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CURSO DE HABILITAÇÃO AO QUADRO AUXILIAR DE OFICIAIS 2021/2022

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA

➢ DESCENTRALIZAÇÃO, CONCESSÃO, PERMISSÃO E AUTORIZAÇÃO

Aluno: Vinícius Corrêa de Almeida – 1º Sgt

Tutor: Luiz Cláudio da Silva Loyola - 1º Ten

Grupo: H

1. INTRODUÇÃO
Em relação aos conceitos de concessão, permissão, autorização e descentralização do
serviço público, sabe-se que a exploração deste último pode ser realizada por meio da ação indireta
(descentralização) sendo que nesta forma, a delegação é dada pelo Estado através de contrato, isto é,
por concessão ou mediante ato unilateral, ou seja, por permissão ou autorização, para tão somente a
execução do serviço público. Assim, além de estudarmos esses conceitos, verificaremos a
importância dos mesmos na Administração Pública Brasileira, e quando for o caso, dentro de um
contexto, vamos abordar através de exemplos suas relações com as atividades administrativas do
Exército Brasileiro.

2. DESENVOLVIMENTO
2.1. Descentralização
Abarcado dentro do Artigo 6° do Decreto-lei 200, de 25 de fevereiro de 1967, o conceito de
descentralização refere-se a atividade da administração pública que deverá ser exercida pelo Estado
de forma indireta, através da possibilidade de delegação da execução de serviços públicos
relacionada à gestão que tem a incumbência de executar ou de fiscalizar, sendo seus instrumentos: a
concessão, a permissão e a autorização.

2.2. Concessão
O termo Concessão está relacionado a um contrato firmado entre a administração pública e
uma empresa privada, para que esta passe a executar e explorar economicamente um serviço
público onde são remuneradas por meio de tarifas pagas pelos usuários. São exemplos de
concessões os aeroportos, rodovias e o setor de petróleo e gás. Enquanto nas privatizações ocorre
uma venda definitiva de ativo público, as concessões ocorrem por um período determinado pelo
contrato. Quando o contrato se encerra, o ativo retorna para o Estado, que deve avaliar se fará ou
não uma nova concessão. Tanto as obrigações quanto os direitos da concessionária são regulados
pelo contrato e estabelecidos previamente ao início da concessão. Assim, há prerrogativas de ambos
os lados: o governo estabelece quais as responsabilidades da concessionária e a concessionária tem
a garantia de que poderá cobrar tarifas dos usuários ou receber compensação do poder público pelos
serviços prestados. No tocante as atividades administrativas dentro do Exército Brasileiro, verifica-
se que o mesmo possui contratações de serviços de concessionárias de serviços públicos, tais como:
água e esgoto, telefonia fixa local e interurbana, telefonia móvel, telefonia satelital, correios, entre
outro.

2.3. Permissão
sabe-se que Permissão é o ato pelo qual o Poder Público transfere ao particular a execução
de um serviço público, para que este exerça em seu próprio nome, por sua conta e risco, mediante
tarifa paga pelo usuário. Tal ato é unilateral, discricionário e precário. Difere-se da concessão, já
que esta resulta do acordo de vontades das partes. Dispõe o artigo 175, da Constituição Federal, que
"incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão,
sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos". Para Força Terrestre, um
permissionário pode ser um servidor ou militar em exercício de cargo ou função na administração
em unidades pertencentes ao Exército Brasileiro a quem tenha sido outorgado o direito de uso de
PNR.

2.4. Autorização
Podemos perceber que os serviços autorizados são aqueles que o Poder Público, utilizando
ato discricionário (o gestor decide os parâmetros), precário (pode terminar a qualquer momento) e
unilateral (que só tem em conta as razões ou os interesses de uma das partes) no qual possibilita ao
particular a realização de alguma atividade de predominante interesse deste, ou a utilização de um
bem público. A modalidade de serviços autorizados é adequada para aqueles que não exigem
execução pela própria Administração, nem pedem especialização para a sua prestação ao público,
como o serviço de táxi. Entretanto, a autorização inexiste como delegação de serviço público, pois
por meio dela a Administração autoriza o exercício de atividade que, por sua utilidade pública, está
sujeita ao poder de polícia do Estado, adotando a terminologia do art. 175 da Constituição de 88,
que se refere apenas a permissão e concessão do serviço público. Sabendo também que serviço
público não pode ser transferido ao particular mediante autorização (art. 175) quando as atividades
listadas no inciso XII do art. 21 forem prestadas sob o regime de autorização, não caracterizam
serviços públicos, mas sim atividades privadas de interesse público. Embora não sejam serviços
públicos, muitas destas atividades requerem investimentos vultuosos, incompatíveis com a
concepção clássica de autorização como sendo um ato unilateral, discricionário e precário. Por isso,
a doutrina construiu o que se convencionou chamar de autorização vinculada.

3. CONCLUSÃO
Em virtude do que foi exposto acima, vimos a importância da administração pública de
forma indireta em delegar serviços públicos, isto é, por meio da descentralização através dos seus
instrumentos: a concessão, a permissão e a autorização, e que de acordo com o STF e a
Constituição Federal, hoje não possuem diferenças relevantes nos quais antes eram considerados
distintos. Como exemplo deste fato temos a chamada concessão comum onde uma concessionária
que administra um aeroporto em que o serviço público já não possui mais habilidade operacional
para gerenciar o mesmo. Portanto, verificamos que o uso destes instrumentos são essenciais para
execução dos serviços públicos, pois senão a União, os Estados e os Municípios centralizariam
todas as atividades para executar destes serviços, tornando totalmente inviável, seja por falta de
recursos humanos ou meios materiais. Logo, o processo de descentralização é de grande valia para
o bom andamento da máquina pública.

2. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

➢ Decreto-Lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967. Disponível em:


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del0200.htm; Acesso em: 24 SET 2021.

➢ https://draflaviaortega.jusbrasil.com.br/noticias/334798287/diferenca-entre-autorizacao-
permissao-e-concessao. Acesso em: 24 SET 2021.

➢ Lei nº 8987, de 13 de fevereiro de 1995. Disponível em:


https://www.youtube.com/watch?v=Z5CtY2BlKxc; Acesso em: 24 SET 2021.

➢ Autorização, Permissão e Concessão de Serviço Público. Disponível em:


https://chocoomentaa.jusbrasil.com.br/artigos/451673240/autorizacao-permissao-e-concessao-
de-servico-publico. Acesso em: 24 SET 2021.

➢ https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-administrativo/os-servicos-publicos-e-a-
distincao-entre-autorizacoes-permissoes-e-concessoes/. Acesso em: 24 SET 2021.

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