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História das Ideias e Teorias Politicas

Ciencia Politica e Relações Internacionais


Domingos Francisco Carvalho Silva
1N1 nº 20070116
Grécia, suas duas formas mais marcantes de Estado, Esparta e Atenas.

Nestas duas formas de organização de Estado, verificou-se que partilhavam e


assentavam em dois pilares comuns e antecedentes à própria organização; a
identidade, obrigações e deveres do indivíduo enquanto Cidadão e, um segundo
aspecto, assente na Polis – a “cidade” - valor máximo sobre a qual todas as atitudes e
decisões deveriam convergir para a valorizar, enaltecer e engrandecer, ou seja, a
contribuição de cada um para o todo.

A Polis fazia parte da identidade do cidadão, homens de pleno direito com obrigações e
deveres de participação na vida pública. Ambas as organizações de Estado, Espartana
e Ateniense, tinham valores supremos à luz do qual tudo era analisado. Essas virtudes,
sobe a forma de justiça e boa-ordem, tinham primados diferenciados em Esparta e em
Atenas. Esparta estava focada na coragem demonstrada na arte da guerra. A virtude
mais considerada, a coragem, era fomentada e valorizada desde tenra idade. A
educação das crianças (pandeia) a partir dos 5 anos era obrigatória, sendo estas
entregues a orientação de um magistrado. Esta educação colectiva era rígida, dura e
disciplinada com forte vertente militar.

Atenas, não desprezando a virtude coragem, valorizada mais o inter-relacionamento


humano, o intelecto, o poder argumentativo.

A organização do Estado Espartano residia na participação dos seus cidadãos nas


instituições chamadas Eforato (colectivo de 5 magistrados eleitos pela Assembleia
durante um período de um ano e que garantiam o respeito pelas tradições,
submetendo propostas à Assembleia), Assembleia (constituída por todos os cidadãos
que eram convocados em datas fixas. Esta instituição debruçava-se sobre propostas
apresentadas pelo Eforato que posteriormente, após pronuncia, as submetia à Gerusia.
A aprovação ou recusa das propostas eram ditadas sem discussão, apenas por
intensidade da reacção, aplausos, dos cidadãos), Gerusia (constituída por um colectivo
de 30 cidadãos com idade superior a 60 anos, eleitos pelas suas virtudes, com o
monopólio na decisão sobre as propostas e elaboração de leis a serem alvo de parecer
não vinculativo da Assembleia. Tem também o direito de veto sobre decisões da
Assembleia), e, finalmente, a Diarquia (constituída por 2 reis que faziam a gestão das
decisões sobre as declarações de guerra e suas tréguas).

Embora elencadas e sucintamente descritas de forma superficial, é límpido o forte


pendor das instituições Espartanas em serem autoritárias e autocráticas, embora esta
proclamasse a igualdade entre cidadãos e igualdade perante a lei.

Atenas – cada cidadão tinha um nome composto com três variáveis que o identificava
inequivocamente. Nome próprio, seguido do nome do pai e nome do Demo a que este
pertencia.

Atenas era constituída por Demos (zonas geográficas) que cada cidadão tinha de
integrar e liderada pelo chefe, o Demarca. Atenas estava dividida em 10 Tribos. Cada
Tribo tinha de ter expressão urbana, rural e marítima.

Bibliografia; Grécia Antiga, o berço do ocidente - Furio Durando, Verbo trabalho 1


História das Ideias e Teorias Politicas
Ciencia Politica e Relações Internacionais
Domingos Francisco Carvalho Silva
1N1 nº 20070116
Por outro lado, a organização do Estado em Atenas tinha por alicerces as seguintes
instituições; o Conselho (colectivo de 500 cidadãos sorteados em partes iguais das
Tribos. Uma comissão - de 50 dos 500 cidadãos - faziam propostas a apresentar à
Assembleia), a Assembleia (constituída por todos os cidadãos em que cada homem
tinha um voto. Em que as propostas eram sujeitas a discussão e debate), a Helieia
(espécie de tribunal popular constituído por 6000 cidadãos - divididos em partes iguais
pelas Tribos. As querelas eram apresentadas, defendidas e argumentadas pelas
partes, pelos próprios envolvidos, desenvolvendo a arte argumentativa, após o que
este colectivo decidia a culpa e aplicava a pena), o Areopago (Tribunal supremo cujos
membros eram escolhidos entre os aristocratas e apenas julgavam casos de
homicídio).

Esta organização do Estado Ateniense, em comparação com Esparta, era, pelos


conceitos actuais, mais democrata e com valores mais atendiveis. Não se vislumbra
uma separação clara e rígida entre os poderes. Um cuidado muito louvável também
verificado neste Estado, foi a criação de defesas que o protegesse de vícios e brechas
que descambassem num desequilibro degenerativo do funcionamento das instituições.
Entre as defesas referidas, duas a salientar; a possibilidade de anular uma proposta
ilegal, mesmo que aprovada pela Assembleia, e o afastamento de um cidadão da vida
pública – castigo cujos contornos não são facilmente interiorizados na sociedade actual
– durante um período que se podia estender até aos 10 anos.

O apogeu Ateniense ocorre com Péricles, um reformulador que alavanca a pujança


económica, o esplendor artístico e cultural, para além do refinamento político,
estabelecendo uma “verdadeira democracia”. É Péricles que reformula o
funcionamento das Instituições do Estado acima referenciadas. Posteriormente, é
desencadeada uma política externa de expansionismo contra as outras cidades-
estados Helénicas que retundam na longa guerra do Peloponeso (originada por
pressões comerciais decretadas por Atenas na sua vizinhança e contestadas por
Esparta), da qual Atenas se ressente negativamente, verificando-se uma regressão
tendo como consequência uma série de governações Oligárquicas de pouca duração.

O crescimento do comercio foi decisivo como motor de organização política que


permitisse o seu estabelecimento em condições de estabilidade. Como consequência
desse florescimento comercial e económico, as actividades acessórias e lúdicas
começaram a marcar presença como formas complementares do ser humano. Foi com
a organização dessas sociedades, em estado embrionário mas florescente, que nasceu
e despoletou o principio democrático ainda hoje tido como o mais adequado para uma
sociedade constituída por indivíduos humanos, suas necessidades e pretensões.

Apenas ainda é motivo de discussão e de acesas argumentações, qual das várias


variantes e derivações do principio original que se extrai de “democracia”, é mais
aplicável ás diferentes culturas humanas.

29 Outubro 2007

Bibliografia; Grécia Antiga, o berço do ocidente - Furio Durando, Verbo trabalho 1

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