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PCC3222- Materiais de Construção Civil II

Grupo: 5
Trabalho Dirigido – Laboratório 1 – Ligantes, argamassas e aditivos
Professor: Rafael Pileggi
Turma 1

Caroline Dutra Martins - 10338148


Matheus Oliveira Marques - 10337735
Thales Tadeu Bertolini Bendilati - 9795309
Vinicius Alves de Lima - 10426696

Outubro 2018
São Paulo
SUMÁRIO

1. Introdução 2

2. Gesso e Aditivo Retardador de Pega 2


2.1. Descrição do Experimento 2
2.2. Comparação das Relações Água/Gesso sem Aditivo 2
2.3. Análise da Relação Água/Gesso com Aditivo 4
2.4. Usos da Pasta de Gesso, com ou sem a Presença de Citrato de Sódio 5

3. Cimento e aditivo dispersante 5


3.1. Descrição do experimento 5
3.2. Análise Estatística 5
3.3. Espalhamento da Pasta de Cimento 6
3.4. Teor de Saturação do Aditivo 6
3.5. Importância da Determinação do Ponto de Saturação 6

4. Argamassa e aditivo incorporador de ar 6


4.1. Descrição do Experimento 6
4.2. Análise Estatística 7
4.3. Teor Médio de Ar das Argamassas 7
4.4. Impactos do incorporador de ar no estado fresco e endurecido 8

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1. Introdução
Cimento e gesso são materiais complexos e amplamente utilizados na engenharia,
especialmente na Engenharia Civil. Seus usos variam muito, podendo fazer parte desde a
estrutura até o revestimento. A disciplina PCC3222 tem como objetivo ensinar as diversas
maneiras de uso destes materiais e seus comportamentos. Por isso, a tamanha importância
da atividade em laboratório, que possibilita o aluno a assimilar seus conhecimentos teóricos
com a prática.
Neste laboratório foram realizadas quatro experimentos: tempo de pega do gesso,
variação da temperatura durante a reação de hidratação do gesso, mini-slump
(espalhamento de pasta) e variação da densidade da argamassa com e sem aditivo
incorporador de ar.

2. Gesso e Aditivo Retardador de Pega

2.1. Descrição do Experimento


Foram realizados dois experimentos relacionados ao gesso, um a fim de analisar a
variação da temperatura durante a reação de hidratação e outra que analisou o tempo de
pega do gesso.
Para o primeiro experimento foi utilizado um calorímetro e um termômetro.
Colocando a pasta fresca no recipiente se analisar o desenvolvimento da reação do gesso
anotando dados da temperatura e tempo - durante intervalos uniformes de tempo - sendo
possível notar o acréscimo exponencial da temperatura, característico da hidratação, por se
tratar de uma reação exotérmica.
Já para o segundo experimento foi utilizado o aparelho de Vicat o qual é formado por
uma base fixa ao suporte com aproximadamente 12 centímetros de diâmetro e concêntrica
a agulha presa na parte superior do suporte. Sabendo-se que tempo de pega é o tempo
relacionado ao endurecimento da pasta que se dá pela perda de plasticidade,sendo assim o
início de pega é evidenciado pelo primeiro momento que a agulha não penetra totalmente o
corpo de prova e fim da pega é quando o material se solidifica por completo, não tendo
penetração alguma da agulha, desta forma, foram realizados os passos descritos a seguir.
Primeiro obteve-se um gesso com ​aditivo retardador de pega, misturando os pós
com água de forma a deixar a pasta homogênea, em seguida depositou-se o gesso na
base, para, assim, finalmente anotar-se dados do desenvolvimento da pega. A cada minuto
marcado no cronômetro o integrante do grupo responsável pela experiência soltava a
agulha sob a pasta para analisar a pega, assim, seguiu-se até o fim da pega do gesso.

2.2. Comparação das Relações Água/Gesso sem Aditivo


Com os dados dos nossos ensaios, e com os dados dos outros grupos da nossa
turma (turma 1), fornecidos no moodle, foi possível produzir gráficos que relacionam tempo
desde o início da hidratação, com o calor liberado pela reação.
A partir do momento que os gráficos foram traçados, foi possível estimar um
comportamento padrão, de acordo com a relação água/gesso de cada um. No ​Gráfico 1​, é
possível observar uma diferença entre as curvas do AG1-BG1 com as do AG4, mas
segundo suas características de traço, deveriam possuir o mesmo formato de curva.

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Segundo a curva AG4, que não teve seu ponto de início de pega informado e tempo
de fim de pega em 28:00, o calor de hidratação liberado pela mistura tem seu máximo
(54°C) atingido aproximadamente em 45 min de reação. Já a curva AG1 e BG1, possuem
trajetos próximos, sendo que na AG1 o início da pega surge em 18:04 e seu fim de pega
ocorre em 37:10, e na BG1, o início ocorre em 16:50 e o fim em 35:57, o que demonstra
valores razoavelmente próximos, e isso demonstra um padrão de comportamento,
diferentemente da AG4. Essa diferença entre as curvas, pode ser ligada a fatores humanos,
talvez o grupo responsável pela medição da curva AG4, demoraram para iniciar o
cronômetro.

Gráfico 1: Calorimetria x Tempo, da relação água/gesso de 0,44

Já no ​Gráfico 2​, todas as bancadas estavam ocupadas, portanto há 4 dados para


serem consultados, diferentemente do gráfico anterior, que possuía uma bancada vazia.
Como pode ser observado, as curvas possuem formatos bem semelhantes, o que
demonstra um padrão de comportamento dessa relação água/gesso. O padrão obtido era o
esperado, pois a reação de hidratação do gesso, demora algo de 40 minutos para começar
a liberar calor de uma forma exponencial, e isso é facilmente observado no gráfico.
Os pontos de início e fim de pega, são:
- T1AG3: 37:00 / 01:10:00 - T1BG3: 30:48 / 49:44
- T1AG6: 40:20 / 46:20 - T1BG6: 20:30 / 48:42
Segundo os tempos de início e fim de pega, informados no arquivo, o intervalo de
tempo no AG6 foi extremamente curto, e isso não condiz com a realidade, como pode ser
observado nos intervalos de tempo nos demais grupo.

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Gráfico 2: Calorimetria x Tempo, da relação água/gesso de 0,69.

2.3. Análise da Relação Água/Gesso com Aditivo


Analisando a relação água/gesso de 0,44 com aditivo, da mesma maneira que foi
analisada os demais traços do item anterior, foram traçadas as curvas calorimétricas para 4
diferentes grupos. Observando as curvas que foram obtidas, observamos um padrão, e que
esse padrão é o esperado. Comparado-se o padrão das curvas sem aditivo, é possível
identificar que as curvas geradas nas misturas com aditivo, possuem um tempo de início de
pega maior que as misturas sem aditivo, o que demonstra a característica retardante do
aditivo.
O início e fim de pega das mistura, são:
- T1AG2: 40:35 / 59:36 - T1BG2: 38:20 /01:08:00
- T1AG5: 34:40 / 57:30 - Não informado

Gráfico 3: Calorimetria x Tempo, da relação água/gesso de 0,44 com aditivo​.

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2.4. Usos da Pasta de Gesso, com ou sem a Presença de Citrato de Sódio
Como visto em aula, cada combinação química de um material tem seu uso mais
apropriado. No caso do gesso com aditivo retardante de pega pode-se citar as seguintes
vantagens: acabamento superficial diferenciado que se dá pela possibilidade de precisão no
desenho, por possuir um tempo maior de trabalhabilidade.
Por outro lado, o gesso sem aditivo não possui essas características, por não
permitir a realização de um acabamento diferenciado, devido seu curto período de
trabalhabilidade se comparado ao com aditivo, mas é indicado para reparo de peças.

3. Cimento e aditivo dispersante

3.1. Descrição do experimento


Uma das características do cimento mais desejadas hoje em dia pelos engenheiros
é a fluidez. Uma vez que esta possibilita: descartar o uso de vibrantes nivelantes, usar
aparelhos de jato de cimento e diminuir a quantidade de água usada na mistura.
Assim, para analisar a influência do aditivo dispersantes no cimento foi realizado um
experimento “slump-test’’ ​que repetiu-se para cada porcentagem de aditivo. O ensaio
baseou-se em: compor uma mistura de cimento e aditivo, preencher o tronco de cone e
despejar sobre uma placa com grade milimétrica para efetuar as medições.
Primeiro, utilizou-se um cimento sem aditivo para analisar seu comportamento
referente à fluidez. Depois repetiu-se o mesmos procedimentos para misturas de: 10%,
15%, 20%, 25% e 30% de aditivo. Assim, sendo possível verificar a mudança no
espalhamento atingido, diametralmente, pela pasta.

3.2. Análise Estatística


Com base nos dados obtidos com os ensaios executados pela turma 1, foi feita a
análise estatística, que está explicitada abaixo:

Tabela 1: Análise estatística do espalhamento da pasta de cimento

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3.3. Espalhamento da Pasta de Cimento

Gráfico 4: Espalhamento da pasta de cimento de acordo com o teor de aditivo

3.4. Teor de Saturação do Aditivo


De acordo com os resultados obtidos nas análises estatísticas e com auxílio do
gráfico 4​, podemos observar a variação do espalhamento de acordo com o acréscimo de
aditivo no decorrer do ensaio. No entanto, como observado gráfico, o comportamento do
espalhamento não é linear, e conforme o aumento de aditivo, o aumento do espalhamento
já não é tão significativo como o anterior, portanto, há um teor de saturação do aditivo, em
que se tem o maior espalhamento possível, e mesmo se houver aumento do teor de aditivo,
não haverá aumento do espalhamento. De acordo com o gráfico gerado com os dados do
ensaio, o teor de saturação pode ser estimado em torno de 0,4%.

3.5. Importância da Determinação do Ponto de Saturação


O ponto de saturação do aditivo está relacionado ao máximo espalhamento da
pasta. Ou seja, a máxima fluidez atingida por uma mistura de cimento, água e aditivo
dispersante. Sendo fixa a quantidade que água e cimento, quando se ultrapassa a
quantidade de aditivo correspondente ao ponto de saturação ao invés de se obter
vantagens surgem alguns problemas. Uma evidência óbvia deste fato é a quebra do fluido
que deixa de ser contínuo.
Assim, deve-se saber sempre o teor ótimo do aditivo, pois esta determinação pode
evitar o desperdício de material, e comprometer a resistência do concreto.

4. Argamassa e aditivo incorporador de ar

4.1. Descrição do Experimento


Os aditivos incorporadores de ar possibilitam um melhoramento das propriedades
das argamassas no estado fresco, em especial da trabalhidade. Sendo, assim, muito úteis
na construção civil. Para analisar o efeito deste aditivo na pasta realizou um experimento
que estuda a variação da densidade da pasta.
Foi utilizado nesta experiência apenas uma balança, um misturador e um recipiente.
Primeiro obteve-se uma pasta de cimento e água, que foi misturada e pesada em um
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recipiente completamente cheio. Com os dados da primeira mistura anotado, adicionou-se o
aditivo e misturou-se novamente para que uma nova pesagem fosse realizada no mesmo
recipiente.
Assim, foi possível notar a diferença de densidade das misturas, uma vez que o
recipiente era o mesmo, o que manteve o volume estudado. Comparando, então, apenas as
massas.

4.2. Análise Estatística


Primeiramente analisou-se os dados da turma 1 nos dois períodos do laboratório, A
e B, assim calculou-se a média, desvio padrão e coeficiente de variação das amostras. Com
o objetivo de identificar dados espúrios calculou-se o limite superior e inferior e
determinou-se os outliers para as medidas da argamassa com e sem aditivo, sendo esses
os grupos que estão em amarelo na tabela abaixo. Sendo assim se recalculou a média,
desvio padrão e coeficiente de variação para cada situação.
Após essa modificação e exclusão de dados incoerentes analisou-se se há diferença
estatística entre as médias, para isso primeiramente calculou-se a relação de igualdade
Sa2
entre as variâncias, onde F calc = 2
Sb
e F​calc = 1,018 e o F​critico =
​ F​8,8,1%​= 6,02, sendo

assim o valor calculado não pertence a região crítica, logo é possível adotar que a as
variâncias das populações são iguais com 98% de confiança.
Em seguida é feito o teste de hipótese adotando as variância das populações iguais,
xa −xb
porém desconhecidas, sendo assim o T calc = , onde

1 1
Sp Na + Nb
(N a− 1)*Sa2 + (N b − 1)*S 2b
Sp = Na + Nb − 2 . ​Calculou-se S​p = 0,0349 obtendo Tcalc = 21,191 e T​critico =​
T​16, 1% ​ ​ a região crítica, logo há diferença
= 2,28, sendo assim o valor calculado está d
estatística entre as médias da população.

Tabela 2: Análise estatística da argamassa Tabela 3: Dados dos ensaios da Argamassa

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4.3. Teor Médio de Ar das Argamassas
A outra etapa de cálculo é a determinação do teor de ar na argamassa sem e com
aditivo incorporador de ar. Primeiramente é determinado a densidade teórica da argamassa
∑ Mi
por meio da equação Dt = , onde M​i é as massas seca dos materiais mais a
Mi
∑ γ

massa de água e γ a massa específica do material. Para a determinação do teor de ar


incorporado na argamassa segundo a NBR 13278, é utilizado a fórmula
D
AI = 100 * (1 − Dt ) , ​onde D é a densidade calculada experimentalmente.

Tabela 4: Dados

Tabela 5: Cálculo do Ar Incorporado

4.4. Impactos do incorporador de ar no estado fresco e endurecido


Como dito anteriormente os incorporadores de ar trazem algumas vantagens a pasta
no estado fresco. Dentre elas a mais buscada é o melhoramento da trabalhidade que é
garantido pela redução na densidade do material e maior coesão do sistema. Tal
característica facilita o manuseio e a moldagem de corpos de prova. Outra vantagem
garantida pelo uso do incorporador de ar é a redução da quantidade de água usada na
mistura, o que é sempre bem visto pelos ambientalistas.
Já no estado endurecido há vantagens relacionadas a diminuição do peso específico
e aumento dos poros. A leveza formada favorece o uso da pasta como argamassa de
revestimento, uma vez que evita fissuras causadas pelo próprio peso. Igualmente a redução
do módulo de elasticidade favorece este uso, por permitir que o revestimento acompanhe as
deformações diferenciais da estrutura. Por outro lado, a resistência do corpo é

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comprometida pelos vazios gerados, porém estes são necessários em lugares de clima frio
pois permitem que a água interna expanda sem romper a estrutura.

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