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Lição 6

JEREMIAS — O PROFETA
DA CORAGEM
(Jr 1–12)

Podemos chamar Jeremias de “O Profeta da Coragem”. Desde a


chamada ao ministério até sua morte como mártir, nenhum profeta do
Antigo Testamento mostrou tanta coragem diante da opressão e sofri-
mento. Esse profeta sofreu muito fisicamente. Muitas vezes, quase chegou
a perder a vida. O povo tentou matá-lo, os sacerdotes espancaram-no e
os reis o aprisionaram. Por fim, veio a morte.
Socialmente, Jeremias padeceu como um cidadão desprestigiado.
Foi considerado traidor por pregar o julgamento divino do seu povo e sua
submissão à Babilônia. Sua família envergonhava-se dele e até tentou matá-lo.
Emocionalmente, Jeremias enfrentou contendas, profunda depressão
e incertezas. Por três vezes, quase abandonou o ministério, chegando ao
ponto de protestar contra Deus.
Acima de tudo, este profeta suportou a tristeza, sabendo do infeliz
destino de sua nação, duas décadas antes de ocorrer o cativeiro. Cada
uma de suas profecias de julgamento era saturada de lágrimas. Quando
finalmente deu-se a queda de Jerusalém, Jeremias confessou que a sua
dor era insuportável.
Para resistir a tantas provações, Jeremias teria de ser um homem forte.
Suportou tudo, não por força própria, mas pela força do Espírito Santo.

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Esboço da Lição

1. Jeremias, Sua Vida e Mensagem


2. A Época de Jeremias
3. A Chamada de Jeremias
4. A Esposa Infiel Retorna Temporariamente
5. O Sermão do Templo

Objetivos da Lição

Ao concluir o estudo desta Lição, você deverá ser capaz de:


1. Citar o tema do Livro de Jeremias;
2. Alistar os cinco reis que governaram Judá durante o tempo
de Jeremias;
3. Explicar o significado da visão da amendoeira e da panela
fervente;
4. Descrever o efeito da reforma espiritual de Judá, durante o
reinado de Josias;
5. Explicar como a fé no templo tinha tomado o lugar da fé
em Deus, entre os judeus, nos dias de Jeremias.

119
120 TEXTO 1
JEREMIAS, SUA VIDA E MENSAGEM
Sabe-se mais a respeito da vida pessoal de Jeremias do que de qualquer
outro profeta do Antigo Testamento, porque os dois livros que escreveu,
Profetas Maiores

Jeremias e Lamentações, além de proféticos, são autobiográficos. Neles


se revela o perfil de um homem de caráter extremamente firme, mas de
coração muito terno. Ele chorou abertamente os pecados e o julgamento
que pairava sobre seu povo. A esse respeito, Jeremias assemelhou-se a
Cristo, que também chorou pela cidade de Jerusalém. (Ler Lc 19.41-44).
“Oh! se a minha cabeça se tornasse em águas, e os
meus olhos numa fonte de lágrimas! Então choraria de
dia e de noite os mortos da filha do meu povo.” (Jr 9.1)

“Já se consumiram os meus olhos com lágrimas,


turbadas estão as minhas entranhas, o meu fígado
se derramou pela terra por causa do quebranta-
mento da filha do meu povo...” (Lm 2.11)

A vida de Jeremias

Jeremias nasceu de uma família de sacerdotes. Cresceu numa


aldeia chamada Anatote, que ficava a poucos quilômetros ao nordeste
de Jerusalém. Quando tinha vinte anos, recebeu a chamada profética.
Seu ministério começou durante o avivamento dos dias do rei Josias e
durou aproximadamente 40 anos (626-586 a.C.), abrangendo os reinados
de Josias, seus três filhos e seu neto.
Devido à hipocrisia e à impiedade que prevaleciam naquela época,
Jeremias foi instruído por Deus a pregar uma mensagem de repreensão e
julgamento iminente sobre a nação. Naturalmente, essa mensagem era desagra-
dável ao povo, e Jeremias, o mensageiro, tornou-se cada vez mais impopular.
Poucos homens chamados por Deus sofreram tanto. Sem dúvida,
Jeremias foi o profeta mais odiado de Judá e de menor sucesso, de acordo
com os padrões humanos. A rejeição e a perseguição, constantemente
suportadas, levaram-no a ter, às vezes, crises de depressão. Em certa
ocasião, chegou a cogitar em abandonar completamente o ministério,
porque o fogo da perseguição era intenso demais. Porém, descobriu que
o fogo dentro da sua alma era ainda mais intenso e que, por isso, não
poderia reter no coração a mensagem de Deus. Tinha de proclamá-la.
“Então disse eu: Não me lembrarei dele, e não falarei 121
mais no seu nome; mas isso foi no meu coração como
fogo ardente, encerrado nos meus ossos; e estou
fatigado de sofrer, e não posso mais.” (Jr 20.9)

Lição 6 - Jeremias – O Profeta da Coragem


A mensagem de Jeremias

Na chamado de Jeremias, fica patente que a mensagem do profeta


teria aspectos tanto negativos como positivos. Veja:
“Olha, ponho-te neste dia sobre as nações e sobre os
reinos, para arrancares e para derrubares, e para
destruíres e para arruinares; e também para edifi-
cares e para plantares” (Jr 1.10). (Grifo nosso.)

Aspecto Negativo. Abrange dois terços da sua mensagem e


resume-se nas palavras “arrancares”, “derribares”, “destruíres” e “arrui-
nares”. Estas palavras descrevem o seu ministério de repreensão ao
pecado e de predição da destruição de Jerusalém.
Aspecto Positivo. Acha-se nas palavras “edificares” e “plantares”,
as quais traduzem a promessa divina de restauração nacional do país.
Um dos temas básicos de Jeremias é a sua declaração enfática de que
o povo iria para o cativeiro, não porque Deus fosse fraco para protegê-lo,
mas porque estava castigando os seus pecados e rebeldia. Apesar disso,
Deus ainda amava Seu povo e anelava restaurá-lo à comunhão com Ele.

A organização do livro

Alguns acham confuso o Livro de Jeremias, devido ao fato de o


seu conteúdo não ser apresentado em ordem cronológica. Não obstante,
poderemos compreendê-lo melhor, se levarmos em consideração a época
e a vida pessoal de Jeremias.
Os três próximos textos ocupam-se do estudo da vida do profeta,
em ordem cronológica. Isto significa que os capítulos do Livro de
Jeremias serão apresentados fora da ordem em que aparecem na Bíblia,
e que alguns nem serão mencionados. Todavia, esta biografia servirá de
base a estudos posteriores do aluno.
Para fins de estudo pessoal, apresentamos, a seguir, um esboço do
Livro de Jeremias.
122 ESBOÇO DO LIVRO DE JEREMIAS
Tema: O Iminente Juízo Divino com Plano de Restauração
Futura da Nação de Judá

I. PROFECIAS ANTES DA QUEDA DE JERUSALÉM (1-39)


Profetas Maiores

1. Durante o Reinado de Josias – (1-6)


2. Durante o Reinado de Jeoaquim – (7-20)
3. Durante o Reinado de Zedequias (exceto 4 caps.)
– (21-39)

II. PROFECIAS APÓS A QUEDA DE JERUSALÉM (40-44)


1. Profecias ao Remanescente do Povo Deixado em
Judá (40-41)
2. Profecias ao Remanescente do Povo no Egito (42-44)

III. PROFECIAS APÓS A QUEDA DE JERUSALÉM (40-44)


1. Profecia a Baruque – (45)
2. Profecias a Nações Estrangeiras – (46-51)
3. Apêndice Histórico – (52)

EXERCÍCIOS
Assinale com “x” a alternativa correta.
6.01 Jeremias escreveu o livro que leva o seu nome e também o Livro
de Lamentações que, além de proféticos, são
___a) autobiográficos. ___b) escatológicos.
___c) históricos. ___d) doutrinários.

6.02 Jeremias chorou abertamente os pecados do seu povo, assemelhando-se


___a) ao apóstolo do amor.
___b) ao apóstolo dos gentios.
___c) a Jesus Cristo.
___d) Nenhuma das alternativas está correta.

6.03 Jeremias foi chamado por Deus ao ministério, com a idade de


___a) 18 anos.
___b) 30 anos.
___c) 20 anos.
___d) 40 anos.
6.04 Um dos temas básicos de Jeremias é a declaração enfática de que 123
o povo iria para o cativeiro
___a) porque Deus era fraco para protegê-lo.
___b) porque Deus estaria castigando seus pecados e rebeldia.

Lição 6 - Jeremias – O Profeta da Coragem


___c) porque Deus já não o amava.
___d) Nenhuma das alternativas estão corretas.

TEXTO 2
A ÉPOCA DE JEREMIAS
Jeremias foi o profeta da hora final de Judá. Exerceu seu ministério
na hora da misericórdia, antes da meia-noite do julgamento divino que
desceu sobre o seu povo. Essa hora final começou com o avivamento
durante o reinado de Josias, em 627 a.C., e terminou com a destruição
de Jerusalém, em 586 a.C.

As condições espirituais
Jeremias iniciou seu ministério durante o maravilhoso período
de avivamento da nação, sob o governo de Josias. Os 55 anos
anteriores tinham produzido um abominável estado de pecado e
de perversidade em Judá, por causa do mau reinado de Manassés.
A Palavra de Deus fora totalmente ignorada, de sorte que, quando
uma cópia da Lei foi encontrada no templo durante as reformas
empreendidas por Josias, o fato foi considerado uma grande desco-
berta. Logo, o rei empenhou-se ao máximo para pôr em prática os
seus ensinamentos.
Infelizmente, a obediência do povo nessa época foi apenas superfi-
cial. Muito embora Jeremias houvesse implorado ao povo que se voltasse
a Deus de todo o coração, sua mensagem foi ignorada, sofrendo ele
mesmo grande perseguição por isso.
Assim que Josias morreu, a nação mais uma vez entrou em um
declínio espiritual muito grande; a idolatria retornou e o pecado
predominou tanto quanto nos dias de Manassés. Uma vez que o
povo escolheu não se arrepender, Deus não teve outra escolha a não
ser privá-lo de suas bênçãos e proteção, até que buscasse de novo o
perdão e a libertação.
124 As condições políticas

Jeremias ministrou durante os reinados de cinco reis: Josias, seus três


filhos e um neto. O aluno deve familiarizar-se com os nomes destes reis,
pois aparecem nas profecias do livro; e dois deles, Jeoaquim e Zedequias,
Profetas Maiores

desempenharam papéis importantes no drama da vida de Jeremias.


1. Josias (640-609). Este homem foi um rei temente a Deus e
salvou sua geração da destruição, promovendo um desperta-
mento espiritual em âmbito nacional. Durante seu reinado,
o templo foi restaurado, a Palavra de Deus foi divulgada, e
o culto aos ídolos, abolido.
2. Jeoacaz (609). Quando Josias morreu em uma guerra com
o Egito, este seu filho reinou em seu lugar somente por três
meses, pois o Egito apossou-se da terra de Judá, aprisionou
Jeoacaz e colocou seu irmão Eliaquim no trono.
3. Jeoaquim (609-598). Filho de Josias, seu nome era original-
mente Eliaquim, mas Faraó Neco, para mostrar poder sobre
Judá, mudou-lhe o nome para Jeoaquim. Três anos mais tarde,
o Egito perdeu uma guerra contra a Babilônia, e Judá tornou-se
estado-vassalo do rei Nabucodonosor. Para assegurar-se de
que Judá pagaria fielmente os tributos, Nabucodonosor levou
vários dos seus príncipes e nobres como reféns. No primeiro
grupo de cativos levados à Babilônia estavam Daniel e seus três
companheiros, que passaram pela fornalha de fogo mencionada
em Daniel 3. Foi esta deportação de 606 a.C. que marcou o
começo dos 70 anos do cativeiro babilônico.
4. Joaquim (597). Filho de Jeoaquim. Apesar das ações autori-
tárias que demonstravam o rigor do governo de Nabuco-
donosor, o rei Jeoaquim ousou se rebelar contra ele. Como
resultado, a cidade de Jerusalém foi sitiada pelo exército da
Babilônia durante mais de um ano. Durante esse período,
Jeoaquim morreu, ficando seu filho Joaquim (também
chamado Jeconias), o qual reinou em seu lugar. Dentro de
três meses esse novo rei se rendeu, sendo então levado como
refém para a Babilônia, com sua mãe e um grande grupo
de soldados, artesãos e cidadãos de classe social privilegiada.
Esta foi a segunda deportação de exilados (597 a.C.), entre
os quais estava o profeta Ezequiel.
5. Zedequias (597-586). Zedequias, outro filho de Josias, 125
tornou-se rei. De caráter fraco, foi facilmente influenciado
por conselheiros ímpios. E, em desatenção ao conselho de
Jeremias, alinhou-se com o Egito contra a Babilônia, numa
tentativa de revolta. O resultado foi um sítio de dois anos

Lição 6 - Jeremias – O Profeta da Coragem


e a destruição total de Jerusalém pela Babilônia (586 a.C.).
Até o templo foi destruído, devido ao fato de ser considerado
por Babilônia um símbolo de resistência nacional. Somente
alguns pobres dentre o povo foram deixados para lavrar a
terra em Judá. Zedequias tentou fugir, mas foi capturado e
levado cativo para Babilônia, onde veio a falecer.

ÉPOCA DE JEREMIAS

(1) 606 (2) 597


Joaquim (3) 586
Jeoacaz

Josias Jeoaquim Zedequias

EXERCÍCIOS
Associe a coluna “A” à coluna “B”.

Coluna “A”
___6.05 Jeremias começou seu ministério sob o governo de
___6.06 Josias, temente a Deus, salvou sua geração da destruição,
promovendo um
___6.07 Reinou apenas três meses, sucedendo o rei Josias, seu pai:
___6.08 No reinado de Jeoaquim, Nabucodonosor levou cativos para
a Babilônia, dentre outros,
___6.09 Jeoaquim, pai de Joaquim, rebelou-se contra Nabucodonosor
e teve Jerusalém sitiada pelo
___6.10 Zedequias, também filho de Josias, mostrou-se homem de
126 Coluna “B”
A. Daniel e seus três companheiros.
B. despertamento espiritual nacional.
Profetas Maiores

C. exército da Babilônia.
D. Jeoacaz.
E. Josias.
F. caráter fraco.

TEXTO 3
A CHAMADA DE JEREMIAS (Jr 1)
Jeremias é um profeta cuja mensagem foi rejeitada pelo povo.
Chamado por Deus para anunciar palavras de repreensão, castigo e
destruição, ele foi odiado, surrado, preso e, finalmente, martirizado.
Entretanto, fortalecido pela certeza da chamada de Deus, suportou tudo
e continuou a ministrar durante quarenta anos. Vamos agora examinar
essa notável chamada de Deus a Jeremias.

O tempo da sua chamada (Jr 1.1-5)


A chamada do profeta Jeremias ocorreu no 13º ano do reinado de
Josias (627 a.C.), um ano depois do começo da grande reforma efetuada
por esse rei. Sem dúvida, Jeremias, auxiliado por Naum e Sofonias,
desempenhou um papel muito influente na promoção dessa reforma.
Mais tarde, quando os filhos de Josias, Jeoaquim e Zedequias, instigaram
o povo a pecar, ficou claro que os resultados da reforma tinham sido
apenas temporários e superficiais.
O versículo 5 conta-nos que o plano divino para o ministério de
Jeremias já existia muito tempo antes do momento do seu chamado:
“Antes que te formasse no ventre te conheci, e antes
que saísses da madre, te santifiquei, às nações te
dei por profeta.”
Este versículo não só afirma a presciência de Deus, mas também
assegura aos crentes de hoje que Deus tem um plano para cada um
de Seus filhos, mesmo antes de nascerem. Entretanto, ficamos sabendo 127
também que não se entra no exercício desse plano automaticamente.
Ao contrário, isso requer a aceitação e a cooperação da pessoa chamada.

Resistência à chamada divina (Jr 1.6-10)

Lição 6 - Jeremias – O Profeta da Coragem


Enquanto Isaías livremente se dispôs a ser profeta de Deus, Jeremias
teve de ser despertado e encorajado a aceitar esta honra. Sua resistência
ao ministério baseava-se em profundos sentimentos de incapacidade.
Ele alegou que era ignorante e jovem demais para tão grande missão. As
razões e argumentos que Jeremias apresentava eram uma forma de ele
focalizar os pensamentos em si mesmo e em sua limitada capacidade, em
vez de concentrar-se em Deus, que O tinha chamado e que era suficiente
para habilitá-lo à tarefa.
Observe a predominância do “eu” nas desculpas de Jeremias,
contrastadas com os “eus” de Deus.

CHAMADA MINISTERIAL: O chamado à salvação é destinado “a todos


UM CHAMADO IRRESISTÍVEL? os homens, e em todo lugar”, como o próprio
apóstolo Paulo afirma (At 17.30). Se esse cha-
Deus disse a Jeremias que este fora escolhi- mado fosse irresistível, logo todos seriam sal-
do para ser profeta às nações quando ainda vos e a heresia universalista estaria finalmen-
era um bebê no ventre materno (Jr 1.5). Paulo te certa. Mas sabemos de milhares que dão às
diz algo semelhante sobre o próprio ministé- costas ao chamado de Cristo, à semelhança do
rio: “Mas, quando aprouve a Deus, que desde o jovem rico (Mc 9.21,22).
ventre de minha mãe me separou, e me chamou Mesmo o chamado para o ministério não é
pela sua graça” (Gl 1.15). Estas declarações sig- irresistível, como se vê no caso de Demas, que
nificam que Deus chama, salva e ordena irre- fora outrora fiel cooperador do apóstolo Pau-
sistivelmente pessoas para algum ministério? lo, mas ao final o abandonou, indo em busca
Já estariam elas determinadas incondicional- das paixões mundanas (2Tm 4.10). Timóteo é
mente à salvação, antes mesmo de virem à luz? advertido a não deixar a chama de seu dom se
Seria ir muito além do que está escrito usar apagar (2Tm 1.6 - ARA).
esses textos para ensinar “chamado irresistí- As escolhas de Deus são soberanas, mas não
vel”, quer para a salvação, quer para o exercício incondicionais; elas precedem nossa própria
de um ofício sagrado. O próprio ministério de vontade, mas não se concretizam sem nosso li-
Jeremias, cuja mensagem foi rejeitada pelos ju- vre consentimento. Deus não trabalha com robôs,
deus, demonstra como o homem pode recusar mas com seres autônomos e inteligentes, racio-
o chamado divino (Jr 11.8). Paulo, mesmo tendo nais, e com verdadeira vontade para obedecer
recebido tão grandiosa visão de Cristo no ca- ou rebelar-se contra Deus. Jeremias, no Antigo
minho de Damasco, podia ter recusado o cha- Testamento, e Paulo, em o Novo Testamento, são
mado; porém, fora convencido de que Jesus era exemplos de homens que preferiram seguir “os
o Senhor e, mais à frente, declarou: “...não fui planos de paz e não de mal” (Jr 29.11), ou “a boa,
desobediente à visão celestial” (At 26.19). perfeita e agradável vontade de Deus” (Rm 12.2).
128
JEREMIAS DEUS
“(... Eu) ponho na tua boca as
“... não sei falar...” (v. 6)
minhas palavras.” (v. 9)
“... não passo de uma criança.”
Profetas Maiores

“... eu sou contigo...” (v. 19)


(v. 6)

As visões, quando da chamada (Jr 1.11-16)


No momento da sua chamada, o jovem Jeremias teve duas visões.
A primeira foi um ramo de amendoeira, árvore que florescia meses antes
das demais, sendo por isso tida como símbolo de prontidão e vigilância.
A visão simboliza o fato de que Deus estava vigilante e que o Seu tempo
de agir é perfeito.
Durante a evolução da apostasia de Judá, muito embora parecesse
que Deus estivesse dormindo e desinteressado do Seu povo, a verdade é
que Ele estava observando atentamente tudo o que se fazia e, no devido
tempo, traria juízo e faria justiça. Observe um pensamento paralelo a
este em 2 Pedro 3.9:
“O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que
alguns a têm por tardia; mas é longânimo para
conosco, não querendo que alguns se percam, senão
que todos venham a arrepender-se.”
A segunda visão foi a de uma panela fervendo e derramando seu
conteúdo para o lado do norte. Este símbolo refere-se à direção de onde
viria a ira divina sobre Judá. Babilônia tomaria a antiga rota das caravanas,
contornando a parte superior do deserto árabe, e entraria pelo norte.

As promessas associadas à chamada (Jr 1.17-19)


Jeremias foi chamado para repreender o povo por seus pecados e
anunciar julgamento. Ele pareceria até mesmo um traidor do seu povo,
recomendando, durante certo tempo, que se rendesse à Babilônia. O
conhecimento de tão tremendo desafio enche Jeremias de incerteza, mas
Deus deu-lhe duas promessas muito encorajadoras.
1ª Prometeu que fortaleceria o homem interior de Jeremias,
para suportar a rejeição e a oposição do povo. Ele permane-
ceria firme contra essa rejeição, como “cidade forte”, “coluna
de ferro” e “muros de bronze” (Jr 1.18).
2ª Prometeu que Sua presença nunca deixaria o profeta. 129
Jeremias nunca estaria completamente só:
“E pelejarão contra ti, mas não prevalecerão contra
ti; porque eu sou contigo, diz o Senhor, para te

Lição 6 - Jeremias – O Profeta da Coragem


livrar.” (Jr 1.19)

EXERCÍCIOS
Marque “C” para certo e “E” para errado.
___6.11 Jeremias foi um profeta cujas mensagens foram muito bem
aceitas pelo povo.
___6.12 A chamada do profeta Jeremias ocorreu no 13º ano do
reinado de Josias.
___6.13 Jeremias 1.5 conta-nos que o plano divino para o ministério
deste profeta já existia muito tempo antes do momento do
seu chamado.
___6.14 Deus sempre tem um plano para cada um de Seus filhos,
mesmo antes de nascerem.
___6.15 Jeremias resistiu à chamada de Deus por sentir-se incapaz
para realizar tal obra.
___6.16 Deus prometeu a Jeremias que a Sua presença nunca o deixaria.

TEXTO 4
A ESPOSA INFIEL RETORNA TEMPORARIAMENTE (Jr 2–6)
O despertamento espiritual do tempo de Josias constitui o cenário
dos capítulos 2 a 6 das profecias de Jeremias. Na época daquele reavi-
vamento parecia que a nação estava verdadeiramente voltando-se para
Deus. Entretanto, esse arrependimento não foi acompanhado de uma
verdadeira mudança de coração e de conduta.
Jeremias usou muitas ilustrações para descrever este falso arrependi-
mento. A figura que ele usou mais frequentemente foi a de uma esposa infiel,
que retorna ao lar por pouco tempo, para logo depois voltar ao seu amante
adúltero. O arrependimento do povo de Judá foi superficial e temporário.
130 A esposa abandona o lar (Jr 2.1-3.5)

A imagem de Judá figurando a esposa de Deus é introduzida no


capítulo 2, versículo 2. Deus lamenta que essa esposa tenha esquecido o
amor que, na sua juventude, tivera por Ele. Deus pergunta o que foi que
Profetas Maiores

Ele fez para que Sua esposa perdesse o amor por Ele (Jr 2.5). A seguir,
Ele lamenta os dois pecados de Sua esposa: ela O abandonou, a fonte de
água viva, e trocou Seu amor pelas cisternas rachadas, na busca pelos
prazeres do mundo.
“Porque o meu povo fez duas maldades: a mim me
deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram
cisternas, cisternas rotas, que não retêm águas.”
(Jr 2.13)

DO AVIVAMENTO AO ESFRIAMENTO O despertamento espiritual pode ser falso e


meramente aparente, mas pode ser verdadei-
O apóstolo Paulo exortou Timóteo a manter ro, porém de curta duração. Parece que esse
acesa a chama do dom que ele outrora recebe- foi o caso do povo judeu. Do avivamento re-
ra (2Tm 1.6). Isto, porque é perfeitamente pos- gistrado nos capítulos 22 e 23 de 2Reis, sob a
sível alguém ser “incendiado” interiormente liderança do rei Josias, do sacerdote Hilquias
pelo Espírito de Deus para uma determinada e da profetisa Hulda, caíram no terrível esfria-
obra, mas não preservar o fogo espiritual e mento e menosprezo a Deus, tal como registra
acabar caindo em frieza e apatia, esquecendo o profeta Jeremias. Sobre o rei Josias, foi dito
e abandonando finalmente a chamada divina. que “antes dele não houve rei semelhante,
A Bíblia e a história provam-nos o quanto isto que se convertesse ao Senhor com todo o seu
é real (veja o caso de Demas, que outrora fora coração, com toda a sua alma e com todas as
um fiel cooperador do apóstolo Paulo, mas fi- suas forças, conforme toda a lei de Moisés; e
nalmente o abandonou, “amando o presente depois dele nunca se levantou outro tal” (2Re
século” – Cl 4.14; Fm 1.24; 2Tm 4.10). 23.25). Mas é uma pena que o mesmo não se
diga do povo judeu em geral.
Na história do povo de Judá não foi diferente.
Por vezes, a Palavra de Deus, que é como fogo Ao recebermos de Deus a chama do aviva-
(Jr 23.29), incendiava o coração dos judeus, es- mento, que nos constrange ao arrependimen-
pecialmente através do ministério de sacerdo- to e abandono dos pecados, e nos convoca a
tes e profetas tementes a Deus, ou de reis que uma vida de compromisso com a santidade e
tinham um coração quebrantado perante o Se- a justiça de Deus, precisamos não só receber,
nhor. Um exemplo foi Josias, que promoveu ver- mas guardar e preservar essa chama para
dadeiras reformas espirituais. Porém, como na que ela não se apague. O salmista disse: “Es-
parábola contada por Jesus sobre o semeador condi a tua palavra no meu coração, para eu
que lançou sementes em vários tipos de terre- não pecar contra ti” (Sl 119.11). Sem fogo, não
nos (Mt 13), o coração do povo judeu, por vezes, há calor nem luz; apagando-se a chama do
se mostrava um coração de pedra, onde a se- avivamento, cairemos em frieza e escuridão.
mente germinava e até nascia, mas não crescia Deus nos guarde!
nem frutificava por falta de solo.
Ao ser acusada desses pecados, a esposa (Judá) negou-os dizendo: “... 131
Não estou maculada nem andei após os baalins...” (Jr 2.23). E descara-
damente retorquiu: “Não há esperança; porque amo os estranhos e após
eles andarei.” (Jr 2.25). Ela tirou seus adornos de casamento e o cinto que
a identificava como casada, para ir atrás de seus amantes (Jr 2.32,33).

Lição 6 - Jeremias – O Profeta da Coragem


Os primeiros cinco versículos do capítulo 3 registram a extensão do seu
adultério, tendo se degenerado em atrevida prostituição espiritual.

A esposa volta (Jr 3.6-4.31)

Judá, a esposa do Senhor, é agora descrita voltando para casa,


arrependida de seus pecados. Entretanto, infelizmente, ela não amava
Seu marido o suficiente para desistir dos seus pecados. Seu arrependi-
mento não significava genuína mudança de coração.
“E, contudo, apesar de tudo isso... não voltou para
mim de todo o seu coração, mas falsamente, diz o
Senhor.” (Jr 3.10)

Deus insistiu com Judá para que voltasse de vez: “Convertei-vos, ó


filhos rebeldes... como a mulher se aparta aleivosamente do seu marido,
assim aleivosamente te houveste comigo... Voltai, ó filhos rebeldes, eu
curarei as vossas rebeliões” (Jr 3.14,20,22).
Um retrato vivo da falsidade de Judá temos no versículo 3 do
capítulo 4. Aqui, Deus trata com Judá para fazer mais do que meramente
plantar novas sementes. Ele a admoesta a cavar o chão e a destruir todas
as velhas ervas daninhas do pecado que poderão arruinar a sua nova
vida espiritual: “Preparai para vós o campo de lavoura, e não semeeis
entre espinhos”. Infelizmente, porém, Judá não se conservou fiel. Logo
em seguida, ela é vista colocando seu escarlate e se adornando para ir
em busca de um outro amante. Isto mostra que as ervas daninhas nunca
foram removidas definitivamente do seu coração (4.30).

Aplicação (Jr 5-6)

O capítulo 5 de Jeremias explica claramente que o falso arrependi-


mento da esposa infiel é semelhante ao de Judá. O reavivamento dos dias
de Josias parecia sincero, mas na verdade o povo não teve real mudança
de coração. Deus desafiou Jeremias a sair às ruas de Jerusalém e encon-
trar um “judeu arrependido”, que provasse seu arrependimento genuíno
com boas obras, servindo ao Senhor com dedicação.
132 Jeremias começou a procurar homens sinceros entre os pobres, mas
não encontrou nenhum. Ele se voltou então aos líderes, mas eles também
haviam quebrado os mandamentos de Deus e estavam vivendo conforme
lhes aprazia (5.5). Pior ainda, os profetas estavam profetizando mentiras,
as quais o povo se comprazia em ouvir!
Profetas Maiores

“Os profetas profetizam falsamente, e os sacerdotes


dominam pelas mãos deles, e o meu povo assim o
deseja; mas que fareis ao fim disto?” (Jr 5. 31)
No capítulo 6, Deus fala da teimosia de Judá, exortando a nação a
escolher caminhar pela senda da justiça. Ao descrever a encruzilhada dos dois
caminhos, Deus enfatiza que o caminho da justiça já fora provado como
verdadeiro por um grande número de seus ancestrais. Aqueles que tinham
escolhido andar no caminho de Deus sabiam que aquele era o caminho da
paz, enquanto os caminhos da satisfação pessoal somente levavam à destruição.
“Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e
vede, e perguntai pelas veredas antigas, qual é o
bom caminho, e andai por ele; e achareis descanso
para as vossas almas; mas eles dizem: Não
andaremos nele.” (Jr 6.16)

EXERCÍCIOS
Assinale com “x” a alternativa correta.
6.17 Face a constatação de que o despertamento espiritual no tempo
de Josias não havia sido real, a figura que Jeremias mais usou para
descrever foi a
___a) de uma esposa infiel.
___b) de um anjo mau.
___c) de um barco à deriva.
___d) Nenhuma destas alternativas está correta.

6.18 Os primeiros cinco versículos do capítulo 3 de Jeremias registram


a esposa (Judá) degenerada
___a) profundamente arrependida.
___b) em atrevida prostituição espiritual.
___c) prostrada ao chão, envergonhada.
___d) Nenhuma das alternativas está correta.
6.19 Em Jeremias 3.6-4.31, Judá é agora descrita 133
___a) marcada pelo pecado.
___b) como mulher valente.
___c) voltando para casa, arrependida.

Lição 6 - Jeremias – O Profeta da Coragem


___d) Nenhuma das alternativas está correta.

TEXTO 5
O SERMÃO DO TEMPLO (Jr 7–12; 26)
O cenário dos capítulos 7 a 12 de Jeremias é o início do reinado de
Jeoaquim, que começou a reinar quando Judá era um estado vassalo do
Egito (609 a.C.). No período de apenas alguns anos, Judá foi atacado
pela Babilônia (606 a.C.), iniciando-se assim os anos de domínio babilô-
nico sobre Judá. Antes que isso acontecesse, entretanto, Deus deu a Seu
povo uma última oportunidade para se arrepender.

AMULETOS DA SORTE só estariam no templo, e em toda a Jerusa-


lém, sob a condição de fidelidade ao Senhor.
Nos dias do profeta Jeremias via-se uma no- Muitos anos antes, o líder Josué já advertira o
tável religiosidade; no entanto, sem verdadeira povo nos seguintes termos: “Se deixardes ao
piedade. A adoração deu lugar à superstição, e Senhor, e servirdes a deuses estranhos, então
os objetos e lugares sagrados foram tomados ele se tornará, e vos fará mal, e vos consumirá,
como meros amuletos da sorte, pelos quais o depois de vos ter feito o bem” (Js 24.20). Mais
povo judeu achava-se protegido contra todos importante que os objetos ou lugares sagra-
os males, embora sob a servidão do pecado. dos era a presença do próprio “Santo de Is-
rael” (Jr 51.5). Sem esta presença, objetos e
Outrora, quando o templo ainda não havia
lugares sagrados perdem seu valor.
sido construído, o povo de Israel apegara-se à
Arca da Aliança como amuleto, ignorando o seu Igualmente devemos nós, hoje, saber que é vão
verdadeiro significado e o temor que devia ins- termos a Bíblia aberta no centro de nossa sala,
pirar na vida de cada israelita. Por isso vieram frequentarmos a igreja, entregarmos nossos dí-
a pagar alto preço diante dos filisteus, quando zimos e ofertas, vestirmos camisetas com sím-
a Arca foi tomada. Agora, o povo de Judá, indife- bolos religiosos e nos enfadarmos em atividades
rente aos apelos dos profetas do Senhor, e pre- eclesiásticas, sem termos de fato verdadeiro te-
ferindo confiar ora na proteção dos estrangei- mor a Deus, manifesto em conduta santa, diaria-
ros, ora na superstição travestida de religião, mente. Toda expressão de religião transforma-se
viria a amargar toda a aflição que a Babilônia em mera superstição, se não for acompanhada de
lhe infligiria, sob a ordem do Todo Poderoso. santificação. “Sede vós também santos em toda
a vossa maneira de viver” – é o que nos ordena
E não adiantaria achar que o templo em Je-
a Palavra, e assim devemos ser, se quisermos ter
rusalém funcionaria como garantia de prote-
certeza de segurança eterna (1Pe 1.15).
ção, porque a presença e a benção de Deus
134 O sermão (Jr 7.1-8)

Quando a guerra com a Babilônia parecia inevitável, o povo


subitamente tornou-se muito religioso, mas não piedoso. Reuniam-se no
templo regularmente, cultuando ao Senhor, mas apenas com os lábios.
Profetas Maiores

Jeremias mostrou que seus atos não eram sinceros.


“Plantaste-os, e eles se arraigaram; crescem, dão
também fruto; chegado estás à sua boca, porém
longe dos seus rins.” (Jr 12.2)

Em um dia especial de festa, a nação compareceu ao templo, a


fim de orar para que Deus os libertasse da Babilônia. Os falsos profetas
transmitiram ao povo apenas as palavras de encorajamento que ele queria
ouvir, dizendo que enquanto o templo estivesse em pé, Deus não permi-
tiria que a cidade fosse destruída (7.4,14).
Mas Deus instruiu Jeremias a ir ao templo com uma mensagem
completamente diferente. O profeta deveria, em primeiro lugar, oferecer
ao povo a oportunidade de ser salvo e mudar sua vida pervertida: “Mas,
se deveras melhorardes os vossos caminhos e as vossas obras; se deveras
praticardes o juízo entre um homem e o seu próximo... eu vos farei
habitar neste lugar...” (Jr 7.5,7).
Mais adiante, Jeremias admoesta o povo, declarando que, se confiasse
numa esperança falsa para salvá-lo, estaria condenado com toda a certeza.
Para o povo de Judá teria sido muito natural dirigir sua devoção
ao templo, em vez de a Deus, uma vez que o templo não era um
lugar onde pessoas piedosas se reuniam, mas o lugar onde pecadores
hipócritas iam para aliviar suas consciências pesadas. Deus repreendeu
o povo de Judá dizendo:
“É pois esta casa, que se chama pelo meu nome,
uma caverna de salteadores aos vossos olhos? Eis
que eu, eu mesmo, vi isto, diz o Senhor.” (Jr 7.11)

Esta mesma passagem foi citada 700 anos mais tarde por Jesus, ao
encontrar semelhante condição de apostasia no templo herodiano (Mt 21.13).
Jeremias profetizou que os resultados da batalha com os babilônios
seriam os mesmos que os da batalha com os filisteus, registrados em 1
Samuel 4 e 5, quando o povo dependeu da presença da Arca da Aliança
para salvá-lo. Semelhantemente, a mera presença da estrutura do templo 135
não garantiria vitória sobre os babilônios, isto é, não asseguraria salvação
no dia do julgamento divino.

A reação ao sermão (Jr 26)

Lição 6 - Jeremias – O Profeta da Coragem


A reação ao sermão de Jeremias foi imediata e violenta. Uma
turba, isto é, uma multidão liderada pelos sacerdotes e falsos profetas,
agarrou Jeremias e tentou matá-lo. Suas acusações foram: “... Certamente
morrerás, por que profetizaste no nome do Senhor, dizendo: Como Siló
será esta casa, e esta cidade será assolada, de sorte que não fique nenhum
morador nela...” (Jr 26.8,9). A vida de Jeremias foi poupada no último
minuto, quando Aicão e alguns altos oficiais chegaram e arrazoaram
com a multidão para soltá-lo. Leia Jeremias 26.24.
O capítulo 26 continua explicando como esse período foi perigoso
para os verdadeiros profetas. Nessa mesma época, Urias profetizou
julgamento divino contra Jerusalém e foi morto pela polícia secreta de
Jeoaquim (Jr 26.20-23).

Rejeição contínua (Jr 8.3-12.17)

Durante todo o ano seguinte, a vida de Jeremias esteve em


constante perigo. De novo ele quase perdeu a vida, mas Deus o avisou
do plano que estava sendo urdido pelo povo de sua terra natal (Jr
11.18-23). Até mesmo pessoas da própria família de Jeremias pensaram
que ele fosse um fanático religioso e tomaram parte desse plano para
matá-lo (12.6).
A oportunidade de Deus para Judá tinha finalmente terminado. Em
breve, o cativeiro e o julgamento divino tornar-se-iam realidade. Deus
comunicou isso a Jeremias, deplorando:
“Desamparei a minha casa, abandonei a minha
herança; entreguei a amada da minha alma na
mão de seus inimigos... porquanto não há ninguém
que tome isso a sério.” (Jr 12.7,11)

Talvez os versículos mais tristes do Livro de Jeremias sejam os


citados pelo profeta depois de ter, sem sucesso, tentado chamar o povo
ao arrependimento. “Passou a sega, findou o verão, e nós não estamos
salvos” (8.20).
136 EXERCÍCIOS
Assinale com “x” a alternativa correta.

6.20 Quando a guerra com a Babilônia parecia inevitável, o povo


subitamente tornou-se muito religioso
Profetas Maiores

___a) mas não piedoso.


___b) e fiel ao Senhor.
___c) e consagrado.
___d) e muito unido.

6.21 Porque o povo cultuava Deus apenas com os lábios, seus atos
errôneos foram apontados pelo profeta
___a) Isaías.
___b) Ezequias.
___c) Jeremias.
___d) Daniel.

6.22 Jeremias profetizou que os resultados da batalha com os babilô-


nios seriam os mesmos que os da batalha com os filisteus,
quando, para ser salvo, o povo dependeu
___a) da bênção de Eli.
___b) da presença da Arca da Aliança.
___c) do afastamento da Arca da Aliança.
___d) Nenhuma das alternativas está correta.

6.23 No capítulo 26, vemos que Jeremias quase foi morto, obtendo,
contudo, libertação por interferência de
___a) Absalão.
___b) Arão.
___c) Aicão.
___d) Adulão.
REVISÃO DA LIÇÃO 137
Associe a Coluna “A” à coluna “B”.

Coluna “A”

Lição 6 - Jeremias – O Profeta da Coragem


___6.24 Aos 20 anos foi chamado por Deus e exerceu o ministério
por aproximadamente 40 anos.
___6.25 Jeremias começou seu ministério durante o período de aviva-
mento da nação, sob o governo de
___6.26 Jeremias foi chamado para repreender o povo pelos seus
pecados e
___6.27 Em Jeremias 2.2, Judá figura como
___6.28 Dentre os versículos mais tristes de Jeremias, está: “Passou a
sega, findou o verão, e
Coluna “B”
A. anunciar julgamento.
B. nós não estamos salvos”.
C. Josias.
D. “esposa de Deus”.
E. Jeremias.

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