Você está na página 1de 26

Resistência dos Materiais

Conceito de Tensão
agosto.2021
Conceito de Tensão

• Ao calcularmos os esforços resultantes por meio da

isostática, não concluímos se de fato o elemento resistente

irá suportar a carga que é submetida.

• Para isso, temos que considerar qual área transversal que

recebe esse esforço, e qual a tensão admissível do material

que o elemento é feito.


Conceito de Tensão

• Os esforços localizados, que acontecem em uma

determinada seção de um material (plano genérico), são

analisados através seu valores específicos (por unidade de


∆𝐹 ∆𝐹
𝜌 = lim =
área) por meio do conceito de tensão. ∆𝐴→0 ∆𝐴 ∆𝐴

• A tensão “𝜌” em um determinado ponto de uma seção de

uma barra carregada, é o limite da relação entre a força

elementar ∆F e a área ∆A em torno desse ponto.


Conceito de Tensão

• Ao ilustrarmos o limite da tensão “𝜌” (ou Q), fica mais fácil

compreendermos a relação entre a força elementar ∆F e a

área ∆A.

• Em geral, ao calcularmos a tensão em um determinado

ponto isolado da seção, ele costuma ser diferente do calculo

simplificado que considera uma força atuando

uniformemente em toda a seção.


Conceito de Tensão

• Por exemplo, quando consideramos uma barra esbelta

submetida à cargas concentradas P e P’ de módulos iguais, mas

em sentidos opostos (a), a variação da tensão na seção da barra

é pequena em pontos distantes do local de aplicação das forças

concentradas (c).

• Mas ao nos aproximarmos de seções com pontos próximos a

aplicação da força concentrada, essa diferença é bastante

significativa (b) e (d).


Conceito de Tensão

• Por isso, na prática consideramos que a distribuição das tensões em uma barra

carregada axialmente é uniforme, exceto nos pontos mais próximos do local de

aplicação de carga ou quando existe a deformação do material.

• Outra consideração necessária para que se considere as cargas uniformemente

distribuídas em uma seção, é que as forças internas estão sendo aplicadas no

centroide da seção da barra.

• Ou seja, uma distribuição uniforme da carga só é possível se as cargas

concentradas passarem através do centroide da seção considerada, o que damos

o nome de carregamento centrado (costumam ocorrer em barras retas e aquelas

conectadas por pinos).


Conceito de Tensão

• No entanto, caso um elemento de barra esteja carregado

axialmente por uma carga excêntrica (a), percebemos pelas

condições de equilíbrio, que as forças internas em uma

determinada seção, devem ser equivalentes a uma força P

aplicada no centroide da seção e um componente de momento

“M” (b).

• Neste caso, a distribuição das tensões não pode ser simétrica,

ou seja, a tensão não é uniformemente distribuída na barra.


Conceito de Tensão

• Tensão é uma grandeza que tem a mesma unidade de medida que pressão, sendo representada por

unidades como N/m² (Pascal – Pa), kgf/cm², lbf/in² (psi), etc.

• Em um plano inclinado, quando se decompõe uma força “dF” na direção normal (perpendicular à seção do

material) e na direção do plano seção (tangencialmente à seção), obtém-se duas componentes da tensão.
Conceito de Tensão

• São elas:

𝑑𝐹
o Tensão normal, que pode ser de tração ou compressão, representada pelo símbolo sigma: 𝜎 = ;
𝑑𝐴

𝑑𝐹
o Tensão tangencial, também conhecida como cisalhamento ou cortante, representada pelo símbolo táu: 𝜏 = 𝑑𝐴
Conceito de Tensão

• Uma característica que deve ser compreendida, é que a

tensão que atua e um determinado ponto de uma seção,

depende da orientação do plano dessa seção.

• Analisando um mesmo ponto, mas em um plano diferente,

as tensões, em geral, sãos diferentes.

• Não são as componentes de tensão que se alteram (normal

e cisalhamento), mas sim a orientação dos vetores de força.


Conceito de Tensão

• No caso em que uma barra prismática com área “A0” sendo

submetida a uma força perpendicular de tração “F” em suas

extremidades, é fácil observar que em um determinado

ponto da seção transversal, estará atuando uma tensão

normal de tração.

𝐹
• O valor médio dessa tensão normal de tração é 𝜎 = ,
𝐴

enquanto o valor de cisalhamento é nulo (𝜏 = 0).


Conceito de Tensão

• Já para um seção inclinada em um ângulo 𝜃 em relação à

𝐴0
seção transversal, a sua área será maior, valendo 𝐴𝜃 = ,
cos 𝜃

e como a força “F” será a mesma, então as tensão média

𝐹
será 𝜌∅ = ∗ cos ∅, e suas componentes valerão:
𝐴

𝐹
o 𝜎∅ = 𝜌 ∗ cos ∅ = ∗ cos ∅ ∗ cos ∅ (tensão normal)
𝐴

𝐹
o 𝜏∅ = 𝜌 ∗ sen ∅ = ∗ cos ∅ ∗ sen ∅ (tensão de cisalhamento)
𝐴
Conceito de Tensão

• As tensões exercidas em uma determinada área nem sempre

serão iguais em todos pontos, mas para simplificação de

calculo, podemos considerar que a tensão calculada é uma

média de todas as tensões na seção.

• Sendo assim, podemos simplificar:

𝑵
• Tensão normal (tração e compressão) – 𝝈 = ;
𝑨

𝑸
• Cisalhamento puro – 𝝉 = .
𝑨
Conceito de Tensão
Tensão Normal
• Em resumo, podemos considerar a tensão normal como um

carregamento que atua de maneira perpendicular ao eixo da

peça (axialmente) e é representada pelo símbolo sigma:

𝑵
• Tensão normal = 𝝈 =
𝑨

• Na tensão normal, podemos encontrar esforços de tração

(alongamento) e compressão (esmagamento).


Conceito de Tensão
Tensão de Cisalhamento
• Já a tensão de cisalhamento, é um carregamento que atua de

forma tangencial ao eixo da peça, gerando um componente

que tenta “cortar” o elemento, sendo representado pelo

símbolo táu:

𝑸
• Tensão cisalhante = 𝝉 =
𝑨

• Esforços de cisalhamento puro costumam se encontrados em

ligações com parafusos, pinos e rebites, por exemplo.


Conceito de Tensão
Tensão de Esmagamento
• Ligações com parafusos, pinos e rebites geram tensões ao longo de uma

superfície de esmagamento, ou de contato, nos elementos que eles conectam.

• Como a forma circular dessas ligações geram tensões com distribuições muito

complicadas, na prática, costuma-se simplificar essa interação por um valor

de tensão nominal médio, conhecido como tensão de esmagamento (𝜎𝑒 ).

• Pode ser calculado a partir razão entre a carga de esmagamento e a área da

projeção do parafuso sobre a seção plana.


𝑷 𝑷
• 𝝈𝒆 = =
𝑨 𝒕∗𝒅
Conceito de Tensão
Exemplo 01
• Calcule a tensão normal, de cisalhamento e esmagamento nas chapas e no pino da

seguinte ligação:
Conceito de Tensão
Exemplo 01
• A força de tração de 72 kN provoca tração nas chapas, e cisalhamento e esmagamento

nos furos das chapas e no pino.

Tração na chapa Cisalhamento na chapa


Conceito de Tensão
Exemplo 01
Esmagamento no furo da
Cisalhamento no pino
chapa e no corpo do pino
Conceito de Tensão
Exemplo 02
• Calcule os esforços solicitantes e as

tensões geradas na treliça.

• A barra AB possui uma seção transversal

30 x 50 mm e a barra BC uma seção

circular de 20 mm.
Conceito de Tensão
Exercício 01
• 1.35 - O arganéu da âncora suporta uma força de cabo
de 3 kN. Se o pino tiver diâmetro de 6 mm, determine a
tensão média de cisalhamento no pino.
Conceito de Tensão
Exercício 02
• 1.46 - Os dois elementos de aço estão interligados por uma solda
de topo angulada de 60°. Determine a tensão de cisalhamento
média e a tensão normal média suportada no plano da solda.

• Lembrando que:

𝐹
• 𝜎∅ = 𝜌 ∗ 𝑐𝑜𝑠 ∅ = ∗ 𝑐𝑜𝑠 ∅ ∗ 𝑐𝑜𝑠 ∅ (tensão normal)
𝐴

𝐹
• 𝜏∅ = 𝜌 ∗ 𝑠𝑒𝑛 ∅ = ∗ 𝑐𝑜𝑠 ∅ ∗ 𝑠𝑒𝑛 ∅ (tensão de cisalhamento)
𝐴
Conceito de Tensão
Exercício 03
• 1.50 - O corpo de prova falhou no ensaio de tração a
um ângulo de 52° sob uma carga axial de 100 kN. Se o
diâmetro do corpo de prova for 12 mm, determine a
tensão de cisalhamento média e a tensão normal
média que agem na área do plano de falha inclinado.
Conceito de Tensão
Exercício 04
• D.6 - A área da seção transversal de cada uma das
barras da treliça é 1.250 mm². Determine a tensão
normal média no elemento CB.
Referências

• ARGENTA, M. A. Resistência dos Materiais I. Notas de Aula, Curitiba: Universidade Federal do Paraná,

2012.

• BEER, F. P. Mecânica dos Materiais. 5. ed. Porto Alegre: AMGH, 2011.

• HIBBELER, R. C. Resistência dos Materiais. 7. ed, São Paulo: Person, 2010.

• KOMATSU, J. S.; CHRISTOFORO, A. L. Mecânica dos Sólidos Elementar. São Carlos: EDUFSCar, 2017.

• PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL DE ENGENHARIA MECÂNICA. Resistência dos Materiais. Notas

de Aula, Niterói: Universidade Federal Fluminense, 2014.


© IESC. Todos os direitos reservados.
www.iescfag.edu.br : : (63) 3464.1289
Adalberto de Oliveira Júnior – adalberto.oliveira@iescfag.edu.br

Você também pode gostar