Você está na página 1de 5

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA

DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA RURAL E ANIMAL- DTRA


CURSO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS

PRÁTICA 06
Filtração a Pressão Constante

Relatório apresentado pelos alunos


Lucas Caiafa e Mário Junior, ao
Professor Dsc. Leandro Soares,
como parte da avaliação da disciplina
Embalagens para alimentos.

Itapetinga – BA
INTRODUÇÃO

Mistura é um sistema constituído por duas ou mais substâncias, simples


e/ou compostas. As misturas podem ser classificadas como: sólido-líquido,
líquido-líquido, líquido-gás, sólido-sólido, sólido-gás e gás-gás. A mistura na
qual é possível a detecção de pelo menos uma das substâncias que a
compõem por meio do uso de microscópio, ou mesmo a olho nu, é chamada
mistura heterogênea. Aquelas em que essa distinção não pode ser
determinada são chamadas de misturas homogêneas, que também são
conhecidas como soluções. (Atikins, Jones, 2006).

Filtração é uma técnica aplicada na separação de sólidos suspensos


(como precipitados) de meios líquidos, sendo a mais importante técnica na
análise gravimétrica. Trata-se essencialmente de uma separação por
permeação onde o sólido é separado do líquido fazendo a mistura passar
através de uma superfície porosa, chamada meio filtrante. (Kotz, Treichel,
2005).

Os poros do filtro devem ser menores que o tamanho das partículas a


serem filtradas. Como os tamanhos das partículas menores variam para cada
tipo de sólido, é necessário avaliar o tamanho dos poros do filtro a ser usado
no processo de filtração. Existem três tipos básicos de filtração: filtração a
vácuo filtração sob pressão positiva (um exemplo são os filtros-prensa de uso
industrial), filtração por meio da ação da gravidade. Cada um destes tipos de
filtração exige uma montagem característica, bem como um meio filtrante
apropriado à sua aplicação.

O sistema de filtração mais simples é composto por um funil onde se coloca um


papel de filtro circular. O papel é produzido a partir de fibras celulósicas em
diversas porosidades, e a escolha depende do tipo de material a ser filtrado.  O
papel de filtro é caracteristicamente hidrofílico, sendo capaz de ser molhado
pela grande maioria das soluções comuns no laboratório - soluções aquosas e
orgânicas à base de solventes polares.

O objetivo desta prática foi determinar a resistência específica da torta


(α), bem como a resistência do meio filtrante ao escoamento (R m), em um
processo de filtração a pressão constante, em escala laboratorial.
METODOLOGIA

Os equipamentos necessários foram: Provetas, cronometro, filtros de


papel das marcas Mellita(102) e Mallu(103), funis, pó de café e água.
A primeira etapa foi a produção de duas soluções a ser filtradas, uma
solução contendo 1,5% de sólidos, e a outra 3%. Logo a pós os filtros foram
cortados em círculos de diâmetro igual a 10 cm, e posicionados nos funis. Os
filtrados foram jogados a uma taxa constantes, e a cada minuto, foi medido a
quantidade de filtrado que foi coletado.
Para o cálculo da resistência do meio filtrante, e resistência da torta,
foram utilizados seguintes cálculos.

(1)

(2)

(3)
Na equação 2, mi é a viscosidade do fluído (Pa.s ou kg.m -1.s-1), alfa é a
resistência específica da torta (m.kg -1), cs é a concentração de sólidos em
suspensão na lama (kg.m -3), A é a área superficial do filtro (m 2) e P é a
diferença de pressão na coluna de líquido sobre o filtro (N.m -2). E na equação
3, Rm é a resistência do meio filtrante (m-1).
RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na Tabela 1 estão representados os valores obtidos de a, b, Kp, alfa e


Rm, para as soluções de 1,5 e 3%.

Tabela 1: Resultados de a, b, Kp, alfa e Rm, para as soluções de 1,5 e 3%


Solução filtro A b Kp alfa Rm

mellita 1818,686 647326,263 3637,372 -5,721E+020 -4,3119921649104E+017


3%
malu 1624,336 623056,548 3248,672 -5,110E+020 -4,1503258972085E+017

mellita 957,51 283044,1 1915,01 -3,008E+020 -1,88E+17


1,5%
malu 1141 351621,6 2282 -3,585E+020 -2,34E+17

Nas imagens 1 e 2 estão representados os dados obtidos, relacionando t/Vac


com o tempo. Pode-se observar nos gráficos um comportamento linear
crescente, e que na solução com 3% de sólidos a velocidade de filtração foi
menor que no de 1,5%.

Gráfico 1

Gráfico 2
A velocidade da filtração depende, além do meio filtrante, da
temperatura da solução, do tipo de precipitado e da pressão aplicada ao
sistema. Para uma mesma mistura, a velocidade de filtração aumenta com a
elevação da pressão (pressão positiva), da porosidade do meio filtrante, da
temperatura (redução da viscosidade do líquido), e ainda sob sucção (vácuo).

Seja qual for o tipo de equipamento usado, acumula-se gradualmente


um bolo de filtração sobre o meio filtrante e a resistência ao fluxo aumenta
progressivamente durante a operação. Na filtração à pressão constante a
vazão vai diminuindo à medida que cresce a espessura da torta.

CONCLUSÃO

Com esse trabalho pode concluir que o teor de sólidos na solução


influência diretamente na velocidade do filtrado e que mesmo sendo de marcas
diferentes os filtros, a capacidade de filtração foram semelhantes.

REFERENCIAS

Atikins, P.; Jones, L.; Princípios de química: questionando a vida moderna e o


meio ambiente, 3ª ed., Bookman: Porto Alegre, 2006.

BASTOS, Alexander Rangel; AFONSO, Júlio Carlos. Separação sólido-líquido:


centrífugas e papéis de filtro. Química Nova , v. 38, p. 749-756, 2015.

Kotz, J. C.; Treichel Jr., P. M.; Química e Reações Químicas, 5ª. ed., Pioneira
Thomson: São Paulo, 2005, vol. 1.

Paulapuro, H.; Paper and Board Grades, Papermaking Science and


Technology, Fapet Oy: Helsinki, 2000, vol. 18, chap. 5

Você também pode gostar