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VISÃO GERAL
IMPORTANTE:
III. O STJ tem julgado que entende que, em se tratando de matéria ambiental, a
responsabilidade entre concedente e concessionário é solidária se houver
omissão na fiscalização por parte da Poder concedente. Veja-se:
Ação: ocorre um dano em virtude da prática direta de um ato pelo Estado. Este
ato pode ter sido praticado sem culpa e de forma lícita; se gerou prejuízo a
alguém, o Estado deve promover a indenização de forma objetiva.
Omissão: ocorre quando o Estado tem o dever de agir, mas se mantém inerte
por dolo, desídia ou negligência. Essa modalidade exige a presença de culpa para
o dever de indenizar, conforme entendimento de boa parte da doutrina e da
jurisprudência. A culpa pode se dar em razão de (i) não funcionamento, (ii)
demora na prestação ou (iii) ineficiência de um serviço; dessa forma, apenas a
omissão ilícita do Estado enseja sua responsabilidade civil. No tocante à
comprovação da culpa, é plenamente possível a presunção relativa da culpa do
Estado quando se estiver diante de uma dificuldade de produção de prova
negativa ou quando a lei determinar, como, por exemplo, faz o Código de Defesa
do Consumidor.
IMPORTANTE:
II. O Estado responde parcialmente se o seu ato for causa concorrente do dano.
Assim, a culpa concorrente não exclui o nexo de causalidade, mas o atenua.
RESPONSABILIZAÇÃO DO AGENTE
Os agentes públicos são responsáveis somente pelos danos que derem causa
com culpa ou dolo. Ou seja, os agentes respondem de forma subjetiva, perante o
Estado apenas, via de regra, em eventual ação de regresso.
Já para José dos Santos Carvalho Filho e Celso Antonio Bandeira de Melo, pode
sim o agente ser demandado pela vítima de forma isolada ou solidária. Para este último
autor, ao contrário de grande parte da doutrina e jurisprudência, seria incabível, no
entanto, o instituto da denunciação da lide para chamar o agente ao processo
indenizatório ajuizado pelo particular contra o Estado em razão da diferença entre as
responsabilidades (Estado – objetiva/Agente – subjetiva), o que acarretaria um atraso
na solução do litígio.
Existe importante julgado do STF que entende pela impossibilidade da
propositura de ação em face do agente público de forma direta, consagrando a chamada
“TEORIA DA DUPLA GARANTIA”. Veja-se:
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE
OBJETIVA DO ESTADO: § 6O DO ART. 37 DA MAGNA CARTA.
ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM. AGENTE PÚBLICO (EX-
PREFEITO). PRÁTICA DE ATO PRÓPRIO DA FUNÇÃO. DECRETO DE
INTERVENÇÃO. O § 6o do artigo 37 da Magna Carta autoriza a
proposição de que somente as pessoas jurídicas de direito público, ou
as pessoas jurídicas de direito privado que prestem serviços públicos, é
que poderão responder, objetivamente, pela reparação de danos a
terceiros. Isto por ato ou omissão dos respectivos agentes, agindo estes
na qualidade de agentes públicos, e não como pessoas comuns. Esse
mesmo dispositivo constitucional consagra, ainda, dupla garantia:
uma, em favor do particular, possibilitando-lhe ação indenizatória
contra a pessoa jurídica de direito público, ou de direito privado que
preste serviço público, dado que bem maior, praticamente certa, a
possibilidade de pagamento do dano objetivamente sofrido. Outra
garantia, no entanto, em prol do servidor estatal, que somente
responde administrativa e civilmente perante a pessoa jurídica a cujo
quadro funcional se vincular. Recurso extraordinário a que se nega
provimento. (STF, Primeira Turma, RE 327904/SP, Rel. Min. Ayres
Britto, DJe 08.09.2006)
1
ARAGÃO, Alexandre Santos de. Curso de Direito Administrativo, p. 577. Rio de Janeiro: Forense, 2012.
Em regra, existem apenas dois casos em que o Estado responde por ato
judiciário:
ii. Art. 143, CPC: O juiz responderá, civil e regressivamente, por perdas e
danos quando: I - no exercício de suas funções, proceder com dolo ou
fraude; II - recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que
deva ordenar de ofício ou a requerimento da parte. Parágrafo único. As
hipóteses previstas no inciso II somente serão verificadas depois que a
parte requerer ao juiz que determine a providência e o requerimento não
for apreciado no prazo de 10 (dez) dias.
Entende o STF:
Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo.
Administrativo. Responsabilidade civil do Estado. Ação civil pública
improcedente. Ato regular de promotor de justiça. Dever de indenizar.
Inexistência. Fatos e provas. Reexame. Impossibilidade. Precedentes.
1. O Tribunal a quo concluiu, com base nos fatos e nas provas dos
autos, que não foram demonstrados, na origem, os pressupostos
necessários à configuração da responsabilidade extracontratual do
Estado, haja vista que a “ação ministerial foi manejada no estrito
cumprimento das obrigações institucionais do Ministério Público”.
Incidência da Súmula nº 279/STF. 2. A jurisprudência da Corte firmou-
se no sentido de que, salvo nas hipóteses de erro judiciário e de prisão
além do tempo fixado na sentença - previstas no art. 5º, inciso LXXV,
da Constituição Federal -, bem como nos casos previstos em lei, a
regra é a de que o art. 37, § 6º, da Constituição não se aplica aos atos
jurisdicionais quando emanados de forma regular e para o fiel
cumprimento do ordenamento jurídico. 3. Agravo regimental não
provido. (STF, Segunda Turma, ARE 934578/SP, Rel. Min. Dias Toffoli,
DJe 21.03.2016)
QUESTÕES
c) O ato administrativo vinculado é aquele que a administração pode praticar com certa
liberdade de escolha, nos termos e limites da lei, quanto ao seu conteúdo, modo de
realização, oportunidade e conveniência.
d) O ato administrativo complexo é o que decorre, para ser formado, de uma única
manifestação de vontade de um único órgão, seja unipessoal ou colegiado.
e) Poderá ser lícito o excesso de poder quando o agente público atuar fora de suas
funções estabelecidas em lei, mas houver relevante interesse social, coletivo ou para a
administração pública.
COMENTÁRIOS:
GABARITO: A.
a) A União é responsabilizada por danos nucleares somente quando for culpada peio
dano.
COMENTÁRIOS:
a) CF/88, Art. no Art. 21, XXIII, d) a responsabilidade civil por danos nucleares
independe da existência de culpa;
d) Embora elas não respondam de forma objetiva, respondem sim pelos danos que
seus agentes causarem a terceiros, mas de forma diferenciada. Sua responsabilidade
será igual a das demais pessoas privadas, regidas pelo Direito Civil ou pelo Direito
Comercial.
e) A Teoria da Irresponsabilidade do Estado (The King can do no wrong) assumiu uma
maior notoriedade sob os regimes absolutistas. Baseava-se na ideia de que não era
possível ao Estado lesar seus súditos, uma vez que o Rei não cometia erros. Esta ideia
está ultrapassada.
GABARITO: B.
COMENTÁRIOS:
d) A Teoria do Risco Integral possui aplicabilidade no Brasil. Ela se aplica nos casos de
danos nucleares e danos ambientais. Seguem alguns dispositivos e citações que
confirmam isso:
"Desse modo, tem-se que em relação aos danos ambientais, incide a teoria do risco
integral, advindo daí o caráter objetivo da responsabilidade, com expressa previsão
constitucional (art. 225, § 3º, da CF) e legal (art.14, § 1º, da Lei 6.938/1981), sendo, por
conseguinte, descabida a alegação de excludentes de responsabilidade, bastando,
para tanto, a ocorrência de resultado prejudicial ao homem e ao ambiente advinda de
uma ação ou omissão do responsável (EDcl no REsp 1.346.430-PR, Quarta Turma, DJe
14/2/2013)"
GABARITO: C.
4) 2017 – FGV - TRT - 12ª Região (SC) - Analista Judiciário - Área Administrativa
Após colisão entre dois automóveis — um, da administração pública, dirigido por
servidor público efetivo; e outro, particular —, ficou comprovada a culpa exclusiva do
particular.
b) Força Maior
c) Culpa de Terceiro
GABARITO: C.
b) Tem-se aqui, uma excludente de responsabilidade, qual seja: força maior, já que é
um acontecimento involuntário, imprevisível e incontrolável que rompe o nexo de
causalidade entre a ação estatal e o prejuízo sofrido pelo particular.
GABARITO: B.
a) O Estado pode ser responsabilizado pela morte do detento que cometeu suicídio.
b) Ação por dano causado por agente público deve ser proposta, em litisconsórcio,
contra a pessoa jurídica de direito público e o agente público.
COMENTÁRIOS:
d) A caracterização do caso fortuito como causa excludente do nexo causal tem sido
relativizada pela doutrina e jurisprudência. A partir da distinção entre "fortuito
externo" (risco estranho à atividade desenvolvida) e "fortuito interno" (risco inerente
ao exercício da própria atividade), afirma-se que apenas o primeiro rompe o nexo
causal. Nos casos de fortuito interno, o Estado será responsabilizado.
GABARITO: A.
8) 2017 – CESPE - TRT - 7ª Região (CE) - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador
Federal
Prestes a ser morto por dois indivíduos que tentavam subtrair a sua arma, um policial
militar em serviço efetuou contra eles disparo de arma de fogo. Embora o policial tenha
conseguido repelir a injusta agressão, o disparo atingiu um pedestre que passava pelo
local levando-o à morte.
a) O Estado não responde civilmente, pois houve o rompimento do nexo causal por fato
exclusivo de terceiro.
d) O Estado responde subjetivamente pelos danos, já que deve haver prova de falha no
treinamento do policial.
GABARITO: B.
9) 2017 – FCC - TRT - 11ª Região (AM e RR) - Analista Judiciário - Área Administrativa
c) o Estado arcará integralmente com os danos causados, haja vista tratar-se de hipótese
de responsabilidade subjetiva.
d) o Estado responderá pelos danos, haja vista sua conduta omissiva culposa, no
entanto, a indenização será proporcional à participação omissiva do Estado no resultado
danoso.
COMENTÁRIOS: A presente questão foi retirada da obra de José dos Santos Carvalho
Filho, cujo trecho abaixo reproduzo:
GABARITO: D.
10) 2017 – FCC – TST - Juiz do Trabalho Substituto
a) O caso fortuito, a força maior e a culpa concorrente da vítima rompem o nexo causal
e, por conseguinte, afastam a responsabilidade civil objetiva do Estado.
COMENTÁRIOS:
Ainda, em razão do princípio da isonomia entende que o mesmo prazo se aplica para
as ações da Fazenda contra o particular (REsp 1541129/SC).
d) A expressão “nessa qualidade” (...) significa que somente podem ser atribuídos à
pessoa jurídica os comportamentos do agente público levados a efeito durante o
exercício da função pública, em razão do que os danos causados por servidor público
em seu período de férias, em princípio, não implicam responsabilização objetiva do
Estado. X
A responsabilidade estatal depende de conduta oficial, isto é, o Estado apenas
responde pelos atos de seus servidores quando pertinentes ao cargo (art. 37, § 6º, CF).
GABARITO: D.