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Durabilidade Química e Térmica e

Comportamento Mecânico de
Compósitos de Alto Desempenho
Reforçados com Fibra de Sisal
AUTOR: João de Almeida Melo Filho
APRESENTADOR: Nadine Machado Ficher
Alegrete, dezembro de 2016

1
INTRODUÇÃO

No início dos anos 70, quando foi estabelecido que o amianto poderia ser
prejudicial à saúde humana, uma grande atenção foi dada às fibras vegetais. De acordo
com GRAM (1988), no final da década de 60 várias pesquisas visando a possibilidade da
utilização de fibras orgânicas naturais como reforço em placas finas de concreto foram
iniciadas.
No entanto, as fibras vegetais, quando utilizadas em compósitos cimentícios,
podem sofrer redução em sua resistência e tenacidade. Segundo GRAM, (1983), este
problema de durabilidade está relacionado principalmente à decomposição química da
lignina e da hemicelulose na lamela central da fibra e na mineralização da fibra.

2
INTRODUÇÃO

Assim, apesar da presente pesquisa apresentar na sua primeira etapa o


desenvolvimento e a caracterização mecânica de compósitos cimentícios reforçados com
fibras curtas e longas de sisal, a mesma focará, principalmente no estudo da durabilidade
de compósitos cimentícios reforçados com fibras vegetais (sisal) quando submetidos à
ciclos de molhagem e secagem, o que simula o comportamento do material quando
exposto a chuva e sol, e a altas temperaturas, com o intuito de determinar a sua
estabilidade térmica.

3
OBJETIVOS
O presente trabalho tem os seguintes objetivos principais:

 Estudar a durabilidade térmica de compósitos cimentícios (com matriz livre de


hidróxido de cálcio) reforçados com fibras vegetais (sisal);

 Estudar a durabilidade química dos compósitos cimentícios (com matriz livre de


hidróxido de cálcio e matriz de cimento Portland) reforçados com fibras vegetais
(sisal), com ênfase na identificação do início do processo de degradação (amostras
submetidas a poucos ciclos de molhagem e secagem: de cinco a vinte e cinco ciclos);

 Estudar a durabilidade química de longo prazo de compósitos cimentícios com


matrizes livres de hidróxido de cálcio (amostras envelhecidas em sala climatizada por
até cinco anos);

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OBJETIVOS

 Caracterizar mecanicamente compósitos cimentícios (com matriz livre de hidróxido


de cálcio) reforçados com fibras longas de sisal;

 O desenvolvimento e a caracterização mecânica de compósitos cimentícios (com


matriz livre de hidróxido de cálcio) reforçados com altas frações volumétricas (de até
6%) de fibras curtas de sisal de até 50 mm de comprimento.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• Fibra de Sisal:
A fibra de sisal mostra-se promissora no desenvolvimento de materiais
compósitos devido ao seu baixo custo, às suas excelentes propriedades
mecânicas (TOLÊDO FILHO, 1997, JOSEPH, 1999, MELO FILHO, 2005, ANTICH,
2006, SILVA, 2009, BARRETO, 2011) e à sua grande disponibilidade no mercado.
O incentivo ao uso das fibras de sisal é fundamental para o desenvolvimento
econômico e social das regiões onde as mesmas são produzidas, pois, na
maioria das vezes, são regiões pobres.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• Fibra de Sisal:
Tabela 1- Propriedades das fibras de sisal

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• Comportamento mecânico de compósitos reforçados


com fibras vegetais:

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• Comportamento mecânico de compósitos reforçados


com fibras vegetais:
– Resistência a Compressão:
A adição de fibras vegetais, que possuem baixo módulo em sua
grande maioria, em matrizes cimentícias, é mais benéfica no incremento da
tenacidade da matriz do que no aumento da resistência. De acordo com
TOLEDO FILHO (1997), a adição de fibras vegetais reduz a resistência à
compressão da matriz e, de forma desprezível, o módulo de elasticidade.
Por outro lado, as fibras confinam o material, retardando a propagação da
primeira fissura e aumentando a ductilidade pós-pico do material.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• Comportamento mecânico de compósitos reforçados


com fibras vegetais:
– Resistência a Tração na Flexão:
A partir de resultados de ensaios de flexão, LIMA (2004) verificou que
fibras curtas de sisal distribuídas aleatoriamente em matriz cimentícia
conseguem aumentar o deslocamento último, aumentando a tenacidade
do material, enquanto que fibras longas e alinhadas em uma direção
permitiram o crescimento da resistência após a fissuração da matriz e o
desenvolvimento de múltipla fissuração sob tração e flexão.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• Comportamento mecânico de compósitos reforçados


com fibras vegetais:
– Resistência a Tração direta:
Compósitos com fibras longas e alinhadas na direção do
carregamento acarretam maiores acréscimos nos valores de resistência, se
comparados aos compósitos com fibras curtas distribuídas aleatoriamente
na matriz de concreto. Isto ocorre devido ao fato de que o comprimento
das fibras é suficiente para a redistribuição de tensões, permitindo o
surgimento de novas fissuras e o incremento na resistência.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• Comportamento mecânico de compósitos reforçados


com fibras vegetais:
– Durabilidade Química:
De acordo com GRAM, (1983), a principal causa de degradação de
fibras vegetais em matriz cimentícia é a hidrólise alcalina. Essa hidrólise
provoca a divisão da cadeia molecular e reduz o grau de polimerização da
celulose. A água alcalina presente nos poros da matriz cimentícia dissolve a
lignina e a hemicelulose, quebrando, assim, as ligações entre as
fibrocélulas.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• Comportamento mecânico de compósitos reforçados


com fibras vegetais:
– Durabilidade Térmica:
OTEIZA (1993) estudou o comportamento de compósitos gesso-fibra
de sisal a altas temperaturas e observou que a
adição de fibras de sisal retardou o aparecimento de fissuras e aumentou o
isolamento ao fogo. A resistência a tração direta apresentou redução
quando a temperatura foi aumentada. CHAND et al. (1993) estudaram as
propriedades mecânicas da fibra de sisal a altas temperaturas e
observaram que a resistência à tração das fibras apresentou redução de
cerca de 30% quando a temperatura foi aumentada de 30 ºC para 100 ºC.

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MATERIAIS
• Cimento:
No trabalho foi utilizado o cimento composto com fíller calcário:
CPII F
32;
• Metacaulinita:
A metacaulinita utilizada neste trabalho foi a METACAULIM do
Brasil;
• Areia:
Foi empregada uma areia quartzosa de rio com massa específica
de 2,67g/cm3. Entretanto foi utilizado no preparo da argamassa apenas o
material que passou na peneira 1,18 mm, que teve como módulo de
finura (MF) o valor de 2,43;

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MATERIAIS

• Superplastificante:
O superplastificante usado FOSROC REAX CONPLAST SP 430, tem sua
composição baseada em Naftaleno Sulfonado com teor de sólidos de 44%;

• Água:
A água utilizada em toda a fase experimental foi a proveniente da rede
de abastecimento da cidade do Rio de Janeiro;

• Fibras de Sisal:
As fibras utilizadas no presente estudo são de sisal (Agave sisalana),
oriundas do Município de Valente-BA e fornecidas pela Associação dos
Pequenos Agricultores (APAEB).

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METODOLOGIA

16
METODOLOGIA

17
METODOLOGIA

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METODOLOGIA

• Produção das Matrizes de Compósitos:

A matriz M1 foi produzida com a substituição parcial de 50% em massa de cimento


Portland por metacaulinita. A matriz M2 diferenciava-se da matriz M1 pela quantidade de areia
contida na mistura (ver Tabela 4-1). A mistura M3 se diferenciou da matriz M1 pelo fator a/mc.
A mistura de referência (M0), tinha como material cimentante apenas o cimento Portland.
Assim, quatro matrizes e dezenove compósitos foram produzidos no presente estudo (ver
Tabela 4-1). No caso dos compósitos produzidos a partir da matriz M3, o teor de
Superplastificante (SP) foi aumentado para um teor de até 2,5 % (caso das misturas com 4 e
6%) para permitir uma melhor dispersão das fibras curtas de sisal.

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METODOLOGIA

• Produção das Matrizes de Compósitos:


Tabela 2: Traço e nomenclatura das matrizes
M = matriz;
S = Fibra de sisal;
P = pressão de
moldagem;
L = comprimento
da fibra

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METODOLOGIA

• Produção das Matrizes de Compósitos:


– Fibras Longas:
As misturas foram produzidas em sala climatizada a 21 ± 1°C,
utilizando um misturador de bancada com capacidade de 20 dm3. O processo
iniciou-se com a colocação dos constituintes secos da argamassa no misturador
na seguinte ordem: cimento, metacaulinita e areia. O material seco foi
misturado durante 2 minutos, até que se verificasse a homogeneização
completa da mistura. O superplastificante (SP) foi diluído previamente na água
e adicionado lentamente à mistura. Após a mistura, foram executados os
ensaios reológicos e, em seguida, foram moldados corpos de prova para a
realização dos ensaios referentes à caracterização da matriz.

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METODOLOGIA

• Produção das Matrizes de Compósitos:


Fibras longas de sisal:
Placas laminadas com fibras longas foram produzidas para a
configuração do reforço:
– As placas tinham dimensões de 250 mm x 400 mm x 12 mm
(largura, comprimento e espessura) e 5 camadas de fibras foram
arranjadas manualmente no molde em uma única direção
(reforço unidirecional);

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METODOLOGIA

• Produção das Matrizes de Compósitos:


– Fibras Curtas:
A produção dos compósitos reforçados com fibras curtas deu-se na
seguinte seqüência: (a) com o misturador em movimento, fibras curtas de sisal
eram lentamente adicionadas à mistura fresca e a mistura continuava por 3
minutos. A mistura fresca era então colocada na forma de alumínio com
dimensões internas de 250 x 400 x 15 mm e regularizada com o uso de uma
espátula. Em seguida a mistura era
vibrada a uma freqüência de 65 Hz.

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APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
• DESENVOLVIMENTO DAS MATRIZES LIVRES DE CH
Na Tabela 5-1 estão apresentados os resultados das perdas de massa percentual,
obtidas das curvas de TG, referente às etapas de desidratação e decomposição dos principais
componentes químicos contidos nas amostras em base a massa inicial de cada amostra.

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APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
• DESENVOLVIMENTO DAS MATRIZES LIVRES DE CH
Na tabela 5-2 mostram a porcentagem real de hidróxido de cálcio presente
nas misturas. Os resultados mostram que com o aumento do tempo de hidratação ocorre uma
redução no teor de CH para as pastas contendo metacaulinita e um aumento no teor de CH
para as pastas de cimento Portland.

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APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
• COMPORTAMENTO REOLÓGICO E MECÂNICO DAS MATRIZES

Comportamento reológico das matrizes

Na Tabela 5-3 estão apresentados os resultados de consistência padrão (Cp) e minislump (MS).

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APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
• COMPORTAMENTO REOLÓGICO E MECÂNICO DAS MATRIZES

Comportamento tensão x deformação sob cargas de compressão uniaxial das

matrizes

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APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
• COMPORTAMENTO REOLÓGICO E MECÂNICO DAS MATRIZES

A partir das curvas tensão x deformação experimentais foram calculados os valores médios da
tensão máxima de compressão (máx), deformação axial na tensão máxima (máx) e, módulo de elasticidade
(Ec) de acordo com NBR 8522 (1995). Esses resultados são apresentados na Tabela 5-4 juntamente com os
respectivos coeficientes de variação (CV).

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APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
• CARACTERIZAÇÃO MECÂNICA DE COMPÓSITOS REFORÇADOS COM
FIBRAS LONGAS DE SISAL

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APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
• CARACTERIZAÇÃO MECÂNICA DE COMPÓSITOS REFORÇADOS COM
FIBRAS LONGAS DE SISAL

Influência do traço da matriz no comportamento tensão x deflexão dos compósitos

Curvas típicas tensão


equivalente de flexão x deflexão para
compósitos M1S6P3 e M2S6P3.

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APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
• CARACTERIZAÇÃO MECÂNICA DE COMPÓSITOS REFORÇADOS COM
FIBRAS LONGAS DE SISAL

Influência do traço da matriz no comportamento tensão x deflexão dos compósitos

Os resultados médios e
respectivos coeficientes de
variação (CV) estão
apresentados
naTabela 5-5.

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APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
• CARACTERIZAÇÃO MECÂNICA DE COMPÓSITOS REFORÇADOS COM
FIBRAS LONGAS DE SISAL

Influência do traço da matriz no comportamento tensão x deflexão dos compósitos

Como esperado, observa-se uma


maior densidade de fissuração no
terço central dos
corpos de prova (região de
momento fletor máximo e
constante).

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APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
• CARACTERIZAÇÃO MECÂNICA DE COMPÓSITOS REFORÇADOS COM
FIBRAS LONGAS DE SISAL

Influência do volume de fibras de sisal no comportamento tensão x deflexão e


tração x deslocamento dos compósitos.

• Comportamento mecânico sob tração


na flexão:

Curvas típicas tensão x deflexão estão


apresentadas na Figura 5-11, para os
compósitos M1S6P3 e M1S10P3.

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APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
• CARACTERIZAÇÃO MECÂNICA DE COMPÓSITOS REFORÇADOS COM
FIBRAS LONGAS DE SISAL

Influência do volume de fibras de sisal no comportamento tensão x deflexão e


tração x deslocamento dos compósitos.

Os valores médios das


propriedades obtidas em
cada região estudada com
seus
respectivos coeficientes de
variação estão apresentados
na Tabela 5-6.

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APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
• CARACTERIZAÇÃO MECÂNICA DE COMPÓSITOS REFORÇADOS COM
FIBRAS LONGAS DE SISAL

Influência do volume de fibras de sisal no comportamento tensão x deflexão e


tração x deslocamento dos compósitos.

O modo de fratura após os ensaios de flexão para os compósitos


M1S6P3 e M1S10P3 estão apresentados na Figura 5-13. O
compósito M1S6P3 apresentou 17 fissuras com espaçamento de
7,76 ± 3,37 mm, enquanto que o compósito M1S10P3
apresentou 18 fissuras com espaçamento médio de 7,21 ± 3,91
mm. Apesar do número de fissuras apresentados nos corpos de
prova dos dois compósitos serem praticamente iguais, observa-
se, nos corpos de prova reforçados com 10% de fibras de sisal, a
ocorrência de um maior número de ramificações de fissuras.

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APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
• CARACTERIZAÇÃO MECÂNICA DE COMPÓSITOS REFORÇADOS COM
FIBRAS LONGAS DE SISAL

• Comportamento mecânico sob cargas


de tração direta:

Curvas típicas tensão de tração direta x


deslocamento para compósitos M1S6P3 e
M1S10P3 são mostradas na Figura 5-14.
o x deflexão estão apresentadas na Figura
5-11, para os
compósitos M1S6P3 e M1S10P3.

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APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
• CARACTERIZAÇÃO MECÂNICA DE COMPÓSITOS REFORÇADOS COM
FIBRAS LONGAS DE SISAL

Os resultados de tensão de primeira fissura (σ1f), tensão última (σu), e respectivos


coeficientes de variação (CV) para os ensaios de tração direta são mostrados na Tabela 5-7.

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APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
• CARACTERIZAÇÃO MECÂNICA DE COMPÓSITOS REFORÇADOS COM
FIBRAS LONGAS DE SISAL

O modo de fratura dos corpos de prova


submetidos a esforços de tração direta é
ilustrado na Figura 5-15. O compósito
M1S6P3 apresenta 10 fissuras com
espaçamento médio de 18,69 ± 5,36 mm,
enquanto que o compósitos M1S10P3
apresenta 20 fissuras com espaçamento
médio de 10,78 ± 5,04 mm. Esse resultado
está em consonância com a maior tensão
de ruptura, tenacidade e controle de
fissuração apresentado pela mistura
reforçada com 10% de fibras de sisal.

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APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
• CARACTERIZAÇÃO MECÂNICA DE COMPÓSITOS REFORÇADOS COM
FIBRAS LONGAS DE SISAL

Influência da pressão de moldagem no comportamento tensão x deflexão do


compósito reforçado com 6% de fibras de sisal

São apresentadas, na Figura 5-16, curvas típicas


tensão x deflexão para os
compósitos M1S6P3 e M1S6P0
.

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APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
• CARACTERIZAÇÃO MECÂNICA DE COMPÓSITOS REFORÇADOS COM
FIBRAS LONGAS DE SISAL

Influência da pressão de moldagem no comportamento tensão x deflexão


do compósito reforçado com 6% de fibras de sisal

Os valores médios das


propriedades obtidos de
cada região em análise,
com seus
respectivos coeficientes de
variação, estão
apresentados na Tabela 5-
8.

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APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
• CARACTERIZAÇÃO MECÂNICA DE COMPÓSITOS REFORÇADOS COM
FIBRAS LONGAS DE SISAL
Influência da pressão de moldagem no comportamento tensão x deflexão
do compósito reforçado com 6% de fibras de sisal

Figura 5-18

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APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
• CARACTERIZAÇÃO MECÂNICA DE COMPÓSITOS REFORÇADOS COM
FIBRAS LONGAS DE SISAL

Influência da pressão de moldagem no comportamento tensão x deflexão


do compósito reforçado com 6% de fibras de sisal

Na Figura 5-18 são apresentados os modos de fratura típicos dos compósitos


M1S6P3 e M1S6P0. O número e o espaçamento entre fissuras ocorridos na região do terço
central dos compósitos sem pressão foi menor que nos compósitos com pressão. Para os
compósitos produzidos com pressão de 3 MPa, foi encontrada uma média de 17 fissuras com
espaçamento médio de 7,76 ± 3,37 mm, enquanto que, para os compósitos produzidos sem
pressão de moldagem, foi encontrada uma média de 5 fissuras com espaçamento médio entre
fissuras de 19,50 ± 3,24 mm.

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APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
• CARACTERIZAÇÃO MECÂNICA DE COMPÓSITOS REFORÇADOS COM
FIBRAS CURTAS DE SISAL

Neste item serão apresentados e discutidos os resultados dos ensaios mecânicos de


compressão, tração na flexão e tração direta, realizados após 28 dias de cura, nos compósitos
reforçados com fibras curtas de sisal. Os valores apresentados nas tabelas referem-se à média
de, no mínimo, três e de no máximo cinco corpos de prova.

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APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
• CARACTERIZAÇÃO MECÂNICA DE COMPÓSITOS REFORÇADOS COM
FIBRAS CURTAS DE SISAL

Influência do teor e comprimento de fibras de sisal na absorção total dos


compósitos

Os valores médios de absorção de


água, porosidade total e massa específica real
do compósito são apresentados na Tabela 5-10
juntamente com seus respectivos valores de
coeficiente de variação.

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APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
• CARACTERIZAÇÃO MECÂNICA DE COMPÓSITOS REFORÇADOS COM
FIBRAS CURTAS DE SISAL
Influência do teor de fibras de sisal no comportamento mecânico dos compósitos

• Comportamento sob compressão uniaxial ;


• Comportamento sob cargas de flexão;
• Comportamento sob cargas de tração direta de compósitos reforçados com fibras
curtas de sisal

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APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
• CARACTERIZAÇÃO MECÂNICA DE COMPÓSITOS REFORÇADOS COM
FIBRAS CURTAS DE SISAL
• Comportamento sob compressão uniaxial

Curvas típicas tensão x


deformação das misturas com e
sem reforço fibroso são
apresentadas na Figura 5-25

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APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
• CARACTERIZAÇÃO MECÂNICA DE COMPÓSITOS REFORÇADOS COM
FIBRAS CURTAS DE SISAL

• Comportamento sob compressão uniaxial

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APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
• CARACTERIZAÇÃO MECÂNICA DE COMPÓSITOS REFORÇADOS COM
FIBRAS CURTAS DE SISAL

• Comportamento sob compressão uniaxial

Na Figura 5-26, os resultados das


propriedades mecânicas estão
representados em
gráficos de barra, tanto para as
misturas reforçadas com fibras de
comprimento 25 mm
(Figura 5-26 (a)) quanto para as
reforçadas com comprimento de
50 mm (Figura 5-26 (b)).

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APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
• CARACTERIZAÇÃO MECÂNICA DE COMPÓSITOS REFORÇADOS COM
FIBRAS CURTAS DE SISAL

• Comportamento sob compressão uniaxial

As misturas sem reforço apresentaram fratura em forma


de cone e cisalhante, apresentando ruptura brusca
durante o ensaio. Já as misturas reforçadas com fibras
apresentaram modos de ruptura predominantemente
colunar. Os modos de ruptura para os teores de 2% e
4% se mantiveram iguais, tanto para as misturas
reforçadas com fibras de 25 mm de comprimento
quanto para as com fibras de 50 mm de comprimento.
À medida que o volume de fibras foi acrescido ocorria
uma alta deformabilidade e uma maior integridade dos
corpos de prova (verFigura 5-27d).

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APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS

• CARACTERIZAÇÃO MECÂNICA DE COMPÓSITOS REFORÇADOS COM


FIBRAS CURTAS DE SISAL

• Comportamento sob cargas de flexão

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APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS

• CARACTERIZAÇÃO MECÂNICA DE COMPÓSITOS REFORÇADOS COM


FIBRAS CURTAS DE SISAL

• Comportamento sob cargas de flexão

51
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
• CARACTERIZAÇÃO MECÂNICA DE COMPÓSITOS REFORÇADOS COM
FIBRAS CURTAS DE SISAL

• Comportamento sob cargas de flexão

Na Tabela 5-12 são apresentados os


resultados médios de tensão de
primeira fissura
(σ1f), deflexão de primeira fissura
(d1f), tensão última (σu) e tenacidade
(Tf) calculada até uma
deflexão de 20 mm com seus
respectivos coeficientes de variação
(CV).

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APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
• CARACTERIZAÇÃO MECÂNICA DE COMPÓSITOS REFORÇADOS COM
FIBRAS CURTAS DE SISAL

• Comportamento sob cargas de flexão

53
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
• CARACTERIZAÇÃO MECÂNICA DE COMPÓSITOS REFORÇADOS COM
FIBRAS CURTAS DE SISAL

• Comportamento sob cargas de flexão

Na figura 5-32 está


apresentado o modo de fratura
das misturas sem e com reforço
de fibras. Verificou-se que, para
as misturas sem fibras (Figura
5-32 (a)), apenas uma fissura
ocorreu. Quando as fibras de
sisal foram adicionadas, o
número de fissuras aumentou à
medida que seu teor e
comprimento foram
aumentados.

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APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
• CARACTERIZAÇÃO MECÂNICA DE COMPÓSITOS REFORÇADOS COM
FIBRAS CURTAS DE SISAL

• Comportamento sob cargas de tração direta de compósitos reforçados com fibras


curtas de sisal

Na Tabela 5-13 encontram-se


os resultados médios de
tensão de primeira fissura
(σ1ft) e tensão pós-fissuração
(σut) com seus respectivos
coeficientes de variação (CV)
obtidos dos ensaios de tração
direta.

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APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
• CARACTERIZAÇÃO MECÂNICA DE COMPÓSITOS REFORÇADOS COM
FIBRAS CURTAS DE SISAL

• Comportamento sob cargas de tração direta de compósitos reforçados com fibras


curtas de sisal

Na Figura 5-34 apresenta-se


o modo de fratura na tração
direta das misturas
reforçadas com 2% e 4% de
fibras com 50 mm de
comprimento. Observando-
se a figura nota-se que as
misturas apresentaram de 1-
3 fissuras durante o ensaio,
mostrando uma boa
capacidade de transferir
esforços durante o ensaio.

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APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
• DURABILIDADE QUÍMICA DOS COMPÓSITOS REFORÇADOS COM FIBRAS
DE SISAL
• Compósitos submetidos a até cinco anos de envelhecimento em condições de
laboratório.

• Comportamento carga x deflexão


dos compósitos envelhecidos em
laboratório.

57
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
• DURABILIDADE QUÍMICA DOS COMPÓSITOS REFORÇADOS COM FIBRAS
DE SISAL
• Compósitos submetidos a até cinco anos de envelhecimento em condições de
laboratório.

58
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
• DURABILIDADE QUÍMICA DOS COMPÓSITOS REFORÇADOS COM FIBRAS
DE SISAL

Essa mudança no
padrão de
fissuração
também parece
estar associada
a uma possível
mudança da
aderência fibra-
matriz com o
envelhecimento.

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APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
• DURABILIDADE QUÍMICA DOS COMPÓSITOS REFORÇADOS COM FIBRAS
DE SISAL

• Termogravimetria das fibras extraídas dos compósitos envelhecidos em laboratório

Esse resultado mostra


uma redução de
aproximadamente 22% na
quantidade de hemicelulose das
fibras com o envelhecimento. As
perdas de massa ocorrida entre
315 °C e 600 °C, referentes
à degradação da celulose e
lignina, foram praticamente
iguais

60
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
• DURABILIDADE QUÍMICA DOS COMPÓSITOS REFORÇADOS COM FIBRAS
DE SISAL
• Análise microestrutural de fibras extraídas dos compósitos após envelhecimento em
laboratório

61
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
• DURABILIDADE QUÍMICA DOS COMPÓSITOS REFORÇADOS COM FIBRAS
DE SISAL
• Compósitos submetidos a envelhecimento acelerado através de ciclos de molhagem
e secagem

• Comportamento mecânico na
flexão dos compósitos
submetidos aos ciclos de
molhagem e secagem

62
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
• DURABILIDADE QUÍMICA DOS COMPÓSITOS REFORÇADOS COM FIBRAS
DE SISAL
• Compósitos submetidos a envelhecimento acelerado através de ciclos de molhagem
e secagem

• Comportamento mecânico na
flexão dos compósitos
submetidos aos ciclos de
molhagem e secagem

63
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS

64
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
• DURABILIDADE QUÍMICA DOS COMPÓSITOS REFORÇADOS COM FIBRAS
DE SISAL
• Compósitos submetidos a envelhecimento acelerado através de ciclos de molhagem
e secagem

• Termogravimetria de fibras
extraída dos compósitos
após envelhecimento
acelerado

65
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
• DURABILIDADE QUÍMICA DOS COMPÓSITOS REFORÇADOS COM FIBRAS
DE SISAL
• Compósitos submetidos a envelhecimento acelerado através de ciclos de molhagem
e secagem

• Análise microestrutural
de fibras extraídas dos
compósitos após
envelhecimento
acelerado

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APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
• DURABILIDADE TÉRMICA DOS COMPÓSITOS REFORÇADOS COM FIBRAS
DE SISAL

• Comportamento na flexão da matriz M1 submetida a altas temperaturas

67
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
• DURABILIDADE TÉRMICA DOS COMPÓSITOS REFORÇADOS COM FIBRAS
DE SISAL

• Comportamento na flexão da matriz M1 submetida a altas temperaturas

68
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
• DURABILIDADE TÉRMICA DOS COMPÓSITOS REFORÇADOS COM FIBRAS
DE SISAL

• Comportamento na flexão da matriz M1 submetida a altas temperaturas

69
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
• DURABILIDADE TÉRMICA DOS COMPÓSITOS REFORÇADOS COM FIBRAS
DE SISAL

• Absorção de água, massa específica e porosidade total da matriz M1.

70
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
• DURABILIDADE TÉRMICA DOS COMPÓSITOS REFORÇADOS COM FIBRAS
DE SISAL

• Variação na estrutura porosa da matriz M1 com o aumento da temperatura


Mesoporos até
d<0,02µm ;

Mesoporos total
(0,002µm<d<0,0
5µm).

71
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
• DURABILIDADE TÉRMICA DOS COMPÓSITOS REFORÇADOS COM FIBRAS
DE SISAL

• Comportamento na flexão do compósito M1S6P0 submetido a altas temperaturas

72
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
• DURABILIDADE TÉRMICA DOS COMPÓSITOS REFORÇADOS COM FIBRAS
DE SISAL

• Comportamento na flexão do compósito M1S6P0 submetido a altas temperaturas

73
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
• DURABILIDADE TÉRMICA DOS COMPÓSITOS REFORÇADOS COM FIBRAS
DE SISAL

• Termogravimetria das fibras extraídas do compósito submetido a altas temperaturas

74
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
• DURABILIDADE TÉRMICA DOS COMPÓSITOS REFORÇADOS COM FIBRAS
DE SISAL

• Análise microestrutural de fibras extraídas dos compósitos submetidos a altas


temperaturas

23°C 100°C

75
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
• DURABILIDADE TÉRMICA DOS COMPÓSITOS REFORÇADOS COM FIBRAS
DE SISAL

150°C 200°C

76
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
• DURABILIDADE TÉRMICA DOS COMPÓSITOS REFORÇADOS COM FIBRAS
DE SISAL

A partir da temperatura de 200°C, um leve


escurecimento na coloração das fibras foi
observado passando de creme claro (cor natural
da fibra de sisal) para creme escuro. Quando
expostas a uma temperatura de 250 °C as fibras
apresentaram uma coloração quase preta.
Notou-se também que, nesta temperatura, as
fibras tornaram-se frágeis, rompendo-se com o
simples manuseio.

77
CONCLUSÃO

• Comportamento da matriz livre de Hidróxido de Cálcio:

- Substituição de 50%, em massa, de cimento Portland por metacaulinita foi


suficiente para o consumo total do hidróxido de cálcio presente na matriz;
- A substituição parcial do cimento não prejudicou a resistência à compressão
da matriz tendo sido possível produzir um material de baixa emissão de CO2;
- O aumento do teor de superplastificante garantiu boas características
reológicas à matriz, mesmo para o alto teor de substituição de cimento Portland
utilizado.

78
CONCLUSÃO

• Comportamento da matriz livre de Hidróxido de Cálcio:

- Quando a matriz M1 foi submetida a diferentes níveis de temperaturas, os


resultados indicam que o aumento da temperatura implicou no aumento da tensão de
primeira fissura até a temperatura de 250 ºC;
- O módulo de elasticidade apresentou aumento até a temperatura de 150 ºC;
- A tenacidade da matriz apresentou crescimento a medida que a temperatura
foi aumentada;
-As análises de porosimetria de mercúrio indicaram que com o aumento da
temperatura ocorreu um refinamento da estrutura de poros da matriz.

79
CONCLUSÃO
• Comportamento mecânico dos compósitos reforçados com fibras
longas e alinhadas de sisal

Influência do traço da matriz

- As misturas M1S6P3 e M2S6P3 apresentaram valores de tensão de primeira


fissura, tensão máxima pós-fissuração bastante similares. Percebeu-se que ambos
compósitos apresentaram um comportamento de endurecimento na flexão (deflection-
hardening), caracterizado pelo aumento da tensão após o surgimento da primeira fissura;
-A maior diferença observada entre dois compósitos está relacionada com o
processo de fratura, já que o número e o espaçamento entre fissuras localizadas no
terço central foi maior para o compósito M1S6P3 do que para o compósito M2S6P3.

80
CONCLUSÃO

• Comportamento mecânico dos compósitos reforçados com fibras


longas e alinhadas de sisal

Influência da fração volumétrica

- Os resultados obtidos indicam que a mistura reforçada com o teor de 10% de


fibras longas apresentou melhor comportamento mecânico tanto na tração direta
quanto na flexão;
-O compósitos com volume de 6% e com 10% de fibras apresentaram múltipla
fissuração na flexão e na tração direta, mas o maior volume de reforço permitiu a
formação de mais fissuras com menor espaçamento entre elas.

81
CONCLUSÃO

• Comportamento mecânico dos compósitos reforçados com fibras


longas e alinhadas de sisal

Influência da pressão de moldagem

-Os resultados indicaram que a pressão de moldagem não influenciou


significativamente os valores de tensão e deslocamento de primeira fissura e o de
módulo de elasticidade dos compósitos.
-O compósito produzido sem pressão de moldagem apresentou tensão última
20% maior que a do compósito moldado com pressão, enquanto a tenacidade até a
tensão última não apresentou diferença estatisticamente significativa para os dois
métodos de produção.

82
CONCLUSÃO
• Comportamento mecânico dos compósitos reforçados com fibras
longas e alinhadas de sisal
Influência da pressão de moldagem

-O número e o espaçamento entre fissuras ocorridos na região do terço central


do compósito moldado sem pressão foi menor que no compósito moldado com
pressão;
-Os resultados indicaram que a pressão de moldagem não trouxe benefícios às
propriedades mecânicas na flexão dos compósitos reforçados com fibras longas de sisal
e, portanto, não é aconselhável já que requer uso de equipamentos de produção o que
aumenta o custo e o consumo de energia.

83
CONCLUSÃO
• Comportamento mecânico dos compósitos reforçados com fibras curtas
de sisal

- O uso de uma matriz auto-adensável e de agregado com dimensão máxima


de 1,18mm permitiu que compósitos reforçados com frações volumétricas de fibras de
sisal de 6% e comprimento de 25 mm fossem moldados com adequado comportamento
reológico;
- No caso em que foram usadas fibras de 50 mm de comprimento a fração
volumétrica limite que permitiu uma adequada moldagem foi 4%;
- No que se refere ao comportamento mecânico observou-se que embora
ainda ocorra uma redução na resistência a compressão e módulo de elasticidade dos
compósitos essas reduções foram menores que as observadas em estudos anteriores
utilizando-se matrizes convencionais com tamanho máximo de agregado de 4,8mm.

84
CONCLUSÃO
• Durabilidade dos compósitos

Durabilidade química

- Os resultados obtidos indicaram que o compósito MF8P3, envelhecido em


condições de laboratório por até 5 anos, apresentou excelente comportamento
mecânico com tensão última de cerca de 34 MPa e tenacidade de cerca de 18 kJ/m2;
- Nas amostras submetidas ao envelhecimento acelerado, os resultados
indicaram um inicio de degradação já com a aplicação de 5 ciclos de molhagem e
secagem, a degradação se torna mais expressiva após 10 ciclos, onde um expressivo
decréscimo na tensão máxima de pós-fissuração e na tenacidade é observado;
- Após 20 ciclos de molhagem e secagem observou-se o amolecimento da
curva tensão x deflexão, indicando que as fibras perderam praticamente sua resistência e
flexibilidade. Apenas uma fissura foi formada, demonstrando a perda da capacidade de
transferência de tensões das fibras decorrente do ataque ocasionado pelo hidróxido de
cálcio. As análises microestruturais confirmaram o ataque sofrido pelas fibras de sisal no
processo de ciclagem.

85
CONCLUSÃO

• Durabilidade dos compósitos

Durabilidade química

- Os compósitos com matriz livre de CH apresentaram excelente resistência ao


processo de ciclagem e mesmo após 25 ciclos de molhagem e secagem as amostras
apresentavam elevada resistência mecânica e tenacidade (tensão última de cerca de 21
MPa e tenacidade de cerca de 10 kJ/m2 );
-Compósitos livres de CH apresentaram formação de múltiplas fissuras para as
situações de exposição estudadas, e os resultados das análises microestruturais
mostraram que as fibras permaneceram inalteradas com o ataque realizado.

86
CONCLUSÃO

• Durabilidade dos compósitos

Durabilidade térmica

- Os resultados dos ensaios de flexão realizados em amostras submetidas até a


temperatura de 250ºC mostram que os compósitos apresentam uma expressiva
estabilidade térmica até a temperatura de 200 ºC. Quando o compósito foi submetido a
temperatura de exposição de 250 ºC as fibras apresentaram significativa deterioração
resultando numa expressiva mudança do comportamento carga x deflexão do compósito
de endurecimento na flexão para amolecimento.
- As análises microestruturais indicam um processo de deterioração nos
componentes das paredes das fibrilas, provavelmente devido à quebra de ligações entre
os constituintes das fibras com perda de parte da hemicelulose, devido à longa
exposição das amostras a níveis de temperaturas acima de 220-230ºC (faixa de
temperatura que a fibra de sisal apresentou elevada perda de massa na análise termo-
gravimétrica).

87
OBRIGADA PELA ATENÇÃO

88

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