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ECONOMIA

Unidade 2 - Pensamento Econômico


e sua Evolução

GINEAD
Fávero, Márcia Huppe; Cabral, Raquel
SST Unidade 2 - Pensamento Econômico e sua Evolução /
Márcia Huppe Fávero; Raquel Cabral
Ano: 2020
nº de p.: 16

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Unidade 2 - Pensamento Econômico e sua Evolução

Objetivos específicos
• Compreender a origem e evolução do pensamento econômico.
• Abordar os sistemas econômicos.

Apresentando a Unidade
A economia é uma ciência social que visa estudar os recursos escassos na
produção de bens e serviços e as escolhas dos indivíduos para atender às suas
necessidades. Estudar economia é entender como o homem vive e como as suas
ações contribuem para a formação da sociedade. Você já parou para pensar no
nível de consumismo exacerbado no mundo? Ou sobre por que existem países tão
pobres e outros tão ricos? E o desemprego? São essas questões e muitas outras
que levam você a tentar entender a importância do estudo da economia.

Esta disciplina tem como objetivo capacitá-lo para o mercado de trabalho,


buscando entender como funciona o mercado e a economia no mundo, alinhando
assim os conhecimentos teóricos à prática. Nesta unidade, abordaremos a origem
e a evolução do pensamento econômico ao longo do tempo, conhecendo os
principais pensadores que contribuíram para tal evolução, além de compreender
a importância dos sistemas econômicos. Agora que você já sabe o que vamos
estudar, bons estudos!

Origem do pensamento econômico


Inicialmente, as atividades econômicas eram partes integrantes da filosofia social,
da moral e da ética e eram regidas por vários princípios de ética, justiça e igualdade.
As trocas comerciais encontravam base em termos morais não existindo estudos
das relações econômicas.

Os primeiros estudos sobre os aspectos de administração privada e de finanças


públicas são de Aristóteles (384-322 a. C.), Platão (427-347 a. C.) e Xenofonte (440

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– 335 a. C), que faziam menção a assuntos de ordem econômica em seus escritos
na Grécia antiga.

Curiosidade
O Decreto nº 22.626, de 7 de abril de 1933, conhecido como Lei
da Usura, é o exemplo dos primeiros instrumentos econômicos
utilizados para regular a economia, embora cobrasse de forma
ilegal juros altos acima da taxa legal e se falava em lucros justos.

O pensamento econômico foi se desenvolvendo ao longo do tempo à medida que as


trocas comerciais foram se estabelecendo e surgiram os primeiros comércios. Com
isso, foram surgindo diversas escolas de pensamento econômico formadas por
filósofos e economistas da época.

Segundo Rossetti (2002), as escolas de pensamento econômico surgem no


mundo com o objetivo de organizar a economia. Nesse sentido, elas constituem
um conjunto de princípios teóricos e de ideais e valores que envolvem questões
políticas, sociais e éticas.

Para esse autor, o pensamento econômico é formado primeiramente teoricamente


e, em um segundo momento, pela vinculação ideológica. Dessa forma, as ideias e
valores que os pensadores de uma classe dominante produzem para que se forme
uma nova classe e que se sobrepõe as outras não-dominantes se tornam um
padrão de ideias e passam a ser aceitos pela sociedade.

Quando aceitos pela sociedade, esse padrão de ideias serve de base para uma nova
dominação de classe, formando-se assim as ideologias. Nesse sentido, as escolas
econômicas são ideologias formadas ao longo do tempo no mundo. E quando uma
deixa de atender aos interesses de toda a sociedade, outra classe surge com novas
ideias e valores a serem aceitos.

Para compreender a forma como o pensamento econômico foi desenvolvido, é


importante elucidar-nos a respeito das teorias econômicas da Antiguidade. Assim,
fique atento ao próximo tópico de estudo.

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Evolução do pensamento econômico
As escolas de pensamento econômico (ou teorias econômicas, como são
conhecidas) foram surgindo à medida que as relações comerciais e industriais
foram se intensificando no mundo. Neste tópico abordaremos as principais escolas
de pensamento econômico.

Escola mercantilista
O mercantilismo foi a primeira escola econômica e seu surgimento se deu no
século XVI, entre os anos de 1450 e 1750. Mesmo não tendo um conjunto técnico
homogêneo de regras, o mercantilismo se preocupava com o acúmulo de riquezas
de uma nação e possuía alguns princípios para fomentar o comércio exterior.
Nessa época, surgem ainda os relatos mais relevantes sobre a moeda e o acúmulo
de metais se torna importante. Acreditava-se que o poder de um país poderia ser
medido pelo seu estoque de metais preciosos.

Figura 2.1: O mercantilismo

Fonte: Plataforma Deduca (2018).

As guerras foram estimuladas pelo mercantilismo e tornou o Estado poderoso em


assuntos econômicos. A política colonial mercantilista consistia em explorar ao
máximo a colônia tanto em relação aos metais preciosos quanto em relação aos
demais produtos tropicais. Além disso, em exigir um Pacto Colonial, em que se
estabelecia exclusividade da comercialização entre as colônias e suas respectivas
metrópoles.

De acordo com Rossetti (2002), o mercantilismo costurou os interesses do Estado


colonialista nos séculos XVI e XVII. Os principais pensadores econômicos do
mercantilismo foram Thomas Mun, Gerard Malynes, Jean Bodin e Jean Baptiste
Colbert.

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Escola da fisiocracia
Em busca de combater as práticas mercantilistas exploradoras, surgiram no século
XVIII os fisiocratas, que eram os economistas que contestavam a regulação da
economia pelo governo. Para eles, essa regulamentação não seria necessária. Eles
defendiam que a natureza como ordem natural e que a produção agrícola eram as
únicas formas de gerar a economia e ampliação dos excedentes econômicos.

A fisiocracia tinha como objetivo o livre comércio e o preço do mercado era


considerado de ordem natural. O principal trabalho realizado pela fisiocracia
foi proporcionado pelo Dr. François Quesnay (1694-1774), pela obra “Tableau
Économique”. Nesse trabalho, a economia foi dividida em setores. Mais tarde, o
trabalho do Dr. Quesnay foi adaptado pelo economista russo Wassily Leontief, da
Universidade de Harvard, tornando-se o sistema de circulação monetário de entrada
e saída no século XX.

A fisiocracia foi considerada a primeira escola que passou a estudar a economia


como ciência. Segundo Rossetti (2002), a economia enquanto ciência social é
aquela que busca cumprir os seus objetivos e resolver os problemas econômicos
fundamentais. A partir dela surgiram outras escolas que contribuíram para a
evolução do pensamento econômico, tais como: a clássica, a neoclássica, a
keynesiana e a atual.

Escola clássica
A escola clássica em 1750, segundo Rossetti (2002), defendia os ideais
individualistas do liberalismo do século XVIII. Os principais pensadores econômicos
da escola clássica foram Adam Smith, Jean Baptiste Say, John Stuart Mill, David
Ricardo e Thomas Robert Malthus.

O bem-estar social defendido pelos pensadores econômicos da escola clássica


poderia ser alcançado por instituições como a propriedade privada, os meios de
produção e a liberdade de mercado. E foram influenciados fortemente pelos ideais
socialistas e pela doutrina marxista.

Segundo Mankiw (2001), o pensador econômico Adam Smith (1723-1790) teve


bastante influência nessa escola, ao desenvolver sua grande obra “A riqueza das
nações”, em 1776, que contribuiu para o estudo a respeito do livre mercado, do
Estado mínimo e da divisão de trabalho.

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Figura 2.2: Adam Smith

Fonte: Plataforma Deduca (2018).

Outro pensador bastante relevante foi Jean Baptiste Say (1767-1832), que
desenvolveu a Lei de Say, ou Lei da oferta e da demanda, que afirma que toda oferta
cria sua própria demanda (procura).

David Ricardo (1772-1823) desenvolveu estudos baseados nas vantagens


comparativas e na área de comércio internacional. Ele atribuía todos os custos da
empresa aos custos de trabalho. E também relacionou o acúmulo de capital ao
aumento desenfreado da população e à elevação de renda.

John Stuart Mill (1806-1873) foi um grande defensor da liberdade de mercado, o


qual aprofundou os seus estudos no funcionamento da economia de mercado.

Já o pensador Thomas Robert Malthus (1766-1834) desenvolveu seus estudos


baseados no crescimento da população, riqueza e a teoria dos salários. Para esse
pensador, a população e a riqueza poderiam crescer até um certo limite.

Escola neoclássica
Na década de 1850, nasceu a escola neoclássica do pensamento econômico,
apresentando elementos, principalmente, da teoria marginalista. Seus principais
representantes são: William Stanley Jevons, Carl Menger e Léon Walras. Outro
economista de destaque desta escola é Alfred Marshall.

Segundo Vasconcelos e Garcia (2012), Alfred Marshall (1842-1924) foi um grande


pensador econômico da escola neoclássica, que desenvolveu os seus estudos
sobre o comportamento do consumidor, a teoria marginalista e a teoria quantitativa
da moeda.

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Neste período em que a teoria neoclássica nasceu, os aspectos microeconômicos
foram os grandes merecedores de atenção, pois existia a crença na economia
de mercado e em sua capacidade de autorregulação entre as forças de demanda
e oferta. Ou seja, a Economia em pleno emprego em que há uma completa
flexibilidade de preços e salários.

A Lei de Say diz que a oferta cria sua própria demanda é válida para essa teoria.
Dessa forma, a demanda não constitui uma variável determinante para o nível do
produto. Outro ponto também importante e que nasceu nesta época foi a análise do
comportamento dos agentes, baseado na noção de que os consumidores buscavam
a máxima satisfação de consumo e os produtores buscavam a máxima obtenção de
lucro.

Escola keynesiana
A escola keynesiana foi desenvolvida pelo pensador econômico por John Maynard
Keynes (1883-1946), que aprofundou os seus estudos sobre a teoria geral do
emprego, dos juros e da moeda. O trabalho de Keynes teve um importante impacto,
pois surgiu na época da grande depressão, quando os principais países capitalistas
enfrentavam sua pior crise.

Figura 2.3: Teoria geral do emprego, dos juros e da moeda

Fonte: Plataforma Deduca (2018).

Vasconcellos e Garcia (2012) afirmam que o keynesianismo demonstrou que


a combinação de políticas econômicas adotadas não foi eficiente no contexto
econômico daquela época, pois o mundo estava sofrendo uma recessão econômica.
Keynes buscava soluções para o contexto de crise econômica e acreditava que o

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emprego era relacionado com o nível de produção nacional, o qual era determinado
pela demanda agregada.

Também para Keynes, caso o país estivesse em uma recessão, seria necessário
a intervenção do Estado, através de políticas de incentivos aos gastos públicos
para promover a demanda. A essa prática é dado o nome de princípio da demanda
efetiva.

Existem até hoje inúmeros debates teóricos a respeito do trabalho de Keynes,


inclusive com a divisão de três grupos distintos. Veja:

• os monetaristas acreditam que o controle da moeda e pouca intervenção do


Estado é a melhor forma de atuação em situação de crise;
• já os fiscalistas ou keynesianos acreditam que o alto grau de intervenção do
Estado e as políticas fiscais ativas constituem a melhor saída;
• por fim, os pós-keynesianos acreditam que a política econômica deveria ser
conduzida de forma ativa.

No entanto, todos esses grupos têm como base os estudos de Keynes. Isso porque
o keynesianismo, segundo Rossetti (2002), buscou a conciliação da eficiência
econômica, a justiça social e a liberdade política, formando condições suficientes
para uma economia eficiente que não ofendesse suas bases institucionais.

Escola institucionalista
A escola institucionalista desenvolve-se principalmente nos Estados Unidos por
volta de 1900. Os principais representantes dessa escola são: Thorstein Veblein,
John Commons e Wesley Mitchell. A escola institucionalista dirige suas críticas às
escolas clássicas e neoclássicas por não considerarem em suas análises a história
e os meios sociais e institucionais.

Reflita
O institucionalismo é uma escola de pensamento econômico
que trouxe a reflexão para o homem, a capacidade de obter
uma racionalidade limitada. Nessa escola, passa-se a falar em
comportamento econômico.

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De acordo com Rossetti (2002), a teoria institucionalista surge como um
desdobramento da outas teorias, buscando entender a harmonia natural da
vida econômica. E os seus estudos aprofundaram-se em estatísticas sobre o
funcionamento real da economia. Nessa escola, o homem é estudado como um ser
econômico racional, capaz de realizar cálculos.

Escolas alternativas
A teoria econômica tem sido bastante criticada e tem recebido muitas abordagens
alternativas, sendo que muitas críticas e abordagens foram absorvidas ou
incorporadas à teoria. Dos críticos, podemos destacar os marxistas e os
institucionalistas.

Figura 2.4: Karl Marx

Fonte: Plataforma Deduca (2018).

A teoria marxista, partindo da crítica aos clássicos, desenvolveu uma das categorias
de análise mais importante em sua obra, a mais-valia. Assim, Marx compreende
que o valor da força de trabalho equivale ao trabalho socialmente necessário à
sobrevivência do trabalhador. Portanto, mais-valia significa a diferença entre o valor
incorporado a um bem e a remuneração do trabalho que foi necessário para sua
produção. Partindo desta categoria fundamental, Marx elabora sua principal obra
“O Capital: uma crítica à economia política”, que remete a elementos essenciais do
modo de produção capitalista.

Os pensadores economistas chamados de marginalistas, segundo Rossetti (2002),


eram contra os pensamentos socialistas e contribuíram para o pensamento
econômico desenvolvendo modelos teóricos dedutivos para comprovar o equilíbrio

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geral da economia. Tal equilíbrio seria decorrente da racionalidade, utilitarismo e do
hedonismo individual.

Escolas atuais
A partir dos anos de 1970, a teoria econômica tem apresentado diversas
transformações, uma delas diz respeito às limitações de aplicação das teorias.
Outro ponto diz respeito ao avanço do conhecimento empírico da Economia
e também à consolidação das contribuições dos demais períodos anteriores.
Com a informatização, o volume e a precisão do processamento de informações
aumentaram muito, tornando o conhecimento empírico muito mais prático e usual.

O controle da flutuação econômica se tornou algo muito fácil de ser realizado. Esse
controle permite antecipar os problemas e, assim, as soluções são mais rápidas
e eficazes. Atualmente, a análise econômica é feita com base em quase todos os
aspectos da vida humana. Isto faz com que o padrão de vida e o bem-estar das
pessoas tenham uma melhora significativa.

O século XIX e o século XX foram importantes para as decisões tanto econômicas


quanto políticas do mundo. As inúmeras guerras que ocorreram foram cruciais para
a formação ideológica atual. Além da destruição em massa da Primeira e Segunda
Guerras Mundiais, tivemos também a Guerra Fria, que durou quarenta anos, período
em que as duas grandes superpotências (Estados Unidos e a então União Soviética)
dividiram o mundo em duas partes opostas.

Figura 2.5: Confrontos ideológicos

Fonte: Plataforma Deduca (2018).

Segundo Rossetti (2002), a confrontação ideológica decorrente da Guerra Fria


desencadeou a divisão do mundo em duas partes opostas: capitalismo versus

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socialismo. O mundo passou a ser dividido em dois blocos, por exemplo: República
Federal da Alemanha (RFA), representada pelo capitalismo liderado pelos Estados
Unidos, e a República Democrática Alemã (RDA), constituída pelos países
socialistas comandados pela União da República Socialista Soviética (URSS).

A Queda do Muro de Berlim em 1989, que dividia a Alemanha em Alemanha


Ocidental e Alemanha Oriental, começou a colocar um fim a essa divisão. O
capitalismo venceu o socialismo predominando até os dias atuais. Dessa forma,
a economia mundial passou a ser transformada para atender às necessidades
capitalistas.

Neste tópico, abordamos as principais escolas e a sua contribuição para a


formação do pensamento econômico. A seguir, abordaremos os sistemas
econômicos, seu conceito e tipos.

Sistemas econômicos
Com o objetivo de resolver os problemas econômicos (o que, como, para quem e
quando produzir) e de estruturação, a sociedade passou a se organizar em sistemas
econômicos. Segundo Vasconcellos e Garcia (2012), os sistemas econômicos
representam a forma como a sociedade se organiza economicamente.

Um sistema econômico é uma forma de organizar a produção, distribuição e o


consumo de bens e serviços da sociedade. Para isso, segundo Vasconcellos e
Garcia (2012), existem elementos (como os fatores de produção) que devem ser
administrados e alocados eficientemente, tais como:

• recursos humanos (as pessoas, a força de trabalho);


• capital (as máquinas, equipamentos e instalações);
• terra (recursos naturais, terras cultiváveis);

Para os autores, os sistemas econômicos são classificados em dois tipos


diferentes:

• economia de mercado;
• economia planificada.

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Figura 2.6: Tipos de sistemas econômicos

Economia de mercado Economia planificada

Para quem?
Descentralizada Centralizada

Fonte: Elaborada pelos autores (2018).

A economia de mercado é considerada uma economia de livre mercado, que atua


de forma descentralizada, sem a intervenção do Estado na economia. Os Estados
Unidos, por exemplo, é um país que possui uma economia de mercado, não
possuindo uma autoridade central para regular o que deve ser e para quem deve ser
produzido.

O sistema capitalista é também conhecido como economia de mercado. Esse


sistema possui uma economia regida pelas forças de mercado, ou seja, a
intervenção governamental não é predominante. Nele, os fatores de produção são
de propriedade privada, prevalecendo a livre iniciativa. Além disso, os preços e
salários são determinados pelas forças da oferta e da demanda, sem intervenção
governamental.

Saiba mais
O sistema capitalista tornou-se uma mercadoria, e o mundo está
inserido na lógica capitalista e no acúmulo de capital. Para saber
mais sobre o capitalismo, acesse o link a seguir http://www.scielo.
br/pdf/ea/v28n80/24.pdf.

Esse tipo de economia pode ser analisado, segundo Vasconcelos e Garcia (2012),
sob dois sistemas:

• sistema de concorrência pura (perfeita);


• sistema de economia mista.

O sistema de concorrência pura ou perfeita é baseado no pensamento do


liberalismo econômico, que defende que o indivíduo atue de forma livre no mercado

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e sem a intervenção do Estado. A expressão francesa laissez-faire foi utilizada no
liberalismo para demonstrar a liberdade econômica.

Curiosidade
Laissez-faire é uma expressão francesa, utilizada por Vincent de
Gournay em 1752, que significa “deixar ir, deixar passar”. Essa
expressão foi utilizada para libertar o comércio de trigo entre as
províncias francesas, evitando o contrabando.

Além dessa expressão, Mankiw (2001) aborda a “mão invisível” utilizada por Adam
Smith, pensador econômico, em seu livro “A riqueza das nações”. O argumento é
de a força da livre economia de mercado em que o agente é lançado por uma mão
invisível em busca de atender ao seu interesse próprio e por sua livre iniciativa
possibilita o bem-estar econômico de todos os agentes. Essa expressão representa
o liberalismo econômico, que deixa as pessoas livres para exercerem o seu negócio.

Outro tipo de economia de mercado é o de economia mista. Nesse sistema, as


forças de mercado prevalecem, mas o Governo cuida da produção dos bens
públicos, como educação, saúde, saneamento, justiça, defesa nacional etc. Na
verdade, nos sistemas ditos capitalistas prevalece a economia mista, uma vez que
o Estado atua na alocação e na distribuição de recursos em algumas áreas, como
infraestrutura, energia, saneamento, telecomunicações e transporte.

Outro tipo de sistema econômico é o de economia planificada ou centralizada.


Nesse tipo de sistema, conhecido também como socialista, existe um mercado
descentralizado, pois o Estado intervém na economia do país, determinado o que,
para que, quando e para quem produzir no país.

No sistema socialista ou de economia centralizada há um órgão central de


planejamento, predominando a propriedade governamental dos fatores de
produção, abrangendo os meios de fabricação, terras, prédios, bancos e matérias-
primas. Afora isso, os preços e os salários não são decididos pelo mercado, e sim
pelo Governo, que também detém a grande maioria dos fatores de produção (terra,
capital e máquinas).

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Figura 2.7: Socialismo

Fonte: Plataforma Deduca (2018).

Quanto ao socialismo, nos dias atuais, apenas Cuba e Coreia do Norte parecem se
encaixar nas características de economias centralizadas. Outras economias, que
anteriormente se caracterizavam como centralizadas, passaram por um processo
de abertura à iniciativa privada, como China e Rússia. Esses dois países, apesar de
ainda manterem características políticas do sistema socialista, passaram a ter suas
economias regidas, cada vez mais, pelas forças de mercado.

Dessa forma, os sistemas econômicos são as formas de organização da economia


estabelecidas ao longo do tempo e que regem o mundo atual, pois embora o
capitalismo estabeleça as relações da maioria dos países do mundo, o socialismo
se encontra fortemente presente em países como a China e a Coreia do Norte.

Nesta unidade, abordamos a origem e a evolução do pensamento econômico e os


principais pensadores e escolas econômicas. Além disso, você pôde compreender
o desdobramento do pensamento econômico no desenvolvimento dos sistemas
econômicos que regem a economia mundial.

Espero que você possa aplicar os conhecimentos absorvidos nesta unidade e seja
capaz de aplicá-los na prática, tanto em sua vida pessoal como profissional.

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Referências
BRESSER PEREIRA, L. C. Uma alternativa para o capitalismo? Resenhas Estudos
avançados, São Paulo, Fundação Getúlio Vargas, n. 28, 2014. Disponível em: http://
www.scielo.br/pdf/ea/v28n80/24.pdf. Acesso em: 30 dez. 2017.

MANKIW, G. Introdução à economia. São Paulo: Elsevier, 2001.

ROSSETTI, J. P. Introdução a economia. 19. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

VASCONCELOS, M. A. S. de; GARCIA, M. E. Fundamentos de economia. 2. ed. São


Paulo: Saraiva, 2012.

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