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Unidade II
3 COMO AUTOFINANCIAR O CAPITAL DE GIRO DAS EMPRESAS COM
RECURSOS PRÓPRIOS
O autofinanciamento do Capital de Giro é a forma pela qual as empresas podem se gerir internamente
sem utilizar recursos de terceiros. As empresas terão maior proveito se seus recursos próprios forem
suficientes para fazer seus próprios investimentos.
Gerir e autofinanciar o Capital de Giro de uma empresa são tarefas muito difíceis, principalmente
para empresas de pequeno porte, devido a ausências de políticas e acesso aos principais instrumentos
de análise financeira.
O Capital de Giro é para as empresas uma parcela de seu capital tão necessária quanto o
capital fixo, ganhando certa importância em sua gestão. Devido às suas mutações constantes,
existe a necessidade de sua adequação às necessidades quantitativas e qualitativas para cada caso
e cada momento. A escolha da fórmula eficiente e eficaz entre as inúmeras fontes e formas de
autofinanciamento poderá representar a diferença entre liquidez e insolvência, ou entre o lucro e
o prejuízo empresarial.
Dessa maneira, as formas mais simples de autogestão de capital de giro e o valor necessário
para compô‑lo devem ser providos de fontes próprias. Essa composição para gerar os recursos para
autofinanciamento será exemplificada a seguir.
Consiste em que os sócios da empresa tragam seus próprios capitais ainda não integralizados.
Esses capitais não devem ser capitais de terceiros, fazendo com que os sócios aumentem suas cotas na
participação da empresa.
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Unidade II
Examinaremos com maior rigor e abrangência, mais à frente nesta unidade, no item 4.5, a abertura
de capital da empresa e a emissão de debêntures.
Esse item já foi examinado na Unidade I como forma de administrar a necessidade de capital de giro
e obtenção de crédito entre empresas.
• Saldo Líquido de Caixa (SLC): é o saldo de caixa que a empresa dispõe por meio de recursos
suficientes para a liquidação das obrigações e haveres com fornecedores e terceiros.
• aumento do Return On Equity (ROE): retorno sobre o patrimônio. É um indicador financeiro que
se refere à capacidade de uma empresa agregar valor a ela mesma com os seus próprios recursos;
A taxa de crescimento (TC) pré‑elaborada e ancorada nesse Plano de Negócios pode ser calculada da
seguinte forma:
Onde:
TC = Taxa de crescimento.
Irolea: Incremento das Receitas Líquidas Operacionais do Exercício Atual.
Rolea: Receitas Operacionais Líquidas do Exercício Anterior.
Desta forma, essa alavancagem financeira, onde TC deve ser sempre maior que 1,0, reflete no poder
de compra da empresa, com aumento de estoques e provável aumento das vendas.
Para que isso ocorra, existe a necessidade de investimentos em capital de giro de uma empresa,
dado que o capital de giro é o investimento em ativos circulantes de curto prazo, demonstrado nas
contas caixa, duplicatas a receber, títulos a receber, contas a receber e estoques.
Constata‑se, dessa forma, que existe uma relação direta entre crescimento e níveis de ativos
circulantes. Mantendo‑se o mesmo giro de caixa e aumento das receitas, haverá a necessidade de níveis
mais elevados de capital de giro.
Assim, admite‑se que a Necessidade de Capital de Giro (NCG) é uma função direta das vendas,
determinando, dessa forma, o nível do volume de investimentos que será necessário custear com o
Fluxo de Caixa Livre, sendo um autofinanciamento ou mesmo tornando‑se uma forma de alavancagem
para o crescimento da empresa.
Destacado por Ross, Westerfield e Jaffe (2007), Donaldson elaborou um modelo de crescimento
baseado na necessidade da determinação de uma taxa de crescimento empresarial, a qual conseguisse
suportar, pela via do autofinanciamento, seus fluxos de caixa e a geração de lucro. Seu modelo parte
da hipótese de que a margem líquida combinada entre a variação dos ativos, e com uma variação dos
passivos e patrimônio líquido, levaria a uma taxa de crescimento.
• a empresa adota uma política fixa de distribuição de lucro e um quociente fixo entre capital de
terceiros e capital próprio;
Destaca‑se o fato de que as variações nos ativos devem refletir proporcionalmente uma variação nos
passivos e patrimônio líquido, conforme ilustra o quadro a seguir:
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Unidade II
Variação do Capital
de Terceiros
Variação do =
alvo
Variação do Capital
Próprio
Para que uma empresa tenha um crescimento de receitas, ela deverá propor como taxa de
investimento para seus ativos (TIPA) o quociente entre Variação do Ativo (VA) pela Variação de Capital
de Terceiros (VCT) e Variação de Capital Próprio (VCP).
Para que isso ocorra, o investimento em ativos, ou mesmo sua variação, deverá ser igual à soma dos
financiamentos. Esses financiamentos são constituídos, uma parte, por capital próprio e, outra parte,
por capital de terceiros.
Assim, o modelo de Donaldson apresentado tem como objetivo determinar a taxa de crescimento de
uma empresa por meio do aumento dos ativos totais.
Esse modelo alternativo visa a um autofinanciamento do capital de giro e não dos ativos totais.
Desta forma, o modelo de Donaldson (1984) sofrerá algumas alterações, mudando a relação de
ativos totais e receitas para uma relação de ativos circulantes e receitas. Para que isso ocorra,
as alterações serão as seguintes: quociente entre ativos e vendas e quociente entre capital de
terceiros e próprio.
A relação entre ativos totais, vendas e variação nas vendas (ROL), pressupõe que o crescimento afetará todos
os ativos (inclusive os circulantes) considerando a atual capacidade instalada da empresa, sendo aumentados
somente os ativos circulantes, independentemente de outros ativos.
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FONTES DE FINANCIAMENTO
A relação a ser estudada é no âmbito da liquidez da empresa, pois se trata do aumento no capital de
giro. À esquerda (L), Davidson (1984) muda de capital de terceiros sobre capital próprio para a direita (N)
passivos circulantes sobre capital de giro líquido, como mostra o quadro a seguir:
L N
= =
Capital de Passivo
Terceiros = Circulante
÷ ÷
Capital de Giro
Capital Próprio Líquido
N = PC/CGL
Portanto, o novo modelo contempla aumentos no capital de giro e considerará “N”, que é o quociente
entre o passivo circulante e o capital de giro líquido. Essa modificação fará com que o crescimento nas
receitas gere um crescimento no capital de giro, sendo que a liquidez da empresa se manterá como
antes.
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Unidade II
O lucro gerado por uma empresa num determinado período tem duas finalidades básicas: retenção
para autofinanciamento ou distribuição aos acionistas na forma de dividendos.
Uma retenção de lucros para a geração de poupança implica custos que podem causar insatisfação dos
acionistas, mas isso pode ser solucionado por meio de adequada política de distribuições de dividendos.
A retenção de lucros como a fonte de fundos para investimentos de uma empresa é o crescimento
das receitas de vendas. A retenção de lucro é uma fonte essencial para o financiamento da empresa. Vide
Modelo de Donaldson (1984), em d.1.
O autofinanciamento permite a recuperação do capital de giro com menor pressão sobre a liquidez
da empresa, já que a expansão da empresa pode ocorrer sem endividamento, pois os recursos financeiros
de terceiros possuem um maior custo e podem deteriorar o equilíbrio financeiro da empresa.
A maior proporção de recursos próprios na estrutura de capital possibilita a empresa aumentar seu
nível de endividamento. Isso ocorre quando a utilização de recursos de terceiros proporciona um retorno
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FONTES DE FINANCIAMENTO
maior aos acionistas pelo efeito da alavancagem financeira. Todavia, esse caminho não é dos melhores
quando tratamos de autofinanciamento.
Um acúmulo de recursos pelo autofinanciamento que não tenha utilização momentânea pode
incitar os dirigentes a investirem em projetos de investimento de riscos, bolsa de valores, por exemplo,
motivados pelo aumento da taxa de rentabilidade do meio acionário.
Lembrete
• O objetivo da Doar é demonstrar a variação do capital circulante líquido (CCL) de uma empresa,
ocorrida entre um e outro período contábil.
• O Capital Circulante Líquido (CCL) é obtido pela diferença entre o total do Ativo Circulante e o
total do Passivo Circulante, ou seja:
CCL = AC – PC
• Observamos que, com a vigência da Lei nº 11.638 de 2007, a elaboração da Doar passou a ser
facultativa, mas, pela sua importância gerencial, apresentaremos sua estrutura e sua elaboração.
A variação do capital circulante líquido de um período para outro pode ser obtida conforme veremos
a seguir.
Usaremos como exemplo o Balanço Patrimonial seguinte com dois exercícios contábeis:
Autopeças Lucas Ltda. – Exercícios (X0) e (X1)
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Unidade II
Ativo X0 X1 Passivo X0 X1
Disponibilidades 100 125 Fornecedores 50 75
Estoques 10 35
Imóveis 200 200 Empréstimos LP 10 35
Patrimônio líquido
Capital 250 250
Saldos X0 X1
AC 110 160
PC (50) (75)
= CCL 60 85
• Variação do CCL = 85 – 60 = 25
1. Operação: compra de mercadorias para estoque, a prazo, no valor de 25. Seria esta operação a
causa que explicaria a variação do CCL? Não, pois provocou um aumento no Ativo circulante de
25 e outro aumento no Passivo circulante de 25.
2. Operação: obtenção de empréstimo a longo prazo no valor de 25. Seria esta operação a causa
que explicaria a variação do CCL? Sim, pois provocou um aumento no Ativo circulante de 25
(disponibilidade) e outro aumento no Passivo não circulante, empréstimo em longo prazo de 25.
Por esses exemplos, podemos afirmar que só alteram o CCL as operações do tipo “circulante x não
circulante”.
Operações do tipo “circulante x circulante” e “não circulante x não circulante” não afetam o CCL e
não afetam a Doar.
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FONTES DE FINANCIAMENTO
Para a elaboração da Doar, consideraremos como “origens” de recursos qualquer aumento do CCL, e
como “aplicações” quaisquer recursos que causem a diminuição do CCL. Assim, com os dados do nosso
exemplo inicial, de uma forma simples, podemos elaborar a seguinte Doar:
Doar
1. Origens de recursos
2. Obtenção de empréstimos a LP 25
3. Aplicação de recursos 0
4. Variação do CCL 25
Com base nos dados de uma Doar, a capacidade de autofinanciamento (CA) pode ser determinada
da seguinte forma:
Lembrete
Saiba mais
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Unidade II
Iremos, inicialmente, demonstrar como se forma a estrutura de capital de uma empresa de acordo
com o quadro abaixo:
Para entender como, a partir da estrutura de capital de uma empresa, se forma sua capacidade
econômica financeira, dividiremos o Ativo e o Passivo de um Balanço Patrimonial em Circulante e
Operacional, como demonstrado abaixo.
ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE CIRCULANTE
Financeiro Financeiro
Empréstimos Bancários
Caixa e Bancos Financiamentos
Aplicações Financeiras Duplicatas Descontadas
Dividendos e IR
Operacional Operacional
Duplicatas a Receber
Adiantamentos Fornecedores
Despesas Impostos e Taxas Estoques Salários e Encargos
da Competência do Exercício Adiantamentos de Clientes
Para avaliar a capacidade econômico‑financeira de uma empresa pela sua estrutura de capital
é necessário estudar a composição do Ativo e Passivo Circulantes, relacionando os saldos contábeis
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FONTES DE FINANCIAMENTO
Dessa forma, as atividades operacionais de uma empresa, compras, transformação, serviços e vendas,
referem‑se no grupo Circulante do relatório contábil, como:
• duplicatas a receber;
• estoques;
• fornecedores;
O critério fundamental para essa avaliação é ter absoluta certeza de que a conta está relacionada
com a atividade operacional da empresa. Contas como despesas antecipadas, adiantamento aos
fornecedores, adiantamento de clientes, provisões para o 13º e férias etc., devem ser cuidadosamente
analisadas antes de sua classificação.
Dessa forma, o Ativo e o Passivo Circulantes ficam separados em dois grupos de contas: as que
mantêm relação direta com a atividade operacional da empresa e as demais contas, que não têm relação
direta com a atividade operacional da empresa. Nestas últimas, destacamos um conjunto de grande
importância:
• caixa;
• bancos;
• aplicações financeiras;
• duplicatas descontadas;
A reclassificação do Ativo e Passivo Circulante permite dois cálculos para a análise da situação
financeira das empresas.
O primeiro demonstra que as aplicações de capital de giro (ACG) foram maiores que as suas fontes
(FCG): temos a indicação de que a empresa necessita de recursos para financiar o seu capital de giro.
Nesse caso, o valor das contas Duplicatas a Receber, Estoques e Despesas Antecipadas é maior do que os
valores das contas Fornecedores, Obrigações Fiscais e Obrigações Trabalhistas.
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Unidade II
O segundo cálculo demonstra que sempre que o valor das Fontes de Capital de Giro (FCG) for maior
que o valor das Aplicações de Capital de Giro (ACG), teremos a indicação de que a empresa não necessita
de recursos para seu capital de giro, dispondo de fontes para financiar outras aplicações. Dessa forma,
as contas dos Fornecedores, Obrigações Fiscais e Obrigações Trabalhistas são maiores que o valor das
contas de Duplicatas a Receber, Estoques e Despesas Antecipadas.
O segundo cálculo, feito a partir da reclassificação do Circulante, trata das outras contas dos grupos do
Ativo e Passivo Circulantes. De um lado, sempre que as Outras Contas do Ativo Circulante (OCAC) apresentarem
saldo de valor superior às Outras Contas do Passivo Circulante (OCPC) teremos aplicações de recursos no curto
prazo. Neste caso, o saldo das contas de Caixa, Bancos, Aplicações Financeiras etc. é superior ao saldo das
contas de Duplicatas Descontadas, Empréstimos, Provisão para Imposto de Renda etc.
Também, sempre que as Outras Contas do Passivo Circulante (OCPC) apresentarem saldo superior ao
das Outras Contas do Ativo Circulante (OCAC) teremos fontes de recursos de curto prazo financiando
as atividades da empresa. O saldo das contas de Duplicatas Descontadas, Empréstimos, Provisão para
Imposto de Renda é superior ao saldo das contas de Caixa, Bancos, Aplicações Financeiras etc. Essas
diferenças são denominadas Tesouraria (T).
T= OCAC – OCPC
T é o resultado da reclassificação das contas do Ativo e Passivo Circulantes, cujos saldos não se
relacionam com a atividade operacional da empresa, a qual denominamos Outras Contas do Ativo e
Passivo Circulante. Por isso mesmo, são contas que, depois de liquidadas, constituem‑se como entradas
ou saídas de caixa.
• Ativo Circulante: Caixa, Bancos, Aplicações Financeiras, Outros créditos a receber, Duplicatas
Descontadas;
Dependendo da sua classificação ou não no grupo que compõe a variável NLCDG (Necessidade
Líquida de Capital de Giro), outras contas que poderão fazer parte da Tesouraria são: Adiantamento
de Clientes, Provisão para Férias, Provisão para 13º salário, Adiantamento a Empregados. Depois de
identificadas aquelas que fazem parte da NLCDG (Necessidade Liquida de Capital de Giro), as demais
pertenceriam à Tesouraria.
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FONTES DE FINANCIAMENTO
A Tesouraria Positiva, com saldo elevado nas contas “Outros Créditos”, pode camuflar recursos que
jamais serão realizados. O elevado saldo nas contas de Caixa/bancos pode indicar fragilidade de gerência
de recursos financeiros.
A Tesouraria Negativa não é suficiente para cobrir os compromissos expressos nas contas de
Empréstimos, Provisão para Imposto de Renda, Duplicatas Descontadas; indica que a empresa está
utilizando-se de capital de curto prazo. Não implica uma situação financeira apertada. O expressivo
saldo em contas, como Adiantamento de Clientes e/ou Provisões para Férias e 13º Salário, não indica
necessariamente situação financeira difícil.
Iremos analisar o conceito de capital de giro mediante sua classificação em permanente (ou fixo) e
sazonal (ou variável).
Para se entender o que é um ciclo operacional de uma empresa, devemos entender que ele ocorre
dentro do ciclo econômico e financeiro.
O ciclo econômico inicia‑se junto com o ciclo operacional, ou seja, no momento da compra, e termina
no momento da venda.
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Unidade II
• contas financeiras: não estão relacionadas de maneira direta com o ciclo operacional: disponível,
empréstimos etc.;
• contas cíclicas: estão relacionadas de maneira direta com o ciclo operacional: clientes, estoques,
fornecedores etc.;
• contas não cíclicas: recursos ao longo do tempo, realizável a longo prazo, permanente, exigível
a longo prazo e patrimônio líquido.
Assaf Neto e Silva (2003, p. 137) mostram a importância da redução do ciclo operacional da seguinte
forma:
Uma boa administração do capital de giro envolve alta rotação (giro) do circulante, tornando mais
dinâmico o fluxo de operações da empresa. Esse incremento de atividade proporciona à empresa menor
necessidade de imobilização do capital circulante e um incentivo ao aumento da rentabilidade para a
gestão do capital de giro.
De acordo com Assaf Neto (2003), o patrimônio é formado pelos grupos apresentados a seguir:
• Ativo Cíclico: formado por duplicatas a receber, provisão para devedores duvidosos, adiantamento
a fornecedores, estoques, adiantamento a empregados, impostos indiretos a compensar, despesas
operacionais antecipadas etc.;
• Ativo Financeiro: formado por disponibilidades, fundo fixo de caixa, aplicações financeiras,
depósitos judiciais, restituições de IR, créditos de empresas coligadas/controladas etc.;
• Ativo Permanente: formado pelo imobilizado, investimentos, diferido e realizável a longo prazo;
• Passivo Cíclico: formado por fornecedores, impostos indiretos (PIS, Cofins, ICMS, IPI),
adiantamentos de clientes, provisões trabalhistas, salários e encargos sociais, participações de
empregados, despesas operacionais etc.;
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FONTES DE FINANCIAMENTO
• Passivo Permanente: formado pelas contas do exigível a longo prazo e do patrimônio líquido.
Da forma apresentada até então, os ciclos operacionais são as atividades de produção de bens e
serviços e a realização de vendas e respectivos recebimentos realizadas de forma sequencial e repetitiva.
Nessas operações, a empresa busca obter lucro para remunerar seus credores e proprietários. Inicia‑se
com a aquisição das matérias‑primas, passa pela armazenagem, produção e venda, e desemboca no
efetivo recebimento das vendas realizadas.
Observação
Exemplo:
Compra (Pedido)
(Recebimento)
Armazenagem
Armazenagem
Fabricação
(início de)
(início de)
Cobrança
Venda
PMEPT
ou
Espera PMEMP PMF PMV PMC
Ciclo econômico
PMPF
Ciclo de caixa (financeiro)
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Unidade II
• PMF = Prazo médio em dias para uma empresa fabricar um produto ou realizar os serviços;
• PMV = Prazo médio (em dias) que a empresa despende em fabricar o produto final;
De acordo com Assaf Neto (2003, p. 456), teremos assim os três tipos de ciclos identificados nas
operações da empresa, como veremos a seguir.
Portanto, a variação do ciclo financeiro será um importante indicador para avaliação do desempenho
financeiro da empresa, determinando o nível de recursos necessários para manter o giro dos negócios.
Ampliando‑se o ciclo financeiro, acarretar‑se‑á diretamente um aumento das necessidades de recursos
para financiamento da atividade operacional.
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FONTES DE FINANCIAMENTO
Observação
• Prazo médio (em dias) em que os materiais permanecem estocados à espera de ingressarem na
produção:
• Prazo médio (em dias) que a empresa despende em fabricar o produto final:
• Prazo médio (em dias) que o produto acabado permanece estocado à espera de ser vendido:
• Prazo médio (em dias) em que os estoques totais permanecem armazenados à espera de serem
consumidos, produzidos e vendidos:
• Prazo médio (em dias) em que as mercadorias ficam armazenadas à espera de serem vendidas:
• Prazo médio (em dias) em que a empresa recebe as vendas realizadas a prazo:
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Unidade II
Podemos concluir que esses indicadores são dinâmicos e permitem melhorar avaliação do desempenho
operacional da empresa
Saiba mais
4.4.1 Equilíbrio
4.4.1.1 Sincronização
Chamamos de sincronização quando a empresa procura equilibrar uma sintonia entre pagamentos
e recebimentos, ou seja, entradas e saídas na conta caixa ao mesmo tempo.
Por meio da sincronização, as empresas chegam ao equilíbrio, conseguindo otimizar seus recursos,
não sendo necessário que no futuro haja captação de recursos de terceiros para o financiamento do seu
ciclo operacional.
Com a otimização de seus recursos, por meio da sincronização, as empresas não precisarão de Capital
Circulante Líquido (CCL) positivo para manter seu ciclo operacional. Quanto maior a sincronização, mais
as empresas buscarão financiamento em seu fornecedor e tentarão diminuir o prazo de recebimento,
para aumentar as entradas na conta caixa. Assim, diminui seu custo de oportunidade, não deixando
capital “parado” em seu ativo circulante.
Com relação ao CCL, esse variará com o nível de risco que cada empresa decide assumir. Empresas
que se arriscam mais no mercado financeiro trabalham com menor nível de CCL, pois necessitam de
uma maior sincronia entre seus prazos, diminuindo assim o desvio de seus ciclos operacionais. Empresas
com maior CCL, ou seja, aquelas que têm facilidade de captar recursos de longo prazo em baixo custo
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FONTES DE FINANCIAMENTO
no mercado, não necessitam de tanta sincronia entre seus prazos, portanto assumem um maior desvio
em seus ciclos operacionais.
Dessa forma, as operações financeiras vêm completar o autofinanciamento por meio de recursos
internos, para ocasionar uma variação positiva do seu capital de giro.
Quando o capital de giro aumenta ou mesmo diminui, e se a necessidade de capital de giro aumenta
devido à inflação ou a um forte crescimento de vendas, o saldo de tesouraria se deteriorará, pois a
empresa deverá procurar créditos bancários de curto prazo. Caso a empresa encontre dificuldades em
obtê‑los, terá problemas financeiros.
Uma empresa terá seu equilíbrio financeiro quando seu Ativo Circulante Variável for financiado pelo
seu passivo de curto prazo, obtendo, neste caso, um CCL igual ao seu ativo permanente para sustentar
sua atividade operacional. O desequilíbrio financeiro ocorre quando passivos de curto prazo financiam
ativos de longo prazo, pois o prazo de pagamento destes recursos é menor que o prazo de geração de
caixa.
O equilíbrio financeiro exige uma relação entre o pagamento das obrigações adquiridas para
financiamento de ativos e geração de liquidez, formando um ciclo financeiro em que os prazos de
pagamentos e recebimentos em espécie devem ser sincronizados.
Um CCL positivo não garante equilíbrio financeiro, devido ser necessária a identificação, no Ativo
Circulante, das contas permanentes e sazonais. Quanto às primeiras, fazem‑se indispensáveis recursos
de longo prazo. Quanto às necessidades sazonais, devem ser previstas, financiando‑as com recursos de
curto prazo à medida que forem surgindo.
4.4.2 Liquidez
4.4.2.1 Noção
A análise de liquidez da empresa deve levar em conta a análise de seus ativos e passivos de curto
prazo, procurando manter a capacidade de pagamento desses. O grau de liquidez da entidade será
indicado no confronto entre os ativos e passivos circulantes, determinando, assim, se empresa detêm a
plena capacidade de honrar suas obrigações junto aos fornecedores, instituições financeiras, governo,
empregados e acionistas.
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Unidade II
Observação
Numa visão mais ampla, a Liquidez está relacionada com as disponibilidades mais os direitos e
bens realizáveis no curto prazo. Numa visão mais restrita, a liquidez está relacionada somente com as
disponibilidades.
Por essa razão, a Administração Financeira de uma empresa adota o regime de caixa para planejar, executar
e controlar essa conta e para ter resultados mais exatos sobre a movimentação dos recursos circulantes.
Faremos agora uma breve revisão dos índices de Liquidez que já estudamos na unidade I.
O primeiro índice é o de Liquidez Imediata, cuja fórmula consiste na razão entre o Disponível e o
Passivo Circulante. Esse índice demonstra a capacidade de liquidação dos compromissos correntes, com
a utilização das disponibilidades financeiras (contas caixa e bancos). Quanto maior o seu valor, maior
será a capacidade da empresa em saldar seus compromissos apenas com recursos de caixa.
Outro índice bastante utilizado é o da Liquidez Seca, que nada mais é que a razão entre o Ativo
Circulante (exceto Estoques e Despesas Antecipadas) e o Passivo Circulante. Ele mede a capacidade de
liquidação dos passivos correntes com a utilização dos ativos monetários com maior grau de liquidez
(disponibilidades imediatas e duplicatas a receber). Os estoques são excluídos por se tratarem de valores
que passam pelo processo de vendas e ainda não foram realizados Há uma crítica sobre esse índice pelo
fato de ele não contemplar a existência de empresas com altos índices de rotação de estoques e alta
velocidade de conversão de estoques em valores monetários.
O índice de Liquidez Corrente é a razão entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante, indicando
para cada unidade monetária de dívida de curto prazo o quanto a empresa possui em seu Ativo Circulante.
Esse índice nada mais é do que a própria expressão do CCL.
Para que se possa calcular a exposição de uma empresa ao risco do descasamento entre o recebimento
e o pagamento de seus títulos, usa‑se o conceito de Duration que é “um instrumento de finanças capaz
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FONTES DE FINANCIAMENTO
A importância dessa ferramenta utilizada na administração financeira é que ela leva em conta
o valor do dinheiro no tempo; calcula o prazo médio tanto de pagamento quanto de recebimento,
possibilitando um efetivo acompanhamento do casamento de ativos e passivos.
Pode‑se também considerá‑la como uma medida direta de sensibilidade de um ativo e passivo em
relação à taxa de juros cobrada pelo mercado financeiro.
Vejamos o seguinte exemplo: calcular a Duration de um título de R$ 100 milhões, para quatro anos,
com taxa de retorno de 6% ao ano e pagamento anual, sendo os pagamentos, nos três primeiros anos,
de R$ 6 milhões.
Fonte: <http://www.ronaldodominguez.com.br>.
Observe que a média ponderada do tempo em que se espera receber os juros, mais o principal da
operação é de 3,673 anos (três anos e duzentos e quarenta e dois dias).
A principal restrição que envolve a Duration é o pressuposto de que as taxas de juros do mercado
são constantes para qualquer prazo, o que em média não ocorre em nosso mercado financeiro.
Propriedades da Duration:
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Unidade II
Entretanto, ao considerarmos apenas a Maturity, poderemos incorrer em erros por não levarmos
em conta os pagamentos a serem feitos. Nesse aspecto, a Duration apresenta‑se como uma medida de
sensibilidade mais adequada por considerar todos os pagamentos intermediários.
Lembrete
4.4.4 Risco
Existem duas percepções na análise de risco: risco na área de capital de giro (risco‑retorno) e risco
de crédito na área bancária e financeira.
Visando a reduzir custos e aumentar lucros em suas tomadas de decisões, os gestores deparam‑se
com o conflito gerado pela relação risco‑retorno. Quanto maior é o CCL, maior é a concentração no
capital em giro e menor é o risco de insolvência; assim, o resultado obtido é menor que o risco, porque
há um custo de oportunidade do capital ocioso.
No caso de se manter um reduzido volume de capital de giro, ou seja, uma estrutura financeira de
menor liquidez, aumenta‑se o risco de insolvência e ao mesmo tempo eleva‑se a temporalidade do
retorno do investimento, por ter‑se reduzido o custo de oportunidade.
[...] deve a empresa decidir o volume de seu capital circulante líquido com
base em seus padrões estabelecidos de risco‑retorno. Maiores participações
de fontes de recursos de curto prazo promovem, ao mesmo tempo, uma
redução da liquidez (maior nível de risco financeiro) e elevação do retorno
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FONTES DE FINANCIAMENTO
Observação
Uma das áreas das finanças que mais se desenvolveram desde 1980 foi a área bancária‑financeira,
quando houve ocorrências de elevadas taxas de juros e uma hiperinflação de assolou o país até 1994.
Nessa época, os bancos se armaram de diversos dispositivos para fazer frente ao mercado financeiro,
utilizando aplicativos já estruturados em meios informatizados e abandonando a velha política de
crédito subjetivo.
Para tal, examinaremos agora a forma que as instituições bancárias‑financeiras trabalham a questão
de risco de crédito.
O processo de crédito foi desenvolvido e estruturado levando‑se em conta que o risco pode ser
representado pela equação que veremos a seguir.
Os riscos em Análise de Crédito de clientes, sejam estes pessoas físicas e jurídicas, têm por finalidade
o conhecimento do tomador de recursos e decisão sobre se o risco que ele oferece é aceitável. As
informações sobre o cliente são a matéria‑prima dessa análise. O cadastro é uma importante ferramenta
na estruturação desse processo e sua confecção/atualização é o início do caminho para operar o sistema.
Os bancos classificam seus clientes em cinco níveis de risco, de A até H, seguindo uma metodologia
sugerida pelo BACEN, onde os clientes risco A são os que oferecem menor risco os de risco H já estão
classificados em Perdas ou Prejuízos.
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Unidade II
• monitoramento: verificação dos critérios para que sejam conhecidos, alinhados e adequados
conforme a complexidade dos produtos e dos riscos inerentes aos mercados em que atuam;
Outros riscos que são levados em consideração por parte das instituições financeiras:
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FONTES DE FINANCIAMENTO
Saiba mais
Agora, iremos estudar outra forma de autofinanciamento para gerir capital próprio para as empresas.
Inicialmente, iremos verificar a possibilidade de capitalização por meio de lançamentos de novas ações
no mercado de capitais. Após esse exame, iremos adentrar em outra possibilidade de autofinanciamento
por meio de emissão de Debêntures, isto é, títulos emitidos pelas empresas que podem ser resgatadas
até em cinco anos. Essa possibilidade segunda deve ser classificada como de Capitais de Terceiros.
4.5.1 Ações
As ações são títulos de participação negociáveis, que representam parte do capital social de uma
sociedade econômica, que confere ao seu possuidor o direito de participação nos resultados dela.
Podem ser consideradas como um certificado ou título de propriedade, representativo das partes do
capital social de uma sociedade econômica. O acionista é proprietário de uma parcela da empresa,
correspondente ao número de ações que possui.
• ações preferenciais que, por terem determinados privilégios, ou seja, preferência nos resultados
da empresa, têm privado o seu direito de voto.
Segundo Pinheiro (2009, p. 23), e de acordo com a Lei das Sociedades Anônimas, uma empresa
terá obrigatoriamente que emitir, no mínimo, 1/3 do seu capital social em ações do tipo Ordinária e no
máximo 2/3 em ações do tipo Preferencial.
Podemos, também, classificar as ações de acordo com sua circulação no mercado de capitais. Dessa
forma, teremos as ações nominativas, ao portador e escriturais. Ações nominativas são emitidas na
forma de títulos de propriedade, unitárias ou múltiplas, denominadas cautelas. Estas podem ser:
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Unidade II
• nominativas emitidas com o nome do comprador e que só podem ser transferidas mediante o
termo de transferência assinado pelo comprador e pelo vendedor em livro próprio da companhia;
Para entendermos como é possível as empresas conseguirem novos capitais no mercado de capitais,
esclarecemos que a empresa poderá subscrever suas ações em dois tipos de mercados.
O mercado primário, de ações é onde se negocia a subscrição (venda) de novas ações ao público, ou
seja, no qual a empresa obtém recursos para seus empreendimentos. Os lançamentos de ações novas no
mercado, de uma forma ampla e não restrita à subscrição pelos atuais acionistas, chamam‑se lançamentos
públicos de ações ou operações de underwriting. O underwriting é um esquema de lançamento de uma
emissão de ações para subscrição pública, no qual a empresa encarrega um intermediário financeiro da
colocação desses títulos no mercado financeiro.
No mercado secundário, ocorre um lançamento público por meio da oferta de um lote de ações
que os atuais acionistas da empresa possuem. Nesse caso, não ocorre a captação de recursos por parte
da empresa, mas pelos acionistas que se desfazem de suas ações e recebem em dinheiro suas posições.
A empresa em fase de crescimento necessita de recursos financeiros para financiar seus projetos
de expansão ou mesmo capital de giro. Mesmo que o retorno oferecido por esse projeto seja superior
ao custo de um empréstimo ou financiamento no mercado financeiro, o risco dessa prática é somente
viável se existir condições e recursos para essa finalidade, de preferência por meio de recursos próprios
ou numa segunda forma com recursos de terceiros bem avalizados.
• profissionalização da gestão;
Antes da decisão sobre a abertura ou não do capital da empresa, é necessário que algumas questões
sejam bem esclarecidas. Em primeiro lugar, é necessário proceder a alguns ajustamentos de ordem
jurídica, societária e de posicionamento, diante da condição que irá assumir como empresa de capital
aberto.
Segundo Pinheiro (2009, p. 73), esses ajustes envolvem as seguintes etapas preliminares:
O mercado de ações serve para a captação de recursos em face de novos investimentos previstos
na empresa, incluindo parte fixa (investimento) e capital de giro necessário, geralmente 8% desse
investimento. Para tanto, a empresa fará projeções financeiras que contemplem a realização de seus
projetos de expansão, que deverão evidenciar:
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Unidade II
• quais ações serão emitidas, preferenciais e/ou ordinárias e suas respectivas proporções.
Pinheiro (2009, p. 84) conota as vantagens e desvantagens dessa decisão. Com a abertura de capital,
as empresas auferem muitas vantagens, entre as quais vale destacar:
• maior flexibilidade nas decisões estratégicas sobre a estrutura de capitais (relação entre capitais
próprios e de terceiros);
• profissionalização da gestão;
• reestruturação societária.
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FONTES DE FINANCIAMENTO
4.5.1.5. Etapas que a empresa deve seguir após decidir pela abertura de seu capital
Esse processo para se concretizar requer a aprovação da CVM, o que não representa que o lançamento
proposto seja um investimento financeiramente conveniente. A aprovação significa apenas que as
informações relevantes foram realizadas de modo adequado para o comprador em potencial.
Para a abertura do capital, segundo a Lei nº 6.385 de 1976, a empresa pode emitir os seguintes tipos
de títulos de propriedade:
• ações;
• bônus de subscrição;
• partes beneficiárias;
4.5.1.6 Resultados
• dividendos: são a distribuição de uma parcela do resultado da empresa que é paga em dinheiro
aos acionistas;
• subscrição: é o direito que os acionistas têm de adquirir novas ações emitidas pela empresa por
aumento de capital;
4.5.2 Debêntures
Outra forma de financiamento de empresas no mercado de capital, essa com capitais de terceiros,
se dá por meio das denominadas Debêntures. Debêntures são títulos de dívida de médio e longo prazo,
emitidos por sociedades anônimas, que conferem ao debenturista (detentor do título) um direito de
crédito contra a empresa emissora. Tudo isso de acordo com as características escritas na sua emissão,
tais como: prazo, remuneração, garantias, periodicidade de pagamento de juros etc.
Os recursos captados com a emissão de debêntures são, de certa forma, utilizados no financiamento
de projetos, reestruturação de passivos ou aumento de capital de giro. Cada debênture emitida representa
uma fração de dívida da empresa emissora podendo ser negociada no mercado secundário.
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Unidade II
As debêntures:
• têm por base legal a lei 6.404, podendo ser emitidas por qualquer sociedade comercial constituída
na forma de sociedade por ações, com exceção de instituições financeiras.
• dão ao seu comprador o direito de receber juros (geralmente semestrais), correção monetária
variável, e o valor nominal na data de resgate prevista (a data de vencimento preestabelecida).
Assim, as debêntures distinguem‑se das ações pela existência do prazo e do valor de resgate pela
empresa.
Para a empresa, a debênture apresenta a vantagem de ser uma alternativa de se obter recursos de
longo prazo para investimentos ou giro permanente a um custo fixo, dado conhecer‑se os valores a
serem pagos pelos juros. Também, faz‑se menção, dado à flexibilidade de recursos e à inexistência de
obrigação, em aplicá‑los de uma forma pré‑estabelecida contratual.
• debêntures sem garantias: são emitidas sem caução de qualquer tipo específico de colateral,
representando uma reivindicação sobre o lucro da empresa, não sobre seus ativos;
• debêntures com garantias: podem ser garantidas por hipoteca, por colateral e por certificados de
garantia de equipamentos.
Observação
Saiba mais
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FONTES DE FINANCIAMENTO
Resumo
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Unidade II
Exercícios
Questão 1 (Cespe, 2010 – Inmetro, Analista, Ciências Contábeis). A política de dividendos refere‑se ao
montante e à distribuição dos dividendos ao longo do tempo. Com relação a essa parcela da destinação
dos resultados, assinale a opção correta.
A) Quanto maior for o índice de payout, menor será a proporção de recursos próprios proveniente
dos lucros retidos para o financiamento das atividades da empresa.
B) Uma política ótima de dividendos é aquela que promove a minimização do valor de mercado das ações.
C) A teoria residual propõe que os lucros devem ser retidos para investimentos se o custo de capital
da empresa superar o retorno dos investimentos.
D) De acordo com a teoria da irrelevância, o valor da ação é função dos dividendos pagos aos
acionistas.
A) Alternativa correta.
Justificativa: representa que a empresa tem condições para novos investimentos com base no retorno
de lucros daqueles efetuados nos períodos anteriores.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: política ótima de dividendos procura maximizar o valor de mercado das ações.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: os lucros devem ser retidos se a empresa não desejar distribuição de dividendos ou
mesmo se, com a retenção dos lucros, existir por parte da empresa necessidade de investimentos.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: o valor de cada ação dependerá do quanto o Patrimônio Líquido foi fracionado bem
como do valor de mercado das ações.
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FONTES DE FINANCIAMENTO
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: distribuição corrente de dividendos gera maior estabilidade e certeza aos investidores
de que receberão retornos positivos dos investimentos acionários.
Questão 2. A abertura de capital traz várias vantagens às empresas. A principal delas é o prazo
indeterminado dos recursos levantados. Além disso, a remuneração do capital integralizado depende do
sucesso do empreendimento, estando seu pagamento vinculado às condições econômico‑financeiras
apresentadas. Outras vantagens: menor risco financeiro diante de uma maior capitalização, melhores
condições de liquidez para os acionistas realizarem seu patrimônio e incentivo à profissionalização das
decisões da empresa. Por outro lado, a abertura de capital também traz novas obrigações e custos. Ao
abrir o capital, a empresa adquire compromisso com o pagamento de dividendos, obriga‑se a efetuar
publicação periódica de informações ao mercado, arca com a elevação dos custos administrativos e
ainda com as taxas da Comissão de Valores Mobiliários e da Bolsa de Valores. Sobre o assunto, avalie as
afirmativas:
I – Uma empresa que faz a opção pela abertura de capital apresenta capacidade técnica produtiva
acima da sua capacidade financeira.
II – O processo de abertura de capital de uma companhia tem início com a decisão de abertura de
capital tomada em assembleia geral. Após tal decisão, a empresa deverá efetuar registro na CVM
como “companhia aberta”.
III – A abertura de capital, apesar de algo simples, gera somente benefícios para as empresas.
A) I.
B) I e II.
C) I e III.
D) II.
E) II e III.
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