regis de


Figueiredo e Silva, ao disciplinar o tema:

"Importa dizer que o juiz, ao valorar o dano moral,


deve arbitrar uma quantia que, de acordo com o seu
prudente arbítrio, seja compatível com a
reprovabilidade da conduta ilícita, a intensidade
e duração do sofrimento experimentado pela
vítima, a capacidade econômica do causador do
dano, as condições sociais do ofendido, e outras
circunstâncias mais que se fizerem presentes"
(Programa de responsabilidade civil. 6. ed., São Paulo:
Malheiros, 2005. p. 116). No mesmo sentido aponta a
lição de Humberto Theodoro Júnior: [...] "os parâmetros
para a estimativa da indenização devem levar em conta
os recursos do ofensor e a situação econômico-social do
ofendido, de modo a não minimizar a sanção a tal ponto
que nada represente para o agente, e não exagerá-la,
para que não se transforme em especulação e
enriquecimento injustificável para a vítima. O bom senso
é a regra máxima a observar por parte dos juízes" (Dano
moral. 6. ed., São Paulo: Editora Juarez de Oliveira,
2009. p. 61). Complementando tal entendimento, Carlos
Alberto Bittar, elucida que"a indenização por danos
morais deve traduzir-se em montante que
represente advertência ao lesante e à sociedade
de que se não se aceita o comportamento
assumido, ou o evento lesivo
advindo.Consubstancia-se, portanto, em importância
compatível com o vulto dos interesses em conflito,
refletindo-se, de modo expresso, no patrimônio do
lesante, a fim de que sinta, efetivamente, a resposta da
ordem jurídica aos efeitos do resultado lesivo produzido.
Deve, pois, ser quantia economicamente significativa, em
razão das potencialidades do patrimônio do
lesante"(Reparação Civil por Danos Morais, RT, 1993, p.
220). Tutela-se, assim, o direito violado. (TJSC, Recurso
Inominado n. 0302581-94.2017.8.24.0091, da Capital -
Eduardo Luz, rel. Des. Cláudio Eduardo Regis de
Figueiredo e Silva, Primeira Turma de Recursos - Capital,
j. 15-03-2018)

Ou seja, enquanto o papel jurisdicional não fixar condenações que


sirvam igualmente ao desestímulo e inibição de novas práticas lesivas,
situações como estas seguirão se repetindo e tumultuando o judiciário.

Portanto, cabível a indenização por danos morais, E nesse sentido,


a indenização por dano moral deve representar para a vítima uma satisfação
capaz de amenizar de alguma forma o abalo sofrido e de infligir ao causador
sanção e alerta para que não volte a repetir o ato, uma vez que fica evidenciado
completo descaso aos transtornos causados.

DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

Demonstrada a relação de consumo, resta consubstanciada a


configuração da necessária inversão do ônus da prova, conforme disposição
expressa do Código de Defesa do Consumidor:

Art. 6º. São direitos básicos do consumidor: (...) VIII - a


facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a
inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil,
quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou
quando for ele hipossuficiente, segundo as regras
ordinárias de experiências

A inversão do ônus da prova é consubstanciada na impossibilidade


ou grande dificuldade na obtenção de prova indispensável por parte do Autor,
sendo amparada pelo princípio da distribuição dinâmica do ônus da prova
implementada pelo Novo Código de Processo Civil:
Art. 373. O ônus da prova incumbe:
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo,
modificativo ou extintivo do direito do autor.
§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de
peculiaridades da causa relacionadas à
impossibilidade ou à excessiva dificuldade de
cumprir o encargo nos termos do caput ou à
maior facilidade de obtenção da prova do fato
contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova
de modo diverso, desde que o faça por decisão
fundamentada, caso em que deverá dar à parte a
oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi
atribuído.

No presente caso a HIPOSSUFICIÊNCIA PROBATÓRIA fica


caracteriza diante da ________ .

Trata-se da efetiva aplicação do Princípio da Isonomia, segundo o


qual, todos devem ser tratados de forma igual perante a lei, observados os
limites de sua desigualdade. Nesse sentido, a jurisprudência orienta a inversão
do ônus da prova para viabilizar o acesso à justiça:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO ORDINÁRIA DE


REVISÃO. CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO.
CONFISSÃO DE DÍVIDA. INVERSÃO DO ÔNUS A
PROVA. POSSIBILIDADE. HIPOSSUFICIÊNCIA.
PRESENTE O REQUISITO DO ART. 6º, INCISO VIII, DO
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.
PRECEDENTES DESTE TRIBUNAL. RECURSO
DESPROVIDO. (a) O Código de Defesa do
Consumidor adotou a teoria da distribuição
dinâmica do ônus da prova. Assim, a inversão do ônus
nesse microssistema não se aplica de forma automática a
todas as relações de consumo, mas depende da
demonstração dos requisitos da verossimilhança da
alegação ou da hipossuficiência do 16ª Câmara Cível -
TJPR 2 consumidor, consoante dispõe o art. 6º, inciso
VIII, do Código de Defesa do Consumidor. Os elementos
que constam dos autos são suficientes para
demonstrar que a autora encontrará dificuldade
técnica para comprovar suas alegações em juízo,
uma vez que pretendem a revisão de vários
contratos, os quais não estão em seu poder. (b)
Insta salientar que os requisitos da verossimilhança das
alegações e da hipossuficiência não são cumulativos,
portanto, a presença de um deles autoriza a inversão do
ônus da prova. (TJPR - 16ª C.Cível - 0020861-
59.2018.8.16.0000 - Paranaguá - Rel.: Lauro Laertes de
Oliveira - J. 08.08.2018)

Assim, diante da inequívoca e presumida hipossuficiência, uma


vez que disputa a lide com uma empresa de grande porte, indisponível
concessão do direito à inversão do ônus da prova, que desde já requer.

DAS PROVAS QUE PRETENDE PRODUZIR

Para demonstrar o direito arguido no presente pedido, o autor


pretende instruir seus argumentos com as seguintes provas:

a) Depoimento pessoal do ________ , para


esclarecimentos sobre ________ , nos termos do Art. 385
do CPC;

b) Ouvida de testemunhas, uma vez que ________ cujo


rol segue abaixo: ________

c) Obtenção dos documentos abaixo indicados, junto ao


________ nos termos do Art. 396 do CPC;

d) Reprodução cinematográfica a ser apresentada em


audiência nos termos do Parágrafo Único do art. 434 do
CPC;

e) Análise pericial da ________ .

Importante esclarecer sobre a indispensabilidade da prova


pericial/testemunhal, pois trata-se de meio mínimo necessário a comprovar o
direito pleiteado, sob pena de grave cerceamento de defesa:

Home-care - Poder público- Possibilidade de realização de


prova técnica no procedimento dos Juizados Especiais da
Fazenda- Inteligência do art. 10 da Lei 12.153/2009-
Sentença anulada com determinação de realização da
prova- (...)- Recurso provido- Sentença anulada. (TJSP;
Recurso Inominado Cível 1002034-63.2017.8.26.0218;
Relator (a): Marcelo Yukio Misaka; Órgão Julgador:
Turma da Fazenda; Foro Regional XI - Pinheiros - 3.VARA
CIVEL; Data do Julgamento: 31/05/2019; Data de
Registro: 31/05/2019)

Tratam-se de provas necessárias ao contraditório e à ampla defesa,


conforme dispõe o Art. 369 do Novo CPC, "As partes têm o direito de
empregar todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos,
ainda que não especificados neste Código, para provar a verdade dos
fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na
convicção do juiz."

Trata-se da positivação ao efetivo exercício do contraditório e da


ampla defesa disposto no Art. 5º da Constituição Federal:

"Art. 5º (...) LV - aos litigantes, em processo judicial ou


administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com
os meios e recursos a ela inerentes;(...)"

A doutrina ao disciplinar sobre este princípio destaca:


"(...) quando se diz "inerentes" é certo que o
legislador quis abarcar todas as medidas
passíveis de serem desenvolvidas como
estratégia de defesa. Assim, é inerente o direito de
apresentar as razões da defesa perante o magistrado, o
direito de produzir provas, formular perguntas às
testemunhas e quesitos aos peritos, quando necessário,
requerer o depoimento pessoal da parte contrária, ter
acesso aos documentos juntados aos autos e assim por
diante." (DA SILVA, Homero Batista Mateus. Curso de
Direito do Trabalho Aplicado - vol. 8 - Ed. RT, 2017.
Versão ebook. Cap. 14)

Para tanto, o autor pretende instruir o presente com as provas


acima indicadas, sob pena de nulidade do processo.

DA TUTELA DE URGÊNCIA

Nos termos do Art. 300 do CPC/15, "a tutela de urgência será


concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do
direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo."

No presente caso tais requisitos são perfeitamente caracterizados,


vejamos:

A PROBABILIDADE DO DIREITO resta caracterizada diante


da demonstração inequívoca de que ________ .

Assim, conforme destaca a doutrina, não há razão lógica para


aguardar o desfecho do processo, quando diante de direito inequívoco:

"Se o fato constitutivo é incontroverso não há


racionalidade em obrigar o autor a esperar o tempo
necessário à produção da provas dos fatos impeditivos,
modificativos ou extintivos, uma vez que o autor já se
desincumbiu do ônus da prova e a demora inerente à
prova dos fatos, cuja prova incumbe ao réu certamente o
beneficia." (MARINONI, Luiz Guilherme. Tutela de
Urgência e Tutela da Evidência. Editora RT, 2017. p.284)

Já o RISCO DA DEMORA, fica caracterizado pela ________ ,


ou seja, tal circunstância confere grave risco de perecimento do resultado útil do
processo, conforme leciona Humberto Theodoro Júnior:

"um risco que corre o processo principal de não


ser útil ao interesse demonstrado pela parte", em
razão do "periculum in mora", risco esse que deve ser
objetivamente apurável, sendo que e a plausibilidade do
direito substancial consubstancia-se no direito "invocado
por quem pretenda segurança, ou seja, o "fumus boni
iuris" (in Curso de Direito Processual Civil, 2016. I. p.
366).

Por fim, cabe destacar que o presente pedido NÃO caracteriza


conduta irreversível, não conferindo nenhum dano ao réu .

Diante de tais circunstâncias, é inegável a existência de fundado


receio de dano irreparável, sendo imprescindível a ________ , nos termos do
Art. 300 do CPC.

DA JUSTIÇA GRATUITA

O Requerente atualmente é ________ , tendo sob sua


responsabilidade a manutenção de sua família, razão pela qual não poderia
arcar com as despesas processuais.

Ademais, em razão da pandemia, após a política de distanciamento


social imposta pelo Decreto ________ nº ________ (em anexo), o
requerente teve o seu contrato de trabalho reduzido, com redução do seu salário
em ________ , agravando drasticamente sua situação econômica.

Desta forma, mesmo que seus rendimentos sejam superiores ao


que motiva o deferimento da gratuidade de justiça, neste momento excepcional
de reduçào da sua remuneração, o autor se encontra em completo descontrole
de suas contas, em evidente endividamento.

Como prova, junta em anexo ao presente pedido ________ .

Para tal benefício o autor junta declaração de hipossuficiência e


comprovante de renda, os quais demonstram a inviabilidade de pagamento das
custas judicias sem comprometer sua subsistência, conforme clara redação do
Art. 99 Código de Processo Civil de 2015.

Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser


formulado na petição inicial, na contestação, na petição
para ingresso de terceiro no processo ou em recurso.

§ 1º Se superveniente à primeira manifestação da parte na


instância, o pedido poderá ser formulado por petição
simples, nos autos do próprio processo, e não suspenderá
seu curso.

§ 2º O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver


nos autos elementos que evidenciem a falta dos
pressupostos legais para a concessão de gratuidade,
devendo, antes de indeferir o pedido, determinar à parte a
comprovação do preenchimento dos referidos
pressupostos.

§ 3º Presume-se verdadeira a alegação de


insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa
natural.

Assim, por simples petição, sem outras provas exigíveis por lei, faz
jus o Requerente ao benefício da gratuidade de justiça:

AGRAVO DE INSTRUMENTO - MANDADO DE


SEGURANÇA - JUSTIÇA GRATUITA - Assistência
Judiciária indeferida - Inexistência de elementos nos
autos a indicar que o impetrante tem condições de
suportar o pagamento das custas e despesas
processuais sem comprometer o sustento próprio
e familiar, presumindo-se como verdadeira a
afirmação de hipossuficiência formulada nos
autos principais - Decisão reformada - Recurso provido.
(TJSP; Agravo de Instrumento 2083920-
71.2019.8.26.0000; Relator (a): Maria Laura Tavares;
Órgão Julgador: 5ª Câmara de Direito Público; Foro
Central - Fazenda Pública/Acidentes - 6ª Vara de Fazenda
Pública; Data do Julgamento: 23/05/2019; Data de
Registro: 23/05/2019

Cabe destacar que o a lei não exige atestada miserabilidade do


requerente, sendo suficiente a "insuficiência de recursos para pagar as custas,
despesas processuais e honorários advocatícios"(Art. 98, CPC/15), conforme
destaca a doutrina:

"Não se exige miserabilidade, nem estado de


necessidade, nem tampouco se fala em renda familiar ou
faturamento máximos. É possível que uma pessoa
natural, mesmo com bom renda mensal, seja merecedora
do benefício, e que também o seja aquela sujeito que é
proprietário de bens imóveis, mas não dispõe de liquidez.
A gratuidade judiciária é um dos mecanismos de
viabilização do acesso à justiça; não se pode
exigir que, para ter acesso à justiça, o sujeito
tenha que comprometer significativamente sua
renda, ou tenha que se desfazer de seus bens,
liquidando-os para angariar recursos e custear o
processo." (DIDIER JR. Fredie. OLIVEIRA, Rafael
Alexandria de. Benefício da Justiça Gratuita. 6ª ed.
Editora JusPodivm, 2016. p. 60)

"Requisitos da Gratuidade da Justiça. Não é


necessário que a parte seja pobre ou necessitada
para que possa beneficiar-se da gratuidade da
justiça. Basta que não tenha recursos suficientes para
pagar as custas, as despesas e os honorários do processo.
Mesmo que a pessoa tenha patrimônio suficiente, se estes
bens não têm liquidez para adimplir com essas despesas,
há direito à gratuidade." (MARINONI, Luiz Guilherme.
ARENHART, Sérgio Cruz. MITIDIERO, Daniel. Novo
Código de Processo Civil comentado. 3ª ed. Revista dos
Tribunais, 2017. Vers. ebook. Art. 98)

Por tais razões, com fulcro no artigo 5º, LXXIV da Constituição


Federal e pelo artigo 98 do CPC, requer seja deferida a gratuidade de justiça ao
requerente.

A existência de patrimônio imobilizado, no qual vive a sua família


não pode ser parâmetro ao indeferimento do pedido:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE


RECONHECIMENTO E/OU DISSOLUÇÃO DE UNIÃO
ESTÁVEL OU CONCUBINATO. REVOGAÇÃO DA
GRATUIDADE DE JUSTIÇA. (...) Argumento da
titularidade do Agravante sobre imóvel, que não
autoriza o indeferimento do benefício da
gratuidade de justiça, pois se trata de patrimônio
imobilizado, não podendo ser indicativo de
possibilidade e suficiência financeira para arcar
com as despesas do processo, sobretudo, quando
refere-se a pessoa idosa a indicar os pressupostos à
isenção do pagamento de custas nos termos do art. 17,
inciso X da Lei n.º 3.350/1999. Direito à isenção para o
pagamento das custas bem como a gratuidade de justiça
no que se refere a taxa judiciária. Decisão merece reforma,
restabelecendo-se a gratuidade de justiça ao réu agravante.
CONHECIMENTO DO RECURSO E PROVIMENTO DO
AGRAVO DE INSTRUMENTO. (TJRJ, AGRAVO DE
INSTRUMENTO 0059253-21.2017.8.19.0000, Relator(a):
CONCEIÇÃO APARECIDA MOUSNIER TEIXEIRA DE
GUIMARÃES PENA, VIGÉSIMA CÂMARA CÍVEL,
Julgado em: 28/02/2018, Publicado em: 02/03/2018)

AGRAVO DE INSTRUMENTO. DECISÃO


MONOCRÁTICA. AÇÃO DE USUCAPIÃO. BENEFÍCIO
DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA. COMPROVAÇÃO DA
NECESSIDADE. DEFERIMENTO DO BENEFÍCIO. -
Defere-se o benefício da gratuidade da justiça sem outras
perquirições, se o requerente, pessoa natural, comprovar
renda mensal bruta abaixo de Cinco Salários Mínimos
Nacionais, conforme novo entendimento firmado pelo
Centro de Estudos do Tribunal de Justiçado Rio Grande do
Sul, que passo a adotar (enunciado nº 49). - A condição
do agravante possuir estabelecimento comercial
não impossibilita que seja agraciado com a
gratuidade de justiça, especialmente diante da
demonstração da baixa movimentação financeira
da microempresa de sua propriedade. AGRAVO DE
INSTRUMENTO PROVIDO. (Agravo de Instrumento Nº
70076365923, Décima Sétima Câmara Cível, Tribunal de
Justiça do RS, Relator: Gelson Rolim Stocker, Julgado em
10/01/2018).

Afinal, o Requerente possui inúmeros compromissos financeiros


que inviabilizam o pagamento das custas sem comprometer sua subsistência,
veja:

 ________ - R$ ________ ;

 ________ - R$ ________ ;

 ________ - R$ ________ ...


Ou seja, apesar do patrimônio e renda elevada, todo valor auferido
mensalmente esta comprometido, inviabilizando suprir a custas processuais.

DA GRATUIDADE DOS EMOLUMENTOS

O artigo 5º, incs. XXXIV e XXXV da Constituição Federal assegura


a todos o direito de acesso à justiça em defesa de seus direitos,
independente do pagamento de taxas, e prevê expressamente ainda que a
lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.

Ao regulamentar tal dispositivo constitucional, o Código de


Processo Civil prevê:

Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou


estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as
custas, as despesas processuais e os honorários
advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma
da lei.

§ 1º A gratuidade da justiça compreende:


(...)

IX - os emolumentos devidos a notários ou


registradores em decorrência da prática de
registro, averbação ou qualquer outro ato notarial
necessário à efetivação de decisão judicial ou à
continuidade de processo judicial no qual o benefício
tenha sido concedido.

Portanto, devida a gratuidade em relação aos emolumentos


extrajudiciais exigidos pelo Cartório. Nesse sentido são os precedentes sobre o
tema:

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL.


BENEFICIÁRIO DA AJG. EXECUÇÃO DE SENTENÇA.
REMESSA À CONTADORIA JUDICIAL PARA
CONFECÇÃO DE CÁLCULOS. DIREITO DO
BENEFICIÁRIO INDEPENDENTEMENTE DA
COMPLEXIDADE. 1. Esta Corte consolidou jurisprudência
no sentido de que o beneficiário da assistência judiciária
gratuita tem direito à elaboração de cálculos pela
Contadoria Judicial, independentemente de sua
complexidade. Precedentes. 2. Recurso especial a que se
dá provimento. (STJ - REsp 1725731/RS, Rel. Ministro OG
FERNANDES, SEGUNDA TURMA, julgado em
05/11/2019, DJe 07/11/2019)

AGRAVO DE INSTRUMENTO. JUSTIÇA GRATUITA.


EMOLUMENTOS DE CARTÓRIO EXTRAJUDICIAL.
ABRANGÊNCIA. Ação de usucapião. Decisão que
indeferiu o pedido de isenção dos emolumentos, taxas e
impostos devidos para concretização da transferência de
propriedade do imóvel objeto da ação à autora, que é
beneficiária da gratuidade da justiça. Benefício que se
estende aos emolumentos devidos em razão de
registro ou averbação de ato notarial necessário à
efetivação de decisão judicial (art. 98, § 1º, IX, do
CPC). (...). Decisão reformada em parte. AGRAVO
PARCIALMENTE PROVIDO. (TJSP; Agravo de
Instrumento 2037762-55.2019.8.26.0000; Relator (a):
Alexandre Marcondes; Órgão Julgador: 3ª Câmara de
Direito Privado; Foro de Santos - 10ª Vara Cível; Data do
Julgamento: 14/08/2014; Data de Registro: 22/03/2019)

Assim, por simples petição, uma vez que inexistente prova da


condição econômica do Requerente, requer o deferimento da gratuidade dos
emolumentos necessários para o deslinde do processo.

DO PEDIDO

Ante o exposto, requer:


1. A concessão do benefício da Justiça Gratuita, nos termos do art. 98 do
Código de Processo Civil;

2. A citação do réu, na pessoa de seu representante legal, para, querendo


responder a presente demanda;

3. A inversão do ônus da prova, determinando ao Réu que traga ao processo


________ ;

4. Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito


admitidas e cabíveis à espécie, especialmente pelos documentos
acostados;

5. A total procedência da presente demanda, para fins de condenar o Réu a


pagar ao requerente a título de reembolso e danos materiais o valor de R$
________ , e um quantum a título de danos morais, não inferior a R$
________ , considerando as condições das partes, principalmente o
potencial econômico-social da lesante, a gravidade da lesão, sua
repercussão e as circunstâncias fáticas;

6. A condenação do requerido em custas judiciais e honorários advocatícios,

7. Requer que as intimações ocorram EXCLUSIVAMENTE em nome do


Advogado ________ , OAB ________ .

Por fim, manifesta o ________ na audiência conciliatória, nos termos do Art.


319, inc. VII do CPC.

Dá-se à causa o valor de R$ ________

Termos em que, pede deferimento.

________ , ________ .

________
ANEXOS

1. Comprovante de renda

2. Declaração de hipossuficiência

3. Documentosde identidade do Autor

4. Procuração

5. Declaração de Pobreza do Autor ou Custas judiciais

6. Cópia do contrato do plano de saúde

7. Prova das despesas - se houver

8. Prova da solicitação de cobertura/reembolso e negativa

9. Laudos médicos

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