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(DEONTOLOGIA)
I
USANDO DE GRANDE GENERALIDADE, PODER-SE-Á DIZER QUE A
DEONTOLOGIA, É A CIÊNCIA DOS DEVERES… DO ESTUDO DOS DEVERES
ESPECIAIS DE UMA SITUAÇÃO… DAS PARTICULARIDADES DOS DEVERES
DAS DIVERSAS PROFISSÕES.
II
DIR-SE-IA ENTÃO QUE :
III
ACEITE ESTA DETERMINAÇÃO DA DIFERENÇA ENTRE O USO COMUM
E O ESPECULATIVO DA RAZÃO, É POSSIVEL DATAR E AJUIZAR DO
COMEÇO DA FILOSOFIA.
IV
ATRIBUI-SE COMO PRIMEIRO (ou um dos primeiros de que disso há
conhecimento), QUE APLICOU O USO DA RAZÃO ESPECULATIVA, E DE QUE
TERÃO DERIVADO OS PRIMEIROS PASSOS DO ENTENDIMENTO HUMANO
PARA O CULTIVO DA CIÊNCIA, A “TALES” (de Mileto, 624 / 545 a.c.).
TERÁ FUNDADO A “SEITA” (Escola Jónica).
Como diz Lesley Levene no seu livro Filosofia para pessoas com
pressa :
“ Estes Filósofos iniciais, tentaram elaborar relatos sistemáticos
do mundo visível em termos descritivos e analíticos objectivos.
Para Tales de Mileto, a solução era a água, tendo observado a
maneira como ela podia assumir diferentes formas, (vapor,
liquido, gelo), e daí entendia que a água tinha de ser a base do
universo. Também pensava que a terra era plana e flutuava
sobre a água e que os terramotos eram provocados quando a
porção de terra chocava ou era atingida por ondas gigantes” .
Platão (427 a 347 a.c.), professor de Aristóteles, referiu-se a
Tales de Mileto, como um dos Sete Homens Sábios:
TALES de MILETO
SOLON de ATENAS
QUILON de ESPARTA
PITACO de MITILENE
BIAS de PRIENE
CLEÓBULO de LINDO
PERIANDRO de CORINTO
Eu diria que Tales de Mileto terá sido um dos primeiros
engenheiros, dignos desse nome.
Artigo 6º
Inscrição
ou praticar acto próprio de uma profissão para a qual a lei exige título ou
preenchimento de certas condições, arrogando-se expressa ou
tacitamente, possui-lo ou preenche-las, quando o não possui ou não as
preenche”.
Isto aplica-se mais às pessoas que são detentoras de alguns
conhecimentos de engenharia (por exemplo pessoas que não acabaram o
curso) ou que têm graus de engenharia de não licenciatura e agem ou
procedem em decisões e actuações, como se fossem licenciados. A
maior parte dos casos é com pessoas da área, mas também pode
acontecer com pessoas até licenciadas, mas de outras áreas, como por
exemplo advogados (caso frequente de pensarem que o PDM é só o
regulamento sem verem as legendas dos cartogramas).
Na maior parte dos casos, as pessoas indiferenciadas, emitem
opiniões com profunda ignorância, mas sem qualquer intenção da prática
de um acto de engenharia. Uma opinião sem consequências e que a
ninguém obriga ou influi, incluindo o próprio.
Coisa diferente é isso acontecer em texto publicado
intensionalmente, com objectivo pré determinado, e que se destina
precisamente a formar a opinião pública. É o caso da Estrada Real.
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Artigo 7º
não tem competência. No entanto agora não por não ser engenheiro, mas
por não o ser dessa área em licenciamento, como por exemplo o direito
ou a economia, o que acontece com alguma frequência. No entanto isto
pode ser justificado de modo a não ser visto como uma arrogância de
conhecimentos. Neste tipo de situação, não foi o engenheiro que a
procurou, mas viu-se obrigado a considera-la no seu trabalho (como por
exemplo a análise financeira de um investimento económico, direitos
objectivos ou difusos de um litígio entre empreiteiro e dono de obra, etc).
Muitas vezes a consulta de lei ou de indicadores económicos e ou
financeiros, resolve o assunto se não é preciso desenvolve-los ou
explora-los.
O engenheiro deve contudo sempre justificar, sempre
ponderar o contra argumento, citando a lei ou os conceitos que usa,
dizendo que dessa análise resulta para ele determinada conclusão. Se for
caso disso remeter para consideração superior. Citar autores e
jurisprudência se for o caso. Finalmente demonstrar que teve de abordar
a questão, porque não podia resolver o seu problema sem isso.
3 – O exercício da actividade profissional por conta de
outrem não afecta a autonomia técnica do profissional nem
dispensa o cumprimento pelo menos dos deveres
deontológicos.
O legislador ao criar este número dedicado a esta situação,
apercebe-se naturalmente da dificuldade deste tipo de situação para o
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engenheiro. O que aqui é dito, não deve ser entendido como uma
obrigação adicional do engenheiro, e lembrança da punição que daí pode
advir, mas um instrumento de suporte e defesa do engenheiro contra
situações de dificuldade que o legislador pensa podem vir a acontecer.
Diria que esta questão da autonomia técnica do engenheiro,
se pode colocar em dois planos.
Um relativamente ao interior da sua actividade, e outro
relativamente ao exterior dela.
No primeiro, trata-se de o engenheiro poder ou não ter de
cumprir regulamentos e normas.
Claro que há casos e casos, mas muitas vezes os
regulamentos não configuram obrigatoriamente serem forçosamente
observados. Na verdade o regulamento existe para garantir eu o
engenheiro se mantem dentro dele, estando por isso dispensado de
muitas verificações de perigos e situações, que ficam acautelados. A
autonomia técnica não fica pois molestada por se cumprir um
regulamento, porque se o não cumprir, fica obrigado a justificar e provar
tudo o que decide e faz.
No segundo, trata-se de ter de obedecer a ordens exteriores
que contrariam o procedimento que teoricamente o engenheiro entende
dever seguir e colide com a ordem ou instrução que lhe é dada. Para se
defender, pode e deve recorrer a posições e atitudes que colocaríamos
em quatro graus de “força” opositiva:
1 – apresentar contra argumentação identificando consequências.
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Artigo 137º
Deveres dos membros efectivos para com a ordem
1 – Constituem deveres dos membros efectivos para com a
ordem:
a) Cumprir as obrigações do presente Estatuto, do código
deontológico e dos regulamentos da ordem.
b) Participar na prossecução dos objectivos da Ordem.
c) desempenhar as funções para as quais tenham sido eleitos ou
escolhidos.
d) Prestar a comissões e grupos de trabalho a colaboração
especializada que lhes for solicitada.
e) Contribuir para a boa reputação da Ordem e procurar
alargar o seu âmbito de influência.
f) Satisfazer pontualmente o pagamento das cotas e de outros encargos
estabelecidos pela Ordem.
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Artigo 141º
Deveres do Engenheiro para com a comunidade
1 – É dever fundamental do engenheiro possuir uma boa
preparação, do modo a desempenhar com competência as
suas funções e contribuir para o progresso da engenharia e
da sua melhor aplicação ao serviço da humanidade.
Muita coisa está aqui envolvida. Fundamentalmente
implica uma coisa de princípio, e origem, de onde tudo deriva ou evolui.
Ser possuidor de uma boa preparação, não é um direito mas
antes um dever. O engenheiro tem de se preocupar com o seu
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isso não é tão directo como pode parecer. Atente-se nestes dois pontos
de vista:
- Um é o aumento da produtividade de um sistema global.
- Outro é o aumento da produtividade de cada parcela do
sistema global.
O aumento da produtividade do sistema global, leva
também no seu aspecto geral a um aumento de gasto e aplicação de
recursos, os quais na maior parte dos casos são limitados e assim
caminhamos cada vez mais depressa para o perigo.
O aumento da produtividade de parcelas do sistema, só é
bom se for integrado, ou seja, em harmonia com capacidades e
características comuns das parcelas do sistema global, imediatamente a
montante e a jusante daquela parcela, na cadeia do sistema.
Ora o engenheiro que tem formação superior, tem de estar
atento a isso, mesmo que o mercado do momento lhe peça essa
aceleração.
Não vale dizer, eu só trato desta parte, e o resto não é
comigo. É consigo é … e é uma das razões pela qual se pode dizer que o
Engenheiro tem a profissão mais importante do mundo. Nem a medicina
o é mais, porque a medicina só se aplica quando há actividade humana e
quando há actividade humana, já existiu engenharia.
Sobre a qualidade, aparentemente todos aplaudiríamos este
dever, mas o que é a qualidade. Não deve confundir-se qualidade com
evolução e novidade. Muitas vezes se encontram novos produtos que são
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Artigo 143º
Deveres do engenheiro no exercício da profissão
1 – O engenheiro na sua atividade associativa profissional,
deve pugnar pelo prestígio da profissão e impor-se pelo valor
da sua colaboração e por uma conduta irrepreensível,
usando sempre de boa fé, lealdade e isenção, quer atuando
individualmente, quer coletivamente.
Quando se diz que o engenheiro se deve impor pelo valor
da sua colaboração, impõe-se como? Poderá ser pela sua capacidade
dialética, pela sua autoridade legal, pelo seu prestígio profissional? Na
verdade, o valor da sua colaboração, pode ser devido a vários destes
aspectos. Em última análise diríamos pela qualidade demonstrada no seu
trabalho. Aqui se pode encontrar uma peça corrente, constante, no seu
trabalho, hoje menos aproveitada pelo engenheiro. Refiro-me à memória
descritiva do projecto, sem prejuízo de qualquer outra parte escrita
explicativa. É o documento que por excelência permite ao engenheiro
justificar-se, defender-se, atacar se for o caso, e que não poucas vezes,
quando inteligentemente usado se converte em verdadeira fonte de
ensinamentos de engenharia. Deve pois combater-se a banalização desse
documento.
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Artigo 144º
Deveres recíprocos dos engenheiros
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novo em vantagem sobre os outros. Se eu não dei a novidade mostrando o meu conhecimento,
outro o fará dentro em pouco e então fui eu que perdi a oportunidade de brilhar.