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Fatores precipitantes:
Cetoacidose Diabética:
O processo de Cetoacidose Diabética ocorre pois na DM tipo 1 o paciente cursa com
uma insulinopenia total, ou seja, tem-se a glicose, mas ela não consegue entrar na
célula, logo os neurônios vão precisar de outra fonte de energia, utilizando-se assim
dos corpos cetônicos. Quando eu tenho uma queda na insulina, eu terei em
contrapartida um aumento dos hormônios contrainsulínicos (glucagon, catecolaminas,
GH e cortisol), causando uma diminuição na síntese de proteínas e proteólise elevada
com aumento da produção de aminoácidos, os quais, juntamente com os ácidos graxos
liberados pelos adipócitos, servem de substrato para a gliconeogênese.
A combinação de insulinopenia e excesso de catecolaminas propicia aumento do
catabolismo (lipólise), culminando na produção dos corpos cetônicos, que serão
utilizados como substrato para produção de energia.
Em muitos casos o paciente que é portador de DM tipo 1 descobre que possui a
doença já fazendo um quadro de cetoacidose diabética. Trata-se de um quadro agudo
e de grande gravidade. Pode ocorrer também de o indivíduo já fazer uso de insulina,
mas a sua dose não ser suficiente para regular a balança INSULINA x
CONTRAINSULÍNICOS e ele abrir um quadro de CAD.
Basicamente forma-se 3 tipos de corpos cetônicos: ácido b- hidroxibutírico, ácido
acetoacético e acetona. Sendo a acetona liberada pelos pulmões (caracterizando o
hálito cetônico) e os outros dois pelos rins.
A CAD pode ser leve, moderada ou grave, variando de acordo com parâmetros como
os níveis de bicarbonato, ânion gap e estado de consciência.
Mas o que realmente caracteriza um paciente com CAD? Mediante quais achados
eu posso diagnosticar?
Outros achados:
1 – Hiperventilação compensatória (PADRÃO DE KUSSMAULL);
2 – Dor abdominal que pode simular um abdome agudo;
3 – Leucocitose de origem infecciosa ou não, pois o próprio excesso de glicose já causa
uma inflamação sistêmica);
4 – Aumento no nível de creatinina, devido ao quadro de desidratação;
5 – Aumento de triglicerídeos;
6 – Náuseas e vômitos;
7 – Hálito cetônico;
8 – Sinais de desidratação.
Conduta:
A conduta terapêutica se baseia em 3 medidas: repor volume, repor insulina e controlar
a hipocalemia.
Reposição volêmica:
Deve ser a primeira conduta terapêutica, pois o paciente encontra-se geralmente muito
desidratado.
SF 0,9%, 15-20 ml/kg/hora
Mantem-se a hidratação nas próximas 48horas.
Quando a glicemia abaixa de 250mg/dL eu entro com soro glicosado, visando evitar um
quadro hipoglicêmico.
Ao repor volemia deve-se sempre estar atento aos níveis de sódio, pois se o sódio
aumenta, deve-se modificar para SF 0,45%. O paciente pode apresentar uma
hiponatremia, pois a glicose puxa água e sódio para dentro da célula.
Controle da hipocalemia:
Deve-se monitorar sempre o potássio antes de administrar insulina. A insulina estimula
a bomba de sódio-potássio, então se eu tenho uma queda nos níveis de insulina, o
potássio também cairá.
- Potássio maior que 5,2: não necessita reposição.
- Potássio menor de 5,2: necessita de reposição.
EU REPONHO BICARBONATO?
Apenas em casos muito severos com pH menor que 6,9. Não sendo nesse caso, é
contraindicado a reposição de HCO3, pois o paciente pode fazer uma alcalose de rebote.