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Aristóteles

Prof. Eduardo Jobim


Olhar para a experiência

• Aristóteles (c. 384-322 a.C.) nasceu em Estagira, na Macedônia; aos 17 anos


entrou para a Academia de Platão, onde permaneceu por vinte anos; por volta de
335 a.C. fundou sua própria escola, o Liceu, organizando estudos e investigações
sobre diversos assuntos.
• Além de filósofo, Aristóteles era um ávido investigador e classificador das coisas e
dos seres da natureza; esse impulso para estudar o fato empírico o levou a
elaborar uma classificação dos conhecimentos e das ciências; Aristóteles
acreditava ser possível estabelecer as ciências com base na observação e na
generalização.
A ciência e os níveis de conhecimento
• Aristóteles não considera as sensações e o conhecimento perceptivo mera ilusão ou algo enganoso; para ele, o homem aprende com a
percepção sensorial; no entanto, trata-se de um conhecimento limitado, que se reduz à apreensão, pelos sentidos, deste ou daquele objeto,
desta ou daquela situação particular.
• A percepção é um tipo de conhecimento básico ou primário; junto com a memória, a percepção possibilita outro conhecimento: a experiência;
a experiência seria um conhecimento de grau superior à percepção isolada.
• A experiência para Aristóteles é uma síntese de várias percepções; por exemplo, ao ver várias vezes um objeto, como uma cadeira,
constituímos uma imagem única dele, que podemos recordara qualquer momento; recordamos as várias percepções como uma unidade fixada
em nossa memória, uma espécie de conceito.
• Num grau acima da experiência haveria outro tipo de conhecimento; este seria o conhecimento científico, que começaria pela percepção e
passaria pela experiência, mas se tornaria superior a essas duas formas de conhecimento porque, em primeiro lugar, revela as causas, os
motivos pelos quais uma coisa ou fenómeno é de determinada forma e não de outra; a busca das causas é uma das características do
conhecimento científico.
• Outra característica do conhecimento científico é a necessidade; para Aristóteles, o conhecimento científico não é variável, ou seja, não muda
com o tempo, é absoluto, essencial, inevitável e eterno; se realmente se conhece a essência de uma coisa, ela não varia, ainda que na
aparência pareça variar; sua essência é necessariamente de uma forma, não podendo ser de outra; o necessário se opõe ao que é contingente,
isto é, àquilo que pode ser de uma forma ou de outra, que pode variar com o tempo, que é acidental.
• Uma terceira característica é a universalidade; o conhecimento científico não está voltado apenas para casos particulares; a ciência busca as
características mais gerais das coisas que investiga; por exemplo, a ciência médica não se constituiu apenas para curar este ou aquele
indivíduo, mas para estabelecer princípios básicos de saúde para o ser humano em geral; as leis científicas sempre tendem a abarcar um
universo amplo.
• A quarta característica do conhecimento científico é a demonstrabilidade; se, por meio da investigação racional, chegou-se a determinada
conclusão sobre a essência de algo, é possível demonstrar, pela argumentação, a validade dessa conclusão; ou seja, é possível convencer as
pessoas da legitimidade das afirmações científicas.
O ordenamento do conhecimento científico
• Aristóteles foi o primeiro filósofo que procurou estruturar o conhecimento científico; ele percebeu que, embora
as diferentes ciências tivessem características gerais comuns, cada uma tinha a sua peculiaridade conforme o
objeto investigado; todas as ciências têm como ação central a busca das causas; no entanto, a natureza de cada
coisa investigada é diferente, determinando causas diferentes; assim, há a necessidade de uma ciência para cada
gênero de ser.
• Movido por essa compreensão, a tarefa que Aristóteles se colocava era a de ordenar o conhecimento científico,
classificando e hierarquizando todas as ciências; ele realizou uma primeira classificação geral do conhecimento
científico em três grandes ramos: ciências teoréticas ou especulativas, as ciências práticas e as ciências produtivas.
• Ciências teoréticas: tratam da investigação das causas das coisas ou dos seres que existem independentemente
do ser humano; nesse ramo, Aristóteles classificou a física - hoje conhecida como ciências naturais - as
matemáticas e a filosofia primeira ou metafísica.
• Ciências práticas: aquelas cujas causas estão no âmbito do ser humano, ou seja, é o ser humano o agente e a
finalidade das ações que são investigadas por essa ciência; no ramo das ciências práticas estão a ética e a política.
• Ciências produtivas: como nome indica, são as que se referem à produção de coisas, como um móvel, uma casa
ou um instrumento musical; para a produção desses objetos é necessário um conjunto de conhecimentos e regras
de ação ou procedimentos metodológicos; por exemplo, o conhecimento de um engenheiro naval, necessário
para a fabricação de navios, seria classificado por Aristóteles como científico-produtivo.
Filosofia primeira
• A filosofia primeira, uma das ciências teoréticas, era considerada por Aristóteles a mais elevada de todas as
ciências e se opunha à física, designada por sua vez de filosofia segunda. Enquanto a filosofia segunda
trataria dos seres e das coisas no âmbito físico, a filosofia primeira investigaria as realidades além ou acima
das realidades físicas. No século I a.C., esses estudos aristotélicos foram agrupados com o nome de
metafísica, que não por acaso é o título de uma das obras mais conhecidas e comentadas de Aristóteles.
• Mas o que vem a ser filosofia primeira ou metafísica?
• Seguindo o caminho aberto por Platão e por filósofos anteriores a ele, Aristóteles buscou as causas e os
princípios primeiros e mais gerais de tudo o que existe ou aquilo que é necessário para que cada coisa
simplesmente "seja" (exista). Enquanto as outras ciências investigam uma categoria determinada de ser -
por exemplo, a física estuda o movimento físico das coisas; a biologia, os seres vivos; a medicina, a saúde
etc. -, a metafísica ocupa-se do ser em si, ou seja, dos princípios mais gerais de todos os seres, deixando de
lado suas características contingentes ou acidentais, isto é, aquelas que não fazem parte da sua essência. A
filosofia primeira é uma espécie de ciência do ser. Não desse ou daquele ser, mas de todos, no que eles têm
de essencial. As perguntas que essa ciência tenta responder são: O que é o ser? Qual é a sua essência?
Quais são os conceitos que o caracterizam?
O conceito de substância
• Assim como Platão, Aristóteles também herdou o problema da unidade e da multiplicidade, aberto pela
contraposição entre Heráclito e Parmênides: qual é a essência da realidade, o movimento ou a
imutabilidade do ser?
• Sistema platónico "resolveu" esse dilema afirmando ser o movimento algo ilusório, que estaria presente
na realidade visível, sensorial, mas cuja existência dependeria da realidade inteligível, esta sim imutável.
Assim, segundo Platão, as coisas da realidade sensível nada mais seriam do que meras cópias
imperfeitas das formas.
• Aristóteles, no entanto, não concebia que a natureza fosse algo ilusório ou carente de uma realidade
verdadeira, independente. Enquanto seu mestre tinha encontrado a essência das coisas, o fundamento
do que verdadeiramente é, em um mundo paralelo à realidade - e só nele, na realidade inteligível -,
Aristóteles buscava princípios essenciais que estariam presentes em cada coisa que existe. Assim, o
princípio mais importante na teoria metafísica de Aristóteles é o da substância.
• Para Aristóteles, qualquer coisa, para existir, tem de ser uma substância. A sustância-laranja, por
exemplo, pode ter diversas características ou qualidades. Pode ter casca grossa e enrugada, pode ter
uma cor mais ou menos esverdeada, pode ser mais ou menos doce, pode ter sementes etc. Com o
tempo, essas qualidades podem desaparecer ou mudar. Essa mesma substância-laranja pode se tornar
amarelada ou ácida. No entanto, algo se manteve e se manterá enquanto esse ser existir: a sua essência,
a substância. Dessa forma, a característica principal de qualquer coisa que existe é ser uma substancia,
possuir uma unidade essencial à qual todas as qualidades secundárias se referem.
As quatro causas e a mudança das coisas
• Como Aristóteles explicou o movimento ou a mudança das coisas sensíveis? A metafísica ou filosofia
primeira é a busca das causas primeiras do ser. Para o filósofo, as coisas sensíveis têm quatro causas:
a formal, a material, a eficiente e a final.
• A causa formal é a essência do ser, ou seja, aquela que determina como ele é. A causa material é a
matéria. Todas as coisas que existem na natureza têm como condição de existência forma e matéria.
Assim, uma árvore tem forma e matéria. O mesmo acontece com um animal, uma pedra, um rio.
• Mas as coisas da natureza não existem apenas. Elas se transformam, mudam, movimentam-se. Elas
surgem, desenvolvem-se e se corrompem (morrem, desaparecem). Em uma palavra, elas têm um
devir, um vir a ser. Quais são as causas desse devir?
• A causa eficiente e a causa final explicam a mudança o aparecimento, o desenvolvimento e o
desaparecimento das coisas. A causa eficiente ou motriz é responsável pelo surgimento ou geração
de algo. Por exemplo, para nascer, um filhote de tigre tem de ser gerado por um macho e uma fêmea
da mesma espécie. A causa eficiente da existência do tigre são seus pais. A causa final é o objetivo
ou o fim para o qual se direciona o devir. No caso do filhote de tigre, a causa final é o tigre
plenamente desenvolvido, com todas as características da espécie estabelecidas.
• Mais um exemplo: uma estátua de bronze de Sócrates. A causa material é o bronze, a matéria de que
a estátua foi feita. A causa formal é o que ela é especificamente, o fato de ter a forma de Sócrates. A
causa eficiente é o escultor que esculpe, amoldando a matéria à forma. A causa final é a razão ou o
objetivo pelo qual a estátua foi feita: enaltecer Sócrates.
Ato e potência
• Ha mais dois conceitos na metafisica aristotélica que são importantes para
entender o movimento das coisas sensíveis: ato e potência.
• Ato é aquilo que já existe, aquilo que já é, a coisa concreta, atualizada. Potência é
aquilo que poderá vir a ser, quer dizer, que tem a potencialidade ou a capacidade
virtual de assumir determinada atualização. Assim, a madeira em ato e uma mesa
em potência. A mesa já fabricada está em ato, pois já é objeto concretizado. Uma
semente em ato é uma árvore em potência. Os tijolos, a areia e o cimento em ato
são uma casa em potência. E assim por diante. E dessa maneira, a partir da
relação entre ato e potência, que Aristóteles explica o movimento.
• Dessa maneira, Aristóteles pôde explicar a causa dos movimentos naturais,
mostrando que o devir, o movimento, não é ilusório, mas acontece pela
atualização da potência. Assim, um ser ou uma substancia já tem em si
determinada potencialidade, e sua transformação obedece à busca de sua
realização plena.
Teologia: o estudo do divino
• Além de filosofia primeira, Aristóteles chamava a ciência do ser de
teologia. Teologia significa "estudo do divino". Por que o filósofo às vezes
utilizava esse termo? O que a ciência do ser tem a ver com o divino?
• Aristóteles usava essa expressão para indicar um segundo significado dessa
ciência. Esse significado advém da reflexão que visa à busca dos princípios
ou das causas primeiras dos seres, que leva inevitavelmente à indagação
sobre a causa absoluta, a primeira de todas as causas. Uma causa eterna da
qual tudo decorre e depende. Uma causa divina ou substância divina.
• Dito de outra maneira, para Aristóteles, além das substâncias sensíveis, das
coisas concretas e físicas que se movem e se transformam no decorrer do
tempo, existem as substâncias não sensíveis, imóveis, que são eternas, ou
seja, que não se corrompem. Assim, a teologia é o estudo da substância
divina e das divindades.
A prática humana: ética e política
• Vários filósofos antes de Aristóteles refletiram sobre as ações humanas. Em certa medida, mesmo
os filósofos da natureza, quando faziam suas investigações, pressupunham que o conhecimento
sobre a natureza implicava um melhor conhecimento sobre o próprio homem e sua conduta.
Assim, pode-se dizer que as reflexões sobre o comportamento humano estão presentes já na
origem da filosofia.
• Sabe-se que Sócrates foi um marco nessas reflexões. Ele promoveu um giro na filosofia colocando
seu centro de atenção na conduta humana, que deveria se orientar racionalmente para a busca
da verdade ou do conhecimento e para o aprimoramento da alma. Seu discípulo Platão deu
continuidade às reflexões éticas iniciadas pelo mestre e vinculou o procedimento ético do homem
à contemplação de um além-físico, ao mundo inteligível.
• O que fez Aristóteles com relação às práticas humanas? Em sua sistematização do saber, ele
estabeleceu como campo de conhecimento especifico o que ele chamava de "filosofia das coisas
humanas", conferindo a elas um tratamento diferenciado em relação ao tratamento que atribuía
às outras ciências (as teoréticas e as produtivas).
• Na "filosofia das coisas humanas“ seriam tratadas as atividades morais do homem, sua conduta.
Aristóteles dividiu esse campo em duas ciências: ética e política. A ética trata das ações
individuais do homem, as quais, na concepção aristotélica, estão subordinadas ao bem coletivo,
que se realiza na vida da pólis. A política é a reflexão sobre o Estado e a vida na comunidade.
Lógica: a criação de um instrumento de
demonstração
• Lembre-se que, para Aristóteles, o conhecimento cientifico deve ser demonstrável. Mas como se demonstra algo na
ciência?
• Demonstra-se ou prova-se a validade de uma conclusão cientifica por meio de um discurso racional, elaborado com
base em argumentos. O que é um argumento?
• Argumento é uma relação que se estabelece entre ideias ou afirmações a partir da qual se chega a determinada
conclusão. Por exemplo, as orações "Como todo ser humano morre e eu sou um ser humano, um dia eu morrerei"
formam um argumento. Nele se estabelecem relações entre afirmações - "Todo ser humano morre"; "Eu sou um ser
humano"; "Um dia eu morrerei“ - e dessas relações infere-se uma conclusão: a certeza da morte.
• Mas a ciência, para ser um conhecimento seguro, tem de ser baseada em conclusões necessárias - vimos
anteriormente que a necessidade é uma das características do conhecimento científico - , ou seja, conclusões que são
de uma maneira e não podem ser de outra. Assim, como é possível garantir que determinada conclusão cientifica
seja realmente necessária? Como saber que determinado raciocínio ou relações entre ideias são válidos?
• Aristóteles criou a lógica exatamente como um instrumento demonstração. Assim, a lógica é o estudo dos métodos e
princípios que devem ser seguidos para distinguir os raciocínios (ou conclusões) corretos dos incorretos. Em outras
palavras, a lógica é um conjunto de regras para demonstrar a validade dos argumentos.
A ciência poética e a catarse
• Em aspectos gerais, Aristóteles acompanhou a concepção de arte de Platão, mesmo se contrapondo ao
sem mestre em relação à Teoria das Formas; para ele, a arte também era imitação.
• Segundo Aristóteles, as diversas artes se diferenciam entre si de acordo com os meios, os objetos imitados
e as maneiras das representações ou das imitações; no entanto, eles tem em comum o fato de serem
imitações.Porém, para Aristóteles, a imitação é uma tendência natural do homem, que não deixa de ser
um meio para aprender ou de adquirir experiência; imitar implica imaginação comparativa, uma atividade
da faculdade do intelecto.
• O artista, segundo Aristóteles, pode imitar de três maneiras: reproduzindo o modelo, tal como ele é;
reproduzindo o modelo como dizem ou parece ser, ou como o artista acha que deveria ser; o belo de
qualquer coisa, natural ou fabricada pelo homem, é aquilo que agrada a vista porque tem harmonia e
segue critérios de ordem, simetria e dimensão.
• Aristóteles classificou a arte como ciência poética ou produtiva, isto é, como o conjunto de conhecimentos
voltados para a produção de um objeto externo ao homem; a arte é uma atividade, uma ação, uma
fabricação, uma criação, que não parte do nada, e sim das coisas existentes na natureza.
• A função de catarse da arte: a tragédia, ou imitar ações ou conhecimentos, provocaria sensações ou
emoções fortes nos telespectadores, como o terror, o sofrimento e a piedade; ao vivenciar essas emoções,
os espectadores teriam seus sentimentos purificados e suas tensões aliviadas, ou seja, seus sentimentos
ou emoções excessivos diminuiriam de intensidade e eles encontrariam equilíbrio emocional
Ser racional e político
• É sabido que Aristóteles ordenou e classificou o conjunto do conhecimento cientifico de sua época. Na estruturação
aristotélica da ciência, coube ao ramo das ciências práticas o estudo da ética e da politica. O filósofo escreveu dois livros sobre
ética: Ética a Nicômaco e Ética a Eudemo. E o que representava a ética, para Aristóteles, e qual era a relação que ele
estabelecia entre a ética e a política?
• Tudo o que existe tem uma finalidade natural. Quando algo atinge essa finalidade e o faz da melhor maneira, esse algo atinge
o bem, isto é, alcança o pleno desenvolvimento de sua natureza, alcança a excelência.
• A finalidade de uma faca, por exemplo, é cortar. Quando esse instrumento corta de maneira eficaz, é considerado excelente,
pois possibilita a realização da ação para a qual foi criado, ou seja, o motivo de seu existir. Como se pode ver, Aristóteles não
falava apenas em um único bem verdadeiro (supremo); ele falava de bens relaciona dos às essências dos seres ou das coisas.
• Qual seria a essência do homem? O homem é um ser racional. A racionalidade distingue o homem dos outros animais. Então,
o ser humano atinge a felicidade, o bem, a excelência quando tem uma vida guiada pela razão, isto é, quando suas atividades
ou ações estão em conformidade com a racionalidade.
• Quando o homem utiliza de maneira excelente o seu intelecto, aproxima-se da divindade. Para Aristóteles, a razão ou o
pensamento e o que há de divino no ser humano.
• Mas o homem não é só um ser racional. Ele também é um ser político ou social. Isso significa que sua felicidade ou excelência
só pode se realizar por meio da ação politica. A atividade da razão na arena da pólis é o que caracteriza a pratica humana
virtuosa. A busca pelo bem individual (ética) e a busca pelo bem coletivo (politica) devem estar em correspondência. Dito de
outra maneira, o homem só pode ser pleno e feliz quando exerce sua racionalidade de maneira excelente. A excelência
racional ou humana se manifesta na pólis.
O homem é um animal político que visa ao
bem
• Segundo Aristóteles, o bem de alguma coisa é sua excelência, isto é, a efetivação de sua essência.
No caso do homem, essa excelência se realiza quando ele utiliza plenamente as capacidades que
o caracterizam. A felicidade de um homem está vinculada à sua excelência, à sua realização plena.
Esse seria seu maior bem. Em outras palavras, todos buscam a felicidade, entendida como uma
vida bem sucedida, na qual o homem realiza toda
a sua potencialidade.
• Aristóteles acreditava que o ser humano se caracteriza por ser um animal racional politico ou
social. A plenitude humana está em primeiro lugar na utilização da razão, do pensamento, pois é
ela que distingue o ser humano dos outros animais e o aproxima do divino. O ser humano bem-
sucedido seria aquele que no transcurso da vida usa a razão para atingir os bens que procura.
• Mas, sendo o homem, além de animal racional, também animal político, a utilização plena de
suas capacidades intelectuais não ocorre em âmbito isolado. E discutindo, ponderando,
refletindo, votando, decidindo, enfim, participando da vida da cidade que o homem pode realizar
sua excelência. Em outras palavras, só a vida política, a prática da cidadania, enfim, a vida ativa
nos negócios da cidade podem propiciar a realização humana. O bem de cada cidadão realiza-se
no bem coletivo da cidade.

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