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A crença naquele momento era de que a riqueza disponível no mundo não poderia ser
aumentada, apenas redistribuída. Assim, os países buscavam a acumulação de riquezas por
meio da proteção da economia local e acúmulo de metais decorrente das trocas comerciais
que realizavam com outros países. Foi nesse período que nações europeias exploraram os
recursos de suas colônias, como aconteceu aqui nas Américas.
No início da Idade Moderna, a Europa ainda tinha como base religiosa a Igreja
Católica Apostólica Romana. Essa liderança foi abalada, com um Movimento
liderado por um Monge Agostiniano, Martinho Lutero, que criticou as
indulgências e certas normas católicas, provocando o Movimento de Reforma
Luterana ou Protestante.
Reforma protestante
Reforma Protestante foi um movimento reformista cristão do século XVI liderado por
Martinho Lutero, simbolizado pela publicação de suas 95 Teses em 31 de outubro de 1517 na
porta da Igreja do Castelo de Wittenberg. Tendo por ponto de partida as críticas às vendas de
indulgências, o movimento de Lutero tornou-se conhecido como um protesto contra os
abusos do clero, evoluindo para uma proposta de reforma no catolicismo romano a partir da
mudança em diversos pontos da doutrina da Igreja Católica Romana, com base no que Lutero
entendia como um retorno às escrituras sagradas. Os princípios fundamentais extraídos da
Reforma Protestante são conhecidos como os Cinco Solas.
Com relação às questões políticas, existia uma série de reis, nobres e autoridades em geral
que estavam interessados em romper o poder secular com o religioso. Isso significa que
muitos viam o rompimento como uma forma de consolidar ou de assegurar mais poder sem a
necessidade de ter que se sujeitar a outra autoridade – no caso, o papa.
Sola fide (somente a fé).
Sola scriptura (somente a Escritura).
Solus Christus (somente Cristo).
Sola gratia (somente a graça).
Soli Deo gloria (glória somente a Deus)
Importante sublinhar que durante a Idade Moderna o homem passa a dar maior
importância a si mesmo, valorizando sua condição humana e sua capacidade de
intervenção na natureza. A visão teocêntrica é sobreposta pela visão antropocêntrica da
realidade. Essa perspectiva de mudança é inter-relacionada com dois novos valores da
sociedade moderna, o individualismo – valorização do indivíduo, e o racionalismo –
valorização da razão
Outro grande Sociólogo desse período é Max Weber. A partir de agora vamos
apresentar a vida, obras e seus conceitos:
Foi na cidade de Erfurt que nasceu Max Weber, em uma família de burgueses
liberais. Desenvolveu estudos de direito, filosofia, história e sociologia,
constantemente interrompidos por uma doença que o acompanhava por toda a
vida. Iniciou a carreira de professor em Berlim e em 1895 foi catedrático em
Heidelberg. Manteve contato permanente com intelectuais de sua época, como
Simmel, Sombart, Tönnies e Georg Lukács. Na política, defendeu
ardorosamente seus pontos de vista liberais e parlamentarista e participou da
comissão redatora da Constituição da República de Weimar. Sua maior
contribuição nas pesquisas e estudos sociológicos foi na Sociologia da
Religião, estabelecendo relações da formação política e crenças religiosas.
Suas principais obras foram: Artigos reunidos da Sociologia da Religião;
Artigos reunidos da Teoria da Ciência; Economia e Sociedade (obra póstuma);
Ética Protestante e Espírito do Capitalismo. Morreu em Monique (COSTA,
1987).
Max Weber formulou com precisão o conceito de ação social, que para ele
baseia-se no processo comunicativo entre sujeitos, tomando como ponto de
partida o sentido dado pelo autor de uma ação e seu objetivo.
A teoria sociológica da ação social foi amplamente trabalhada pelo teórico Max Weber, que
acreditava que a principal função da Sociologia era compreender os diversos aspectos da
ação social. A ação social é entendida por Weber como qualquer ação realizada por um
sujeito em um meio social que, no entanto, possua um sentido determinado por seu autor. O
contínuo processo de comunicação está intimamente ligado ao conceito de ação social. A
manifestação do sujeito que deseja uma resposta é manifestada em função dessa resposta. Em
outras palavras, uma ação social constitui-se como ação a partir da intenção de seu autor
quanto à resposta que deseja de seu interlocutor.
A partir desse entendimento, Weber justifica que a função dos esforços sociológicos é
justamente tentar compreender os sentidos dados às ações humanas em suas relações sociais.
As relações humanas e, por sua vez, as ações que estão inseridas no contexto dessas relações,
possuem sentido atribuído a elas por seus autores. Para que se compreenda o processo de
comunicação e de interação social, é necessário, então, que se compreenda o sentido da ação,
bem como, ainda mais importante, desvende-se o objetivo do autor da ação em seu esforço
comunicativo. Peguemos, por exemplo, a ação social de um abraço, que pode carregar uma
infinidade de sentidos. O autor da ação, ao realizá-la, deseja que seu interlocutor apreenda o
sentido que desejou implantar em seu ato, e não apenas que entenda o sentido genérico do ato
de abraçar.
Dominação Legal: onde qualquer direito pode ser criado e modificado através de um estatuto
sancionado corretamente, tendo a “burocracia” como o tipo mais puro desta dominação. Os
princípios fundamentais da burocracia, segundo o autor, são a Hierarquia Funcional, a
Administração baseada em Documentos, a Demanda pela Aprendizagem Profissional, as
Atribuições são oficializadas e há uma Exigência de todo o Rendimento do Profissional. A
obediência se presta não à pessoa, em virtude de direito próprio, mas à regra, que se conhece
competente para designar a quem e em que extensão se há de obedecer. Weber classifica este
tipo de dominação como sendo estável, uma vez que é baseada em normas que, como foi dito
anteriormente, são criadas e modificadas através de um estatuto sancionado corretamente. Ou
seja, o poder de autoridade é legalmente assegurado.
Dominação Carismática: onde a autoridade é suportada graças a uma devoção afetiva por
parte dos dominados. Ela assenta sobre as “crenças” transmitidas por profetas, sobre o
“reconhecimento” que pessoalmente alcançam os heróis e os demagogos, durante as guerras
e revoluções, nas ruas e nas tribunas, convertendo a fé e o reconhecimento em deveres
invioláveis que lhes são devidos pelos governados. A obediência a uma pessoa se dá devido
as suas qualidades pessoais. Não apresenta nenhum procedimento ordenado para a nomeação
e substituição. Não há carreiras e não é requerida formação profissional por parte do
“portador” do carisma e de seus ajudantes. Weber coloca que a forma mais pura de
dominação carismática é o caráter autoritário e imperativo. Contudo, Weber classifica a
Dominação Carismática como sendo instável, pois nada há que assegure a perpetuidade da
devoção afetiva ao dominador, por parte dos dominados.
, pobre, que tende a permanecer nessa condição por causa do pouco que
recebe.
QUADRO 15 – MAIS-VALIA
No sistema capitalista, o trabalhador vende sua força de trabalho como uma mercadoria.
Contudo, esta tem características distintas das outras mercadorias. O trabalhador oferece
sua força de trabalho e o empregador paga com o salário. Estabelece-se uma ideia de
igualdade, segundo a qual os homens são iguais diante da lei, do Estado, do mercado
etc., e se veem dessa forma.
Contudo, o valor de sua força de trabalho durante o tempo que está produzindo é maior
do que seu salário. Esse trabalho excedente é o valor não pago e que integra o capital,
transformando-se na riqueza dos dominantes.
Esse trabalho excedente é o que Marx denomina de mais-valia, que se traduz no grau de
exploração da força de trabalho pelo capital. O que impede o trabalhador de perceber que
existe um excedente de seu trabalho que não é pago é sua situação de alienação.
FONTE: Adaptado de <https://bit.ly/3g8seGU>. Acesso em: 29 jul. 2021.
QUADRO 16 – MERCADORIA
A mercadoria surge como o ponto a priori de Marx, como o pilar fundamental desse sistema
que tem como característica fundamental a aquisição de mercadorias em prol da satisfação de
necessidades pessoais, sejam elas provindas do estômago (necessidade) ou da mente (desejo),
conferindo-lhe assim um caráter universal, comum a todos. Marx apresenta-nos o conceito de
mercadoria como sendo algo com duplo caráter, que em essência define-se como Valor de
Uso (substância de valor) e Valor de Troca (grandeza de valor). As mercadorias aparecem no
mercado de infinitas formas, são produzidas de infinitas maneiras e atendem as mais diversas
necessidades. A diversidade de mercadorias é tão grande que é impossível mensurá-las em
sua totalidade. Tal diversidade é superada por Marx por meio de uma abstração, pela redução
de toda a diversidade de mercadorias existentes para apenas um fator: a utilidade. Uma
mercadoria, para ser considerada como tal, precisa antes de tudo ser útil para alguém, possuir
seu Valor de Uso, independente de qual seja essa utilidade. No entanto, não é possível
mensurar quantitativamente a utilidade de algo, sendo ela intrínseca e subjetiva. É preciso
algo que torne as mercadorias comensuráveis entre si, que possibilite a efetivação da troca
nos processos mercantis, que demonstre sua objetividade. Para Marx, a quantidade de
trabalho humano médio despendido na produção de uma mercadoria, abstraído e incorporado
nela, é que define seu caráter quantitativo, sua substância de valor, seu Valor de Troca. O
Valor de Uso é efetivado apenas durante o consumo e serve como base de sustentação para o
Valor de Troca que se realiza.
Fetichismo da Mercadoria
QUADRO 18 – IDEOLOGIA
O conceito de ideologia aparece em Marx como equivalente de ilusão, falsa consciência,
concepção idealista na qual a realidade é invertida e as ideias aparecem como motor da vida
real. Para Marx, os ideólogos promoviam uma subversão entre a realidade e o
pensamento, submetendo aquela a este, isto é, invertendo a relação, de modo que os fatos se
adequassem às ideias, e não as ideias aos fatos. A Ideologia crítica concebida por Karl Marx,
em contraposição aos ideólogos alemães, era uma designação negativa do termo, atribuindo
ao termo uma dissociação proposital entre a realidade e as ideias, promovida por uma classe
burguesa como forma de obnubilar a apreensão da realidade pelos trabalhadores com o
intuito de explorá-los. De acordo com Marx, as ideologias surgem por meio de relações
sociais, econômicas e políticas, em contextos de ideias conflitantes, de contradições e
contrastes sociais manifestos em desigualdade de recursos, de direitos, de acesso a bens e
serviços.
Portanto, as ideologias podem ter por finalidade naturalizar conflitos para que eles sejam
considerados aceitáveis, na tentativa de normalizar, justificar, amenizar e mesmo ocultar as
tensões sociais. Assim, elas contribuem para a manutenção e reprodução de determinado
arranjo social, possibilitando que aqueles que, de alguma forma, são prejudicados e
poderiam insurgir-se contra ele, enxerguem-no como bom ou como impossível de ser
modificado. Marx aponta a ideologia como uma falsa consciência da realidade. Para ele, ela é
um instrumento de ocultamento da realidade utilizado pela classe dirigente para sobrepor-
se às demais classes com a aquiescência delas. O monopólio da produção intelectual e
cultural pela classe dominante permitiu que ela manipulasse, a seu favor, a valoração dos
fatos de maneira sistemática. Assim, as suas ideias prevaleceram e foram interiorizadas pelos
demais, ainda que para eles colocá-las em prática não representasse os mesmos benefícios.
Em síntese, para Marx, a ideologia é a percepção da realidade com base em uma perspectiva
sobre ela que vem da classe que tem o monopólio dos meios de produção material e
intelectual. A ideologia restringe a compreensão da realidade a uma única visão dos fatos, ou
seja, toma um recorte da realidade como se fosse a sua totalidade. Como parte
desse mecanismo da classe burguesa de alienar os trabalhadores quanto à sua própria
realidade, Marx identifica um processo que ele conceitua como fetichismo, isto é, a
dissociação entre a mercadoria e a forma como ela foi produzida.
Afirmamos que a sociedade não pode permitir que pais e patrões empreguem,
no trabalho, crianças e adolescentes, a menos que se combine esse trabalho
produtivo com a educação. Por educação entendemos três coisas: 1) Educação
intelectual. 2) Educação corporal, tal como a que se consegue com os
exercícios de ginásticas militares. 3) Educação tecnológica, que recolhe os
princípios gerais e de caráter científico de todo o processo de produção e, ao
mesmo tempo, inicia as crianças e os adolescentes no manejo de ferramentas
elementares dos diversos ramos industriais (MARX; ENGELS, 2006, p. 68).
Nas palavras de Marx, a educação relaciona-se com o trabalho.
RESUMO DO TÓPICO
Neste tópico, você aprendeu que:
AUTOATIVIDADES
Unidade 1 - Tópico 2
1 Foi uma das formas encontradas pelos historiadores para se dividir a
história da humanidade. Seu recorte temporal inicia-se com a queda do
Império Bizantino e a tomada da cidade de Constantinopla pelo Império
Turco-Otomano, em 1453. Seu recorte final está delimitado com a Revolução
Francesa, em 1789. Esse período ficou conhecido como?
A)
Idade Média.
B)
Idade Contemporânea.
C)
Idade Antiga.
D)
Idade Moderna.
Responder
B)
C)
D)
Responder
A)
B)
D)
Numa de suas frases mais famosas, escrita em 1845, o pensador alemão Karl
Marx dizia que, até então, os filósofos haviam alienado o mundo de várias
maneiras. "Cabe agora transformá-lo", concluía.
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