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AVALIAÇÃO 2 – PRÁTICA PENAL .

AVA

RESPOSTA 01-1. A proibição a tortura consagra o mandamento da dignidade da pessoa humana,


previsto tanto na CF/88 quanto em tratados internacionais como a Convenção Interamericana de
Direitos Humanos, quanto os Tratados de Prevenção e Repressão a Tortura, em que o Brasil é
signatário. A tortura no ordenamento jurídico pátrio, é crime assemelhado a hediondo, insuscetível
de anistia, graça ou indulto. A tortura-prova, narrada no enunciado, tem como objetivo obter provas
do cometimento da infração. O efeito jurídico da violação desse princípio é tornar nula toda e
qualquer prova obtida por meio da tortura. Não só as obtidas diretamente, como as obtidas
indiretamente, o que a doutrina denomina de Teoria da Arvore dos Frutos envenenados. As provas
derivadas das ilícitas devem também receber o mesmo tratamento, ser desentranhadas dos autos,
portanto, nulas desde sua origem.

2. A responsabilidade penal, administrativa e civil dos agentes torturadores, restando comprovada,


incidirá nos termos da lei n° 9455/97 (lei da tortura). Caso ocorra a condenação, no âmbito penal, é
efeito automático desta, a perda do cargo, emprego ou função pública e a proibição do seu exercício
pelo dobro do prazo da pena aplicada.
Interessante notar a possibilidade de utilizar a própria prova ilícita derivada da tortura, como prova
de que a tortura fora praticada contra a pessoa. Essa exceção consta em Tratados Internacionais que
vedam a tortura como obtenção de provas, mas permitem esse utilização como prova da prática do
crime.

3. O uso de algemas deve ser tratado como uma excepcionalidade, fundamentada por escrito, em
casos resistência, de perigo a integridade física do agentes, da pessoa ou de terceiros e fundado
receio de fuga do detido. O tratamento veio à luz da Súmula Vinculante n° 11, em que o STF
condicionou o uso da algema. Atualmente disciplinada no Decreto 8858/16.

RESPOSTA 02 -1- Sim, João praticou o crime de estupro de vulnerável do art. 217-A do Código
Penal. O tipo prevê, dentre outros, o ato de praticar conjunção carnal com menor de 14 anos.

2-Há muito tempo, tem-se debatido em sede doutrinária e jurisprudencial se o consentimento da


menor de 14 anos poderia afastar o cometimento do delito. Neste caso, o consentimento da vítima
funcionaria como uma espécie supralegal de causa excludente de ilicitude . Porém, a tese que tem
prevalecido é do caráter absoluto de lesividade da conduta, inclusive, a pouco tempo, o Superior
Tribunal de Justiça redigiu a súmula 593 que considera irrelevante o eventual consentimento da
vítima para a prática do ato sexual. Mais recentemente ainda, o legislador, alterando parte do título
dos crimes contra a dignidade sexual do Código Penal, inseriu o §5º no art.217-A o qual prevê
expressamente que se aplica a pena independentemente do consentimento da vítima.

3- A existência de relacionamento amoroso e a experiência sexual da vítima também já estiveram no


centro das discussões relacionadas a este crime. Da mesma forma que o consentimento da vítima,
ambas as situações legitimadoras são rechaçadas pela súmula 593 do STJ , pelo próprio texto do §5º
no art.217-A e pela doutrina. Insta salientar, que no direito comparado existe uma teoria americana
chamada "Teoria Romeu e Julieta". Defende essa teoria que nos casos em que o casal possuísse uma
diferença máxima de 5 anos e estivessem num relacionamento amoroso, não se aplicaria o tipo
penal de estupro de vulnerável. Ex: casal de namorados, ele com 18 anos e ela com 13. Tal teoria,
apesar de ter sido aplicada de forma isolada em determinado julgado, foi totalmente afastada e não
aceita em sede jurisprudencial.

RESPOSTA 03-1. Independentemente do crime em questão, quando envolver violência doméstica


ou famliar contra a mulher, a autoridade policial deverá instaurar inquérito policial. Obviamente, os
crimes que exigem a representação por parte da vítima, sem esta não poderá ser instaurado o
referido procedimento administrativo. O Crime de Lesão Corporal Leve em situação de violência
doméstica contra a mulher (art.129, §9º CP c/c art. 7, I, 11.340/06) deverá ser insvestigado por meio
de inquérito policial, sem a necessidade de representação da vítima. (Entende o STF que o crime de
lesão leve e culposa contra a mulher é de ação penal publica incondicionada). O crime de ameaça
exige representação por parte da vítima para a instauração do inquérito policial. Já o crime de
injúria só poderá ser investigado, também por meio de inquérito, caso haja requerimento por parte
da vítima.

2. No crime de lesão corporal leve práticada contra a mulher no contexto doméstico (art.129, §9º CP
c/c art. 7, I, 11.340/06), não há hipótese de retratação por parte da vítima, uma vez que trata-se
crime de ação penal pública incondicionada. A retratação da vítima nos crimes de ameaça (art.147
CP c/c art.7, II, 11.340/06) exige audiência especifica para este ato ANTES DO RECEBIMENTO
DA DENÚNCIA, na presença do juíz e ouvido o Ministério Público. Já no crime de Injúria (art. 140
CP c/c art.7, V, 11.340/06) basta que a vítima não ofereça a queixa crime ou renúnie a este direito,
ou se no decurso da ação perdoe o réu.

3.O art.41 da Lei 11.340/06 prevê expressamente que não se aplicará as disposições da lei 9.099/95
nos crimes que envolvam violência doméstica contra a mulher. Com isso, torna-se inaplicável todos
os institutos despenalizadores previstos na lei 9099/95 nos crimes que envolvam violência
doméstica contra a mulher. O STF entendeu por constitucional tal previsão do artigo, e partindo
desse entendimento, afastou o art. 88 da lei 9099/95 nos casos de violência contra a mulher. Com
isso, entende-se por incondicionada os crimes de lesão corporal leve e culposa contra a mulher

RESPOSTA 4 - A primeira hipótese de modificação de competência dos Juizados Especiais


Criminais pode ser encontrada nos casos de impossibilidade de citação pessoal do acusado,
conforme art. 66, parágrafo único, da Lei 9.099/95. Isso porque os princípios da economia
processual e celeridade vão de encontro às medidas processuais aplicáveis nos casos de
impossibilidade de citação pessoal, coma citação por edital. Como consequência, o juiz
encaminhará as peças existentes ao Juízo comum para adoção do procedimento previsto em lei. A
segunda hipótese liga-se à complexidade da causa, prevista no art. 77, § 2º, da Lei 9.099/95. O rito
sumaríssimo tem como vetor importante a simplicidade, que restaria afetado caso se admitisse que
casos complexos fossem processados nesse sistema. Ademais, feriria o próprio núcleo do devido
processo legal, pois o presente rito subtrai uma série de possibilidades de elucidação de casos
complexos. A terceira hipótese encontra-se prevista no art. 60, parágrafo único, da Lei 9.099/95.
Havendo conexão entre um crime de menor potencial ofensivo e um crime do Juízo Comum, ambos
devem ser processados e julgados pelo Juízo Comum. Contudo, devem ser observados os institutos
despenalizados em relação ao crime de menor potencial ofensivo.

RESPOSTA 5- a)A desclassificação imprópria ocorre quando os jurados reconhecem a sua incompetência


para julgar o crime, indicando qual teria sido o crime praticado. Por outro lado, a desclassificação própria ocorre
quando os jurados consideram que o crime não é da competência do tribunal do júri, sem especificar qual é o
crime.”
B) CONTINUA NO TRIBUNAL DO JURI , SENDO JULGADO PELO JUIZ PRESIDENTE .

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