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JUNHO
2018
INTRODUÇÃO
A palavra espectroscopia tem sua origem da mistura do latim spectrum (espectro) e do grego
skopein (examinar), ou seja, o estudo dos espectros e começou a ser usada no final do século XIX.
Sabe-se hoje, porém, que um espectro se trata de uma representação de uma grandeza referente ao
material de estudo, seja átomo, molécula, partícula ou sólido, em função da energia, comprimento
de onda ou frequência da absorção ou emissão de radiação. Já a espectroscopia se trata do estudo da
interação dos diferentes tipos de radiação com a matéria.
O estudo da espectroscopia teve seu início com a definição de espectro por Newton em
1665, sabe-se, porém, que desde a Antiguidade já se conhecia algumas propriedades ópticas da luz,
como por exemplo a sua difração por meio de um prisma. A partir disso, a espectroscopia se
desenvolveu vastamente, sendo isso observado claramente nos dias de hoje por meio da avaliação
das técnicas espectroscópicas desenvolvidas que permitem o estudo aprofundado das espécies
químicas.
A maior contribuição de Newton ao estudar os efeitos da luz solar sobre um prisma se refere
ao momento em que ele submete um segundo prisma ao que era produzido pelo primeiro, sendo
observado que as cores não eram novamente decompostas, permitindo assim com que Newton
concluísse que a luz era constituída por corpúsculos. Newton, também, criticava o modelo
ondulatório desenvolvido naquela época que acabou sendo esquecido devido o domínio da teoria
corpuscular pregada por Newton. [1]
Em 1777, o químico sueco Carl Wilhelm Scheele (1742 – 1786), submeteu amostras de
Cloreto de Prata em cada região do espectro e observou que o material escurecia rapidamente
quanto mais próximo da extremidade violeta, dessa forma, ele concluiu que a região violeta se
tratava de uma região mais energética. Scheele relata sobre os seus experimentos e discute a
natureza da luz em seu livro intitulado Chemische Abhandlung von der Luft und dem Feuer
(Chemical Treatise on Air and Fire).[2]
No ano de 1801 surge mais um personagem, o físico alemão Johann Wilhelm Ritter (1776-
1810) que inspirado pela descoberta de Herschel, submete amostras de nitrato de prata na região do
violeta observando a rápida redução da prata, Ritter também submeteu essas amostras em regiões
depois do roxo, que não era visível, e percebeu que a redução da prata era muito mais rápida ainda.
O químico britânico William Hyde Wollaston (1766-1828), inspirado também pelos trabalhos de
Herschel, fez independentemente essa descoberta, nessa mesma época. Essa descoberta implicava
que a luz violeta era a mais energética do espectro, pois acelerava a reação de forma mais intensa.
Essa região do além do violeta foi denominada então a região do ultravioleta. Wollaston também
descobriu um espectro que possuía sete linhas negras que sobrepunham as cores brilhantes, isso foi
possível uma vez que ele reduziu o tamanho da fenda da passagem da luz. [4,5]
Ainda existia uma dificuldade em relacionar essas cores observadas com energia, e nesse
contexto surge o físico e médico Thomas Young (1773-1829). Young começou, em 1801, estudos
sobre o fenômeno da interferência e ele aplicou a sua teoria ondulatória para descrever o
comportamento ondulatório da luz em filmes finos e calculou os comprimentos de onda de cada
uma das cores observadas por Newton. A sua teoria não foi muito bem aceita naquele momento,
sendo considerada apenas a partir de trabalhos de cientistas franceses. [6]
Em 1820, mais uma contribuição, principalmente para a astroquímica, Sir David Brewster
(1781 – 1868), por meio de estudos de absorção da luz, descobre que as raias descobertas por
Fraunhofer se tratavam de vapores atmosféricos, que absorvem parte dessa radiação.
Algo revolucionário para a história da espectroscopia acontece a partir de 1859, o químico
alemão Robert Wilhelm Bunsen (1811 – 1899), o mesmo inventor do bico de Bunsen, associou-se
ao físico alemão Gustav Robert Kirchhoff (1824 – 1887) na criação do espectroscópio, um esquema
do espectroscópio é apresentado na Figura 2. [9]
Várias outras séries foram criadas a partir da Série de Balmer, como por exemplo a Série de
Lyman, as séries de Paschen e entre outras. Por meio de modificações da série de Balmer é possível
ampliar essa relação para os demais átomos.
Hoje a espectroscopia se trata de uma área bem desenvolvida, muitas técnicas foram
desenvolvidas, sendo que cada técnica possui suas particularidades. A fim de exemplificar, temos, a
Espectroscopia Infravermelho no estudo dos modos vibracionais das moléculas, temos também a
Espectroscopia UV/Visível utilizada principalmente na determinação quantitativa de compostos
contendo grupos cromóforos, e entre outras técnicas como a Ressonância Magnética Nuclear.
CONCLUSÃO
10. SEARS, W. M. B. Helium: The Disappearing Element. USA: Springer, 2015 p. 44-46.