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LIÇÃO DA
ESCOLA SABATINA

4º TRIMESTRE DE 2021 – OUT | NOV | DEZ

Lição 05 23 a 29 de outubro

Os estrangeiros
no meio de vocês

Sábado à tarde Ano Bíblico: Lc 9-11


Verso para memorizar:

LEITURAS DA SEMANA:
Mc 12:29-31; Dt 10:1-19; 27:19; Sl 146:5-10;
Mt 7:12; Tg 1:27–2:11

Como vimos na semana passada, ao


ser questionado por um escriba sobre
“o principal de todos os mandamentos”
(Mc 12:28), Jesus respondeu com a
afirmação de que Deus é Um, e disse:
“Ame o Senhor, seu Deus, de todo o
seu coração, de toda a sua alma, de
todo o seu entendimento e com toda a
sua força” (Mc 12:30).
Em seguida falou também sobre o
segundo principal mandamento (Mc
12:31), algo que o escriba não havia
perguntado. No entanto, sabendo como
isso era importante, Jesus disse: “O
segundo é: Ame o seu próximo como
você ama a si mesmo. Não há outro
mandamento maior do que estes” (Mc
12:31). Jesus vinculou os
mandamentos do amor a Deus e do
amor ao próximo como sendo o maior
de todos os mandamentos.
Ele não inventou algo novo, que os
judeus não tivessem ouvido antes. O
chamado para amá-Lo de forma
suprema, a ideia de amar o próximo e
de amar outras pessoas como uma
forma de expressar nosso amor a Deus,
foi tirado do livro de Deuteronômio.
Domingo, 24 de outubro Ano Bíblico: Lc 12-14

Circuncidem
seu coração
Deuteronômio 10, que é a
continuação do capítulo 9, traz
basicamente a reafirmação da aliança
que Deus fez com Israel. Grande parte
desse livro é uma espécie de
renovação da aliança que havia sido
quebrada no terrível pecado em
Horebe, logo depois que Moisés se
ausentou, quando o povo caiu na
idolatria. Mesmo depois disso, o
Senhor não o rejeitou.

1. Leia Deuteronômio 10:1-11.


Quais fatos nos mostram que Deus
perdoou os pecados de Seu povo e
reafirmou a promessa da aliança
feita a ele e a seus pais?
R:

Moisés quebrou as tábuas dos Dez


Mandamentos (Dt 9:17) – um sinal da
quebra da aliança (Dt 32:19). “Para
mostrar aversão pelo crime do povo,
atirou ao chão as tábuas de pedra, que
se quebraram à vista de todos, dando a
entender que, assim como haviam
quebrado seu concerto com Deus, da
mesma forma Deus estava rompendo
Seu concerto com eles” (Ellen G.
White, Patriarcas e Profetas, p. 320).

Assim, o fato de Deus ter dito a


Moisés que cortasse novas tábuas
“como as primeiras” para que o
Senhor escrevesse nelas as palavras
que antes estavam ali mostrou que o
Criador perdoou o povo e não o
rejeitou.

2. Leia Deuteronômio 10:14-16. O


que Deus disse ao povo? Qual é o
significado das imagens que o
Senhor usou nesses versos?
R:

A circuncisão era um sinal da


aliança, mas era apenas um sinal
externo. Deus queria o coração de seu
povo, isto é, mente, afeições, amor. A
obstinação indicava que eles eram
muito teimosos e relutantes em
obedecer ao Senhor. Basicamente,
nessa passagem e em outras mais,
Deus lhes disse que parassem com a
lealdade dividida e que O servissem
de todo coração e toda alma.

Pense nas muitas vezes em que o


Senhor perdoou seus pecados. O
que isso lhe diz sobre a graça
divina?
Segunda-feira, 25 de outubro Ano Bíblico: Lc 15-17

Amem
o estrangeiro
Em meio às admoestações, Moisés
declarou: “Eis que os céus e os céus
dos céus são do Senhor, o Deus de
vocês; a Ele pertencem a Terra e tudo
o que nela há” (Dt 10:14). Que
expressão poderosa da soberania
divina, ideia encontrada em outros
lugares da Bíblia: “Ao Senhor pertence
a Terra e a sua plenitude, o mundo e os
que nele habitam” (Sl 24:1).

3. Leia Deuteronômio 10:17-19. Que


outra declaração Moisés fez sobre o
Senhor? O que Deus ordena ao Seu
povo como resultado dessa
declaração?
R:

Yahweh não é apenas o soberano do


céu e da Terra, Ele também é o “Deus
dos deuses e o Senhor dos senhores”
(Dt 10:17). Isso não significa que
existam outros deuses menores, como
os supostos deuses que os pagãos
adoravam. Em vez disso, mais do que
apenas ser o único Deus (“Vejam,
agora, que Eu, sim, Eu sou Ele, e que
não há nenhum deus além de Mim”
[Dt 32:39]), o Senhor afirma Sua
supremacia sobre todos os outros
poderes, reais ou imaginários, no céu e
na Terra.

O texto diz também que Ele é “o


Deus grande, poderoso e temível, que
não trata as pessoas com parcialidade
nem aceita suborno”. Tudo isso faz
parte da mensagem maior: Yahweh é o
seu Deus, e você, o Seu povo, Lhe
deve obediência.

Que contraste poderoso! Sim,


Yahweh é o Deus dos deuses e Senhor
dos senhores, o Governante soberano e
Sustentador da criação (Cl 1:16, 17),
mas também Se preocupa com os
órfãos, com a viúva e o estrangeiro e
mostra Seu cuidado ministrando às
suas necessidades físicas imediatas. O
Deus que observa um pardal que cai ao
chão (Mt 10:29) conhece a situação
daqueles que estão à margem da
sociedade. Em outras palavras, o
Senhor está dizendo ao povo: “Vocês
são especiais, e Eu os amo, mas amo a
outros também, incluindo os
necessitados e desamparados entre
vocês. E, assim como Eu os amo,
vocês devem amá-los. Essa é uma das
obrigações da aliança”.

Leia Salmo 146:5-10. Que


mensagem do Salmo reflete o
que Deus diz acima, e o que isso
deve significar para nós no
presente, como cristãos?
Terça-feira, 26 de outubro Ano Bíblico:Lc 18-20

Vocês foram
estrangeiros no Egito

4. “Portanto, amem os
estrangeiros, porque vocês foram
estrangeiros na terra do Egito”
(Dt 10:19). Nesse verso, qual é a
mensagem para o antigo Israel?
Qual é a mensagem para nós?
R:

Séculos antes, o Senhor havia dito a


Abrão: “Fique sabendo, com certeza,
que a sua posteridade será peregrina
em terra alheia, será reduzida à
escravidão e será afligida durante
quatrocentos anos” (Gn 15:13; 17:8;
At 13:17). Naturalmente, foi isso o
que aconteceu. Nos primeiros
capítulos de Êxodo, a dramática
história de sua redenção (Êx 15:13) e
salvação (Êx 14:13) do Egito foi
registrada para a posteridade como
símbolo e tipo da redenção e salvação
que nos foram dadas em Cristo Jesus.
O Senhor desejava que se lembrassem
de onde estiveram e o que foram, ou
seja, estrangeiros.

Eles deviam se lembrar de quando


eram marginalizados, até mesmo
escravos e, portanto, à mercê daqueles
que eram mais fortes e que podiam
cometer abusos contra eles, o que, de
fato, com frequência fizeram. Embora
Israel fosse uma nação escolhida,
chamada por Deus, um “reino de
sacerdotes” (Êx 19:6), e houvesse
diferenças entre eles e os estrangeiros
no meio deles – especialmente no que
diz respeito aos serviços religiosos –,
quando o assunto eram os “direitos
humanos”, o estrangeiro, a viúva e o
órfão deveriam ser tratados com a
mesma imparcialidade e justiça com
que os israelitas eram tratados.

5. Leia Mateus 7:12. Como essa


passagem resume o que o Senhor
disse ao antigo Israel sobre como
deveria tratar os oprimidos?
R:

Essa advertência a Israel de como


deveriam tratar os marginalizados não
era a norma no mundo antigo, em que
muitos eram tratados em alguns casos
de maneira terrível.

Israel deveria ser luz para as


nações. Essa diferença estava no Deus
a quem adoravam, na maneira de
adorá-Lo e no sistema religioso da
verdade que o Senhor lhes deu. A
bondade para com os marginalizados
teria sido um poderoso testemunho
para o mundo quanto à superioridade
de seu Deus e de sua fé, que em certo
sentido era o ponto principal de sua
existência.
Quarta-feira, 27 de outubro Ano Bíblico: Lc 21-22

Julgue com justiça

Como crentes, fomos chamados a


refletir o caráter de Deus. Paulo
escreveu: “Meus filhos, por quem, de
novo, estou sofrendo as dores de
parto, até que Cristo seja formado em
vocês” (Gl 4:19). Fomos feitos “à
imagem de Deus” (Gn 1:27), a qual
foi desfigurada pelo pecado. Quando
Moisés falou sobre o poder e a
majestade divinos, disse que Deus não
aceitava suborno e que Se importava
com os fracos e marginalizados;
portanto, devemos fazer o mesmo.

6. Leia os seguintes textos. Qual é o


tema comum entre eles?
Dt 1:18

Dt 16:19

Dt 24:17

Dt 27:19

É notório que, na maioria dos


tribunais humanos, os fracos, pobres e
rejeitados não têm a mesma “justiça”
que aqueles com dinheiro, poder e
conexões. Não importa o país, a
época, a cultura, nem quão elevados
sejam os princípios de justiça e
equidade consagrados nas
constituições, leis ou o que quer que
seja; a realidade permanece: pobres,
fracos e rejeitados quase nunca obtêm
a justiça a que outros têm acesso.

Essa injustiça não devia ser


cometida em Israel, entre o povo de
Deus, que devia representá-Lo perante
o mundo. O Senhor queria que no
antigo Israel houvesse justiça
igualmente para todos perante a lei.

Mas isso vai além da mera


jurisprudência. “Sejam santos, porque
Eu, o Senhor, o Deus de vocês, Sou
santo” (Lv 19:2). Sim, eles sabiam
quem era o verdadeiro Deus, tinham
as formas corretas de adoração e
traziam as ofertas devidas. Tudo bem.
Porém, de que adiantava tudo isso se
eles maltratavam os fracos e pobres?
Observamos nos escritos dos profetas
que o Senhor repetidamente luta
contra os opressores dos pobres e
necessitados em Israel. Como pode
alguém ser “santo” e maltratar os
outros ao mesmo tempo? Isso não é
possível, ainda que a pessoa cumpra
de forma estrita os rituais religiosos
devidos.

Leia Amós 2:6; 4:1; 5:11; Is 3:14, 15;


10:1, 2 e Jr 2:34. De que o Senhor
advertiu o antigo Israel? O que
essas palavras significam para
nós?
Quinta-feira, 28 de outubro Ano Bíblico: Lc 23-24

Religião pura
diante de Deus

7. Leia Deuteronômio 24:10-15.


Que princípios importantes são
expressos sobre como devemos
tratar os que estão sob nosso
domínio?
R:

Novamente, vemos a preocupação


do Senhor com a dignidade humana.
Se alguém lhe deve algo, e é hora de
cobrar, trate a pessoa com respeito e
dignidade, certo? Não vá invadir sua
casa e fazer exigências. Espere-a do
lado de fora e deixe-a vir e entregar a
você o que lhe deve. Deuteronômio
24:12, 13 parece dizer que, se alguma
pobre alma lhe deu sua vestimenta
como “garantia”, você precisa pelo
menos deixá-la dormir com ela
durante a noite. Os outros versos
falam de como as pessoas deviam
tratar os pobres que trabalham para
elas. Não os oprimam, pois aos olhos
de Deus isso é um pecado, e
certamente um pecado grave. Se Israel
devia ser uma testemunha, um povo
santo que andava na verdade em meio
a um mundo mergulhado no erro, na
idolatria, maldade e no pecado,
certamente deviam ser gentis com os
mais fracos e marginalizados entre
eles. Caso contrário, seu testemunho
não teria valor.

8. Leia Tiago 1:27–2:11. O que


Tiago disse que reflete o que o
Senhor declarou a Seu povo em
Deuteronômio? O que Tiago quis
dizer ao relacionar os maus tratos
aos pobres com os Dez
Mandamentos?
R:

Embora nada nos Dez


Mandamentos em si esteja
diretamente relacionado a mostrar
parcialidade para com os ricos em
relação aos pobres, aderir estritamente
à letra da lei e, ao mesmo tempo,
maltratar os pobres ou necessitados é
zombar da profissão de fé e de
qualquer pretensão de observar os
mandamentos. Amar o próximo como
a si mesmo é a expressão mais
elevada da lei divina – e essa é a
verdade presente agora tanto quanto
na época de Tiago e quando Moisés
falou a Israel nas fronteiras da terra
santa.

Como adventistas do sétimo dia,


que levam a sério a obediência
à lei, por que devemos levar a
sério as palavras de Tiago e
Deuteronômio? Considerando o
que lemos em Tiago, por que
nossa crença na observância da
lei apenas fortalece a decisão
de ajudar os pobres e
necessitados entre nós?
Sexta-feira, 29 de outubro Ano Bíblico: Jo 1-3

Estudo adicional
É difícil imaginar como, mesmo
em seus tempos áureos, sob o reinado
de Davi e Salomão, a nação de Israel
tenha sido tão abençoada por Deus e
ainda assim tenha oprimido os pobres,
desamparados e fracos entre eles.
“Portanto, visto que pisam os
pobres e deles exigem tributo de trigo,
vocês não habitarão nas casas de
pedras lavradas que construíram, nem
beberão o vinho das belas videiras que
plantaram. Porque sei que são muitas
as suas transgressões e que são graves
os pecados que vocês cometem. Vocês
afligem os justos, aceitam suborno e
rejeitam as causas dos necessitados no
tribunal” (Am 5:11, 12).
“O Senhor entra em juízo contra os
anciãos do seu povo e contra os seus
líderes. Ele diz: ‘Foram vocês que
arruinaram esta vinha. O que
roubaram dos pobres está na casa de
vocês’” (Is 3:14).
Perguntas para consideração
1. Os israelitas precisavam se lembrar
de que haviam sido “estrangeiros” no
Egito. Por isso, deveriam tratar os
estrangeiros e marginalizados como
desejariam ter sido tratados quando
estiveram na mesma situação. Essa
verdade se relaciona com o
evangelho, que liberta do pecado pelo
sangue de Jesus? De modo paralelo, o
que Jesus fez por nós deve impactar
nossa maneira de tratar os outros, em
especial os desamparados?
2. Podemos observar o sábado,
entender a verdade sobre a morte, o
inferno, a marca da besta e assim por
diante. Isso é bom. Mas de que serve
tudo isso se tratarmos os outros de
maneira desagradável, oprimirmos os
fracos e não fizermos justiça quando
julgarmos uma situação? Por que
devemos ser cuidadosos para não
pensar que apenas saber a verdade é
tudo o que Deus exige de nós? Isso é
uma armadilha?
3. Que papel a fé deve ter em nos
ajudar a entender os chamados
“direitos humanos”?

Respostas e atividades da semana:


1. Fez outras tábuas dos Dez
Mandamentos. 2. Que eles deveriam
circuncidar o coração de pedra e deixar a
desobediência. 3. Que Deus é soberano e
Se compadece dos mais necessitados.
Devemos seguir Seu exemplo. 4. Eles
precisavam tratar os estrangeiros como
gostariam de ser tratados. Isso se aplica a
nós hoje. 5. Devemos fazer aos outros o
que desejamos que os outros nos façam.
6. Fazer justiça a todos. 7. Tratar todos com
dignidade e respeito. 8. Não podemos fazer
acepção de pessoas, mas precisamos tratar
todos com justiça. Atender aos
necessitados. Se fizermos acepção de
pessoas, somos transgressores da lei.
Resumo da Lição 05

Os estrangeiros
no meio de vocês
ESBOÇO

A história de Deus escrevendo novas


tábuas de Sua lei é uma história da
graça divina e do amor paciente por
Israel. Antigamente, quando uma
aliança era quebrada, sua renovação
envolvia o preparo de novos
documentos. No contexto do evento
vergonhoso de Horebe, Moisés exortou
Israel a renovar sua aliança e preparar
um novo juramento de fidelidade em
que o requisito de Deus para Seu povo
foi especificado. Esses versos reúnem
vários temas em torno do princípio do
amor, a saber, amor ao Senhor (o
primeiro mandamento), amor como
resposta ao amor e perdão divinos,
amor ao próximo e, mais
especificamente, amor ao estrangeiro
(o segundo mandamento), porque Deus
o amou.

Temas da lição

• A nova aliança. Embora a aliança seja


eterna, sempre há a necessidade de
renová-la (circuncidar o coração).

• A circuncisão do coração. Os
símbolos, uma espécie de mistura de
metáforas, revelam uma verdade
teológica crucial.

• Amar o estrangeiro: tudo bem amar o


próximo, mas o estrangeiro também?

COMENTÁRIO

A nova aliança

Existe um paradoxo na renovação de


uma aliança que é eterna. Pela lógica,
uma aliança eterna não precisa ser
renovada. A lição que se aprende disso
tem a ver com a fidelidade de Deus
versus a infidelidade de Seu povo.
Observe que a “nova aliança” não
implica uma nova lei. É a mesma lei
que é reescrita nas novas tábuas. O que
Deus estava pedindo era simplesmente
uma internalização da lei.

A lei escrita nas tábuas de pedra


devia ser escrita no coração do povo. A
renovação da aliança é a renovação do
coração. O mecanismo desse processo
é o amor. Jeremias, que pela primeira
vez usa a expressão “nova aliança”,
define-a nos seguintes termos: “Não
segundo a aliança que fiz com os seus
pais, no dia em que os tomei pela mão,
para os tirar da terra do Egito; pois eles
quebraram a Minha aliança, apesar de
Eu ter sido seu esposo, diz o Senhor.
Porque esta é a aliança que farei com a
casa de Israel, depois daqueles dias, diz
o Senhor: Na mente lhes imprimirei as
Minhas leis, também no seu coração as
inscreverei; Eu serei o Deus deles, e
eles serão o Meu povo” (Jr 31:32, 33).

Curiosamente, a mesma situação de


uma aliança quebrada é registrada em
Jeremias.
O profeta, como Moisés, também
teve que reescrever seu livro (Jr 36:27,
28). Da mesma forma, quando o
apóstolo Paulo se refere à “nova
aliança” (2Co 3:6), ele a entende como
uma aliança espiritual que está escrita
“não em tábuas de pedra, mas em
tábuas de carne, isto é, nos corações”
(2Co 3:3).

Perguntas para discussão e reflexão:


Como a noção bíblica de “nova
aliança” no livro de Deuteronômio se
aplica ao nosso entendimento da
relação entre o AT e o NT? Por que a
“nova aliança” implica a mesma lei?
Por que Deus escreveu a lei em pedras
em vez de escrevê-la no coração do
povo?

A circuncisão do coração

Deus pediu que Israel circuncidasse


o coração. Evidentemente isso não
deve ser interpretado de forma literal.
Moisés se referiu à incircuncisão dos
lábios (Êx 6:12, 30) para sugerir que
não falava bem. Jeremias lamentou por
Israel ter ouvidos incircuncisos, o que
significa que eles não ouviam a palavra
do Senhor (Jr 6:10). Visto que a
circuncisão é o sinal da aliança
(Gn 17:10-13), a circuncisão do
coração é um simbolismo que retrata a
circuncisão interior que Paulo
descreveu mais tarde como a
conversão do cristão (Rm 2:28, 29).
Esse é um procedimento que só Deus
pode realizar (Dt 30:6).

Moisés não sugere que a circuncisão


da carne foi um erro. Antes de entrar
em Canaã, os homens de Israel
deveriam ser circuncidados como sinal
da aliança (Js 5:2). A circuncisão do
coração diz respeito àqueles que já são
circuncidados na carne, aqueles que
estão sob a aliança. Após a circuncisão
da carne, a renovação da aliança não é
uma nova circuncisão que anularia a
anterior, mas um aprofundamento da
mesma aliança e de suas leis. Depois
de terem recebido a letra da lei, eles
foram chamados a enraizar seu
compromisso no coração. Isso envolve
não apenas abster-se de fazer o que é
errado; porém, mais importante, não
desejar fazer o que é errado. Não
apenas deixar de praticar o mal, mas
dedicar-se a fazer o bem por toda a
vida. Só o amor torna possível esse
compromisso. É por isso que a
exigência de Deus nessa fase é uma
aliança com base no amor e é,
portanto, mais rigorosa e mais
completa.

Perguntas para discussão e reflexão:


O que torna uma aliança fundamentada
no amor mais exigente do que uma
aliança que tem por base a lei? Ao
mesmo tempo, quais são os riscos da
ênfase no amor em detrimento do rigor
da justiça? Como o simbolismo da
circuncisão do coração se relaciona
com a metáfora de uma dura cerviz?
Amar o estrangeiro

O curioso é que a primeira aplicação


do mandamento de amar ao Senhor é
amar o estrangeiro. Por que Deus
exigiu que Israel amasse o estrangeiro?
Dois grupos de razões podem ser
listados aqui.

Discuta e reflita sobre eles em


classe: (1) razões para justificar esse
requisito e (2) razões para prepará-los
para a santidade.

Por que amar o estrangeiro?

• Porque Deus ama o estrangeiro


(Dt 10:18). Essa razão está enraizada
na fé no Criador, que possui os céus e
a Terra (Dt 10:14). Dois princípios
estão implícitos nessa razão. Primeiro,
existe o princípio de que Deus criou o
estrangeiro à Sua imagem (imago Dei).
O segundo princípio deriva do
primeiro: é o princípio da imitação de
Deus (imitatio Dei) por Seus servos.

• Porque Israel foi estrangeiro


(Dt 10:19). Essa razão se baseia no
princípio de Levítico 19:18: “Ame o
seu próximo como você ama a si
mesmo.”

• Porque assim seriam preparados para


o encontro com Deus, que pertence a
outra ordem (Dt 10:17). Ele é o Santo,
essencialmente diferente de nós,
humanos. A melhor forma de aprender
a amar a Deus poderia ser aprender a
amar o diferente, o estrangeiro.

• Porque assim seriam preparados para


o encontro com outras pessoas. Como
ex-escravos, os israelitas tiveram que
aprender a ver os outros, não apenas
como senhores cruéis a quem odiavam,
mas como “próximos” com quem
deviam comungar e compartilhar as
bênçãos e a quem deviam amar, pois a
experiência do amor fica mais rica e
forte quando é vivida entre pessoas
diferentes.

• Porque assim seriam preparados para


moldar e cumprir seu próprio destino
como estrangeiros. Como ex-nômades
no deserto, Israel teve que aprender o
caminho da santidade e o valor de
viver com pessoas diferentes sem
comprometer sua própria identidade
sagrada. Da mesma forma, Abraão,
José e Daniel tiveram que aprender a
conviver com a “tensão” entre
conciliar o dever da santidade com o
dever do amor.

Perguntas para reflexão e discussão:


Como e por que o princípio do imago
Dei nos ajuda a compreender a
importância de amar o estrangeiro? Por
que a experiência de amar um
estrangeiro fortalece e enriquece a
qualidade do amor? Por que a
comunhão e a convivência com
pessoas de outras religiões fortalecem
a fé?
Amar o órfão e a viúva

O tratado de aliança de
Deuteronômio não define “amor”, mas
deixa claro que o amor é uma
característica divina. É somente por
meio de Deus que Israel pode
compreender e cumprir o mandamento
do amor. Por outro lado, de modo
significativo, a única vez em que se
descreve o amor é apresentada uma
atitude de Deus em favor dos órfãos e
da viúva (Dt 10:18; compare com
Dt 24:17-22).

Perguntas para reflexão e discussão:


Por que o requisito de amar o órfão e a
viúva está associado ao requisito de
amar o estrangeiro? O que o
estrangeiro, a viúva e o órfão têm em
comum?

APLICAÇÃO PARA A VIDA

Em Os Miseráveis, de Victor Hugo,


o ladrão Jean Valjean finalmente
entende o valor do perdão e da
misericórdia quando seu anfitrião lhe
dá a prata que ele roubou; caso
contrário, ele teria sido jogado na
prisão. Considere e discuta os
seguintes casos:

• Você é o ancião ou pastor de uma


igreja. Uma jovem de sua igreja teve
um filho após um caso extraconjugal.
Vários anos depois, o casal vem até
você e pede que você realize sua
cerimônia de casamento (ambos são
adventistas). Como você lidaria com
esse caso?

• Quais são as motivações que


orientam suas escolhas políticas? Você
escolhe seu partido político com base
em uma agenda nacionalista, interesses
egoístas ou tendo em vista a justiça
social e o cuidado para com os pobres,
as viúvas e os órfãos? Você leva em
conta a defesa de ideologias culturais
da sociedade em geral ou os princípios
bíblicos?

• Um mendigo bêbado pede-lhe algum


dinheiro porque diz que está com fome
e não come há muitos dias. Como você
reagiria, mesmo sem ter garantia de
que ele não usará o dinheiro para
comprar bebida? Não seria melhor
você separar um tempo de qualidade
para alimentar o necessitado e ajudá-lo
a encontrar uma solução duradoura?

• O que você diria a alguém de sua


comunidade de fé que lhe diz que não
gosta de você, mas, por causa de Deus,
se obriga a amá-lo(a)? Como você
reagiria?
Informativo Mundial das Missões

Evangelho delicioso

Hasegawa Harue, 65 anos

Eu desejava abrir um restaurante no


Japão onde as pessoas pudessem ficar
mais saudáveis, assim como aconteceu
comigo, quando visitei um resort
saudável adventista no estado
americano do Alabama. Há alguns
anos, meu esposo e eu saímos de nosso
lar no Japão até o Alabama em busca
de um tratamento para o câncer. Eu era
adventista e ouvi que médicos
adventistas que trabalhava em um
resort de saúde podiam ajudar. Meu
esposo não era cristão. À medida que
nossa alimentação se tornou vegana e
nos exercitávamos, nosso corpo
começou a mudar. Eu perdi muito
peso. Meu esposo deixou de fumar,
começou a estudar a Bíblia e foi
batizado no instituto. Uma semana
depois do batismo, ele faleceu com
apenas 56 anos. Fiquei triste, mas
tranquila com a certeza de nos
encontrarmos no Céu.

Ao retornar no Japão, analisei


minhas finanças e percebi que havia
mais que suficiente para viver. Eu
queria usar o meu dinheiro para
espalhar o evangelho no Japão, onde
somente um por cento da população é
cristã. Por isso, comecei a orar,
perguntando a Deus o que poderia eu
fazer. Certo dia, durante o meu culto
devocional, li a passagem de Isaías
55:13. O verso diz: “No lugar do
espinheiro crescerá um pinheiro, e em
vez de roseiras bravas crescerá a
murta. Isso resultará em renome para o
Senhor, para sinal eterno, que não será
destruído.”

Naquele momento, percebi que eu


queria abrir um restaurante que
pudesse ajudar as pessoas a se
tornarem mais saudáveis e
melhorarem, à semelhança da minha
experiência no Alabama. Talvez
pudesse conquistar a confiança delas e
lhes mostrar. Decidi nomear o
restaurante de Myrtle, após aquele
verso de Isaías.

Naquele mesmo dia, desci a rua em


minha cidade natal, perto de Tóquio, e
vi um terreno para vender. A
localização era perfeita, próximo a três
igrejas adventistas. Comprei o terreno
e paguei a construção do restaurante.
Para ser honesta, eu não sabia nada
sobre dirigir um restaurante. Por isso,
frequentei uma escola de culinária
vegetariana adventista, para ter
algumas ideias, e aprendi a criar os
próprios pratos para o restaurante.
Uma multidão de bom tamanho
apareceu no dia da estreia, mas estava
um caos lá dentro. Eu ainda não sabia
nada sobre como administrar um
restaurante. Um dos clientes, um ex-
cliente de seguros, conhecia a
proprietária de um café próximo e
pediu ajuda a ela. Foi uma grande
ajuda!

Atualmente, os negócios estão indo


bem. Myrtle é um dos poucos
restaurantes totalmente vegetarianos na
área de Tóquio. Pela manhã, vou para
o meu emprego na seguradora. Depois,
vou ao restaurante às 11h e atendo
clientes na hora do almoço até às 14h.
Depois disso, volto para a seguradora.
O restaurante fecha aos sábados, é
claro.

Esse restaurante me deu a


oportunidade de fazer mais que
disponibilizar alimento saudável. Uma
cliente teve câncer de mama e
perguntou sobre como ter um estilo de
vida saudável. Então, compartilhei
alguns livros adventistas com ela.
Outra cliente, uma moça solteira, disse
que estava procurando por novos
amigos. Eu a convidei para visitar
minha igreja e ela já nos visitou
diversas vezes.

O objetivo principal do restaurante é


conduzir pessoas a Jesus, Ellen White
diz: “Nossos restaurantes devem estar
nas cidades; pois de outra maneira os
obreiros desses restaurantes não
poderiam alcançar o povo e ensinar-lhe
os princípios do viver sadio”
(Mensagens Escolhidas, v.2, p. 142).

Foi exatamente esse o motivo pelo


qual iniciei esse restaurante. Ele é um
projeto de Deus, que me ajuda a
administrá-lo. O proprietário é Jesus.

Informações adicionais

• Pronúncia de Harue: HAA-ruw-eh.

• Faça o download das fotos no


Facebook: bit.ly/fb-mq.

• Para mais notícias do Informativo


Mundial e outras informações sobre a
Divisão do Pacífico Norte-Asiático,
acesse: bit.ly/nsd-2021.

Esta história ilustra os seguintes


componentes do plano estratégico da
Igreja Adventista, “I Will Go”:
Objetivo de Crescimento Espiritual nº
1 – “reavivar o conceito de missão
mundial e sacrifício pela missão como
um estilo de vida, que envolva não
apenas os pastores, mas todos os
membros da igreja, jovens e idosos, na
alegria de testemunhar por Cristo e de
fazer discípulos” através do “aumento
do número de membros da igreja que
participam em iniciativas
evangelísticas pessoais e públicas com
o objetivo de envolvimento total dos
membros” (KPI 1.1). Conheça mais
sobre o plano estratégico em
IWillGo2020.org.

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