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QUE POVO INSENSÍVEL!

Jeremias 5.1-8
Introdução
Livro de Jeremias

Autores: Jeremias e Baruque, seu aluno e/ou escriba.


Data: Durante o ministério de Jeremias, cerca de 627 a 586 a. C.
Propósito: Lembrar aos exilados os motivos de suas provações e garantir-lhes
que, ao se arrepender, o povo de Deus voltaria para a Terra Prometida com
grandes bençãos.
Jeremias chamou Judá a se arrepender a fim de evitar o julgamento que, de outro modo
certamente lhe sobreviria (p. Ex., 7.1-15).
Temas: Consequências do pecado, juízo iminente, o domínio de Deus, novo coração,
restauração.
Conteúdo: O profeta Jeremias foi um fracasso colossal se medido pelos parâmetros
humanos. Na maior parte de sua vida foi pobre, impopular (15.17), isolado (16.2) e teve sua
vida ameaçada em várias ocasiões (11.18-23;18.18;26.8;36.19;38.6). Jeremias viveu em Judá
durante 40 anos, pouco antes do povo ser exilado para a Babilônia, e suas profecias foram
reunidas no livro que leva o seu nome. A principal mensagem dessas profecias é simples:
É tarde demais para evitar a disciplina de Deus, portanto aceitem-na e afastem-se do
pecado. Depois de um período de disciplina, Deus irá restaurar Israel e Judá. As
mensagens do profeta infelizmente não foram bem recebidas. Os ouvintes não atenderam às
suas advertências, prenderam-no com ferros e até ameaçaram tirar sua vida. Como resultado,
Jeremias viveu para ver a invasão dos exércitos babilônicos, a deportação do seu povo, a
matança dos habitantes de Jerusalém e a destruição do templo. Por causa dos seus problemas,
Jeremias foi frequentemente chamado de “profeta chorão”.

Jeremias profetizou durante o reinado dos ultimos monarcas de Judá: Josias


(640-609 a.C.), Jeocaz (609 a.C), Jeoaquim (609 – 508 a.C.), Joaquim (598-597 a.C.) e
Zedequias (597-586 a.C). Israel o Reino do Norte, já havia sido exilado em 722 a.C, pela
Assiria que, em 612 a.C., foi conquistada pela Babilônia. Judá o Reino do Sul, caiu quando a
maior parte do seu povo foi exilada para Babilonia em decorrência de deportações iniciadas
em 605 a.C e duas invasões comandadas pelo rei Nabucodonosor (597 e 586 a.C.).

Mais dos que os outros profetas, Jeremias deixou transparecer o seu envolvimento pessoal
com a sua mensagem. Ele sentiu a gonia do povo diante da aproximação dos babilônios
mesmo antes que o proprio povo a sentisse; também sentiu a fúria do Senhor diante do
pecado do povo.

O capítulo 5 de Jeremias é muito triste, ele se refere aos pecados do povo de Deus.
Quantas lições para nós!

1. Crise de homens de Deus (v. 1)


a) Deus desafia o povo nestes termos:
 “Dai voltas às ruas de Jerusalém”.
 “Vede agora”.
 “Procurai saber”.
 “Buscai pelas suas praças”.
 “Se achais alguém”.
 “Se há um homem que pratique a justiça”.
 “Ou busque a verdade”.

b) Se pelo menos um homem com essas duas qualidades fosse


encontrado em toda Jerusalém, Deus disse que perdoaria o seu povo. Não foi
possível encontrar um única pessoa honesta.

c) Isto nos faz lembrar a promessa que Deus fez a Abraão de que, se
porventura fossem encontrados em Sodoma dez justos, Deus não destruiria
por amor aos dez (Gn 18.22-33). Sodoma teria sido salva se ao menos dez
justos pudessem ter sido encontrados. Jerusalém precisava apenas de um.

No Verso 2: Vemos Um juramento solene usado para reforçar suas mentiras. Contudo,
mesmo quando está sob juramento e declaram: “Tão certo como vive o SENHOR,
continuam a mentir!”
d) A que ponto, que situação pode chegar um povo!
O pecado grassava com tal intensidade que não se encontrava sequer um homem que
praticasse ou buscasse a verdade. Que tristeza!

2. Teimosia, indiferença, dureza de coração (v. 3)


a) Insensibilidade: “Tu os feristes, e não lhes doeu”.

b) Indisciplina: “Consumiste-os, e não lhes quiseram receber a disciplina”.

c) Endurecimento: “Endureceram o rosto mais do que uma rocha”.

d) Indiferença: “Não quiseram voltar”. Não houve arrependimento.


Que tremendo é este verso, parece que ele resume toda a triste atitude de um povo.

3. Ingratidão e carnalidade (vv. 7-8)


a) É Deus dizendo: “Teus filhos me deixam a mim e juram pelos que não
deuses; depois de eu os ter fartado, adulteraram e em casa de meretrizes se
ajuntaram em bandos; com garanhões bem fartos, correm de um lado para
outro, cada um rinchando à mulher do seu companheiro” (vv. 7-8).
Podemos parafrasear os versos 7 e 8 da seguinte forma: “Vocês acham que, vendo isso,
eu ainda deveria perdoar? Seus filhos me abandonaram e adoram ídolos que não
são deuses. Eu dei de comer ao meu povo e, quando já estavam satisfeitos,
cometeram adultério, reunindo-se em casas de prostitu
ição. Eles são belos cavalos, bem alimentados e cheios de desejos, cada um
relinchando para a mulher do próximo”
Que coisa tremenda, depois de terem sido abençoados por Deus, deram-lhe as costas
e pecaram contra o Senhor. O povo buscava os falsos deuses na ilusão que estes tinham
o poder de tornar a terra fértil.

b) O que está descrito nos versos 7 e 8 é muito parecido com o que ocorre em nossos
dias: um povo ingrato e de tendências pecaminosas.
Conclusão
1) Cremos que todo o comportamento desse povo, que à primeira vista tanto nos assusta e
até nos causa certa revolta, tem muito a ver com o povo de Deus em nossos dias. Daí, o
livro do profeta Jeremias ser um livro muito atual, um livro para o nosso tempo.
Em II Tim 4.3 o Ap. Paulo nos exorta – “Pois virá o tempo em que não suportarão a
sã doutrina; ao contrário, sentindo coceira nos ouvidos, juntarão mestres para si
mesmos, segundo os seus próprios desejos”.

Em Mt 24.12, o próprio Cristo nos alerta - E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor


de muitos esfriará.

2) Vamos aprender as preciosas lições que o Senhor nos ensina em sua Palavra que é
perfeita, fiel, reta, pura, límpida e verdadeira (Sl 19.7-9).

Estudo bíblico ministrado pelo Rev. Paulo Gérson Uliano, dia 16/02/2020, na Primeira
Igreja Presbiteriana de Indaiatuba
Complementada pelo Pb. Ewerton Ramos, e ministrada na Igreja Presbiteriana da Torre
no dia 14/01/2024.

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