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Aula Profetas

02
Maiores e
Menores

Prof.
Hélio dos Anjos
Teologia do livro de Jeremias
1. O choro constante de Jeremias tem uma
mensagem teológica interessante, pois ele revela um
grande sentimento e muito zelo divino por ver seu
povo no pecado, um sentimento implantado por
Deus. Ele se sentia triste e considerava sua gente
como um bando de aleivosos, Jr 9.2.
Esta é uma visão teológica indireta.
Compare a situação de Ló em Sodoma, 2 Pe 2.6-8.
2. Vê-se, também, a teologia da traição. Jeremias
recebeu as mensagens de Deus para falar ao seu
povo e, de posse das mesmas, entregou as
mensagens de escravidão de Judá por causa do
pecado e insistiu que Judá iria ser escravizada
dando a entender que não iria voltar. O fato de falar
a verdade lhe pesou como consequência, pois o
povo o ameaçou de morte e o considerou um traidor
da sua própria Nação, Jr 26.11.
Essa teologia tem boa qualidade, mas
custa caro para ser fiel a Deus, o que
aconteceu com Jeremias.
“Todos os que piamente querem viver em
Cristo Jesus padecerão perseguições”, 2 Tm
3.12.
Confronte Jo 15.18-21; 1 Pe 4.12-17.
A fidelidade de Jeremias ocorreu em um
período cheio de problemas, conflitos,
opressões, perseguições e arrochos políticos de
vários tipos.
Na verdade, a escravidão foi a única saída
para que uma parte dos judeus sobrevivesse.
O que no momento foi uma forte ameaça,
depois se tornou motivo de gratidão para os
judeus escravos na Babilônia a Jeremias.
O profeta pagava o preço da fidelidade a Deus
falando a verdade, mesmo sabendo que sua
cabeça estaria exposta diante dos inimigos.
Ele era contra a adulteração da Palavra de
Deus e lutava para nunca adulterá-la, Jr 23.36.
Esta é a teologia da traição, ou seja, ser fiel a
Deus mesmo contra seu próprio povo.
3. A teologia da esperança.
Jeremias não tinha o direito de escolher
o que profetizar, pois só falava o que Deus
lhe ordenava, independentemente de a
palavra ser para o bem ou para o mal, para
abençoar ou para condenar. Todavia, dentre
as mensagens, ele tinha também entregou
profecias de esperança para o mesmo povo
que iria sofrer como escravos na Babilônia.
Confira Jr 3.16-18;
12.14,15; 23.3-8,30-33.
Todos estes textos
contêm esperança
para o povo
de Deus e apontam
para o futuro olhando
diretamente para o
cumprimento das profecias
diretas ao povo de Israel
4. A teologia da nova aliança. Muitas alianças
foram anunciadas antes de Jeremias. No entanto,
ele proclamou uma nova aliança de Deus com a
humanidade, Jr 31.31-34. As reações dos filhos
de Deus diante das Suas promessas são muito
importantes para suas próprias vidas.
Pelo erro de Judá, toda a Nação estava
perdendo o direito de viver em sua terra em
troca de sofrer como escravos dos babilônios.
Compare Jr 11.3-10.
Deus começa esse texto ameaçando Seus filhos
com maldição para os desobedientes e rebeldes
que não quiseram escutar as palavras desta
aliança.
Há muita gente incluída nesta ameaça!
5. A teologia messiânica. Esta é especial e
voltada para a redenção da humanidade para
cumprimento fiel da profecia estabelecida por
Deus a Abrão em Gn 12.1-3; 22.18. Confira Jr
23.5,6; 33.14-17. Estas profecias foram entregues
por Jeremias como continuação normal do Plano
de Redenção Universal, ou seja, de salvação
disponível para todos que cressem no Messias.
Nessas referências se vê a justiça de Cristo
imputada para crédito do pecador que acredita no
Salvador e se rende às Suas Palavras, aceita a Sua
oferta de sacrifício e se mantém fiel diante de
Deus – do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, e
da Palavra, e da Igreja. Esta profecia do profeta
chorão ultrapassou a fronteira da dispensação da
Lei e entrou na dispensação da Graça
cumprimento a promessa estabelecida no Éden.
Objetivos do Livro de Jeremias
1 – Convite ao arrependimento. Com base na
visão de Deus, Jeremias estava percebendo a
exaltação dos babilônios contra o povo de Judá e
foi levantado para alertá-lo, chamando-o ao
arrependimento.
2 – Ameaças. Palavras de Deus para ameaçar Judá
acerca do castigo divino que estava para acontecer
de forma inevitável, por causa da rebeldia
irreversível daquela Nação.
3 – O cativeiro. Jeremias proferiu várias profecias
famosas, mas a mais forte foi o cativeiro de Judá
de setenta anos
depois de grandes
sofrimentos em
sua própria terra e
como única
alternativa para
sobrevivência de
parte da Nação (Jr 25.1-14).
4 – O castigo divino. Relatado nos capítulos 2 a
29 e 34, com declarações fortíssimas contra Judá.
No 34, Deus, através de Jeremias, fala de forma
direta e inflexível:
“Eis que eu entrego esta cidade nas mãos do rei da
Babilônia, o qual a queimará” (Jr 34.2).
Jeremias nada facilitou em sua mensagem, mas a
entregou literalmente.
5 – Maldição. Esta foi uma palavra de maldição
da parte de Deus contra Judá como Seu povo –
uma forma de castigar os rebeldes de maneira dura
visando a alertar todos a respeito da realidade de
sua rebeldia, bem como das respectivas
consequências. Diz o Senhor: “Punirei com quatro
gêneros de males”. Os quatro tipos de males eram
morte, espada, fome e cativeiro. Deus estava irado
com Seu povo (Jr 15.2-4).
Citações no NT
A palavra “Jeremias”, com referência ao profeta
do AT, aparece três vezes no NT:
Mt 2.17,18, sobre a lamentação pela morte de
crianças;
Mt 16.14, em referência indireta; e
Mt 27.9, sobre as moedas de prata como valor de
Jesus.
De todo o conteúdo de Jeremias, na seção três
dos capítulos 26 a 45, fala-se em parte de
Destaques do Livro de Jeremias
1. Os setenta anos de escravidão de Judá (Jr 25.1-
14).
“E toda esta terra virá a ser um deserto e um espanto, e
estas nações servirão ao rei da Babilônia setenta anos”
O período determinado pela profecia de Jeremias
teve início no ano 605 a.C., na primeira leva de
judeus para a Babilônia, e durou até a volta do
primeiro grupo entre 538 e 535. Cf. 25.11,12;
A volta do povo de Judá do cativeiro
ocorreu em três etapas distintas:
1ª. Zorobabel e mais 50 mil judeus, entre 538 e 535, segundo
Ed 2.2,64,65; 3.8; Ag 1.1,14; e Zc 4.9;
2ª. Esdras e mais um grupo de judeus, em 457, conforme Ed
7.1 – 10.44;
3ª. Neemias que voltou como governador para reedificar os
muros de Jerusalém, juntamente com outro grupo, em 444 ou
445, descrito em Ne 2.17, data do início do cumprimento das
setenta semanas de Daniel, uma profecia importantíssima para o
Projeto de Redenção em geral e sobre Israel, Dn 9.24-27.
2. A nova aliança de Deus com Seu povo, Jr 31.31- 34
Um destaque de grande envergadura no meio
dos judeus, pois eles tinham um conceito de que
eram uma Nação especial, escolhida dentre todas
as outras e ninguém, além deles, seria salvo.
Com o anúncio de Jeremias, a dúvida entre os
judeus logo veio e ficou em suas mentes até
hoje.
A interpretação que eles davam às profecias
messiânicas se limitava à salvação de Israel e Judá
e ninguém mais.
Mas a visão divina era a mesma que havia sido
falada a Abrão em Gn 12.3:
“Em ti serão benditas todas as famílias da
terra”.
A aliança através de Moisés era passageira e a
Os judeus, não entenderam assim e ficaram
duvidosos e rebeldes com relação à promessa.
Na verdade, a nova aliança se cumpriria com
a vinda de Cristo como Messias de Israel e de
toda a humanidade.
Isso, porém, seria algo inconcebível para os
judeus de mente restrita e visão curta e egoísta
com respeito ao plano universal de Deus.
Esboço por Capítulos
pp. 42-46
Resumo
Em essência, este livro trata de 5 assuntos:
– A chamada de Jeremias,
– Mensagens contra Judá,
– Autobiografia e salvação universal,
– Profecias contra várias nações pagãs e
– A queda de Judá sob o poder de
Nabucodonosor, rei da Babilônia.
Na primeira parte (1.1-19), Jeremias
apresenta sua própria chamada divina. Ele
mostra alguns detalhes interessantes sobre
sua timidez e a decisão de Deus de separá-
lo para o ministério profético de autoridade
celestial como Seu representante.
Na segunda, nos primeiros vinte anos de
ministério (cap. 2 a 25), Jeremias se dedicou
à entrega de mensagens divinas ao povo de
Judá e, especialmente, de Jerusalém. O
objetivo primeiro foi mostrar que seu povo
estava vivendo fora do plano de Deus e
precisava ter consciência de sua situação.
Na terceira parte (26 a 45), o profeta apresenta um
gênero narrativo em prosa. Ele relata vários
episódios de sua vida particular e entre os quais
insere mensagens proféticas. Destaca, inclusive, os
diversos ataques por que passou e sua resistência a
tudo e a todos por causa do sofrimento sem fugir à
missão que recebera de Deus. Ele foi um exemplo
de fidelidade a Deus. Ele menciona seu secretário
Baruque, que escreveu todo o seu livro atendendo
ao ditado feito pelo profeta (36.4; 45.1).
Na quarta parte, o profeta apresenta uma
série de profecias contra nove nações
vizinhas de Judá: Egito, Filístia, Moabe,
Amom, Edom, Síria, Arábia, Elão, Babilônia.
No meio das mensagens contrárias, no
entanto, ele inseriu várias consolações
(46.27,28; 50.4-10,17-20; 51.36-40, 50-53).
O final da profecia de Jeremias, a quinta parte
(52), contém a previsão da queda e cativeiro de
Judá em Babilônia. Em 2 Rs 24.18 a 25.30 se vê
uma narração semelhante do mesmo fato. Pode-se
ler a história do reinado de Zedequias (2 Cr 36.1-
12; 2Rs 24.18,19; Jr 52.1-3); a queda de Jerusalém
(2 Rs 24.18 a 25.7; Jr 39.1-7; 52.3-11); o cativeiro
de Judá (2 Rs 25.8-30; 2Cr 36.17-21; Jr 39.8-10;
52.12-30); e a libertação e honra do rei Joaquim (2
Lamentações
O livro de Lamentações é baseado no último
capítulo do livro de Jeremias, o 52.
A queda de Jerusalém e o início do cativeiro
de Judá na Babilônia deram motivos para as
lamentações, os sentimentos, as tristezas e os
rios de lágrimas do profeta.
Ele entregou a mensagem com aparência
de dureza de coração porque Deus lhe
ordenara. Mas ele tinha um amor especial
pelo seu povo e sua terra.
Quando Jeremias viu a realidade do
prejuízo, a destruição de sua gente, seu
Templo e sua cidade ele sentiu e lamentou a
desgraça dos judeus.
Sinopse
Consideram-se este livro como apêndice
ao livro de Jeremias. Dessa forma, é
necessário antes de ler este livro ler todo o
livro do profeta chorão ou, pelo menos, o
capítulo 52 que fala da queda de Jerusalém e
do início do cativeiro de Judá.
Segundo a história, os judeus leem este
livro no dia 9 de julho em todas as sinagogas
do mundo; Boyer diz que a Igreja Católica
entoa estes lamentos na semana santa, uma
vez por ano.
Resumo
O escritor apresenta alternadamente relatos dos
fatos da destruição de Jerusalém e de toda a
Nação. Ele viu in loco toda a tragédia sobre sua
cidade querida e faz algumas confissões dos
pecados do povo como apelo a Deus pedindo
misericórdia.
Cada capítulo é um poema independente
com início, meio e fim. Note-se, em tempo,
que os quatro primeiros são organizados
como acrósticos usando as letras do alfabeto
hebraico somando, assim, vinte e dois
versículos cada um. O terceiro, no entanto,
contém sessenta e seis versículos porque
cada letra contempla três versículos unidos.
Ezequiel
Provavelmente, tenha sido discípulo de
Jeremias.
Foi levado como cativo para a Babilônia
e é considerado incluído no grupo de
cativos relatado em 2 Rs 24.10-16.
Esse grupo foi transportado para
a Babilônia em 596 a.C., dez anos antes da
destruição de Jerusalém que ocorreu em
Profetizou durante vinte e dois anos em
Babilônia, como cativo de
Nabucodonosor.
Não era apenas profeta, mas também,
como Jeremias, sacerdote do Senhor.
Ezequiel recebeu a chamada de Deus
para o ministério no ano de 593, três anos
depois de estar no cativeiro em Babilônia,
depois de Daniel alguns anos.
O livro dá a entender que ele foi morar na
beira de um rio chamado Quebar, que era
navegável e ligado ao rio Eufrates.
Sinopse
O livro de Ezequiel foi escrito por
um profeta com visão também de
sacerdote, como o de Jeremias. Isso o
levou a se preocupar com as coisas
relacionadas ao culto a Deus, como o
Templo, o altar, as ofertas, o
sacerdócio, os sacrifícios e também a
glória de Deus em forma de Shekinah.
A destruição de Judá e Jerusalém ocorreu em
três etapas distintas:
Em 605 a.C., a primeira
etapa, Nabucodonosor conquistou Jerusalém e
levou cativas várias pessoas importantes. Foi
nessa época que Daniel e seus companheiros
foram escravizados.
A destruição de Judá e Jerusalém ocorreu em
três etapas distintas:
Na segunda etapa, 597 ou no ano seguinte,
Nabucodonosor levou dez mil pessoas,
inclusive Ezequiel.
Na terceira etapa, em 586, Nabucodonosor
cercou a cidade e depois de um tempo destruiu
Jerusalém literalmente.
O livro de Ezequiel pode ser dividido em
três palavras: chamada, julgamento,
restauração.
A primeira trata da chamada de Deus para
Ezequiel; a segunda fala do julgamento de
Deus contra Judá e os gentios; e a terceira,
da restauração de Judá e Israel unidos como
um só povo de Deus no Milênio.
Teologia do livro de Ezequiel
1. O profeta como pastor de Deus a favor
dos escravos –
2. Responsabilidade diante de Deus –
3. Juízo contra os críticos –
4. Conceitos sobre Deus –
5. Escravo do homem e servo de Deus –
pp. 59-60
Objetivos do Livro de Ezequiel
1. Declarar as razões do cativeiro para o povo de
Judá –
2. Anunciar antecipadamente a queda de Judá –
3. Influenciar os cativos a se voltarem para Deus

4. Enfatizar a esperança de restauração futura –
pp. 60-61
Destaques
1. Há 74 ocorrências da expressão “Eu Sou”
dita por Deus –
2. A vitória do profeta no exílio –
3. Muitos versículos citando datas –
4. Veja três temas destacados em Ezequiel –

pp. 62-63

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