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INTRODUÇÃO
O estudo dessa espécie com e sem alimentação suplementar tem por finalidade verificar
até que ponto a alimentação artificial causa influência no desenvolvimento das colônias;
saber se essa prática acelera de forma significativa o crescimento das mesmas, e
esclarecer as dúvidas existentes quanto ao período de divisão dessas colméias de acordo
com o regime ao qual foram submetidas.
Existe uma diversidade de produtos que podem ser fornecidos na alimentação artificial.
FRASER (1951) cita que um ou mais autores gregos desconhecidos, cujos trabalhos
foram atribuídos a Aristóteles, já aconselhavam a dar líquidos doces às colônias de
abelhas européias que estivessem com pouca comida. Na Austrália, RAYMENT (1932)
escreveu que os Meliponíneos, tal como as Apis mellifera, vivem normalmente e até
põem ovos quando alimentados com uma mistura de clara de ovo e açúcar. Deve ser um
alimento muito bom para as abelhas, pois a clara é rica em proteínas, e o açúcar é
hidrato de carbono, fonte de energia. VON IHERING (1930) usou torrões de açúcar
para alimentar colônias de Meliponíneos, principalmente do grupo Trigonini
(NOGUEIRA-NETO, 1997).
Há tempos, já se usava mel na alimentação artificial das abelhas européias Apis. O mel
dessas abelhas também pode ser usado na alimentação artificial das colônias de
Meliponíneos. Contudo, existe a possibilidade de transmitir enfermidades aos
meliponíneos. Dessa forma, é mais seguro usar xarope de água com açúcar, ao invés de
mel, na alimentação artificial dos Meliponíneos (NOGUEIRANETO, 1997).
Embora o pólen possua sua importância nutricional na colméia, a falta temporária deste
não é tão importante para a vida das abelhas quanto à ausência do mel
(NOGUEIRANETO, 1997).
É muito mais prático dar às abelhas simplesmente água com açúcar, ao invés de
misturas complexas e difíceis de fazer. A alimentação artificial com duas partes em
volume de água e três partes em volume de açúcar, aproximadamente 40% de água e
60% de açúcar, oferece bons resultados. Essa proporção é equivalente a de alguns
néctares. Um xarope com 50% de água e 50% de açúcar é bem aceito e deve ser
preferencial para as GUARUPU (Melipona bicolor bicolor) e GUARAIPO (M. bicolor
schencki). Durante a evaporação do xarope, as abelhas umedecem mais o ar da colméia.
Aconselhável para o s Meliponíneos mantidos e criados no Nordeste semi-árido
(NOGUEIRA-NETO, 1997). BRUENING (1990), usou esse xarope de 50% - 50% água
e açúcar e obteve bons resultados.
O alimento artificial pode ser preparado de várias maneiras segundo cada autor. KERR
(c.p.) utiliza o mel de Apis no meliponário K de Melipona Scutellaris Lep; localizado
em Uberlândia, MG, sem ter encontrado qualquer inconveniente para as abelhas. Porém,
por motivo de cautela e prevenção, o alimento artificial não deve apresentar grande
quantidade de mel de abelhas africanizadas e se utilizado, deve ser de boa procedência
para evitar contaminações com microorganismos nocivos. O XAROPE-A tem
demonstrado excelentes resultados como suplemento energético e vitamínico para a
criação da mandaçaia (Melipona quadrifasciata) (AIDAR, 1996).
Pesquisas realizadas em laboratório demonstraram que as abelhas preferem a sacarose a
outros açúcares, como fonte de energia (WALLER, 1972; FRISH, 1934), além de
apresentar um alto valor nutritivo para elas, dentre os açucares estudados (BARKER &
LEHNER, 1972a).
A alimentação deve ser fornecida durante as revisões para avaliação das colônias,
evitando a manipulação excessiva das mesmas (AIDAR, 1996).
2. OBJETIVOS
3. MATERIAL E MÉTODOS
A coleta de dados foi realizada quinzenalmente, mediante o uso de fita adesiva, para
vedar as caixas e proteger as abelhas contra o ataque de forídeos e formigas; formão
para abrir as caixas; faca para cortar as pilastras que fixavam o invólucro dos ninhos
para evitar o derramamento de mel; fita métrica para medir a altura dos invólucros e o
diâmetro dos discos de crias e utilização de um quadro padronizado para as anotações
dos resultados obtidos a cada coleta.
4. Resultados e Discussões
Nas tabelas 1 e 2, constam os dados obtidos das coletas realizadas com a média e desvio
padrão das medições dos números dos discos de crias, o diâmetro médio dos mesmos e
altura dos invólucros das colônias, que foram analisadas até o mês de abril de 2005.
Quanto ao diâmetro dos discos de cria (Gráfico 2), observou- se que houve variações
em praticamente todos os meses, com uma pequena estabilidade nos meses de outubro
(no início do experimento após a padronização), janeiro , março e abril (período de
finalização da pesquisa), o que significa que a alimentação surtiu efeito nessas colônias
já que estavam sendo supridas energeticamente e iam construindo mais células de
postura à medida que operárias iam nascendo, sendo que esses acontecimentos não eram
proporcionais.
Em se tratando da altura do invólucro, ao analisar a tabela, observa-se que há variações
no seu crescimento, mas que este fato não está relacionado com o desenvolvimento da
colônia quando comparado à ascensão ou regressão do número dos discos de crias e ao
diâmetro dos mesmos, já que o desenvolvimento do invólucro não é proporcional a
nenhum dos dois.
Na tabela 2, quanto ao número de discos de crias, houve uma queda logo após a
padronização (Gráfico 1), pois estas não estavam sendo submetidas à alimentação e
logo após ocorreram variações com pequenas estabilizações nos meses de Dezembro,
Janeiro, Março e Abril.
Em relação ao diâmetro dos discos de cria (Gráfico 2), houve variações ao longo do
período da pesquisa, estabilizando relativamente nos meses de Fevereiro e Março
Através do método proposto por Aidar (1996), cuja população está relacionada com o
número de células multiplicado pelo número de discos de crias, obteve-se a nota de cada
colméia, de acordo com o número de campeiras dividido por 310. Nas colméias
alimentadas (Tabela 3), as colônias começaram com a nota 2,28, o que representa em
sua estrutura, 4 discos de crias com aproximadamente 7,0 cm de diâmetro e um
invólucro de 10cm de altura. Após um período de 60 dias, as colônias conseguiram
atingir a nota 7,0 (mês de Dezembro), nota ideal para divisão (Gráfico 3), verificando-se
que as outras duas notas foram alcançadas em 45 dias após este primeiro período
propício para a primeira divisão (nos meses de Fevereiro e Abril).
Com relação à nota das colméias não alimentadas (Tabela 4), verificou-se que estas não
conseguiram atingir a nota ideal para divisão, observando que o período em que
alcançaram a maior população foi em Março com a nota 6, 12 (Gráfico 3), entretanto,
não estavam aptas para a divisão, o que comprova que a ausência de alimentação
artificial pode ter exercido grande influência nesse resultado.
5. CONCLUSÕES
6. REFERÊNCIAS
ABSY, M.L. & KERR, W.E. Algumas plantas visitadas para obtenção de pólen por
operárias de Melipona seminigra merrilae em Manaus., 7(3)309-315. 1977.
ABSY, M.L.; CAMARGO, J.M.F.; MIRANDA, I.P.A. Espécies de plantas visitadas por
meliponinae (Hymenoptera; Apidae) para coleta de pólen na região do Médio
Amazonas. R. Brás. Biol., 44(2):227-237. 1984.
BARKER, R.J. & LEHNER, Y. Acceptance and sustenance value of naturally occturing
sugars fed to newly emerged adult workers of honey bees (Apis mellifera L.). J.L Exp.
Zoo. 187: 277-286. 1972a.
FRISCH, K. V. Uber den geschmacksinn der bienen. Z. verg. Physiol. 21: 1-156. 1934.
HERBERT Jr., E.W. Honey bee nutrition. In: The hive and the honey bee. Chapter VI.
Edited by Dadant & Sons, Hamilton, Illinois, 197-224p. 1992.
RAYMENT, T. The stingless bees of Austrália. Vict. Nat. Melbourne. v. 48p. 183-189.
1932.
Fonte: http://www.apacame.org.br/mensagemdoce/89/artigo3.htm