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GINEAD
Fávero, Márcia Huppe; Cabral, Raquel
SST Unidade 2 - Pensamento Econômico e sua Evolução /
Márcia Huppe Fávero; Raquel Cabral
Ano: 2020
nº de p.: 16
Objetivos específicos
• Compreender a origem e evolução do pensamento econômico.
• Abordar os sistemas econômicos.
Apresentando a Unidade
A economia é uma ciência social que visa estudar os recursos escassos na
produção de bens e serviços e as escolhas dos indivíduos para atender às suas
necessidades. Estudar economia é entender como o homem vive e como as suas
ações contribuem para a formação da sociedade. Você já parou para pensar no
nível de consumismo exacerbado no mundo? Ou sobre por que existem países tão
pobres e outros tão ricos? E o desemprego? São essas questões e muitas outras
que levam você a tentar entender a importância do estudo da economia.
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– 335 a. C), que faziam menção a assuntos de ordem econômica em seus escritos
na Grécia antiga.
Curiosidade
O Decreto nº 22.626, de 7 de abril de 1933, conhecido como Lei
da Usura, é o exemplo dos primeiros instrumentos econômicos
utilizados para regular a economia, embora cobrasse de forma
ilegal juros altos acima da taxa legal e se falava em lucros justos.
Quando aceitos pela sociedade, esse padrão de ideias serve de base para uma nova
dominação de classe, formando-se assim as ideologias. Nesse sentido, as escolas
econômicas são ideologias formadas ao longo do tempo no mundo. E quando uma
deixa de atender aos interesses de toda a sociedade, outra classe surge com novas
ideias e valores a serem aceitos.
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Evolução do pensamento econômico
As escolas de pensamento econômico (ou teorias econômicas, como são
conhecidas) foram surgindo à medida que as relações comerciais e industriais
foram se intensificando no mundo. Neste tópico abordaremos as principais escolas
de pensamento econômico.
Escola mercantilista
O mercantilismo foi a primeira escola econômica e seu surgimento se deu no
século XVI, entre os anos de 1450 e 1750. Mesmo não tendo um conjunto técnico
homogêneo de regras, o mercantilismo se preocupava com o acúmulo de riquezas
de uma nação e possuía alguns princípios para fomentar o comércio exterior.
Nessa época, surgem ainda os relatos mais relevantes sobre a moeda e o acúmulo
de metais se torna importante. Acreditava-se que o poder de um país poderia ser
medido pelo seu estoque de metais preciosos.
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Escola da fisiocracia
Em busca de combater as práticas mercantilistas exploradoras, surgiram no século
XVIII os fisiocratas, que eram os economistas que contestavam a regulação da
economia pelo governo. Para eles, essa regulamentação não seria necessária. Eles
defendiam que a natureza como ordem natural e que a produção agrícola eram as
únicas formas de gerar a economia e ampliação dos excedentes econômicos.
Escola clássica
A escola clássica em 1750, segundo Rossetti (2002), defendia os ideais
individualistas do liberalismo do século XVIII. Os principais pensadores econômicos
da escola clássica foram Adam Smith, Jean Baptiste Say, John Stuart Mill, David
Ricardo e Thomas Robert Malthus.
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Figura 2.2: Adam Smith
Outro pensador bastante relevante foi Jean Baptiste Say (1767-1832), que
desenvolveu a Lei de Say, ou Lei da oferta e da demanda, que afirma que toda oferta
cria sua própria demanda (procura).
Escola neoclássica
Na década de 1850, nasceu a escola neoclássica do pensamento econômico,
apresentando elementos, principalmente, da teoria marginalista. Seus principais
representantes são: William Stanley Jevons, Carl Menger e Léon Walras. Outro
economista de destaque desta escola é Alfred Marshall.
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Neste período em que a teoria neoclássica nasceu, os aspectos microeconômicos
foram os grandes merecedores de atenção, pois existia a crença na economia
de mercado e em sua capacidade de autorregulação entre as forças de demanda
e oferta. Ou seja, a Economia em pleno emprego em que há uma completa
flexibilidade de preços e salários.
A Lei de Say diz que a oferta cria sua própria demanda é válida para essa teoria.
Dessa forma, a demanda não constitui uma variável determinante para o nível do
produto. Outro ponto também importante e que nasceu nesta época foi a análise do
comportamento dos agentes, baseado na noção de que os consumidores buscavam
a máxima satisfação de consumo e os produtores buscavam a máxima obtenção de
lucro.
Escola keynesiana
A escola keynesiana foi desenvolvida pelo pensador econômico por John Maynard
Keynes (1883-1946), que aprofundou os seus estudos sobre a teoria geral do
emprego, dos juros e da moeda. O trabalho de Keynes teve um importante impacto,
pois surgiu na época da grande depressão, quando os principais países capitalistas
enfrentavam sua pior crise.
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emprego era relacionado com o nível de produção nacional, o qual era determinado
pela demanda agregada.
Também para Keynes, caso o país estivesse em uma recessão, seria necessário
a intervenção do Estado, através de políticas de incentivos aos gastos públicos
para promover a demanda. A essa prática é dado o nome de princípio da demanda
efetiva.
No entanto, todos esses grupos têm como base os estudos de Keynes. Isso porque
o keynesianismo, segundo Rossetti (2002), buscou a conciliação da eficiência
econômica, a justiça social e a liberdade política, formando condições suficientes
para uma economia eficiente que não ofendesse suas bases institucionais.
Escola institucionalista
A escola institucionalista desenvolve-se principalmente nos Estados Unidos por
volta de 1900. Os principais representantes dessa escola são: Thorstein Veblein,
John Commons e Wesley Mitchell. A escola institucionalista dirige suas críticas às
escolas clássicas e neoclássicas por não considerarem em suas análises a história
e os meios sociais e institucionais.
Reflita
O institucionalismo é uma escola de pensamento econômico
que trouxe a reflexão para o homem, a capacidade de obter
uma racionalidade limitada. Nessa escola, passa-se a falar em
comportamento econômico.
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De acordo com Rossetti (2002), a teoria institucionalista surge como um
desdobramento da outas teorias, buscando entender a harmonia natural da
vida econômica. E os seus estudos aprofundaram-se em estatísticas sobre o
funcionamento real da economia. Nessa escola, o homem é estudado como um ser
econômico racional, capaz de realizar cálculos.
Escolas alternativas
A teoria econômica tem sido bastante criticada e tem recebido muitas abordagens
alternativas, sendo que muitas críticas e abordagens foram absorvidas ou
incorporadas à teoria. Dos críticos, podemos destacar os marxistas e os
institucionalistas.
A teoria marxista, partindo da crítica aos clássicos, desenvolveu uma das categorias
de análise mais importante em sua obra, a mais-valia. Assim, Marx compreende
que o valor da força de trabalho equivale ao trabalho socialmente necessário à
sobrevivência do trabalhador. Portanto, mais-valia significa a diferença entre o valor
incorporado a um bem e a remuneração do trabalho que foi necessário para sua
produção. Partindo desta categoria fundamental, Marx elabora sua principal obra
“O Capital: uma crítica à economia política”, que remete a elementos essenciais do
modo de produção capitalista.
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geral da economia. Tal equilíbrio seria decorrente da racionalidade, utilitarismo e do
hedonismo individual.
Escolas atuais
A partir dos anos de 1970, a teoria econômica tem apresentado diversas
transformações, uma delas diz respeito às limitações de aplicação das teorias.
Outro ponto diz respeito ao avanço do conhecimento empírico da Economia
e também à consolidação das contribuições dos demais períodos anteriores.
Com a informatização, o volume e a precisão do processamento de informações
aumentaram muito, tornando o conhecimento empírico muito mais prático e usual.
O controle da flutuação econômica se tornou algo muito fácil de ser realizado. Esse
controle permite antecipar os problemas e, assim, as soluções são mais rápidas
e eficazes. Atualmente, a análise econômica é feita com base em quase todos os
aspectos da vida humana. Isto faz com que o padrão de vida e o bem-estar das
pessoas tenham uma melhora significativa.
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socialismo. O mundo passou a ser dividido em dois blocos, por exemplo: República
Federal da Alemanha (RFA), representada pelo capitalismo liderado pelos Estados
Unidos, e a República Democrática Alemã (RDA), constituída pelos países
socialistas comandados pela União da República Socialista Soviética (URSS).
Sistemas econômicos
Com o objetivo de resolver os problemas econômicos (o que, como, para quem e
quando produzir) e de estruturação, a sociedade passou a se organizar em sistemas
econômicos. Segundo Vasconcellos e Garcia (2012), os sistemas econômicos
representam a forma como a sociedade se organiza economicamente.
• economia de mercado;
• economia planificada.
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Figura 2.6: Tipos de sistemas econômicos
Para quem?
Descentralizada Centralizada
Saiba mais
O sistema capitalista tornou-se uma mercadoria, e o mundo está
inserido na lógica capitalista e no acúmulo de capital. Para saber
mais sobre o capitalismo, acesse o link a seguir http://www.scielo.
br/pdf/ea/v28n80/24.pdf.
Esse tipo de economia pode ser analisado, segundo Vasconcelos e Garcia (2012),
sob dois sistemas:
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e sem a intervenção do Estado. A expressão francesa laissez-faire foi utilizada no
liberalismo para demonstrar a liberdade econômica.
Curiosidade
Laissez-faire é uma expressão francesa, utilizada por Vincent de
Gournay em 1752, que significa “deixar ir, deixar passar”. Essa
expressão foi utilizada para libertar o comércio de trigo entre as
províncias francesas, evitando o contrabando.
Além dessa expressão, Mankiw (2001) aborda a “mão invisível” utilizada por Adam
Smith, pensador econômico, em seu livro “A riqueza das nações”. O argumento é
de a força da livre economia de mercado em que o agente é lançado por uma mão
invisível em busca de atender ao seu interesse próprio e por sua livre iniciativa
possibilita o bem-estar econômico de todos os agentes. Essa expressão representa
o liberalismo econômico, que deixa as pessoas livres para exercerem o seu negócio.
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Figura 2.7: Socialismo
Quanto ao socialismo, nos dias atuais, apenas Cuba e Coreia do Norte parecem se
encaixar nas características de economias centralizadas. Outras economias, que
anteriormente se caracterizavam como centralizadas, passaram por um processo
de abertura à iniciativa privada, como China e Rússia. Esses dois países, apesar de
ainda manterem características políticas do sistema socialista, passaram a ter suas
economias regidas, cada vez mais, pelas forças de mercado.
Espero que você possa aplicar os conhecimentos absorvidos nesta unidade e seja
capaz de aplicá-los na prática, tanto em sua vida pessoal como profissional.
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Referências
BRESSER PEREIRA, L. C. Uma alternativa para o capitalismo? Resenhas Estudos
avançados, São Paulo, Fundação Getúlio Vargas, n. 28, 2014. Disponível em: http://
www.scielo.br/pdf/ea/v28n80/24.pdf. Acesso em: 30 dez. 2017.
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