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DIREITO ADMINISTRATIVO - TEORIA E EXERCÍCIOS - DNIT - TODOS OS

CARGOS - NÍVEL SUPERIOR – PROFESSORA PATRÍCIA CARLA

Oi, gente!

Como andam os estudos? Espero que vocês estejam animados e confiantes.

Força, coragem e fé em Deus! Tudo dará certo.

Chegamos ao nosso 2º encontro!

Muito bem! Vamos a nossa aula de hoje, bons estudos a todos!!

Profa. Patrícia Carla

Atos Administrativos

Conceito de Ato Administrativo

“Ato administrativo é toda manifestação unilateral de vontade da


Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato
adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou
impor obrigações aos administrados ou a si própria”. (Hely Lopes Meirelles)

O conceito de ato administrativo não deve ser confundido com o de fato


administrativo. Embora sejam ambos provenientes da Administração,
constituem manifestações distintas do Poder Público.

O fato administrativo não tem por fim a produção de efeitos


jurídicos, mas sim a realização material no exercício da função
administrativa (por isso são também chamados de atos materiais).

O fato administrativo é, portanto, uma mera realização material, de ordem


prática, de execução, como a construção de uma ponte, a demolição de um
prédio, a apreensão de mercadorias irregulares, a instalação de um serviço.
Ou seja, é em si uma atividade pública material desprovida de conteúdo de
direito.

Em regra, o ato administrativo e o fato administrativo são institutos


relacionados, pois o último é conseqüência do primeiro. Antes de realizar o
fato administrativo (realização material) a Administração vai manifestar sua
vontade por intermédio do ato administrativo (conteúdo jurídico).

Partindo-se da idéia da divisão de funções entre os três Poderes do Estado,


pode-se dizer, em sentido amplo, que todo ato praticado no exercício da
função administrativa é ato da Administração. A expressão atos da
Administração tem sentido mais amplo do que a expressão ato
administrativo, abrangendo os atos de direito privado, atos materiais,
atos de conhecimento, atos políticos, contratos, atos normativos e os atos
administrativos propriamente ditos.

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ATOS DA ADMINISTRAÇÃO
ATOS ADMINISTRATIVOS
PÚBLICA

Atos regidos pelo direito público ou


Atos regidos pelo direito público
privado

Ato administrativo: declaração do Ato da administração: todo ato


Estado ou de quem o represente, queppraticado no exercício da função
produz efeitos jurídicos imediatos, comaadministrativa.
observância da lei, sob regime jurídico
de direito público e sujeito ao controle
do Poder Judiciário.

Ato da Administração: gênero;

Ato administrativo: espécie do gênero atos da Administração

Assim, os atos da Administração (gênero) englobam todos os atos


praticados pela Administração Pública, seja sob o regime de direito
público ou sob o regime de direito privado.

Já o ato administrativo (espécie do gênero atos da Administração) é a


declaração do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos
imediatos, com observância da lei, sob o regime de direito público e
sujeita a controle pelo Poder Judiciário.

Dentre os atos da Administração distinguem-se os que produzem e os que


não produzem efeitos jurídicos.

Aqueles que não produzem efeitos jurídicos não são considerados atos
administrativos por não se enquadrar no respectivo conceito.

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OS ATOS DA ADMINISTRAÇÃO ENGLOBAM:

Atos de direito privado (ex. doação, permuta, compra e venda, locação);

Atos materiais da Administração (ex. demolição de uma casa,


apreensão de mercadoria, realização de um serviço);

Atos de conhecimento (ex. atestados, certidões, pareceres, votos);

Atos políticos;

Contratos;

Atos normativos (ex. decretos, portarias, resoluções, regimentos, de


efeitos gerais e abstratos);

Atos administrativos propriamente ditos

Elementos do Ato Administrativo

Os elementos do ato administrativo estão presentes na Lei nº 4.717/65 (Lei


de Ação Popular), art. 2º. São eles: competência, finalidade, forma, motivo
e objeto.

a) Competência: é o poder atribuído, por lei, aos órgãos e agentes


para o desempenho de suas atribuições. A competência legalmente
atribuída a determinado agente não pode por ele ser transferida de forma
permanente a outro, mas pode ser delegada e avocada. A profa. Maria
Sylvia Zanella Di Pietro chama esse elemento de sujeito. A incompetência
fica caracterizada quando o ato não se incluir nas atribuições legais do
agente que o praticou (art. 2º, Lei 4717/65).

b) Finalidade: é o resultado que se quer alcanças com a prática


daquele ato; em sentido amplo, mediato, a finalidade de todo ato
administrativo deve ser sempre atender ao interesse público, enquanto em
sentido estrito cada ato tem a sua finalidade imediata, específica, que
deverá decorrer, ainda que de forma implícita, da lei. Quando não atendida
a finalidade do ato, ocorrerá o desvio de finalidade, a tornar o ato nulo. O
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desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim


diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de
competência (art. 2º, Lei 4717/65).

c) Forma: é o modo pelo qual o ato administrativo se exterioriza,


adotando, em regra, a forma escrita, e, excepcionalmente, outras formas
como a verbal e até mesmo sinais, tais como placas de trânsito, visto que
todas manifestam unilateralmente a vontade da Administração. Os atos
podem vir na forma de decretos, resoluções, vistos, portarias, instruções
etc. O vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta ou
irregular de formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato
(art. 2º, Lei 4717/65).

d) Motivo (# motivação # móvel): (é a situação de direito e de fato


que determina ou autoriza a realização de ato administrativo // quando o
motivo vier expresso na lei, o ato será vinculado. Quando a lei deixar ao
administrador a avaliação quanto à oportunidade e conveniência, o ato será
discricionário // Ex. demissão de um servidor – motivo: a infração por ele
praticada (já que demissão é uma penalidade); motivação: é a exposição de
motivos, a exteriorização, por escrito, do motivo que levou a Administração
a aplicar tal penalidade). Atenção: o art.50, Lei 9784/99 enumerou
expressamente atos que deverão ser motivados. A inexistência dos motivos
se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em que se fundamenta o
ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado
obtido (art. 2º, Lei 4717/65).

ELEMENTOS // REQUISITOS DO ATO ADMINISTRATIVO


(Lei nº 4.717/65, art. 2º)

Conjunto de atribuições das


Competência (sujeito) pessoas jurídicas, órgãos e
agentes, fixadas pelo direito
positivo.
É o resultado que a Administração
Finalidade quer alcançar com a prática do ato.

É o modo através do qual se


Forma exterioriza o ato administrativo, é
seu revestimento.
É o pressuposto de fato e de direito
Motivo que serve de fundamento ao ato
administrativo.
É o efeito jurídico imediato que o
Objeto (conteúdo) ato produz.

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MÉRITO ADMINISTRATIVO = CONVENIÊNCIA + OPORTUNIDADE

TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES: relaciona-se com o motivo


do ato administrativo, é aquela que prende o administrador no momento
da execução do ato aos motivos que ele alegou no momento de sua
edição, sujeitando-se à demonstração de sua ocorrência, de tal modo
que, se inexistentes ou falsos, implicam em sua nulidade.

e) Objeto (= conteúdo): é o que efetivamente o ato está fazendo, é o


efeito gerado pelo ato. Em um ato de demissão, o objeto é a
demissão de determinado servidor; no ato de desapropriação, o
objeto é a desapropriação dos referidos imóveis. O objeto de todo ato
administrativo deve ser sempre lícito, moral e possível, ou o ato será
inválido. A ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato
importa em violação de lei, regulamento ou outro ato normativo (art.
2º, Lei 4717/65).

Atributos do Ato Administrativo

P A T I

a) Presunção de Legitimidade: presunção iuris tantum, pois admite


prova em contrário.

b) Autoexecutoriedade: autoriza a ação imediata e direta da


Administração.

ATENÇÃO!!! O PROFESSOR CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE


MELLO DEFENDE QUE A AUTOEXECUTORIEDADE ABRANGE:
EXIGIBILIDADE E EXECUTORIEDADE

c) Tipicidade: citado pela profa. Maria Sylvia Zanella Di Pietro, ela


ensina que é o “atributo pelo qual o ato administrativo deve
corresponder a figuras definidas previamente pela lei como aptas a

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produzir determinados resultados. Para cada finalidade que a


Administração pretende alcançar existe um ato definido em lei”.

d) Imperatividade: os atos administrativos são obrigatórios,


imperativos, devendo ser obedecidos pelo administrado ainda que de
forma contrária aos seus interesses ou sua concordância.

ATENÇÃO!!! O PROFESSOR CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE


MELLO CHAMA ESSE ATRIBUTO DE PODER EXTROVERSO DO
ESTADO.

4 – Discricionariedade x Vinculação: ato vinculado é aquele editado em


decorrência do poder vinculado que detém a Administração, ou seja,
quando a lei determina a única forma possível de atuação para a
Administração, não lhe concedendo nenhum grau de liberdade para
manifestação de sua vontade. Ato discricionário, ao contrário, é aquele
editado em decorrência do poder discricionário que detém a Administração,
ou seja, quando a lei permite certo grau de liberdade para que a
Administração decida se deve agir desta ou de outra forma, bem como
decida o momento mais apropriado para agir.

Vamos sintetizar tudo?

1. Presunção de legitimidade diz respeito à conformidade do ato com


a lei, já a presunção de veracidade diz respeito aos fatos;

2. Autoexecutoriedade é o atributo pelo qual o ato administrativo


pode ser posto em execução pela própria Administração Pública, sem
necessidade de intervenção do Poder Judiciário;

3. Autoexecutoriedade (exigibilidade e executoriedade): exigibilidade –


meios indiretos, executoriedade – meios diretos;

4. Tipicidade é o atributo pelo qual o ato administrativo deve


corresponder a figuras definidas previamente pela lei como aptas a
produzir determinados resultados. Para cada finalidade que a
Administração pretende alcançar existe um ato definido em lei;

5. Imperatividade é o atributo pelo qual os atos administrativos se


impõem a terceiros, independentemente de sua concordância.

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O edital expressamente não fala em espécies de Atos


Administrativos mas resolvi colocar na nossa aula para vocês
diferenciarem da classificação dos atos administrativo.

Espécies de ato administrativo:

1. Atos normativos: são aqueles que contem comandos, em regra, gerais


e abstratos para viabilizar o cumprimento da lei. Para alguns autores, tais
atos seriam leis em sentido material. Ex. decretos, deliberações

2. Atos ordinatórios: são manifestações internas da Administração


decorrentes do poder hierárquico disciplinando o funcionamento de órgãos e
a conduta de agentes públicos. Assim, não podem disciplinar o
comportamento de particulares por constituírem determinações internas.
Ex. instruções e portarias.

3. Atos negociais: manifestam a vontade da Administração em


concordância com o interesse de particulares. Ex. concessões, licenças.

4. Atos enunciativos: também chamados atos de pronúncia, certificam ou


atestam uma situação existente, não contendo manifestação de vontade da
Administração Pública. Ex. certidões, pareceres, atestados.

5. Atos punitivos: aplicam sanções a particulares ou servidores que


pratiquem condutas irregulares. Ex. multas e interdições de
estabelecimento.

...pois saiba que Deus quer te


surpreender, Ele pode falar
com você e mudar totalmente
o seu destino.

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Vamos resumir e exemplificar?

Atos Normativos: comandos gerais Ex. decretos e regulamentos,


e abstratos para aplicação da lei instruções normativas, regimentos,
resoluções, deliberações

Atos Ordinatórios: disciplinam Ex. instruções, circulares, avisos,


órgãos e agentes públicos portarias, ordens de serviço, ofícios,
despachos

Atos negociais: vontade da Ex. licença, autorização, permissão,


Administração em concordância com aprovação, admissão, visto,
particulares homologação, dispensa, renúncia,
protocolo administrativo.

Atos enunciativos: certificam ou Ex. certidões, atestados, pareceres


atestam uma situação existente técnicos, pareceres normativos,
apostilas

Atos punitivos: aplicam sanções a Ex. multa, interdição de atividade,


agentes e particulares destruição de coisas

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Vamos conceituar cada um deles?

ATOS NORMATIVOS

São atos administrativos, em regra,


Decretos e regulamentos: gerais e abstratos, privativos do
Chefe do Poder Executivo e
expedidos para dar fiel execução à
lei.

São atos normativos de competência


Instruções normativas: dos Ministros praticados para
viabilizar a execução de leis e outros
atos normativos.

São atos administrativos inferiores


aos decretos e regulamentos,
expedidos por Ministros de Estado,
Resoluções: presidentes de tribunais, de casas
legislativas e de órgãos colegiados,
versando sobre matérias de
interesse interno dos respectivos
órgãos.

Deliberações: São atos normativos ou decisórios


de órgãos colegiados.

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ATOS ORDINATÓRIOS

Expedidas pelo superior hierárquico


Instruções: e destinadas aos seus subordinados,
são ordens escritas e gerais para
disciplina e execução de
determinado serviço público.

Constituem atos escritos de


disciplina de determinado serviço
Circulares: público voltados a servidores que
desempenham tarefas em situações
especiais. Diferem das instruções
porque não são gerais.

Atos exclusivos de Ministros de


Avisos: Estado para regramento de temas
da competência interna do
Ministério.

Atos internos que iniciam


sindicâncias, processos
administrativos ou promovem
Portarias: designações de servidores para
cargos secundários. São expedidas
por chefes de órgãos e repartições
públicas. As portarias nunca podem
ser baixadas pelos Chefes do
Executivo.

São determinações específicas


Ordens de serviço: dirigidas a servidores subordinados
ou particulares sobre assuntos
administrativos ou de ordem social.

São convites ou comunicações


Ofícios: escritas dirigidas a servidores
subordinados ou particulares sobre
assuntos administrativos ou de
ordem social.

São decisões de autoridades

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Despachos: públicas manifestadas por escrito


em documentos ou processos sob
sua responsabilidade.

ATOS NEGOCIAIS

Ato administrativo unilateral,


declaratório e vinculado que libera,
a todos que preencham os requisitos
legais, o desempenho de atividades
Licença: em princípio vedadas pela lei. Trata-
se de manifestação do poder de
polícia administrativo desbloqueando
atividades cujo exercício depende de
autorização da Administração, como
acontece na licença para construir.

Ato unilateral, discricionário,


constitutivo e precário expedido
Autorização: para a realização de serviços ou a
utilização de bens públicos no
interesse predominante do
particular, como o porte de arma.

Ato unilateral, discricionário e


Permissão: precário que faculta o exercício de
serviços de interesse coletivo ou a
utilização de bem público.

Ato administrativo unilateral e


discricionário que realiza a
Aprovação: verificação prévia ou posterior da
legalidade e do mérito de outro ato
como condição para a sua produção
de efeitos.

Admissão: Ato administrativo unilateral e


vinculado que faculta, a todos que
preencherem os requisitos legais, o
ingresso em repartições
governamentais ou defere certas
condições subjetivas, como a
admissão de usuário em biblioteca

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pública.

Visto: Constitui ato vinculado expedido


para controlar a legitimidade formal
de outro ato particular ou agente
público.

É ato administrativo unilateral e


Homologação: vinculado de exame de legalidade e
conveniência de outro ato de agente
público ou particular.

Dispensa: É ato administrativo discricionário


que exime o particular do
desempenho de certa tarefa.

É ato unilateral, discricionário,


Renúncia: abdicativo e irreversível pelo qual a
Administração Pública abre mão de
crédito ou direito próprio em favor
do particular.

É a manifestação administrativa em
conjunto com o particular versando
Protocolo administrativo: sobre a realização de tarefa ou
abstenção de certo comportamento
em favor dos interesses da
Administração e do particular,
simultaneamente.

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ATOS ENUNCIATIVOS

São cópias autenticadas de atos ou


Certidões: fatos permanentes de interesse do
requerente constantes de arquivos
públicos.

Atestados: São atos que comprovam fatos ou


situações transitórias que não
constem de arquivos públicos.

Manifestações expedidas por órgãos


Pareceres técnicos: técnicos especializados referentes a
assuntos submetidos a sua
apreciação.

São pareceres que se transformam


Pareceres normativos: em norma obrigatória quando
aprovados pela repartição
competente.

Equiparam-se a uma averbação


Apostilas: realizada pela Administração
declarando um direito reconhecido
pela norma legal.

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ATOS PUNITIVOS

Constitui punição pecuniária imposta


Multa: a quem descumpre disposições
legais ou determinações
administrativas.

Interdição de atividade: É a proibição administrativa do


exercício de determinada atividade.

É o ato sumário de inutilização de


Destruição de coisas: bens particulares impróprios para
consumo ou de comercialização
proibida.

Classificação dos atos administrativos:

1 – Quanto ao conteúdo:

a) concretos: são atos produzidos visando a um único caso, específico,


e nele se encerram, ex. nomeação ou concessão de férias a um servidor;
b) abstratos: chamados também de normativos, são os que,
disciplinando determinada matéria de modo geral e abstrato, atingem um
número indefinido de pessoas, e que podem continuar sendo aplicados
inúmeras vezes, ex. regulamentos.

2 – Quanto à formação de vontade:

a) ato simples: nasce da manifestação de vontade de apenas um órgão,


seja ele unipessoal (formado só por uma pessoa) ou colegiado (composto
de várias pessoas). É simples o ato que altera o horário de atendimento da
repartição pública, emitido por uma única pessoa, bem assim a decisão
administrativa do Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda,
órgão colegiado, que expressa uma vontade única. Outro exemplo de ato
colegiado encontramos no caso da direção das Agências Reguladoras, nos
termos do art. 4º, Lei nº 9.986/2000;

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b) ato complexo: para que seja formado, necessita da manifestação de


vontade de dois ou mais órgãos diferentes, sem hierarquia entre eles,
de tal forma que cada um, de forma independente, não pode produzir
validamente tal ato: enquanto todos os órgãos competentes não se
manifestarem, o ato não estará perfeito, não podendo criar direitos ou
atribuir deveres. Assim, tem-se a união de várias vontades que se juntam
para formar apenas uma. Por fim, veja que não é possível impugnar o
ato antes de completo seu ciclo de formação, ou seja, antes de todas
as partes terem manifestado suas vontades, pois que antes disso ele
inexiste. Acrescente-se, ainda, o caso da concessão inicial de aposentadoria
ou pensão: nas palavras do ilustre relator no MS 24.742, Ministro Marco
Aurélio, o ato de concessão inicial de aposentadoria “mostra-se complexo,
com o implemento da aposentadoria pelo órgão de origem, a fim de não
haver quebra de continuidade da satisfação do que percebido pelo servidor,
seguindo à homologação pelo Tribunal de Contas da União”. Bem por isso –
ser o ato complexo –, “não se tem o envolvimento de litigantes, razão pela
qual é inadequado falar-se em contraditório para, uma vez observado este,
vir o Tribunal de Contas da União a indeferir a homologação”;

Súmula Vinculante 3 - Nos processos perante o Tribunal de Contas da


União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão
puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o
interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão
inicial de aposentadoria, reforma e pensão.

c) ato composto: é aquele que nasce da vontade de apenas um órgão.


Porém, para que produza efeitos, depende da aprovação de outro
ato, que o homologa. Repita-se: a vontade é de apenas um órgão, o
segundo apenas o confere, dando-lhe exeqüibilidade. Diz-se, então, que um
é instrumental em relação ao outro, pois há, aqui, dois atos, um principal e
outro acessório. Exemplifique-se com a dispensa de licitação, que depende
de homologação pela autoridade competente. Tendo em vista que se torna
difícil distinguir esse tipo de ato do procedimento, alguns autores negam
sua existência. Aqui, há dois atos, um principal, outro secundário. No
procedimento, há um principal e vários secundários. Em qualquer dos
casos, estando viciado um dos acessórios, inválido será o principal.

3 – Quanto aos destinatários

a) individuais: são aqueles que têm destinatários certos, nominados,


como no caso da nomeação de servidores, ou delegação de atribuições a
um subordinado. Pode ser para apenas uma pessoa (singular), como na
desapropriação, ou para várias (plural), como na nomeação de vários

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servidores no mesmo ato. O importante é que se sabe exatamente a quem


se dirige o ato;
b) gerais: os destinatários são muitos, inominados, mas unidos por
uma característica em comum, que os faz destinatários do mesmo ato
abstrato. Para produzirem seus efeitos, já que externos, devem ser
publicados. É geral o ato que fixa novo horário de atendimento ao público
pela repartição, que afeta a todos os usuários daquele órgão, bem assim os
decretos regulamentares, instruções normativas etc.

4 – Quanto aos efeitos

a) constitutivo: gera uma nova situação jurídica aos destinatários.


Pode ser outorgando um novo direito, como permissão de uso de bem
público, ou impondo uma obrigação, como cumprir um período de
suspensão;
b) declaratório: simplesmente afirma ou declara uma situação já
existente, seja de fato ou de direito. Não cria, transfere ou extingue a
situação existente, apenas a reconhece. Também é dito enunciativo. É o
caso da expedição de uma certidão de tempo de serviço, ou de um parecer;
c) modificativo: altera a situação já existente, sem que seja extinta, não
retirando direitos ou obrigações. A alteração do horário de atendimento da
repartição é exemplo de ato modificativo;
d) extintivo: pode também ser chamado desconstitutivo, que é o ato
que põe termo a um direito ou dever existentes. Cite-se a demissão do
servidor público;
e) enunciativo: é aquele pelo qual a Administração apenas atesta ou
reconhece determinada situação de fato ou de direito. Ex. certidões,
atestados, informações, pareceres, vistos, apostilas.

5 – Quanto à abrangência dos efeitos

a) internos: destinados a produzir seus efeitos no âmbito interno da


Administração Pública, não atingindo terceiros, como os pareceres (atos
enunciativos) e circulares. Ademais, os atos administrativos praticados
pela Administração Pública com a finalidade de disciplinar seu
funcionamento interno e a conduta de seus agentes são denominados atos
ordinatórios, como avisos e portarias;
b) externos: tem como destinatárias pessoas além da Administração
Pública, e, portanto, necessitam de publicidade para que produzam
adequadamente seus efeitos. São exemplos a fixação do horário de
atendimento e a ocupação de bem privado pela Administração Pública.

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6 – Quanto ao grau de liberdade para produzir

a) vinculado: a lei estabelece todos os contornos do ato, como deve


ser feito, quando, por quem etc, não deixando ao agente qualquer grau
de liberdade. Cumpridos todos os requisitos legais, a Administração
Pública não pode deixar de conceder a aposentadoria a quem de direito, ou
a licença para construir;
b) discricionário: a lei também estabelece uma série de regras para a
prática de um ato, mas deixa certo grau de liberdade à autoridade, que
poderá optar por um entre vários caminhos igualmente válidos. Há
uma avaliação subjetiva prévia à edição do ato, como os que permitem o
uso de bem público, permitindo a instalação de uma banca de revistas na
calçada. Segundo o STF, “a autoridade administrativa está autorizada
a praticar atos discricionários apenas quando norma jurídica válida
expressamente a ela atribuir essa livre atuação”.

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ATO VINCULADO ATO DISCRICIONÁRIO


(# ato arbitrário)

Não há liberdade para o Há liberdade para o administrador


administrador

Não há oportunidade e conveniência Há oportunidade e conveniência

Pode ser anulado, mas não pode Pode ser anulado e revogado
ser revogado

Há controle do Poder Judiciário Há controle do Poder Judiciário,


exceto quanto ao mérito

Ex. aposentadoria compulsória, Ex. autorização


licença, admissão

7 – Quanto à validade

a) válido: é o que atende a todos os requisitos legais: competência,


finalidade, forma, motivo e objeto. Pode estar perfeito, pronto para
produzir seus efeitos ou estar pendente de evento futuro;
b) nulo: é o que nasce com vício insanável, ou seja, um defeito que não
pode ser corrigido. Não produz qualquer efeito entre as partes. No entanto,
em face dos atributos dos atos administrativos, ele deve ser observado até
que haja decisão, seja administrativa, seja judicial, declarando sua
nulidade, que terá efeito retroativo, “ex tunc”, entre as partes. Por outro
lado, deverão ser respeitados os direitos de terceiros de boa-fé que tenham
sido atingidos pelo ato nulo. Cite-se a nomeação de um candidato que não
tenha nível superior para um cargo que o exija. A partir do reconhecimento
do erro, o ato é anulado desde sua origem. Porém, as ações legais
eventualmente praticadas por ele durante o período em que atuou
permanecerão válidas;
c) anulável: é o ato que contém defeitos, porém, que podem ser
sanados, convalidados. Ressalte-se que, se mantido o defeito, o ato será
nulo; se corrigido, poderá ser “salvo” e passar a válido. Atente-se que nem
todos os defeitos são sanáveis, mas sim aqueles expressamente
previstos em lei e analisados no item seguinte.

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d) inexistente: é aquele que apenas aparenta ser um ato


administrativo, manifestação de vontade da Administração Pública. São
produzidos por alguém que se faz passar por agente público, sem sê-lo, ou
que contém um objeto juridicamente impossível. Exemplo do primeiro caso
é a multa emitida por falso policial; do segundo, a ordem para matar
alguém.

8 – Quanto à exeqüibilidade

a) perfeito: é aquele que completou seu processo de formação,


estando apto a produzir seus efeitos. Perfeição não se confunde com
validade. Esta é a adequação do ato à lei; a perfeição refere-se às etapas
de sua formação.
b) imperfeito: não completou seu processo de formação, portanto,
não está apto a produzir seus efeitos, faltando, por exemplo, a
homologação, publicação, ou outro requisito apontado pela lei.
c) pendente: para produzir seus efeitos, sujeita-se a condição ou
termo, mas já completou seu ciclo de formação, estando apenas
aguardando o implemento desse acessório, por isso não se confunde com o
imperfeito. Condição é evento futuro e incerto, como o casamento.
Termo é evento futuro e certo, como uma data específica.
d) consumado: é o ato que já produziu todos os seus efeitos, nada
mais havendo para realizar. Exemplifique-se com a exoneração ou a
concessão de licença para doar sangue.
- Perfeição: refere-se ao processo de formação do ato, que foi todo
cumprido;
- Validade: refere-se à conformidade do ato com a lei;
- Eficácia: é a capacidade do ato para produzir seus efeitos;
- Exeqüibilidade: é a capacidade do ato para produzir seus efeitos
imediatamente.

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Então, um ato adequadamente produzido, sem pender de condição ou


termo, é perfeito, válido, eficaz e exeqüível. Se produzido num mês, para
valer a partir do mês seguinte, não será ainda exeqüível.
9 – Quanto às prerrogativas:
a) ato de império: é aquele praticado pela Administração com todas as
prerrogativas e privilégios de autoridade e impostos unilateral e
coercitivamente ao particular independentemente de autorização judicial;
b) ato de gestão: é aquele praticado pela Administração em situação de
igualdade com os particulares, para a conservação e desenvolvimento do
patrimônio público e para a gestão de seus serviços.

Convalidação do Ato Administrativo

A publicidade NÃO convalida o ato administrativo. Convalidar é tornar


válido, é efetuar correções no ato administrativo, de forma que ele fique
perfeito, atendendo a todas as exigências legais. Convalidação/saneamento
é o ato administrativo pelo qual é suprido o vício existente em um ato
ilegal, com efeitos retroativos à data em que este foi praticado.

Como regra geral, os atos eivados de algum defeito devem ser anulados. A
exceção é que haja convalidação, como positivado na Lei nº 9.784/99,
sobre o processo administrativo federal:

Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão


ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que
apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela
própria Administração.

Essa é a possibilidade de convalidação expressa, desde que não acarrete


lesão ao interesse público ou prejuízo a terceiros. Assim, nos termos do art.
54 da mesma Lei, eventual ato administrativo viciado, de que decorram
efeitos favoráveis para os destinatários, que não seja anulado no prazo
decadencial de cinco anos, contados da data em que foram praticados,
estará convalidado tacitamente, não podendo mais ser alterado, salvo
comprovada má-fé.

Quais são os requisitos pra convalidar?

1 – não acarretar lesão ao interesse público;

2 – não haver prejuízo a terceiros;

3 – ato com defeito sanável

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Quem convalida?

Ela é feita, em regra, pela Administração, mas eventualmente poderá ser


feita pelo administrado, quando a edição do ato dependia da manifestação
de sua vontade e a exigência não foi observada. Este pode emiti-la
posteriormente convalidando o ato.

Quais são os efeitos?

Ex tunc, retroage.

Quais elementos do ato podem ser convalidados?

A finalidade, o motivo e o objeto nunca podem ser convalidados.


A forma pode ser convalidada, desde que não seja fundamental à validade
do ato. Se a lei estabelecia uma forma determinada, não há como tal
elemento ser convalidado.
Com relação à competência, é possível a convalidação dos atos que não
sejam exclusivos de uma autoridade, quando não pode haver delegação ou
avocação. Assim, desde que não se trate de matéria exclusiva, pode o
superior ratificar o ato praticado por subordinado incompetente.
Se o ato não for convalidado, o que acontecerá com ele?
Será anulado!
Convalidação # Conversão.

A conversão é o aproveitamento de ato defeituoso como ato válido de outra


categoria. Ex. contrato de concessão outorgado mediante licitação em
modalidade diversa da concorrência convertido em permissão de serviço
público. O ato de conversão é constitutivo, discricionário e com eficácia ex
tunc.

Extinção do Ato Administrativo

a) Anulação: Ocorre nos casos em que existe ilegalidade no ato


administrativo e, por isso, pode ser feita pela própria Administração
(controle interno) ou pelo Poder Judiciário;

b) Revogação: Retira do mundo jurídico atos válidos, legítimos,


perfeitos, mas que se tornaram inconvenientes, inoportunos,
desnecessários;

c) Cassação: É uma sanção para aquele particular que deixou de


cumprir as condições para manutenção de um determinado ato;

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d) Caducidade: É a retirada do ato em virtude da publicação de uma


lei, posterior à edição do ato administrativo, que torna inadmissível a
situação antes permitida por aquele ato;

e) Contraposição: É a extinção do ato administrativo em função da


edição de outro ato administrativo com efeito contrário ao primeiro;
f) Renúncia: Ocorre quando o seu próprio beneficiário a ele renuncia,
abrindo mão do mesmo.

Súmula 346, STF: “A Administração Pública pode declarar a nulidade de


seus próprios atos”

Súmula 473, STF: “A Administração pode anular seus próprios atos,


quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se
originam direitos, ou revogá-los, por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em todos os
casos, a apreciação judicial”.

ANULAÇÃO REVOGAÇÃO

Quando anula? Quando o ato for Quando revoga? Quando o ato for
ilegal legal, mas inoportuno e
inconveniente

Quem anula? A própria Quem revoga? A própria


Administração (Poder de Autotutela; Administração (Poder de Autotutela;
Súmula 473, STF; Súmula 473, STF;
independentemente de provocação) independentemente de provocação).
e o Poder Judiciário (desde que Judiciário revoga apenas os seus
provocado) próprios atos na sua função atípica
de administrar, ele não pode
revogar atos dos outros Poderes.

Efeitos? Ex tunc (retroage) Efeitos? Ex nunc (não retroage)

Tem prazo? 05 anos decadencial, a Tem prazo? Não há prazo


contar da data em que o ato foi temporal, porém alguns atos não
praticado (art. 54, Lei nº 9784/99): admitem revogação, são eles:

1. Os atos vinculados porque


Art. 54. O direito da Administração neles não há oportunidade e

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de anular os atos administrativos de conveniência;


que decorram efeitos favoráveis
para os destinatários decai em 2. Os atos que já exauriram
cinco anos, contados da data em os seus efeitos; como a
que foram praticados, salvo revogação não retroage (ex
comprovada má-fé. nunc), as apenas impede que
o ato continue a produzir
§ 1o No caso de efeitos efeitos, se o ato já exauriu,
patrimoniais contínuos, o prazo não há mais que falar em
de decadência contar-se-á da revogação;
percepção do primeiro
pagamento. 3. A revogação não pode ser
feita quando já se exauriu a
competência relativamente
ao objeto do ato, ou seja,
quando a autoridade que
praticou o ato deixou de ser
competente para revogá-lo;

4. A revogação não pode atingir


meros atos administrativos
(ex. certidões, atestados,
votos) porque os efeitos deles
decorrentes são estabelecidos
pela lei;

5. Não podem ser revogados


atos que integram um
procedimento, pois a cada
novo ocorre a preclusão com
relação ao ato anterior;

6. Não podem ser revogados os


atos que geram direitos
adquiridos, conforme está
expresso na Súmula nº 473,
STF.

Lembre-se: O Judiciário não pode apreciar de ofício a nulidade do


ato administrativo.

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Vamos revisar? Vejam meu vídeo sobre o assunto:

http://profapatriciacarla.com.br/atos-administrativos-invalidacao/

Vamos sintetizar tudo?

1. Um ato é nulo quando afronta a lei, quando foi produzido com


alguma ilegalidade;

2. Pode ser declarada pela própria Administração Pública, no


exercício de sua autotutela, ou pelo Judiciário;

3. A anulação do ato administrativo gera efeitos ex tunc;

4. Revogação é a forma de desfazer um ato válido, legítimo, mas


que não é mais conveniente, útil ou oportuno;

5. A revogação só pode ser feita pela própria Administração, não


cabendo ao Judiciário fazê-lo, exceto no exercício de sua atividade
secundária administrativa, ou seja, só pode revogar seus próprios
atos administrativos;

6. Os efeitos da revogação são ex nunc

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Poderes da Administração Pública

Dentre as prerrogativas da Administração Pública estão os Poderes


Administrativos, elementos indispensáveis para a persecução do
interesse público.

Os poderes administrativos são instrumentos de trabalho com os


quais os órgãos e entidades administrativas desenvolvem as suas
tarefas e cumprem os seus deveres funcionais. Por isso mesmo, são
chamados poderes instrumentais, consentâneos e proporcionais aos
encargos que lhe são conferidos.

Para evitar maiores problemas, não podem ser confundidos Poderes


da Administração ou Administrativo com Poderes do Estado. Estes
são elementos orgânicos ou organizacionais que exercem, cada qual,
uma função precípua, conforme a tripartição constitucional já
ensinada por Monstesquieu, dividindo-se em Poder Executivo, Poder
Legislativo e Poder Judiciário. Muito diferentes daqueles, que são as
prerrogativas, instrumentos, mecanismos para a realização do bem
coletivo.

Em razão do princípio da indisponibilidade do interesse


público, os poderes da Administração são irrenunciáveis, ou
seja, não estão sob a livre disposição do administrador.

A vedação para a renúncia total ou parcial de poderes está prevista


expressamente no inciso II, do art. 2º, da Lei nº 9.784/99.

O exercício dos poderes administrativos está condicionado aos limites


legais, inclusive quanto às regras de competência, devendo o agente
público ser responsabilizado pelos abusos, sejam eles decorrentes
das condutas comissivas ou omissivas.

Esses poderes só existirão validamente se exercidos na extensão e


intensidade proporcionais ao exigido pela lei para o cumprimento do
fim comum. Todo excesso, sem qualquer sentido, é extravasamento
da configuração jurídica, caracterizando abuso, uso além do
permitido, e, como tal, comportamento inválido que a Administração
e o Judiciário devem fulminar.

Os poderes da Administração são os seguintes:

1. Poder vinculado;
2. Poder discricionário;

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3. Poder regulamentar;
4. Poder hierárquico;
5. Poder disciplinar;
6. Poder de polícia

A seguir, vamos estudar cada um dos Poderes da Administração:

Poder Vinculado & Poder Discricionário

Quanto ao grau de liberdade os poderes podem ser classificados em


vinculado e discricionário. Entretanto, essa forma de classificar não
representa entendimento unânime. É reconhecido que no Estado de
Direito inexiste um poder que seja absolutamente vinculado ou
absolutamente discricionário, mas que na verdade em qualquer deles
o que se verifica são atos administrativos com competências
vinculadas ou discricionárias, portanto, não sendo essa uma
classificação do Poder, mas sim do ato administrativo em seu
exercício.

Coadunam-se com essa orientação, as palavras de Celso Antônio


Bandeira de Mello que diz: “Em rigor, no Estado de Direito inexiste
um poder, propriamente dito, que seja discricionário fruível pela
Administração Pública. Há, isto sim, atos em que a Administração
Pública pode manifestar competência discricionária e atos a respeito
dos quais a atuação administrativa é totalmente vinculada. Poder
discricionário abrangendo toda uma classe ou ramo de atuação
administrativa é coisa que não existe”.

No mesmo sentido, Maria Sylvia Zanella Di Pietro ensina que


“Poderes Vinculado e Discricionário não existem como poderes
autônomos; a discricionariedade e a vinculação são, quando muito,
atributos de outros poderes ou competências da Administração.”

Já para a outra parte dos doutrinadores que reconhece a


possibilidade dessa dicotomia, como Helly Lopes Meirelles, o Poder
Vinculado ou regrado é conceituado como aquele que estabelece um
único comportamento possível a ser tomado pelo administrador
diante de casos concretos, sem nenhuma liberdade, para um juízo de
conveniência e oportunidade.

Assim, Poder Vinculado (ex. aposentadoria compulsória do servidor


aos 70 anos de idade) é aquele em que o administrador não tem
liberdade de escolha; não há espaço para a realização de um juízo de
valor, e, por conseguinte, não há análise de conveniência e
oportunidade. Preenchidos os requisitos legais, o administrador é
obrigado a praticar o ato.

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No Poder Discricionário (ex. licença do servidor para tratar de


assuntos particulares), o administrador também está subordinado à
lei, diferenciando-se do Vinculado, porque o agente tem liberdade
para atuar de acordo com um juízo de conveniência e oportunidade,
de tal forma que, havendo duas alternativas, o administrador poderá
optar por uma delas, escolhendo a que, em seu entendimento,
preserve melhor o interesse público.

É relevante ressaltar que a discricionariedade é diferente da


arbitrariedade. Discricionariedade é a liberdade para atuar, para agir
dentro dos limites da lei, enquanto a arbitrariedade é a atuação do
administrador ale (fora) dos limites da lei. Ato arbitrário é ilegal,
ilegítimo e inválido, devendo ser retirado do ordenamento jurídico.

Poder Regulamentar

É o poder conferido ao chefe do Poder Executivo para a edição de


normas complementares à lei, permitindo a sua fiel execução. O
poder regulamentar serve para garantir o princípio da segurança
jurídica, vez que, sem o regulamento, o administrado não teria
segurança quanto à correção dos seus atos. Assim, quando a
Administração edita regulamento determinando quais são os
contribuintes abrangidos por determinado benefício fiscal concedido
pela lei, na verdade a Administração está apenas interpretando o
texto legal.

Há 02 tipos de regulamento:

Regulamento executivo: Permite a fiel execução da lei,


contendo normas para a sua fiel execução, conforme previsão do art.
84, IV, CF. Esse regulamento não pode inovar na ordem jurídica,
criando direitos, obrigações, proibições, em razão do princípio da
legalidade pelo qual ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer
alguma coisa, senão em virtude de lei (art. 5º, II, CF).

Regulamento autônomo: Também denominado independente, tem


o poder de inovar a ordem jurídica, estabelecendo normas sobre
matérias não disciplinadas em lei, não contemplando nem
desenvolvendo nenhuma lei anterior. Foi introduzido na Carta Magna
pela EC nº 32/2001, que deu nova redação ao art. 84, VI. O
regulamento autônomo só é possível nas seguintes hipóteses:

a) Organização e funcionamento da administração federal,


quando não implicar aumento de despesa nem criação ou
extinção de órgãos públicos;

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b) Extinção de funções ou cargos públicos quando vagos.


Cuidado! Veja que aqui é extinção de CARGO! Já vi cair em
prova extinção de ÓRGÃO, o que está errado.

A competência regulamentar é privativa dos Chefes do Executivo e,


em princípio, indelegável. Tal privatividade, enunciada no art. 84,
caput, da CF/88, é coerente com a regra prevista no art. 13, I, da Lei
nº 9784/99, segundo a qual não pode ser objeto de delegação a
edição de atos de caráter normativo.
Entretanto, o parágrafo único do art. 84, CF/88 prevê a possibilidade
de o Presidente da República delegar aos Ministros de Estado, ao
Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União a
competência para dispor, mediante decreto, sobre: a) organização e
funcionamento da administração federal, quando não implicar
aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; e
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos.
Deve-se considerar as hipóteses do art. 84, parágrafo único, da CF,
como os únicos casos admitidos de delegação de competência
regulamentar.

Poder Hierárquico & Poder Disciplinar

O Poder Disciplinar, que decorre do poder hierárquico, permite à


Administração Pública punir a prática de infrações funcionais e de
todos que estiverem sujeitos à disciplina dos órgãos e serviços da
Administração, como é o caso daqueles que com ela contratam.

Assim, trata-se de poder interno, não permanente e discricionário.


Interno porque somente pode ser exercido sobre agentes públicos,
nunca em relação a particulares. É não permanente à medida que é
aplicável apenas se e quando o servidor cometer falta funcional. É
discricionário porque a Administração pode escolher, com alguma
margem de liberdade, qual a punição mais apropriada a ser aplicada
ao agente público.

Importante frisar que, constatada a infração, a Administração é


obrigada a punir seu agente. É um dever vinculado. Mas a escolha da
punição é discricionária. Assim, o poder disciplinar é vinculado quanto
ao dever de punir e discricionário quanto à seleção da pena aplicável.

O art. 127 da Lei nº 8112/90 prevê seis penalidades diferentes para


faltas funcionais cometidas por servidores públicos federais:

1 – advertência;
2 – suspensão;
3 – demissão;
4 – cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
5 – destituição de cargo em comissão;
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6 – destituição de função comissionada.

A aplicação de qualquer penalidade exige a garantia do contraditório


e da ampla defesa, sob pena de nulidade da punição.

O poder hierárquico é conferido ao administrador a fim de distribuir


e escalonar as funções dos seus órgãos, ordenar e rever a atuação de
seus agentes, estabelecendo uma relação de hierarquia, de
subordinação.

É um poder interno e permanente exercido pelos chefes de repartição


sobre seus agentes subordinados e pela administração central em
relação aos órgãos públicos consistente nas atribuições de comando,
chefia e direção dentro da estrutura administrativa.

Assim como o disciplinar, o poder hierárquico é interno à medida que


não se aplica a particulares. Mas, ao contrário daquele, o poder
hierárquico é exercido permanentemente, e não em caráter
episódico, como ocorre com o poder disciplinar.

Importante destacar que não existe hierarquia entre a Administração


Direta e as entidades componentes da Administração Indireta. A
autonomia característica das autarquias, fundações públicas e
empresas governamentais repele qualquer subordinação de tais
entidades perante a Administração Central. O poder hierárquico
também é exercido sobre órgãos consultivos.

A Lei nº 9784/99 prevê dois institutos relacionados com o poder


hierárquico: a delegação e a avocação de competências. São
institutos com sentido opostos, pois a delegação distribui
temporariamente a competência representando um movimento
centrífugo, enquanto a avocação concentra a competência de maneira
centrípeta.

Poder hierárquico atinge apenas aqueles que estão dentro da


estrutura administrativa, ex. servidores públicos. Já o Poder
Disciplinar atinge não apenas os servidores como também
aqueles que estão ligados indiretamente ao Poder Público, com
um vínculo contratual, por exemplo.

A supervisão ministerial, ou controle ministerial, é o poder exercido


pelos Ministérios Federais, e pelas Secretarias Estaduais e Municipais,
sobre órgãos e entidades pertencentes à Administração Pública
Indireta. Como as entidades descentralizadas são dotadas de
autonomia, inexiste subordinação hierárquica exercida pela
Administração Direta sobre tais pessoas autônomas. Assim, os órgãos
da Administração central desempenham somente um controle
finalístico sobre a atuação de autarquias, fundações públicas e
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demais entidades descentralizadas. Tal controle é a supervisão


ministerial que, ao contrário da subordinação hierárquica, não
envolve a possibilidade de revisão dos atos praticados pela entidade
controlada, mas restringe-se a fiscalizar o cumprimento da lei, por
parte das pessoas pertencentes à Administração Pública Indireta.

É sobre esse poder que dispõe o art. 19 do Decreto-Lei nº 200/67:


“Todo e qualquer órgão da Administração Federal, direta ou indireta,
está sujeita à supervisão do Ministério de Estado competente,
excetuados unicamente os órgãos mencionados no art. 32, que estão
submetidos à supervisão direta do Presidente da República”.

A supervisão ministerial existente na Administração Indireta opõe-se


ao poder hierárquico característico da Administração direta.

Diante da autonomia das entidades descentralizadas, as decisões por


elas expedidas, em princípio, não se sujeitam a recurso hierárquico
dirigido ao Ministro de Estado da respectiva pasta. Porém, há casos
excepcionais de expressa previsão legal de recurso contra decisão
das entidades descentralizadas endereçado à Administração direta. É
o chamado recurso hierárquico impróprio.

Poder de Polícia

De acordo com o art. 78, do Código Tributário Nacional, traz um


conceito legislativo de Poder de Polícia: “Considera-se poder de
polícia atividade da administração pública que, limitando ou
disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato
ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à
segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da
produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas
dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à
tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos
individuais ou coletivos.” E completa o parágrafo único do referido
dispositivo: “Considera-se regular o exercício do poder de polícia
quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei
aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de
atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de
poder”.

Assim, Poder de Polícia é a atividade da Administração Pública que se


expressa por meio de atos normativos ou concretos, com
fundamento na supremacia geral e, na forma da lei, de
condicionar a liberdade e a propriedade dos indivíduos mediante
ações fiscalizadoras, preventivas e repressivas, impondo aos
administrados comportamentos compatíveis com os interesses sociais
sedimentados no sistema normativo.
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O fundamento do poder de polícia está no princípio da


predominância do interesse público.

No exercício da polícia administrativa preventiva, encontram-se os


atos normativos, como regulamentos, portarias, que são disposições
genéricas e abstratas que delimitam a atividade e o interesse de
particular, em razão do interesse coletivo, ex. os atos que regulam o
uso de fogos de artifício ou proíbem soltar balões, os que disciplinem
o horário e condições de vendas de bebidas alcoólicas etc.

O poder de polícia também tem uma atividade fiscalizadora,


caracterizando atos que visam prevenir eventuais lesões aos
administrados, como a fiscalização de pesos e medidas; das
condições de higiene dos estabelecimentos; a vistoria de veículos
automotores etc.

Os atos do poder de polícia não podem ser delegados aos


particulares, sob pena de colocar em risco o equilíbrio social, salvo a
execução de atos materiais, a exemplo da fiscalização de normas de
trânsito por meio de radares eletrônicos.

Assim, pode-se concluir que o poder de polícia é atividade típica


que se funda na supremacia geral decorrente do poder
extroverso do Estado e autoriza que o seu titular possa atingir
esferas jurídicas individuais. Logicamente, tal tarefa não se coaduna
com o regime jurídico de direito privado, motivo por que se entende
vedada delegação da própria polícia a particular contratado ou a
pessoa privada integrante da Administração Indireta (sociedade de
economia mista e empresa pública).

O poder de polícia tem os seguintes atributos: coercibilidade,


autoexecutoriedade, discricionariedade.

Atributos do poder de polícia:

C A D
Coercibilidade Autoexecutoriedade Discricionariedade

Coercibilidade: torna o ato obrigatório independentemente da


vontade do administrado. Trata-se de aspecto indissociável da
autoexecutoriedade, é uma imposição coativa das medidas adotadas
pela Administração.

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Autoexecutoriedade: pode a Administração promover a execução


das medidas de polícia por si mesma, independentemente do poder
Judiciário. Para a doutrina, esse atributo pode ser subdividido em
exigibilidade e executoriedade. Aquela significa a possibilidade que
tem a Administração de tomar decisões executórias, dispensando a
análise preliminar do Poder Judiciário, sendo impostas ao particular
ainda que contrárias à sua vontade. São denominados meios indiretos
de coação, ex. aplicação de uma multa. A executoriedade, por sua
vez, representa, para o Poder Público, a possibilidade de realizar
diretamente as suas decisões, caracterizando uma forma de execução
forçada que independe de autorização do Poder Judiciário,
denominado meio direto de coerção. A título de exemplo, isso ocorre
por ocasião da dissolução de uma passeata tumultuosa e o
fechamento de uma fábrica que polui o meio ambiente.

A exigibilidade é a regra na atuação do poder de polícia. Contudo, a


executoriedade exige algumas peculiaridades, como a autorização
expressa em lei, ou ainda, o caráter urgente da medida como
condição inafastável para proteção do interesse público, evitando
sacrifícios para a coletividade, o que seria conseqüência inevitável se
tivesse que se submeter às delongas naturais do Judiciário. Também
se admite a executoriedade quando inexistir outra via de direito
capaz de assegurar a satisfação do interesse público que a
Administração está obrigada a defender, em cumprimento à medida
do poder de polícia, sendo vedada, em qualquer caso, a
arbitrariedade.

Ressalte-se que esses atributos não dispensam o cumprimento de


determinadas formalidades, tais como: o dever de notificar
previamente o administrado, de instaurar procedimento
administrativo com contraditório e ampla defesa, além de outras
exigências previstas em lei específica.

Discricionariedade: A compreensão clássica da doutrina brasileira


sobre a natureza jurídica do poder de polícia considera tratar-se de
competência discricionária. Nesse sentido, Helly afirma que o Poder
de Polícia é “a faculdade de que dispõe a Administração Pública”,
reforçando o caráter de permissão, de facultatividade, e não de
obrigação, que envolve o exercício dessa competência administrativa.

De fato, a análise da maioria das hipóteses de sua aplicação prática


indica discricionariedade no desempenho do poder de polícia.
Todavia, é preciso fazer referência a casos excepcionais em que
manifestações decorrentes do poder de polícia adquirem natureza
vinculada. O melhor exemplo é o da licença, ato administrativo
vinculado e tradicionalmente relacionado com o poder de polícia.
Sobre o tema, cabe trazer a lição de Celso Antônio Bandeira de Mello:
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“Em rigor, no Estado de Direito inexiste um poder, propriamente dito,


que seja discricionário fruível pela Administração Pública. Há, isto
sim, atos em que a Administração Pública pode manifestar
competência discricionária e atos a respeito dos quais a atuação
administrativa é totalmente vinculada. Poder discricionário
abrangendo toda uma classe ou ramo de atuação administrativa é
coisa que não existe, pode-se asseverar, isso sim, que a polícia
administrativa se expressa ora através de atos no exercício de
competência discricionária, ora através de atos vinculados”.

Outro atributo que alguns autores apontam para o poder de polícia é


o fato de ser uma atividade negativa, distinguindo-se, sob esse
aspecto, do serviço público, que seria uma atividade positiva. Neste,
a Administração Pública exerce, ela mesma, uma atividade material
que vai trazer um benefício, uma utilidade aos cidadãos: por
exemplo, ela executa os serviços de energia elétrica, de distribuição
de água e gás, de transporte etc; na atividade de polícia a
Administração apenas impede a prática, pelos particulares, de
determinados atos contrários ao interesse público; ela impõe limites à
conduta individual.

O critério é útil apenas na medida em que demonstra a diferença


entre poder de polícia e serviço público. Mas tem-se que levar em
conta que, ao se qualificar o serviço público como atividade positiva,
está-se considerando a posição da Administração: ela desenvolve
uma atividade que vai trazer um acréscimo aos indivíduos,
isoladamente ou em conjunto; no poder de polícia, o aspecto
negativo diz respeito ao particular frente à Administração: ele sofrerá
um limite em sua liberdade de atuação, imposto pela Administração.

Ensina Celso Antônio Bandeira de Mello que o poder de polícia é


atividade negativa no sentido de que sempre impõe uma abstenção
ao particular, uma obrigação de não fazer. Mesmo quando o poder de
polícia impõe, aparentemente, uma obrigação de fazer, como exibir
planta para licenciamento contra incêndio nos prédios, “o poder
público não quer estes atos. Quer, sim, evitar que as atividades ou
situações pretendidas pelos particulares sejam efetuadas de maneira
perigosa ou nociva, o que ocorreria se realizadas fora destas
condições”. Por outras palavras, mesmo quando se exige prática de
um ato pelo particular, o objetivo é sempre uma abstenção: evitar
um dano oriundo do mau exercício do direito individual.

Há que lembrar, porém, que alguns autores consideram como


inseridas no poder de polícia as obrigações de fazer impostas ao
proprietário, compelindo-o a usar o imóvel de acordo com a sua
função social. Nesse caso, não se pode falar que o objetivo do poder
de polícia seja uma abstenção, uma atividade negativa.

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Polícia Administrativa x Polícia Judiciária

No que tange à polícia administrativa, o seu grande objetivo é


impedir ou paralisar atividades antissociais, incidindo sobre bens,
direitos ou atividades dos particulares. Incide sobre o ilícito
puramente administrativo, sendo regida pelo Direito Administrativo.
Essa polícia pode ser fiscalizadora, preventiva ou repressiva, sendo
que, em nenhum caso, haverá aplicação de penalidade pelo Poder
Judiciário.

De outro turno, a polícia judiciária tem como foco a proteção da


ordem pública, com a devida responsabilização de seus violadores,
incidindo sobre pessoas. Trata-se de ilícito penal, sendo regida pela
legislação penal e processual penal, além das disposições
constitucionais pertinentes, tais como o art. 144, CF.

A polícia administrativa, ao contrário da judiciária, pode ser exercida


por diversos órgãos da Administração Pública Direta e Indireta de
direito público, incluindo, além da polícia militar, os órgãos de
fiscalização, além de outros, enquanto esta última é privativa das
corporações especializadas, como é o caso da polícia civil.

A polícia judiciária seria a atividade desenvolvida por organismos


especializados que compõe a polícia de segurança, a qual acumula
funções próprias da polícia administrativa com a função de reprimir a
atividade dos delinqüentes, mediante persecução criminal e captura
dos infratores da lei penal.

Poder de Polícia: sentido amplo x sentido estrito

1) Poder de polícia em sentido amplo: inclui qualquer limitação


estatal à liberdade e propriedade privadas, englobando
restrições legislativas e limitações administrativas. Assim, por
exemplo, as disposições do Estatuto da Cidade (Lei nº
10.257/2001), que condicionam o uso regular da propriedade
urbana ao cumprimento da sua função social, constituem poder
de polícia em sentido amplo;
2) Poder de polícia em sentido estrito: mais usado na
doutrina, o conceito de poder de polícia em sentido estrito inclui
somente as limitações administrativas à liberdade e
propriedade privadas, deixando de fora as restrições impostas
por dispositivos legais. Ex. vigilância sanitária e polícia de
trânsito. Basicamente, a noção estrita de poder de polícia
envolve atividades administrativas de fiscalização e
condicionamento da esfera privada de interesse, em favor da
coletividade.

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Prazo para o exercício do Poder de Polícia

A lei federal nº 9.873/99 fixou o prazo prescricional de 05 (cinco)


anos para a punição decorrente de polícia exercido pela
Administração Pública direta e indireta da União:

“Art. 1º. Prescreve em cinco anos a ação


punitiva da Administração Pública Federal, direta e
indireta, no exercício do poder de polícia,
objetivando apurar infração à legislação em vigor,
contados da data da prática do ato ou, no caso de
infração permanente ou continuada, do dia em que
tiver cessado”.

Assim, a Administração Pública conta com um prazo prescricional


de 05 anos para executar os seus atos de polícia.

É importante observar que na hipótese de o fato objeto da ação


punitiva da administração também constituir crime, serão aplicáveis
os prazos de prescrição previstos na lei penal (art. 1º, § 2º).

A mesma lei prevê, ainda, uma importante hipótese de prescrição


intercorrente (prescrição que ocorre no curso do processo, isto é,
mesmo depois de o processo já ter sido instaurado ou iniciado).
Trata-se da regra vazada no § 1º de seu art. 1º, nos termos da qual
“incide a prescrição no procedimento administrativo paralisado por
mais de três anos, pendente de julgamento ou despacho”. O processo
será arquivado, e será apurada a responsabilidade funcional
decorrente da paralisação, se for o caso.

A lei estabelece hipóteses de interrupção e de suspensão da


prescrição da ação punitiva. Conforme o seu art. 2º, interrompe-se a
prescrição da ação punitiva:

I – pela notificação ou citação do indiciado ou acusado, inclusive por


meio de edital;
II – por qualquer ato inequívoco, que importe apuração do fato;
III – pela decisão condenatória recorrível;
IV – por qualquer ato inequívoco que importe em manifestação
expressa de tentativa de solução conciliatória no âmbito interno da
administração pública federal.

Já a suspensão da prescrição está prevista em hipóteses bastante


específicas. Ela ocorrerá (art. 3º):

I – durante a vigência dos compromissos de cessação ou de


desempenho, assumidos perante o Conselho Administrativo de
Defesa Econômica (CADE), previstos na Lei nº 8884/94 (que, entre
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outras coisas, “dispõe sobre a prevenção e a repressão às infrações


contra a ordem econômica”);
II – durante a vigência do termo de compromisso firmado com a
Comissão de Valores Mobiliários (CVM), previsto na Lei nº
6.385/1976 (que “dispõe sobre o mercado de valores mobiliários e
cria a Comissão de Valores Mobiliários”).

Ciclo de Polícia

A partir da identificação das diferentes atuações que integram (ou


podem integrar) a atividade de polícia em sentido amplo, a doutrina
propõe uma organização seqüencial de tal atuação, dando origem ao
chamado “ciclo de polícia”.

Essa doutrina afirma que o ciclo de polícia se desenvolve em quatro


fases: a) a ordem de polícia; b) o consentimento de polícia; c) a
fiscalização de polícia; e d) a sanção de polícia.

A ordem de polícia corresponde à legislação que estabelece os


limites e condicionamentos ao exercício de atividades privadas e ao
uso de bens. A ordem de polícia sempre deve estar presente e é a
fase inicial de qualquer ciclo de polícia. Em razão do postulado da
legalidade, a ordem primária estará invariavelmente contida em uma
lei, a qual pode estar regulamentada em atos normativos infralegais
que detalhem os seus comandos, a fim de permitir a correta e
uniforme observância da lei pelos administrados e pela própria
administração que lhe dará aplicação.

O consentimento de polícia se traduz na anuência prévia da


administração, quando exigida, para a prática de determinadas
atividades privadas ou para determinado exercício de poderes
concernentes à propriedade privada. O consentimento se materializa
nos atos administrativos denominados licenças e autorizações. É
importante ressaltar que a fase de consentimento não está presente
em todo e qualquer ciclo de polícia. O uso e a fruição de bens a
prática de atividades privadas que não necessitem de obtenção prévia
de licença ou autorização podem perfeitamente estar sujeitos a
fiscalização de polícia e a sanções de polícia, pelo descumprimento
direto de determinada ordem de polícia (lei ou regulamento de
polícia).

A fiscalização de polícia é a atividade mediante a qual a


administração pública verifica se está havendo o adequado
cumprimento das ordens de polícia pelo particular a elas sujeito ou,
se for o caso, verifica se o particular que teve consentida, por meio
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de uma licença ou de uma autorização, a prática de alguma atividade


privada está agindo em conformidade com as condições e os
requisitos estipulados naquela licença ou naquela autorização.

A sanção de polícia é a atuação administrativa coercitiva por meio


da qual a administração, constatando que está sendo violada uma
ordem de polícia, ou que uma atividade privada previamente
consentida está sendo executada em desacordo com as condições e
os requisitos estabelecidos no ato de consentimento, aplica ao
particular infrator uma medida repressiva (sanção), dentre as
previstas na lei de regência.

Vale lembrar que, conforme apontam alguns autores, nem todo ato
de polícia adotado pela administração quando constata alguma
irregularidade imputável ao particular configura uma penalidade
propriamente dita. Algumas atuações de polícia adotadas em face de
infrações têm a natureza principal de procedimentos acautelatórios,
cujo objetivo maior é evitar a ocorrência de danos à coletividade.

Embora se tenha consagrado a expressão “ciclo de polícia” para


referir uma seqüência integrada pelas quatro atuações, a verdade é
que somente as fases de “ordem de polícia” estarão obrigatoriamente
presentes em todos e qualquer ciclo de polícia.
Na mesma linha, a aplicação da sanção só ocorrerá se, na atividade
de fiscalização, for constatada alguma infração administrativa. É
óbvio que pode perfeitamente ocorrer de a fiscalização ser realizada e
não ser encontrada qualquer irregularidade, caso em que não haverá
sanção alguma.

Em síntese, as únicas fases que sempre existirão quando estivermos


diante de um determinado ciclo de polícia são as fases de “ordem de
polícia” e de “fiscalização de polícia”.

Vamos revisar através do meu vídeo?

http://profapatriciacarla.com.br/poder-de-policia-ciclo-de-policia/

Poder de Polícia originário x Poder de Polícia Delegado

O poder de polícia originário é aquele exercido pela administração


direta, ou seja, pelos órgãos integrantes da estrutura das diversas
pessoas políticas da Federação (União, Estados, Municípios e Distrito
Federal).

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Já o poder de polícia delegado é aquele executado pelas pessoas


administrativas do Estado, isto é, pelas entidades integrantes da
administração indireta.

Quanto à delegação de poder de polícia a pessoas privadas,


instituídas pela iniciativa privada – portanto, não integrantes da
administração pública em acepção formal -, é francamente
minoritária a corrente que a considera válida, ainda que efetuada por
meio de lei. A grande maioria da doutrina, baseada no entendimento
de que o poder de império (jus imperii) é próprio e privativo do
Estado, não admite a delegação do poder de polícia a pessoas da
iniciativa privada, ainda que a se trate de uma delegatária de serviço
público.

No tocante à possibilidade de o exercício do poder de polícia ser


delegado a entidades integrantes da administração pública que
possua personalidade jurídica de direito privado, a doutrina
majoritária entende não ser possível. Afirma-se que o exercício de
atividades de polícia tem fundamento no poder de império e que este
não pode ser exercido por nenhuma pessoa que tenha personalidade
jurídica de direito privado, nem mesmo se for uma entidade
integrante da administração pública – e, portanto, tenha recebido da
lei as suas competências. Para essa corrente a lei que atribua o
exercício de atividades de polícia a tais pessoas administrativas será,
simplesmente, inconstitucional.

Abuso de Poder

O abuso de poder pode ser caracterizado via excesso de poder ou


desvio de finalidade.

Tal abuso poderá ser verificado quando o agente atua fora dos limites
de sua competência, isto é, quando a autoridade, embora competente
para praticar o ato, vai além do permitido e exorbita no uso de suas
faculdades administrativas, ultrapassando os limites legais, o que se
denomina excesso de poder. Esse vício pode atingir a competência
de outro agente, quando ele assume competências que a lei não lhe
atribuiu.

Outra forma de manifestação de abuso de poder ocorre quando o


agente público, embora dentro de sua competência, afasta-se do

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interesse público que deve nortear todo o desempenho


administrativo, caracterizando-se o desvio de finalidade. A doutrina
utiliza duas terminologias: desvio de poder ou desvio de finalidade,
sendo que essa última é a terminologia utilizada pela Lei nº
4.717/65, que cuida da ação popular em seu art. 2º, parágrafo único,
aliena “e”.

Nessa hipótese, a autoridade atua nos limites de sua competência,


entretanto com motivos ou com fins diversos dos objetivados pela lei,
caracterizando uma violação ideológica, um vício subjetivo,
dificilmente sendo possível se comprovar a ilegalidade.

O desvio de finalidade representa um mau uso da competência que o


agente possui para praticar atos administrativos, na busca de uma
finalidade que não pode ser buscada ou, quando pode, não for
possível por entremeio do ato utilizado.

Para memorizar:

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ABUSO DE PODER

Desvio de poder: vício no elemento finalidade.

Excesso de poder: vício no elemento


competência

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Poder Poder Poder Poder Poder de Poder


Vinculado Discricionário Hierárquico Disciplinar Polícia Regulamentar

(regrado) (normativo)

É aquele que É a faculdade É aquele que É a atribuição É uma É aquele que


estabelece um de que dispõe a confere à de que dispõe a faculdade de confere aos chefes
único Administração Administração Administração que dispõe o do Executivo
comportamento Pública para, à Pública a Pública de Estado de atribuição para
possível a ser vista de capacidade de apurar as condicionar explicar,
tomado pelo determinada ordenar, infrações e restringir esclarecer,
administrador situação, coordenar, administrativas os bens, as explicitar e conferir
diante de casos escolher uma controlar e e punir seus atividades e fiel execução às
concretos, sem entre várias corrigir as agentes os direitos leis.
nenhuma soluções atividades públicos individuais,
liberdade para juridicamente administrativas responsáveis e visando
um juízo de possíveis e no âmbito demais pessoas ajustá-los
conveniência e admitidas. interno da sujeitas à aos
oportunidade. Administração. disciplina interesses
administrativa, da
que contratam coletividade
com a
Administração
ou se sujeitam
a ela

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Lei nº 9784/99
(Lei do Processo Administrativo em âmbito federal)

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo


administrativo no âmbito da Administração Federal direta e
indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos
administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração.

§ 1o Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos


Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no
desempenho de função administrativa.

Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo


no âmbito da Administração Federal direta e indireta, visando,
em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor
cumprimento dos fins da Administração.
Atenção!! Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos
dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no
desempenho de função administrativa.
Ex. Quando o Judiciário vai abrir uma licitação (função
administrativa), deverá obedecer a Lei nº 8666/93, assim como os
preceitos estabelecidos nesta Lei.
Ex. Quando um servidor do Legislativo requer concessão de férias.
Também deverá obedecer as regras do Processo Administrativo
Federal aqui tratadas, além das regras da Lei nº 8112/90.
Por outro lado, não se aplicam estas regras aos Estados e Municípios.

§ 2o Para os fins desta Lei, consideram-se:

I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da


Administração direta e da estrutura da Administração indireta;

II - entidade - a unidade de atuação dotada de


personalidade jurídica;

III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de


poder de decisão.

Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos


princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade,
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proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório,


segurança jurídica, interesse público e eficiência.

Como nós já estudamos os princípios da Administração Pública na


aula 01, farei aqui uma rápida revisão:

Legalidade: a Administração só pode fazer aquilo que a Lei autoriza.

Finalidade: é uma vertente do princípio da impessoalidade, que


impõe que o administrador pratique o ato para seu fim legal, o
interesse público. O princípio da impessoalidade pode ser visto sob
dois aspectos: a) qualquer ato da Administração Pública deve zelar
pelo interesse público nunca pelo interesse pessoal do agente
público; b) os atos são imputados à entidade a que se vincula o
agente público, não a ele próprio.
Motivação: exige que a Administração Pública fundamente todos
seus atos adequadamente, sempre vinculando o ato aos motivos
apresentados. Ainda que o ato discricionário esteja entre as exceções
de obrigatoriedade de motivação, segundo a Teoria dos Motivos
Determinantes, o motivo alegado vincula-se ao ato: se aquele for
falso ou inexistente, o ato será nulo.
Razoabilidade e Proporcionalidade: a Administração na prática
dos seus atos deve buscar sempre a adequação entre os meios e os
fins, considerando-se todas as situações e circunstâncias que afetem
a solução.
Moralidade: diz respeito à moral interna da instituição, que deve
pautar os atos dos agentes públicos, como complemento à lei. Os
atos devem ser, além de legais, honestos e conformes aos bons
costumes e à boa administração.
Ampla defesa: o acusado pode usar todos os meios lícitos admitidos
para provar o que alega, inclusive manter-se calado (art. 5º, LXIII,
CF/88) e não produzir provas contra si.
Princípio do contraditório: com previsão no mesmo inciso LV do
art. 5º da CF/88, traduz a garantia que todos têm de poder
contradizer tudo que se alega em seu desfavor.
Segurança jurídica: garante-se estabilidade nas relações jurídicas,
não passíveis de alteração aleatória pela Administração Pública, mas
apenas dentro das possibilidades e prazos legais de alterações. Veda
novas interpretações por parte do Poder Público.
Supremacia do interesse público: princípio basilar da
Administração Pública, que deve ser observado tanto pelo legislador,
no momento de produzir a lei, quanto pelo administrador, quando de

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sua execução. O interesse público é indisponível, tendo o agente


público o poder-dever de agir de acordo com esse princípio.
Eficiência: busca a otimização dos procedimentos em qualquer ação
da Administração Pública, que deve ser rápida, útil, econômica,
voltada para o alcance dos melhores resultados possíveis. Qualidade
x economicidade.
Oficialidade: o processo administrativo pode ser instaurado de
ofício, ou seja, por iniciativa da Administração, independentemente
de provocação do administrado. Ademais, cumpre a Administração o
impulso do processo (o chamado impulso oficial, previsto no art. 2º,
parágrafo único, inciso XII).
Informalismo: o processo administrativo não está sujeito a formas
rígidas. Isso não significa, porém, ausência absoluta de forma, pois
forma sempre há, até porque o processo é escrito. No processo
administrativo, o formalismo somente deve existir quando seja
necessário para atender ao interesse público e proteger os direitos
dos particulares.
Gratuidade: em regra, não existem os ônus característicos do
processo judicial, tais como custas, ônus de sucumbência, honorários
e outros.

Parágrafo único. Nos processos administrativos serão


observados, entre outros, os critérios de:

I - atuação conforme a lei e o Direito;

II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia


total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização
em lei;

III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada


a promoção pessoal de agentes ou autoridades;

IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e


boa-fé;

V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas


as hipóteses de sigilo previstas na Constituição;

VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de


obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas
estritamente necessárias ao atendimento do interesse público;

VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que


determinarem a decisão;

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VIII – observância das formalidades essenciais à garantia


dos direitos dos administrados;

IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar


adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos
administrados;

X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de


alegações finais, à produção de provas e à interposição de recursos,
nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de
litígio;

XI - proibição de cobrança de despesas processuais,


ressalvadas as previstas em lei;

XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem


prejuízo da atuação dos interessados;

XIII - interpretação da norma administrativa da forma que


melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada
aplicação retroativa de nova interpretação.

CAPÍTULO II
DOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS

Art. 3o O administrado tem os seguintes direitos perante a


Administração, sem prejuízo de outros que lhe sejam assegurados:

I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores,


que deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de
suas obrigações;

II - ter ciência da tramitação dos processos


administrativos em que tenha a condição de interessado, ter vista
dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as
decisões proferidas;

III - formular alegações e apresentar documentos antes


da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão
competente;

IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado,


salvo quando obrigatória a representação, por força de lei.

A possibilidade de atuar no processo sem advogado é decorrência do


princípio do informalismo.

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Na Súmula Vinculante 5, o STF explicita a possibilidade de o


interessado atuar sem advogado nos processos administrativos,
mesmo nos processos que possam resultar em sanções. Segundo a
orientação firmada no STF, o simples fato de não ser feita a defesa
do administrado por um advogado (desde que não haja exigência
legal) não ofende, por si só, os princípios constitucionais da ampla
defesa e do contraditório.

SV5 – A falta de defesa técnica por advogado no processo


administrativo disciplinar não ofende a Constituição.

CAPÍTULO III
DOS DEVERES DO ADMINISTRADO

Art. 4o São deveres do administrado perante a Administração,


sem prejuízo de outros previstos em ato normativo:

I - expor os fatos conforme a verdade;

II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;

III - não agir de modo temerário;

IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e


colaborar para o esclarecimento dos fatos.

CAPÍTULO IV
DO INÍCIO DO PROCESSO

Art. 5o O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a


pedido de interessado.

O processo pode ser iniciado pela própria administração (de ofício) –


decorrência do princípio da oficialidade, ou mediante provocação do
interessado (a pedido).

Art. 6o O requerimento inicial do interessado, salvo casos em


que for admitida solicitação oral, deve ser formulado por escrito
e conter os seguintes dados:

I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;

II - identificação do interessado ou de quem o represente;

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III - domicílio do requerente ou local para recebimento de


comunicações;

IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus


fundamentos;

V - data e assinatura do requerente ou de seu representante.

Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa


imotivada de recebimento de documentos, devendo o servidor
orientar o interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas.

Art. 7o Os órgãos e entidades administrativas deverão elaborar


modelos ou formulários padronizados para assuntos que importem
pretensões equivalentes.

Art. 8o Quando os pedidos de uma pluralidade de interessados


tiverem conteúdo e fundamentos idênticos, poderão ser formulados
em um único requerimento, salvo preceito legal em contrário.

CAPÍTULO V
DOS INTERESSADOS

Art. 9o São legitimados como interessados no processo


administrativo:

I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares


de direitos ou interesses individuais ou no exercício do direito de
representação;

II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos


ou interesses que possam ser afetados pela decisão a
ser adotada;

III - as organizações e associações representativas, no


tocante a direitos e interesses coletivos;

IV - as pessoas ou as associações legalmente constituídas


quanto a direitos ou interesses difusos.

Art. 10. São capazes, para fins de processo administrativo, os


maiores de dezoito anos, ressalvada previsão especial em ato
normativo próprio.

CAPÍTULO VI
DA COMPETÊNCIA

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Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos


órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os
casos de delegação e avocação legalmente admitidos.

Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não


houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a
outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam
hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão
de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou
territorial.

Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à


delegação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos
presidentes.

COMPETÊNCIA

No Direito Administrativo não basta capacidade; é necessário


também que o sujeito tenha competência;

Decorre da lei;

É inderrogável, seja pela vontade da Administração, seja por


acordo com terceiros;

Pode ser objeto de delegação ou avocação;

1 – edição de atos de caráter


normativo;
Não é possível delegar:
(Lei nº 9.784/99, art. 13) 2 – decisão de recurso
administrativo;

3 – matéria de competência
exclusiva de órgão ou autoridade.

Corresponde ao repasse de
atribuições administrativas de
O que é delegar? responsabilidade do superior para

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o subalterno (mantendo-se
aquele competente),

É Improrrogável, ou seja, o agente incompetente hoje continuará


sendo sempre, exceto por previsão legal expressa em sentido
contrário.

É Imprescritível, ou seja, ela continua a existir, independente de


seu não uso

Esse Art. 13 não cai nas provas, despenca!! Decorar!!

Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:

I - a edição de atos de caráter normativo;

II - a decisão de recursos administrativos;

III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou


autoridade.

Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser


publicados no meio oficial.

§ 1o O ato de delegação especificará as matérias e poderes


transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os
objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva
de exercício da atribuição delegada.

§ 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela


autoridade delegante.

§ 3o As decisões adotadas por delegação devem mencionar


explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo
delegado.

Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por


motivos relevantes devidamente justificados, a avocação
temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente
inferior.

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Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divulgarão


publicamente os locais das respectivas sedes e, quando conveniente,
a unidade fundacional competente em matéria de interesse especial.

Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o


processo administrativo deverá ser iniciado perante a autoridade
de menor grau hierárquico para decidir.

CAPÍTULO VII
DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO

A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve


comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se desta
forma de atuar, sendo a omissão desta comunicação uma falta grave
para efeitos disciplinares.
A diferença fundamental entre impedimento e suspensão
reside no fato de que, no primeiro caso, a autoridade não poderá
atuar. Já no caso de suspeição, poderá a mesma não acatar os
argumentos do interessado de seguir atuando normalmente.

Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o


servidor ou autoridade que:

I - tenha interesse direto ou indireto na matéria;

II - tenha participado ou venha a participar como perito,


testemunha ou representante, ou se tais situações ocorrem
quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o
terceiro grau;

III - esteja litigando judicial ou administrativamente com


o interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro.

Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento


deve comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se
de atuar.

Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o


impedimento constitui falta grave, para efeitos disciplinares.

Art. 20. Pode ser argüida a suspeição de autoridade ou


servidor que tenha amizade íntima ou inimizade notória com
algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges,
companheiros, parentes e afins até o terceiro grau.

Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição poderá


ser objeto de recurso, sem efeito suspensivo.

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CAPÍTULO VIII
DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO PROCESSO

Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de


forma determinada senão quando a lei expressamente a
exigir.

§ 1o Os atos do processo devem ser produzidos por escrito,


em vernáculo, com a data e o local de sua realização e a
assinatura da autoridade responsável.

§ 2o Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somente


será exigido quando houver dúvida de autenticidade.

§ 3o A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá


ser feita pelo órgão administrativo.

§ 4o O processo deverá ter suas páginas numeradas


seqüencialmente e rubricadas.

Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis,


no horário normal de funcionamento da repartição na qual tramitar o
processo.

Parágrafo único. Serão concluídos depois do horário normal os


atos já iniciados, cujo adiamento prejudique o curso regular do
procedimento ou cause dano ao interessado ou à Administração.

Art. 24. Inexistindo disposição específica, os atos do órgão


ou autoridade responsável pelo processo e dos administrados que
dele participem devem ser praticados no prazo de cinco dias, salvo
motivo de força maior.

Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode ser


dilatado até o dobro, mediante comprovada justificação.

Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se


preferencialmente na sede do órgão, cientificando-se o
interessado se outro for o local de realização.

CAPÍTULO IX
DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS

Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o processo


administrativo determinará a intimação do interessado para
ciência de decisão ou a efetivação de diligências.

§ 1o A intimação deverá conter:

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I - identificação do intimado e nome do órgão ou entidade


administrativa;

II - finalidade da intimação;

III - data, hora e local em que deve comparecer;

IV - se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou fazer-se


representar;

V - informação da continuidade do processo independentemente


do seu comparecimento;

VI - indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes.

§ 2o A intimação observará a antecedência mínima de três dias


úteis quanto à data de comparecimento.

§ 3o A intimação pode ser efetuada por ciência no processo,


por via postal com aviso de recebimento, por telegrama ou
outro meio que assegure a certeza da ciência do interessado.

§ 4o No caso de interessados indeterminados,


desconhecidos ou com domicílio indefinido, a intimação deve ser
efetuada por meio de publicação oficial.

§ 5o As intimações serão nulas quando feitas sem observância


das prescrições legais, mas o comparecimento do administrado
supre sua falta ou irregularidade.

Art. 27. O desatendimento da intimação não importa o


reconhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a
direito pelo administrado.

Parágrafo único. No prosseguimento do processo, será


garantido direito de ampla defesa ao interessado.

Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos do processo


que resultem para o interessado em imposição de deveres, ônus,
sanções ou restrição ao exercício de direitos e atividades e os
atos de outra natureza, de seu interesse.

CAPÍTULO X
DA INSTRUÇÃO

No âmbito administrativo, a instrução ocorre de ofício (princípio da


oficialidade). No entanto, tal princípio não impede que o administrado

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proponha a prática de atos necessários ou úteis ao bom andamento


da instrução.

Assim, durante a instrução deverão ser enviados todos os esforços,


por iniciativa oficial ou por provocação do interessado, necessários à
elucidação dos fatos pertinentes ao processo, desde que,
evidentemente, não se utilizem provas obtidas por meios ilícitos,
inadmissíveis também nos processos administrativos.

Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averiguar e


comprovar os dados necessários à tomada de decisão realizam-se
de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo
processo, sem prejuízo do direito dos interessados de propor
atuações probatórias.

§ 1o O órgão competente para a instrução fará constar dos


autos os dados necessários à decisão do processo.

§ 2o Os atos de instrução que exijam a atuação dos


interessados devem realizar-se do modo menos oneroso para estes.

Art. 30. São inadmissíveis no processo administrativo as


provas obtidas por meios ilícitos.

Art. 31. Quando a matéria do processo envolver assunto de


interesse geral, o órgão competente poderá, mediante despacho
motivado, abrir período de consulta pública para manifestação de
terceiros, antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo para a
parte interessada.

§ 1o A abertura da consulta pública será objeto de divulgação


pelos meios oficiais, a fim de que pessoas físicas ou jurídicas possam
examinar os autos, fixando-se prazo para oferecimento de alegações
escritas.

§ 2o O comparecimento à consulta pública não confere, por si, a


condição de interessado do processo, mas confere o direito de obter
da Administração resposta fundamentada, que poderá ser comum a
todas as alegações substancialmente iguais.

Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade,


diante da relevância da questão, poderá ser realizada audiência
pública para debates sobre a matéria do processo.

Art. 33. Os órgãos e entidades administrativas, em matéria


relevante, poderão estabelecer outros meios de participação de
administrados, diretamente ou por meio de organizações e
associações legalmente reconhecidas.

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Art. 34. Os resultados da consulta e audiência pública e de


outros meios de participação de administrados deverão ser
apresentados com a indicação do procedimento adotado.

Art. 35. Quando necessária à instrução do processo, a audiência


de outros órgãos ou entidades administrativas poderá ser realizada
em reunião conjunta, com a participação de titulares ou
representantes dos órgãos competentes, lavrando-se a respectiva
ata, a ser juntada aos autos.

Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha


alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a
instrução e do disposto no art. 37 desta Lei.

Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão


registrados em documentos existentes na própria Administração
responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, o órgão
competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos
documentos ou das respectivas cópias.

Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da


tomada da decisão, juntar documentos e pareceres, requerer
diligências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à
matéria objeto do processo.

§ 1o Os elementos probatórios deverão ser considerados na


motivação do relatório e da decisão.

§ 2o Somente poderão ser recusadas, mediante decisão


fundamentada, as provas propostas pelos interessados quando sejam
ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias.

Art. 39. Quando for necessária a prestação de informações ou a


apresentação de provas pelos interessados ou terceiros, serão
expedidas intimações para esse fim, mencionando-se data, prazo,
forma e condições de atendimento.

Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, poderá o


órgão competente, se entender relevante a matéria, suprir de ofício a
omissão, não se eximindo de proferir a decisão.

Art. 40. Quando dados, atuações ou documentos solicitados ao


interessado forem necessários à apreciação de pedido formulado, o
não atendimento no prazo fixado pela Administração para a
respectiva apresentação implicará arquivamento do processo.

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Art. 41. Os interessados serão intimados de prova ou diligência


ordenada, com antecedência mínima de três dias úteis, mencionando-
se data, hora e local de realização.

Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão


consultivo, o parecer deverá ser emitido no prazo máximo de
quinze dias, salvo norma especial ou comprovada necessidade de
maior prazo.

§ 1o Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser


emitido no prazo fixado, o processo não terá seguimento até a
respectiva apresentação, responsabilizando-se quem der causa ao
atraso.

§ 2o Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar de


ser emitido no prazo fixado, o processo poderá ter prosseguimento e
ser decidido com sua dispensa, sem prejuízo da responsabilidade de
quem se omitiu no atendimento.

Art. 43. Quando por disposição de ato normativo devam ser


previamente obtidos laudos técnicos de órgãos administrativos e
estes não cumprirem o encargo no prazo assinalado, o órgão
responsável pela instrução deverá solicitar laudo técnico de outro
órgão dotado de qualificação e capacidade técnica equivalentes.

Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de


manifestar-se no prazo máximo de dez dias, salvo se outro prazo for
legalmente fixado.

Art. 45. Em caso de risco iminente, a Administração Pública


poderá motivadamente adotar providências acauteladoras sem a
prévia manifestação do interessado.

Art. 46. Os interessados têm direito à vista do processo e a


obter certidões ou cópias reprográficas dos dados e documentos que
o integram, ressalvados os dados e documentos de terceiros
protegidos por sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e à
imagem.

Art. 47. O órgão de instrução que não for competente para


emitir a decisão final elaborará relatório indicando o pedido inicial, o
conteúdo das fases do procedimento e formulará proposta de decisão,
objetivamente justificada, encaminhando o processo à autoridade
competente.

CAPÍTULO XI
DO DEVER DE DECIDIR

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Concluída a instrução de processo administrativo, a Administração


tem o prazo de até trinta dias para decidir. É possível a
prorrogação por igual período, desde que expressamente
motivada.
Esse é um prazo dito impróprio, ou seja, aquele que não gera
conseqüências processuais. Assim o julgamento fora do prazo não
implica nulidade do processo.
Não seria razoável anular todo o processo se a decisão fosse
proferida após o decurso dos 30 (trinta) dias concedidos à
autoridade. Será ele perfeito, porém o responsável pela demora
poderá ser punido, se caracterizada alguma infração disciplinar, como
a desídia.

Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente


emitir decisão nos processos administrativos e sobre
solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência.

Art. 49. Concluída a instrução de processo administrativo, a


Administração tem o prazo de até trinta dias para decidir, salvo
prorrogação por igual período expressamente motivada.

CAPÍTULO XII
DA MOTIVAÇÃO

Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com


indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:

I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;

II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;

III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção


pública;

IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo


licitatório;

V - decidam recursos administrativos;

VI - decorram de reexame de ofício;

VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão


ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;

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VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou


convalidação de ato administrativo.

Princípio da motivação: A Administração Pública deve motivar os


seus atos, ou seja, demonstrar os motivos pelos quais está agindo
de determinada maneira, para conhecimento e garantia dos
administrados, que assim terão a possibilidade de contestar o motivo
alegado pela Administração, caso discordem do mesmo.

A Lei nº 9.784/99 trouxe de forma expressa o princípio da motivação


em seu art. 2º, segundo o qual nos processos administrativos serão
observados, entre outros, os critérios de indicação dos pressupostos
de fato e de direito que determinam a decisão.

A referida Lei em seu art. 50, § 1º, permitiu a denominada


motivação aliunde ou per relationem, segundo a qual a
concordância com fundamentos anteriores, informações,
decisões ou propostas já é considerada motivação do ato
administrativo. Opõe-se a chamada motivação contextual em que
os fundamentos de fato e de direito estão indicados no próprio
contexto do ato, não havendo remissão à motivação externa.

Dessa forma, não viola o princípio da motivação dos atos


administrativos o ato da autoridade que, ao deliberar acerca
de recurso administrativo, mantém decisão com base em
parecer de consultoria jurídica, sem maiores considerações.

§ 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente,


podendo consistir em declaração de concordância com
fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões
ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato.

§ 2o Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode


ser utilizado meio mecânico que reproduza os fundamentos das
decisões, desde que não prejudique direito ou garantia dos
interessados.

§ 3o A motivação das decisões de órgãos colegiados e


comissões ou de decisões orais constará da respectiva ata ou de
termo escrito.

CAPÍTULO XIII
DA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS DE EXTINÇÃO DO PROCESSO

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Art. 51. O interessado poderá, mediante manifestação escrita,


desistir total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda,
renunciar a direitos disponíveis.

§ 1o Havendo vários interessados, a desistência ou renúncia


atinge somente quem a tenha formulado.

§ 2o A desistência ou renúncia do interessado, conforme o caso,


não prejudica o prosseguimento do processo, se a
Administração considerar que o interesse público assim o exige.

Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto o


processo quando exaurida sua finalidade ou o objeto da
decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato
superveniente.

CAPÍTULO XIV
DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO

Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos,


quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os
direitos adquiridos.

Art. 54. O direito da Administração de anular os atos


administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
destinatários decai em cinco anos, contados da data em que
foram praticados, salvo comprovada má-fé.

§ 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de


decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento.

§ 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer


medida de autoridade administrativa que importe impugnação à
validade do ato.

Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem


lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que
apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela
própria Administração.

Essa é a possibilidade de convalidação expressa, desde que não


acarrete lesão ao interesse público ou prejuízo a terceiros. Assim, nos
termos do art. 54 da mesma Lei, eventual ato administrativo viciado,
de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários, que não
seja anulado no prazo decadencial de cinco anos, contados da data

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em que foram praticados, estará convalidado tacitamente, não


podendo mais ser alterado, salvo comprovada má-fé.

Quais são os requisitos pra convalidar?

1 – não acarretar lesão ao interesse público;

2 – não haver prejuízo a terceiros;

3 – ato com defeito sanável

Quem convalida?

A própria Administração

Quais são os efeitos?

Ex tunc, retroage.

Quais elementos do ato podem ser convalidados?

A finalidade, o motivo e o objeto nunca podem ser convalidados.


A forma pode ser convalidada, desde que não seja fundamental à
validade do ato. Se a lei estabelecia uma forma determinada, não há
como tal elemento ser convalidado.
Com relação à competência, é possível a convalidação dos atos que
não sejam exclusivos de uma autoridade, quando não pode haver
delegação ou avocação. Assim, desde que não se trate de matéria
exclusiva, pode o superior ratificar o ato praticado por subordinado
incompetente.
Se o ato não for convalidado, o que acontecerá com ele?
Será anulado!

CAPÍTULO XV
DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO

Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em


face de razões de legalidade e de mérito.

§ 1o O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão,


a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à
autoridade superior.

§ 2o Salvo exigência legal, a interposição de recurso


administrativo independe de caução.
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SV 21 - É inconstitucional a exigência de depósito ou


arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade
de recurso administrativo.

§ 3o Se o recorrente alegar que a decisão administrativa


contraria enunciado da súmula vinculante, caberá à autoridade
prolatora da decisão impugnada, se não a reconsiderar, explicitar,
antes de encaminhar o recurso à autoridade superior, as razões da
aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso.

Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo por


três instâncias administrativas, salvo disposição legal diversa.

No máximo haverá dois recursos hierárquicos (um contra a primeira


decisão, que leva o processo para a segunda instância, e outro contra
a decisão proferida nessa segunda instância, que remete o processo
para a terceira instância).

É chamado recurso hierárquico porque a autoridade competente para


apreciá-lo é a autoridade hierarquicamente superior à que proferiu a
decisão recorrida.

Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso


administrativo:

I - os titulares de direitos e interesses que forem parte no


processo;

II - aqueles cujos direitos ou interesses forem


indiretamente afetados pela decisão recorrida;

III - as organizações e associações representativas, no


tocante a direitos e interesses coletivos;

IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou


interesses difusos.

Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o prazo


para interposição de recurso administrativo, contado a partir da
ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida.

§ 1o Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso


administrativo deverá ser decidido no prazo máximo de trinta
dias, a partir do recebimento dos autos pelo órgão competente.

§ 2o O prazo mencionado no parágrafo anterior poderá ser


prorrogado por igual período, ante justificativa explícita.

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Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de requerimento no


qual o recorrente deverá expor os fundamentos do pedido de
reexame, podendo juntar os documentos que julgar convenientes.

Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não


tem efeito suspensivo.

Somente possui, portanto, o denominado efeito devolutivo.


Significa que a administração não fica impedida de praticar o ato que
esteja sendo alvo de impugnação administrativa pelo particular, nem
os efeitos desse ato são sustados pela instauração ou pelo curso do
processo administrativo, vale dizer, as impugnações e recursos
administrativos, como regra, não suspendem a executoriedade do ato
contra o qual se dirigem.

Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou


incerta reparação decorrente da execução, a autoridade recorrida ou
a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, dar efeito
suspensivo ao recurso.

Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente para dele


conhecer deverá intimar os demais interessados para que, no prazo
de cinco dias úteis, apresentem alegações.

Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto:

I - fora do prazo;

II - perante órgão incompetente;

III - por quem não seja legitimado;

IV - após exaurida a esfera administrativa.

§ 1o Na hipótese do inciso II, será indicada ao recorrente


a autoridade competente, sendo-lhe devolvido o prazo para
recurso.

§ 2o O não conhecimento do recurso não impede a


Administração de rever de ofício o ato ilegal, desde que não
ocorrida preclusão administrativa.

Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá


confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a
decisão recorrida, se a matéria for de sua competência.

Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo


puder decorrer gravame à situação do recorrente, este deverá

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ser cientificado para que formule suas alegações antes da


decisão.

Art. 64-A. Se o recorrente alegar violação de enunciado da


súmula vinculante, o órgão competente para decidir o recurso
explicitará as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula,
conforme o caso. (Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006).

Art. 64-B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a


reclamação fundada em violação de enunciado da súmula vinculante,
dar-se-á ciência à autoridade prolatora e ao órgão competente para o
julgamento do recurso, que deverão adequar as futuras decisões
administrativas em casos semelhantes, sob pena de
responsabilização pessoal nas esferas cível, administrativa e penal.
(Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006).

Se o administrado entender que houve violação a enunciado de


súmula vinculante, poderá ajuizar reclamação perante o STF, desde
que, antes, tenha esgotado as vias administrativas.

Art. 65. Os processos administrativos de que resultem sanções


poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício,
quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis
de justificar a inadequação da sanção aplicada.

Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar


agravamento da sanção.

ATENÇÃO!!! A Lei 9784/99 adotou regra distinta para a possibilidade


de aplicação da chamada reformatio in pejus. Ela é permitida nos
recursos administrativos em geral, mas é vedada
especificamente na revisão dos processos de que resultem
sanções.

CAPÍTULO XVI
DOS PRAZOS

Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data da


cientificação oficial, excluindo-se da contagem o dia do começo e
incluindo-se o do vencimento.

§ 1o Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil


seguinte se o vencimento cair em dia em que não houver expediente
ou este for encerrado antes da hora normal.

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§ 2o Os prazos expressos em dias contam-se de modo


contínuo.

§ 3o Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de


data a data. Se no mês do vencimento não houver o dia equivalente
àquele do início do prazo, tem-se como termo o último dia do mês.

Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente comprovado,


os prazos processuais não se suspendem.

CAPÍTULO XVII
DAS SANÇÕES

Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por autoridade


competente, terão natureza pecuniária ou consistirão em
obrigação de fazer ou de não fazer, assegurado sempre o direito
de defesa.

CAPÍTULO XVIII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 69. Os processos administrativos específicos


continuarão a reger-se por lei própria, aplicando-se-lhes apenas
subsidiariamente os preceitos desta Lei.

Art. 69-A. Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão


ou instância, os procedimentos administrativos em que figure como
parte ou interessado: (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).

I - pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta)


anos; (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).

II - pessoa portadora de deficiência, física ou mental;


(Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).

III – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).

IV - pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla,


neoplasia maligna, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante,
cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose
anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados
avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação
por radiação, síndrome de imunodeficiência adquirida, ou outra
doença grave, com base em conclusão da medicina especializada,
mesmo que a doença tenha sido contraída após o início do processo.
(Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
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§ 1o A pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando


prova de sua condição, deverá requerê-lo à autoridade
administrativa competente, que determinará as providências a
serem cumpridas. (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).

§ 2o Deferida a prioridade, os autos receberão identificação


própria que evidencie o regime de tramitação prioritária. (Incluído
pela Lei nº 12.008, de 2009).

Como se denota do texto retro reproduzido, buscou o legislador


aplicar as prerrogativas a que fazem jus os idosos, nos termos da Lei
nº 10.741/2003 (Estatuto do Idoso), que os define como sendo
aqueles com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos (art. 1º), e
da CF/88, art. 230. Fez incluir também os deficientes (Lei nº
7.853/1989) e as pessoas portadoras de doenças graves.

§ 3o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).

§ 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).

Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília 29 de janeiro de 1999; 178o da Independência e 111o da


República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

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Lista de questões da 2ª aula

1. (ESAF/MTE/Auditor do Trabalho/2010) Sabendo-se que o agente


público, ao utilizar-se do poder que lhe foi conferido para atender o
interesse público, por vezes o faz de forma abusiva; leia os casos concretos
abaixo narrados e assinale: (1) para o abuso de poder na modalidade de
excesso de poder; e (2) para o abuso de poder na modalidade de desvio de
poder. Após, assinale a opção que contenha a sequência correta.

( ) Remoção de servidor público, ex officio, com o intuito de afastar o


removido da sede do órgão, localidade onde também funciona a associação
sindical da qual o referido servidor faz parte;

( ) Aplicação de penalidade de advertência por comissão disciplinar


constituída para apurar eventual prática de infração disciplinar;

( ) Deslocamento de servidor público, em serviço, com o consequente


pagamento de diárias e passagens, para a participação em suposta reunião
que, na realidade, revestia festa de confraternização entre os servidores da
localidade de destino;

( ) Agente público que, durante a fiscalização sanitária, interdita


estabelecimento pelo fato de ter encontrado no local inspecionado um único
produto com prazo de validade expirado.

a) 2 / 1 / 2 / 1

b) 1 / 1 / 2 / 2

c) 1 / 2 / 1 / 2

d) 2 / 2 / 1 / 2

e) 2 / 1 / 1 / 2

2. (ESAF/Receita Federal/Auditor Fiscal/2009) São elementos


nucleares do poder discricionário da administração pública, passíveis de
valoração pelo agente público:

a) a conveniência e a oportunidade.

b) a forma e a competência.

c) o sujeito e a finalidade.

d) a competência e o mérito.

e) a finalidade e a forma.

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3. (ESAF/Receita Federal/Auditor Fiscal/2009) O poder hierárquico e o


poder disciplinar, pela sua natureza, guardam entre si alguns pontos
característicos comuns, que os diferenciam do poder de polícia, eis que

a) a discricionariedade predominante nos dois primeiros fica ausente neste


último, no qual predomina o poder vinculante.

b) os dois primeiros se inter-relacionam, no âmbito interno da


Administração, enquanto este último alcança terceiros, fora de sua
estrutura funcional.

c) o poder regulamentar predomina nas relações entre os dois primeiros,


mas não é exercido neste último.

d) entre os dois primeiros pode haver implicações onerosas de ordem


tributária, o que não pode decorrer deste último.

e) não existe interdependência funcional entre os dois primeiros, a qual é


necessária neste último, quanto a quem o exerce e quem por ele é
exercido.

4. (ESAF/Receita Federal/Auditor Fiscal/2009) Não se pode enumerar


como poder da Administração:

a) poder normativo.

b) poder de polícia.

c) poder hierárquico.

d) poder independente.

e) poder disciplinar.

5. (ESAF/Prefeitura do Natal/Auditor do Tesouro Municipal/2008)


Marque a opção incorreta, quanto aos Poderes Administrativos.

a) O poder regulamentar ou normativo é uma das formas pelas quais se


expressa a função normativa do Poder Executivo.

b) A Administração Pública, no uso do Poder disciplinar, apura infrações e


aplica penalidades não só aos servidores públicos como às demais pessoas
sujeitas à disciplina administrativa.

c) A Administração Pública não pode, ao fazer uso do Poder de Polícia,


restringir os direitos individuais dos cidadãos, sob pena de infringir a
Constituição Federal.

d) A organização administrativa é baseada em dois pressupostos


fundamentais: a distribuição de competências e a hierarquia.

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e) O Poder de Polícia tanto pode ser discricionário como vinculado.

6. (ESAF/Receita Federal/Auditor Fiscal/2005) Considerando-se os


poderes administrativos, relacione cada poder com o respectivo ato
administrativo e aponte a ordem correta.

1 poder vinculado
2 poder de polícia
3 poder hierárquico
4 poder regulamentar
5 poder disciplinar

( ) decreto estadual sobre transporte intermunicipal


( ) alvará para construção de imóvel comercial
( ) aplicação de penalidade administrativa a servidor
( ) avocação de competência por autoridade superior
( ) apreensão de mercadoria ilegal na alfândega

a) 3/2/5/4/1

b) 1/2/3/5/4

c) 4/1/5/3/2

d) 2/5/4/1/3

e) 4/1/2/3/5

7. (ESAF/MPU/Analista/2004) Os poderes vinculado e discricionário,


simultaneamente, podem ser exercidos pela autoridade administrativa, na
prática de um determinado ato, ressalvado que esse último se restringe à
conveniência e oportunidade, bem como quanto

a) ao conteúdo.

b) à forma.

c) à finalidade.

d) à competência.

e) ao modo.

8. (ESAF/MPU/Analista/2004) Uma determinada autoridade


administrativa, de um certo setor de fiscalização do Estado, ao verificar que
o seu subordinado havia sido tolerante com o administrado incurso em
infração regulamentar, da sua área de atuação funcional, resolveu avocar o
caso e agravar a penalidade aplicada, no uso da sua competência legal, tem
este seu procedimento enquadrado no regular exercício dos seus poderes

a) disciplinar e vinculado

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b) discricionário e regulamentar

c) hierárquico e de polícia

d) regulamentar e discricionário

e) vinculado e discricionário

9. (ESAF/MPU/Analista/2004) O mérito administrativo, na atuação do


administrador público, cujo controle jurisdicional sofre restrições, condiz em
particular com o exercício regular do seu poder

a) disciplinar

b) hierárquico

c) de polícia

d) discricionário

e) vinculado

10. (ESAF/MPOG/Analista/2006) Incluem-se entre os denominados


poderes administrativos, o poder

a) de controle jurisdicional dos atos administrativos.

b) de representação decorrente de mandato.

c) de veto do Presidente da República.

d) hierárquico no âmbito da Administração Pública.

e) legislativo exercido pelo Congresso Nacional.

11. (ESAF/AFC-CGU/2006) Por decorrência do poder hierárquico da


Administração Pública, surge o instituto da delegação de competências.
Assinale, entre as atividades abaixo, aquela que não pode ser delegada.

a) Matéria de competência concorrente de órgão ou entidade.

b) Edição de atos de nomeação de servidores.

c) Decisão de recursos administrativos.

d) Homologação de processo licitatório.

e) Aplicação de pena disciplinar a servidor.

12 – (ESAF/PROCURADOR DF/2004) O ato administrativo:

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a) pode ser anulado pela Administração, por motivo de conveniência, a


qualquer tempo.
b) só pode ser anulado por meio de ação popular.
c) pode ser anulado, no prazo de cinco anos, quando viciado por ilegalidade.
d) pode ser revogado, em cinco anos, sem que as partes possam invocar
direito adquirido.
e) uma vez praticado, não pode ser revogado.

13 - (ESAF/Analista MPU/2004) O ato administrativo goza da presunção


de legitimidade, mas, quando dele decorrerem efeitos favoráveis para seus
destinatários e estiver eivado de vício insanável de legalidade, a
Administração tem o direito de anulá-lo
a) enquanto não produzir efeitos.
b) no prazo decadencial de 5 anos.
c) a qualquer tempo.
d) no prazo prescricional de 10 anos.
e) no prazo decadencial de 2 anos.

14 - (ESAF/Analista MPU/2004) Um dos elementos essenciais à


validade, dos atos administrativos, é a motivação, que consiste na indicação
dos seus pressupostos fáticos e jurídicos, o que porém é preterível,
naqueles que
a) importem anulação ou revogação de outro anterior.
b) dispensem ou declarem inexigível licitação.
c) apliquem jurisprudência indicada em parecer adotado.
d) importem ou agravem encargos ou sanções.
e) neguem, limitem ou afetem direitos.

15 – (ESAF/AFRF/2003) O denominado poder extroverso do Estado


ampara o seguinte atributo do ato administrativo:
a) imperatividade
b) presunção de legitimidade
c) exigibilidade
d) tipicidade
e) executoriedade

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16 - (ESAF/AFRF/2003) Conforme a doutrina, o ato administrativo,


quando concluído seu ciclo de formação e estando adequado aos requisitos
de legitimidade, ainda não se encontra disponível para eclosão de seus
efeitos típicos, por depender de um termo inicial ou de uma condição
suspensiva, ou autorização, aprovação ou homologação, a serem
manifestados por uma autoridade controladora, classifica-se como:
a) perfeito, válido e eficaz
b) perfeito, válido e ineficaz
c) perfeito, inválido e eficaz
d) perfeito, inválido e ineficaz
e) imperfeito, inválido e ineficaz

17 – (ESAF/PFN/2004) Sobre a delegação de competência


administrativa, assinale a opção correta.
a) É possível a delegação da decisão de recursos administrativos, ainda que
não o seja para atos de caráter normativo.
b) Em vista da necessidade de segurança jurídica aos atos da
Administração, não se admite, em regra, que o ato de delegação seja
revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante.
c) Não há a necessidade, como regra, de que o ato de delegação e o de sua
revogação sejam publicados no meio oficial.
d) As decisões adotadas por delegação consideram-se editadas pelo
delegante.
e) Se não houver impedimento legal, e for conveniente, em razão de

circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial, é

possível a um órgão administrativo delegar parte de sua competência a

outro órgão, ainda que este não lhe seja hierarquicamente subordinado.

18 - (AFC-STN/ESAF/2005) Relacionando o estudo do ato administrativo


com o do regime jurídico-administrativo, assinale no rol de princípios abaixo
aquele que mais se coaduna com a imposição de limites ao atributo de
autoexecutoriedade do ato administrativo:
a) finalidade
b) moralidade
c) publicidade
d) proporcionalidade
e) motivação

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19 – (ADV-IRB/ESAF/2004) Quando se verifica que a matéria de fato ou


de direito, em que se fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou
juridicamente inadequada ao resultado obtido, temos vício do ato
administrativo em relação ao seguinte elemento:
a) finalidade
b) objeto
c) forma
d) sujeito
e) motivo

20 – (TÉCNICO-ANEEL/ESAF/2004) Não constitui requisito ou elemento


essencial de validade, dos atos administrativos em geral, o de
a) agente capaz.
b) autoridade competente.
c) finalidade de interesse público.
d) forma própria.
e) objeto lícito.

21 – (TÉCNICO-ANEEL/ESAF/2004) Os atos administrativos não são


dotados do atributo de
a) auto-executoriedade.
b) imperatividade.
c) irrevogabilidade.
d) presunção de legitimidade.
e) presunção de verdade.

22 – (ANALISTA-BCB/ESAF/2002) Quanto à revogação do ato


administrativo, é verdadeiro afirmar:
a) os seus efeitos retroagem à data de sua prática.
b) fundamenta-se no binômio conveniência e oportunidade.
c) decorre de vício ou nulidade.
d) quando praticada pela Administração, necessita de provocação.
e) pode ser exercida pela função jurisdicional.

23 – (ESAF/AFTE-MG/2005) Sobre conceitos atinentes à Administração


Pública, assinale a opção correta.

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a) Não se pode considerar agente público aquele que integra a estrutura de


uma pessoa jurídica de direito privado instituída pelo Poder Público.
b) O poder hierárquico fundamenta o ato de avocação.
c) Os órgãos públicos têm personalidade jurídica, podendo, por isso,
assumir em nome próprio obrigações.
d) A descentralização tem, para o Direito Administrativo, significado de
distribuição de competências dentro de uma mesma pessoa jurídica.
e) Tradicionalmente, não se considera a competência como elemento
vinculado do ato administrativo.

24 – (ESAF/AFTE-MG/2005) Relativamente aos atributos dos atos


administrativos, assinale a opção correta.
a) Há atos administrativos para os quais a presunção de legitimidade (ou
legalidade) é absoluta, ou seja, por terem sido produzidos na órbita da
Administração Pública, não admitem a alegação, por eventuais
interessados, quanto à ilegalidade de tais atos.
b) A presunção de legitimidade não está presente em todos os atos
administrativos, o que fundamenta a possibilidade de seu desfazimento pelo
Poder Judiciário.
c) Não se pode dizer que a imperatividade seja elemento de distinção entre

os atos administrativos e os atos praticados por particulares, eis que estes

últimos também podem, em alguns casos, apresentar tal atributo (por

exemplo, quando defendem o direito de propriedade).

d) O ato administrativo nem sempre apresenta o atributo da


imperatividade, ainda que o fim visado pela Administração deva ser sempre
o interesse público.
e) O ato administrativo que tenha auto-executoriedade não pode ser objeto
de exame pelo Poder Judiciário, em momento posterior, pois já produziu
todos os seus efeitos.

25 – (ESAF/AFTE-MG/2005) Determinado particular ingressa com ação,


pleiteando ao Poder Judiciário que modifique o conteúdo de um ato
administrativo, alegando exclusivamente sua inconveniência. Em vista do
fundamento apresentado para o pedido, o Poder Judiciário:
a) poderá modificar o ato, diretamente, se entender que é, efetivamente,

inconveniente.

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b) poderá obrigar a autoridade administrativa a modificá-lo.


c) somente poderá modificar o ato se entender que foi editado em momento
inoportuno, sem adentrar no exame quanto à sua conveniência.
d) não poderá atender o pedido apresentado, por ser a conveniência
aspecto relacionado à discricionariedade do administrador.
e) não poderá atender o pedido, pois a intervenção do Poder Judiciário
somente se justificaria se, a um só tempo, o ato fosse inconveniente e
tivesse sido editado em momento claramente inoportuno.

26 – (ESAF/GEFAZ-MG/2005) Suponha que Poder Executivo Estadual


tenha exarado um ato administrativo que, ainda que não fosse ilegal, era
inconveniente e inoportuno. Assinale a opção que corresponde à(s)
providência(s) que poderia(m) ser tomada(s), em face de tal ato.
a) O princípio da autotutela da Administração permite apenas ao Poder
Executivo anulá-lo.
b) Tanto o Poder Executivo como o Poder Judiciário poderiam anulá-lo
(este, apenas se provocado por eventuais interessados).
c) O Poder Executivo poderia revogá-lo, não podendo, o Poder Judiciário,
revogá-lo ou anulá-lo.
d) O Poder Executivo poderia anulá-lo, mas apenas se o Poder Judiciário
assim o determinasse.
e) Uma vez já exarado o ato, somente o Poder Judiciário poderia tomar
providências quanto a ele.

27 – (AFC-CGU/ESAF/2004) Um determinado ato administrativo, tido


por ilegal, não chega a causar dano ou lesão ao direito de alguém ou ao
patrimônio público, mas a sua vigência e eficácia, por ter caráter normativo
continuado, pode vir a prejudicar o bom e regular funcionamento dos
serviços de certo setor da Administração, razão pela qual, para a sua
invalidação, torna-se particularmente cabível e/ou necessário
a) aplicar o instituto da revogação.

b) aplicar o instituto da anulação.

c) aguardar reclamação ou recurso cabível.


d) o uso da ação popular.
e) o uso do mandado de segurança.

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28 - (Analista Jurídico-CE/ESAF/2007) Assinale a opção que contenha


os elementos do ato administrativo passíveis de reavaliação quanto à
conveniência e oportunidade no caso de revogação.
a) Competência/finalidade
b) Motivo/objeto
c) Forma/motivo
d) Objeto/finalidade
e) Competência/forma
29 - (AFC-STN/ESAF/2005) Relacionando o estudo do ato administrativo
com o do regime jurídico-administrativo, assinale no rol de princípios abaixo
aquele que mais se coaduna com a imposição de limites ao atributo de
autoexecutoriedade do ato administrativo:
a) finalidade
b) moralidade
c) publicidade
d) proporcionalidade
e) motivação

30 – (AFC-CGU/ESAF/2006) No conceito de ato administrativo, arrolado


pelos juristas pátrios, são assinaladas diversas características. Aponte, no
rol abaixo, aquela que não se enquadra no referido conceito.
a) Provém do Estado ou de quem esteja investido em prerrogativas
estatais.
b) É exercido no uso de prerrogativas públicas, sob regência do Direito
Público.
c) Trata-se de declaração jurídica unilateral, mediante manifestação que
produz efeitos de direito.
d) Consiste em providências jurídicas complementares da lei, em caráter
necessariamente vinculado.
e) Sujeita-se a exame de legitimidade por órgão jurisdicional, por não
apresentar caráter de definitividade.

31 – (AFC-CGU/ESAF/2006) No âmbito das teorias relativas à


invalidação do ato administrativo, entende-se a figura da cassação como
a) retirada do ato por razões de conveniência e oportunidade.
b) retirada do ato porque sobreveio norma jurídica que tornou inadmissível
situação anteriormente permitida.

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c) retirada do ato porque foi emitido outro ato, com fundamento em


competência diversa daquela que gerou o ato anterior, mas cujos efeitos
são contrapostos aos daquele.
d) retirada do ato porque o destinatário descumpriu condições que
deveriam permanecer atendidas a fim de dar continuidade à situação
jurídica.
e) retirada do ato porque fora praticado em desconformidade com a ordem
jurídica.

32 – (ADV-IRB/ESAF/2006) Assinale a opção que veicula,


concomitantemente, elementos do ato administrativo e do ato jurídico lato
sensu:
a) agente/motivo/objeto
b) motivo/finalidade/forma
c) motivo/objeto/forma
d) finalidade/agente/objeto
e) agente/forma/objeto

33 – (Analista-IRB/ESAF/2006) Assinale a opção que contempla


exemplo de ato administrativo desprovido de executoriedade.
a) Apreensão de mercadoria.
b) Interdição de estabelecimento.
c) Cassação de licença para conduzir veículo.
d) Demolição de edifício em situação de risco.
e) Cobrança de multa administrativa.

34 – (Analista-MPOG/ESAF/2006) Um dos requisitos e/ou elementos


essenciais de validade dos atos administrativos, que constitui o seu
necessário direcionamento a um fim de interesse público, indicado expressa
ou implicitamente na norma legal, embasadora de sua realização, é
a) a competência.
b) a finalidade.
c) a forma.
d) o motivo.
e) o objeto.

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35 – (Analista-MPOG/ESAF/2006) O chamado mérito administrativo


consubstancia-se na valoração dos motivos e na escolha do objeto de
determinado ato a ser praticado, feitas pela Administração, incumbida de
sua prática, quando autorizada a decidir quanto
a) à conveniência e oportunidade.
b) à qualidade do seu conteúdo.
c) à quantidade do seu objeto.
d) ao modo de sua realização.
e) ao seu destinatário.

36 – (Analista-MPOG/ESAF/2006) A prática de ato administrativo, com


vício insanável de legalidade (ato ilegal), é motivo suficiente, para a própria
Administração declarar a sua
a) anulação.
b) convalidação.
c) inexistência.
d) presunção de legalidade.
e) revogação.

37 – (Analista-SUSEP/ESAF/2006) A Administração Pública pode e/ou


deve anular os seus próprios atos, eivados de vícios que os tornem ilegais,
desde que
a) não operada decadência.
b) não opere retroativamente.
c) preservado o direito adquirido.
d) preservados os efeitos produzidos.
e) não operada a decadência, nem opere a anulação, retroativamente, para
atingir os efeitos que o ato ilegal produziu.

38 – (Analista-SUSEP/ESAF/2006) A revogação é a supressão de um


ato discricionário, fazendo cessar seus efeitos jurídicos, o que ocorre
quando ele (ato) era
a) ilegal e ineficaz.
b) ilegítimo e ineficiente.
c) legítimo e eficaz.
d) inválido e anulável.
e) de vigência exaurida.

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39 – (ACE-TCU/ESAF/2006) Assinale entre os atos administrativos


abaixo aquele que não está viciado.
a) Ato de remoção de servidor para localidade distante como forma de
punição.
b) Portaria de presidente de autarquia rodoviária declarando imóvel de
utilidade pública para fins de desapropriação.
c) Ato de interdição de estabelecimento comercial, sem prévio contraditório,
em caso de risco iminente para a saúde pública.
d) Contratação direta, amparada em notória especialização do contratado,
para serviços singulares de publicidade.
e) Decreto de governador de Estado declarando utilidade pública de imóvel
rural para fins de desapropriação para reforma agrária.
40 – (ESAF/EPPGG-MPOG/2008) Em se tratando dos atos
administrativos, analise os itens a seguir e marque com V a assertiva
verdadeira e com F a falsa, assinalando ao final a opção correspondente:
( ) Entre os atributos do ato administrativo, encontra-se a presunção de
veracidade a qual diz respeito à conformidade do ato com a lei; em
decorrência desse atributo, presume-se, até prova em contrário, que os
atos administrativos foram emitidos com observância da lei;
( ) A autoexecutoriedade consiste em atributo pelo qual os atos
administrativos se impõem a terceiros, independentemente de sua
concordância;
( ) Entre os elementos do ato administrativo, encontra-se a finalidade a
qual é o pressuposto de fato e de direito que serve de fundamento ao ato
administrativo;
( ) O objeto ou conteúdo do ato administrativo consiste no efeito jurídico
imediato que o ato produz.

a) F, V, F, F
b) F, V, V, F
c) V, F, V, V
d) F, F, F, V
e) V, V, F, F

41 - (ESAF/AFC-STN/2008) Quanto à discricionariedade e à vinculação


da atuação administrativa, pode-se afirmar corretamente:

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a) a discricionariedade presente num ato administrativo nunca é total, pois,


em geral, ao menos a competência, a forma e a finalidade são elementos
definidos em lei e, portanto, vinculados.
b) o ato administrativo será discricionário quando a lei não deixar margem
de liberdade para a atuação do administrador e fixar a sua única maneira de
agir diante do preenchimento de determinados requisitos.
c) a conveniência e a oportunidade de realização dos atos constituem o
mérito administrativo, presente nos atos vinculados e passível de controle
pelo poder judiciário.
d) quando o motivo for um aspecto discricionário do ato administrativo,
ainda que expressamente indicado pela administração pública para a prática
de determinado ato, não estará passível de controle pelo poder judiciário.
e) a admissão de servidor público é ato administrativo discricionário típico,
assim como a permissão de uso de bem público é exemplo clássico de ato
administrativo vinculado.

Gabarito

1 A 11 C 21 C 31 D 41 A

2 A 12 C 22 B 32 E

3 B 13 B 23 B 33 E

4 D 14 C 24 D 34 B

5 C 15 A 25 D 35 A

6 C 16 B 26 C 36 A

C7 A 17 E 27 B 37 A

8 C 18 D 28 B 38 C

9 D 19 E 29 D 39 C

10 D 20 A 30 D 40 A

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Lista de questões comentadas da 2ª aula

1. (ESAF/MTE/Auditor do Trabalho/2010) Sabendo-se que o agente


público, ao utilizar-se do poder que lhe foi conferido para atender o
interesse público, por vezes o faz de forma abusiva; leia os casos concretos
abaixo narrados e assinale: (1) para o abuso de poder na modalidade de
excesso de poder; e (2) para o abuso de poder na modalidade de desvio de
poder. Após, assinale a opção que contenha a sequência correta.

( ) Remoção de servidor público, ex officio, com o intuito de afastar o


removido da sede do órgão, localidade onde também funciona a associação
sindical da qual o referido servidor faz parte;

( ) Aplicação de penalidade de advertência por comissão disciplinar


constituída para apurar eventual prática de infração disciplinar;

( ) Deslocamento de servidor público, em serviço, com o consequente


pagamento de diárias e passagens, para a participação em suposta reunião
que, na realidade, revestia festa de confraternização entre os servidores da
localidade de destino;

( ) Agente público que, durante a fiscalização sanitária, interdita


estabelecimento pelo fato de ter encontrado no local inspecionado um único
produto com prazo de validade expirado.

a) 2 / 1 / 2 / 1

b) 1 / 1 / 2 / 2

c) 1 / 2 / 1 / 2

d) 2 / 2 / 1 / 2

e) 2 / 1 / 1 / 2

Gabarito: A

Comentários:

Remoção de servidor público, ex officio, com o intuito de afastar o removido


da sede do órgão, localidade onde também funciona a associação sindical
da qual o referido servidor faz parte – Desvio de Poder. A remoção do
servidor deverá necessariamente acontecer no interesse público, na
assertiva ficou claro que o interesse era outro, afastar o removido da sede
do órgão e, por conseqüência, da associação sindical da qual ele fez parte.
Houve violação ao elemento finalidade e, portanto, desvio de poder.

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Aplicação de penalidade de advertência por comissão disciplinar constituída


para apurar eventual prática de infração disciplinar – Excesso de Poder. A
comissão não tem competência para aplicar a penalidade ao servidor. De
acordo com o art. 141, da Lei nº 8112/90 a aplicação das penalidades
caberá:

Nas hipóteses de demissão e Pelo Presidente da República, pelos


cassação de aposentadoria ou presidentes das casas do Poder
disponibilidade, a penalidade, Legislativo e dos tribunais federais e
conforme o Poder, órgão, ou pelo Procurador-Geral da República.
entidade a que se vincula o servidor
deverá ser aplicada:

Nas hipóteses de suspensão Pelas autoridades administrativas de


superior a 30 dias, a penalidade hierarquia imediatamente inferior às
deverá ser aplicada: descritas acima.

Nas hipóteses de advertência e Pelo chefe da repartição e outras


suspensão de até 30 dias, as autoridades, na forma dos
penalidades serão aplicadas: respectivos regimentos ou
regulamentos.

Na hipótese de destituição de Pela autoridade que houver feito a


cargo em comissão será aplicada nomeação.
penalidade:

Deslocamento de servidor público, em serviço, com o consequente


pagamento de diárias e passagens, para a participação em suposta reunião
que, na realidade, revestia festa de confraternização entre os servidores da
localidade de destino – Desvio de Poder. Será que isso acontece? =) Claro
que aqui houve um desvio de poder por violação ao elemento finalidade.

Agente público que, durante a fiscalização sanitária, interdita


estabelecimento pelo fato de ter encontrado no local inspecionado um único
produto com prazo de validade expirado – Excesso de Poder. Aqui houve
um excesso por violação clara ao princípio da proporcionalidade. O agente
público não violou a finalidade, no entanto, excedeu sua competência afinal,
se era apenas um único produto, ele deveria ter apreendido o mesmo e
multado o estabelecimento. Fechar foi uma conduta desproporcional na qual
ficou claro o seu excesso de poder. Não que se confundir aqui com desvio
de poder porque a questão em nenhum momento falou que ele praticou o
ato com interesse particular ou coisa assim, ok? Então ficamos mesmo no
excesso de poder.

2. (ESAF/Receita Federal/Auditor Fiscal/2009) São elementos


nucleares do poder discricionário da administração pública, passíveis de
valoração pelo agente público:

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a) a conveniência e a oportunidade.

b) a forma e a competência.

c) o sujeito e a finalidade.

d) a competência e o mérito.

e) a finalidade e a forma.

Gabarito: A

Comentários: O poder discricionário é aquele que o agente público dispõe


de uma razoável liberdade de atuação, podendo valorar a oportunidade e a
conveniência da prática do ato. Essa valoração acontece em quais
elementos do ato administrativo? No motivo e no objeto. Portanto,
diante do caso concreto, a administração, nos termos e limites legalmente
fixados, decidirá, segundo seus critérios de oportunidade e conveniência
administrativa, a conduta, dentre as previstas na lei, mais condizentes com
a satisfação do interesse público. Portanto, correta a letra A.

3. (ESAF/Receita Federal/Auditor Fiscal/2009) O poder hierárquico e


o poder disciplinar, pela sua natureza, guardam entre si alguns pontos
característicos comuns, que os diferenciam do poder de polícia, eis que

a) a discricionariedade predominante nos dois primeiros fica ausente neste


último, no qual predomina o poder vinculante.

b) os dois primeiros se inter-relacionam, no âmbito interno da


Administração, enquanto este último alcança terceiros, fora de sua
estrutura funcional.

c) o poder regulamentar predomina nas relações entre os dois primeiros,


mas não é exercido neste último.

d) entre os dois primeiros pode haver implicações onerosas de ordem


tributária, o que não pode decorrer deste último.

e) não existe interdependência funcional entre os dois primeiros, a qual é


necessária neste último, quanto a quem o exerce e quem por ele é
exercido.

Gabarito: B

Comentários:

A discricionariedade predominante nos dois primeiros (hierárquico e


disciplinar) fica ausente neste último (poder de polícia), no qual predomina
o poder vinculante.

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Errado! Não há discricionariedade predominante nos poderes hierárquico e


disciplinar. Há um poder-dever de agir! De fiscalizar! Se encontrar alguma
conduta errada, punir! Claro, há uma valoração na aplicação da penalidade,
como já vimos anteriormente, mas a autoridade competente está obrigada
a punir. Um outro erro da questão foi ter dito que a discricionariedade está
ausente no poder de polícia? Ausente? Claro que não! A discricionariedade é
justamente um dos atributos do poder de polícia:

Atributos do poder de polícia:

C A D
Coercibilidade Autoexecutoriedade Discricionariedade

Os dois primeiros se inter-relacionam (hierárquico e disciplinar), no âmbito


interno da Administração, enquanto este último (polícia) alcança terceiros,
fora de sua estrutura funcional.

Correto! Enquanto os poderes hierárquico e disciplinar são aplicados no


âmbito da administração pública (hierárquico é aplicado apenas aos que
têm uma ligação direta com a administração, ex. servidores; já o disciplinar
é aplicado aos que têm uma relação direta e indireta, ex. concessionários e
permissionários de serviços públicos. Já o poder de polícia é aplicado aos
particulares, ex. multa de trânsito.

O poder regulamentar predomina nas relações entre os dois primeiros, mas


não é exercido neste último.

Errado! O poder regulamentar é um poder autônomo! Aplicado


independentemente dos poderes hierárquico, disciplinar e de polícia.

Entre os dois primeiros (hierárquico e disciplinar) pode haver implicações


onerosas de ordem tributária, o que não pode decorrer deste último (poder
de polícia).

Errado! É justamente o inverso! Não há cobrança onerosa de ordem


tributária nos poderes hierárquico e disciplinar, mas há no poder de polícia,
conforme dispõe o art. 78, do Código Tributário Nacional.

Não existe interdependência funcional entre os dois primeiros (hierárquico e


disciplinar), a qual é necessária neste último (poder de polícia), quanto a
quem o exerce e quem por ele é exercido.

Errado! Os poderes hierárquico e disciplinar contam com uma


interdependência funcional, já que são poderes internos. Ao contrário, o
poder de polícia é aplicado ao particular (ex. apreensão de mercadoria sem

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nota fiscal, fechamento de um estabelecimento comercial), aqui não há uma


relação funcional.

4. (ESAF/Receita Federal/Auditor Fiscal/2009) Não se pode enumerar


como poder da Administração:

a) poder normativo.

b) poder de polícia.

c) poder hierárquico.

d) poder independente.

e) poder disciplinar.

Gabarito: D

Comentários: Essa foi suuuuuper fácil, né? E olha que foi da última prova
de auditor da receita. Bem, já fizemos um estudo bem bacana a respeito
dos poderes da administração e não vimos esse tal de “poder
independente”! Ele não existe! Portanto, letra d é a errada.

5. (ESAF/Prefeitura do Natal/Auditor do Tesouro Municipal/2008)


Marque a opção incorreta, quanto aos Poderes Administrativos.

a) O poder regulamentar ou normativo é uma das formas pelas quais se


expressa a função normativa do Poder Executivo.

b) A Administração Pública, no uso do Poder disciplinar, apura infrações e


aplica penalidades não só aos servidores públicos como às demais pessoas
sujeitas à disciplina administrativa.

c) A Administração Pública não pode, ao fazer uso do Poder de Polícia,


restringir os direitos individuais dos cidadãos, sob pena de infringir a
Constituição Federal.

d) A organização administrativa é baseada em dois pressupostos


fundamentais: a distribuição de competências e a hierarquia.

e) O Poder de Polícia tanto pode ser discricionário como vinculado.

Gabarito: C

Comentários:

O poder regulamentar ou normativo é uma das formas pelas quais se


expressa a função normativa do Poder Executivo.

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Correto! Por meio do poder regulamentar o chefe do poder executivo edita


atos administrativos normativos com determinações gerais e abstratas.

A Administração Pública, no uso do Poder disciplinar, apura infrações e


aplica penalidades não só aos servidores públicos como às demais pessoas
sujeitas à disciplina administrativa.

Correto! Já vimos isso....o poder disciplinar é aplicado aos servidores (ex.


demissão) e às demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa, ou seja,
concessionários e permissionários de serviços públicos (ex. multa).

A Administração Pública não pode, ao fazer uso do Poder de Polícia,


restringir os direitos individuais dos cidadãos, sob pena de infringir a
Constituição Federal.

Errado! Não pode? Claro que pode! É um poder legítimo que tem como
fundamento o interesse público.

A organização administrativa é baseada em dois pressupostos


fundamentais: a distribuição de competências e a hierarquia.

Correto! Sim, claro. Imagine a organização administrativa: administração


direta e indireta, aqui nós temos distribuição de competências (cada ente,
cada órgão com suas atribuições) e há hierarquia também! Mas cuidado! A
hierarquia ocorre apenas na desconcentração! Não ocorre na
descentralização.

Vejamos:

dEscentralização = Ente = Entidade = pEssoa

Na descentralização não há hierarquia ou subordinação, mas


um controle finalístico, ministerial, tutela (não é pra confundir com
autotutela que é o poder que a Administração possui de anular e
revogar os seus próprios atos).

Dessa forma, o controle administrativo da Administração Direta sobre


entidades da Administração Indireta é dito finalístico, focado que é
na verificação quanto ao atingimento das finalidades para as quais
foram estas instituídas. Tal controle também é chamado de
tutela administrativa ou supervisão ministerial.

Exemplo de descentralização: quando a União transferiu a


titularidade dos serviços relativos à seguridade social ao INSS
(autarquia federal).

descOncentração = Órgão

Na desconcentração temos os órgãos, centros de competência


instituídos para o desempenho de funções estatais, através de seus

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agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica a que pertencem.


Aqui há subordinação.

Os órgãos são entes despersonalizados, é dizer, não tem


personalidade jurídica, não são capazes de exercer, por sua conta,
direitos ou assumir obrigações, ao contrário dos entes.
Exemplo de desconcentração: ministérios, secretarias,
departamentos, delegacia etc.

LEI

UNIÃO AUTARQUIAS

ESTADOS FUNDAÇÕES

MUNICÍPIOS SOC. ECON. MISTA

DF EMP. PÚBLICAS

ENTE A + ENTE B

(descentralização)

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e) O Poder de Polícia tanto pode ser discricionário como vinculado.

Correto! Ele é discricionário na valoração na aplicação da penalidade. Mas


é vinculado no poder-dever de punir, autoridade não tem a faculdade, se a
irregularidade existir, ela está obrigada a punir.

6. (ESAF/Receita Federal/Auditor Fiscal/2005) Considerando-se os


poderes administrativos, relacione cada poder com o respectivo ato
administrativo e aponte a ordem correta.

1 poder vinculado
2 poder de polícia
3 poder hierárquico
4 poder regulamentar
5 poder disciplinar

( ) decreto estadual sobre transporte intermunicipal


( ) alvará para construção de imóvel comercial
( ) aplicação de penalidade administrativa a servidor
( ) avocação de competência por autoridade superior
( ) apreensão de mercadoria ilegal na alfândega

a) 3/2/5/4/1

b) 1/2/3/5/4

c) 4/1/5/3/2

d) 2/5/4/1/3

e) 4/1/2/3/5

Gabarito: C

Comentários:

Decreto estadual sobre transporte intermunicipal – Poder Regulamentar:


para a fiel execução da lei, o chefe do poder executivo edita um decreto
estadual.

Alvará para construção de imóvel comercial – Poder Vinculado: se todos


os requisitos impostos pela administração foram cumpridos pelo particular,
ela está vinculada a conceder o alvará para construção do imóvel.

Aplicação de penalidade administrativa a servidor – Poder Disciplinar: ex.


demissão, advertência.

Avocação de competência por autoridade superior – Poder Hierárquico:

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no poder hierárquico a autoridade fiscaliza, corrige, delega, avoca,


coordena.

Apreensão de mercadoria ilegal na alfândega – Poder de Polícia: é uma


sanção cabível dentro do poder de polícia, assim como: imposição de multas
administrativa, interdição de estabelecimentos comerciais, suspensão do
exercício de direitos, destruição de gêneros alimentícios impróprios para o
consumo. Atenção: não existem sanções de polícia administrativa que
impliquem detenção ou reclusão de pessoas.

7. (ESAF/MPU/Analista/2004) Os poderes vinculado e discricionário,


simultaneamente, podem ser exercidos pela autoridade administrativa, na
prática de um determinado ato, ressalvado que esse último se restringe à
conveniência e oportunidade, bem como quanto

a) ao conteúdo.

b) à forma.

c) à finalidade.

d) à competência.

e) ao modo.

Gabarito: A

Comentários: Bem, a questão quer saber o campo de atuação do poder


discricionário. Ora, enquanto o agente público está rigidamente adstrito à
lei quanto a todos os elementos de um ato vinculado (no exercício do poder
vinculado), ou seja, competência, finalidade, forma, motivo e objeto, ao
praticar um ato discricionário ele possui certa margem de liberdade (dentro
dos limites da lei, claro) quanto à valoração dos motivos e à escolha do
objeto (conteúdo), segundo os seus critérios de oportunidade e
conveniência administrativas. Portanto, correta a letra A.

8. (ESAF/MPU/Analista/2004) Uma determinada autoridade


administrativa, de um certo setor de fiscalização do Estado, ao verificar que
o seu subordinado havia sido tolerante com o administrado incurso em
infração regulamentar, da sua área de atuação funcional, resolveu avocar o
caso e agravar a penalidade aplicada, no uso da sua competência legal, tem
este seu procedimento enquadrado no regular exercício dos seus poderes

a) disciplinar e vinculado

b) discricionário e regulamentar

c) hierárquico e de polícia

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d) regulamentar e discricionário

e) vinculado e discricionário

Gabarito: C

Comentários: Muito bem, se há avocação (a ser melhor estudada na aula


2 sobre a Lei nº 9784/99) estamos falando do poder hierárquico (a
autoridade aqui fiscaliza, corrige, delega, avoca, coordena). O subordinado
foi tolerante com quem? Com um administrado! Ou seja, um particular!
Portanto, aqui será aplicado o poder de polícia! Assim, correta a letra C.

9. (ESAF/MPU/Analista/2004) O mérito administrativo, na atuação do


administrador público, cujo controle jurisdicional sofre restrições, condiz em
particular com o exercício regular do seu poder

a) disciplinar

b) hierárquico

c) de polícia

d) discricionário

e) vinculado

Gabarito: D

Comentários: Bem, se a questão fala em mérito, não há o que discutir, é


poder discricionário.

10. (ESAF/MPOG/Analista/2006) Incluem-se entre os denominados


poderes administrativos, o poder

a) de controle jurisdicional dos atos administrativos.

b) de representação decorrente de mandato.

c) de veto do Presidente da República.

d) hierárquico no âmbito da Administração Pública.

e) legislativo exercido pelo Congresso Nacional.

Gabarito: D

Comentários: Já vimos quais são os poderes administrativos e nele se


inclui o poder hierárquico. Todos os outros citados pela questão não fazem
parte dos poderes da administração.

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11. (ESAF/AFC-CGU/2006) Por decorrência do poder hierárquico da


Administração Pública, surge o instituto da delegação de competências.
Assinale, entre as atividades abaixo, aquela que não pode ser delegada.

a) Matéria de competência concorrente de órgão ou entidade.

b) Edição de atos de nomeação de servidores.

c) Decisão de recursos administrativos.

d) Homologação de processo licitatório.

e) Aplicação de pena disciplinar a servidor.

Gabarito: C

Comentários: Aqui a questão trabalhou com a redação da Lei nº 9784/99,


a ser melhor estudada na nossa próxima aula.

O art. 13 da referida lei é claro ao dizer que não é possível a delegação:

1 – A edição de atos de caráter normativo;

2 – A decisão de recursos administrativos;

3 – As matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.

Portanto, correta a letra C.

12 – (ESAF/PROCURADOR DF/2004) O ato administrativo:


a) pode ser anulado pela Administração, por motivo de conveniência, a
qualquer tempo.
b) só pode ser anulado por meio de ação popular.
c) pode ser anulado, no prazo de cinco anos, quando viciado por ilegalidade.
d) pode ser revogado, em cinco anos, sem que as partes possam invocar
direito adquirido.
e) uma vez praticado, não pode ser revogado.

Gabarito: C
Comentários:

Pode ser anulado pela Administração, por motivo de conveniência, a


qualquer tempo.
Errado! A anulação acontece por razões de ilegalidade e não é a qualquer
tempo, mas dentro de um prazo decadencial de 5 anos.

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Só pode ser anulado por meio de ação popular.


Errado! Pode ser anulado pela própria Administração ou pelo Poder
Judiciário.
Pode ser anulado, no prazo de cinco anos, quando viciado por ilegalidade.
Correto! É o que dispõe o art. 54, da Lei 9784/99.
Pode ser revogado, em cinco anos, sem que as partes possam invocar
direito adquirido.
Errado! O prazo de 5 anos é para anular.
Uma vez praticado, não pode ser revogado.
Errado! É possível a revogação por razões de oportunidade e conveniência.

13 - (ESAF/Analista MPU/2004) O ato administrativo goza da presunção


de legitimidade, mas, quando dele decorrerem efeitos favoráveis para seus
destinatários e estiver eivado de vício insanável de legalidade, a
Administração tem o direito de anulá-lo
a) enquanto não produzir efeitos.
b) no prazo decadencial de 5 anos.
c) a qualquer tempo.
d) no prazo prescricional de 10 anos.
e) no prazo decadencial de 2 anos.

Gabarito: B
Comentários: É exatamente o que dispõe o art. 54, da Lei 9784/99.

14 - (ESAF/Analista MPU/2004) Um dos elementos essenciais à


validade, dos atos administrativos, é a motivação, que consiste na indicação
dos seus pressupostos fáticos e jurídicos, o que porém é preterível,
naqueles que
a) importem anulação ou revogação de outro anterior.
b) dispensem ou declarem inexigível licitação.
c) apliquem jurisprudência indicada em parecer adotado.
d) importem ou agravem encargos ou sanções.
e) neguem, limitem ou afetem direitos.

Gabarito: C
Comentários: De acordo com a Lei nº 9.784/99, art. 50. Os atos
administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos
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fundamentos jurídicos, quando: I – neguem, limitem ou afetem direitos ou


interesses; II – imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; III –
decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública; IV –
dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório; V –
decidam recursos administrativos; VI – decorram de reexame de ofício; VII
– deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou
discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais; VIII
– importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato
administrativo.
Ou seja, se deixou de aplicar jurisprudência firmada, DEVERÁ motivar o
ato.
No entanto, quando a jurisprudência firmada for aplicada, PRESCINDE de
motivação:

Lei nº 9784/99, art. 50 § 1o A motivação deve ser explícita, clara e


congruente, podendo consistir em declaração de concordância com
fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou
propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato.

É o que a doutrina chama de motivação aliunde.

15 – (ESAF/AFRF/2003) O denominado poder extroverso do Estado


ampara o seguinte atributo do ato administrativo:
f) imperatividade
g) presunção de legitimidade
h) exigibilidade
i) tipicidade
j) executoriedade

Gabarito: A
Comentários: A imperatividade é chamada pelo doutrinador Renato Alessi
de Poder Extroverso do Estado.

16 - (ESAF/AFRF/2003) Conforme a doutrina, o ato administrativo,


quando concluído seu ciclo de formação e estando adequado aos requisitos
de legitimidade, ainda não se encontra disponível para eclosão de seus
efeitos típicos, por depender de um termo inicial ou de uma condição
suspensiva, ou autorização, aprovação ou homologação, a serem
manifestados por uma autoridade controladora, classifica-se como:
f) perfeito, válido e eficaz
g) perfeito, válido e ineficaz
h) perfeito, inválido e eficaz
i) perfeito, inválido e ineficaz

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j) imperfeito, inválido e ineficaz

Gabarito: B
Comentários:
- Perfeição: refere-se ao processo de formação do ato, que foi todo
cumprido; ato perfeito é o ato que concluiu o seu ciclo de formação.
- Validade: refere-se à conformidade do ato com a lei; ato válido é o
ato adequado aos requisitos de legitimidade.
- Eficácia: é a capacidade do ato para produzir seus efeitos; ato
ineficaz é o ato que não se encontra disponível para produção de
efeitos.
- Exeqüibilidade: é a capacidade do ato para produzir seus efeitos
imediatamente.

17 – (ESAF/PFN/2004) Sobre a delegação de competência


administrativa, assinale a opção correta.
a) É possível a delegação da decisão de recursos administrativos, ainda que
não o seja para atos de caráter normativo.
b) Em vista da necessidade de segurança jurídica aos atos da
Administração, não se admite, em regra, que o ato de delegação seja
revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante.
c) Não há a necessidade, como regra, de que o ato de delegação e o de sua
revogação sejam publicados no meio oficial.
d) As decisões adotadas por delegação consideram-se editadas pelo
delegante.
e) Se não houver impedimento legal, e for conveniente, em razão de

circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial, é

possível a um órgão administrativo delegar parte de sua competência a

outro órgão, ainda que este não lhe seja hierarquicamente subordinado.

Gabarito: E
Comentários:

É possível a delegação da decisão de recursos administrativos, ainda que


não o seja para atos de caráter normativo.
Errado! Art. 13, Lei 9784/99 veda a delegação de decisão de recurso
administrativo.

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Em vista da necessidade de segurança jurídica aos atos da Administração,


não se admite, em regra, que o ato de delegação seja revogável a qualquer
tempo pela autoridade delegante.
Errado! O ato de delegação é revogável a qualquer tempo.
Não há a necessidade, como regra, de que o ato de delegação e o de sua
revogação sejam publicados no meio oficial.
Errado! O ato de delegação e a sua revogação deverão ser publicados em
veículo oficial.
As decisões adotadas por delegação consideram-se editadas pelo delegante.
Errado! As decisões adotadas por delegação consideram-se editadas pelo
delegado.
Se não houver impedimento legal, e for conveniente, em razão de

circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial, é

possível a um órgão administrativo delegar parte de sua competência a

outro órgão, ainda que este não lhe seja hierarquicamente subordinado.

Correto! Vamos memorizar assim:


TSE // TJ = Tribunal Superior Eleitoral // Tribunal de Justiça =
técnica, social, econômica, territorial e jurídica.

18 - (AFC-STN/ESAF/2005) Relacionando o estudo do ato administrativo


com o do regime jurídico-administrativo, assinale no rol de princípios abaixo
aquele que mais se coaduna com a imposição de limites ao atributo de
autoexecutoriedade do ato administrativo:
a) finalidade
b) moralidade
c) publicidade
d) proporcionalidade
e) motivação
Gabarito: D
Comentários: O atributo de autoexecutoriedade relaciona-se à
possibilidade de se praticar um ato sem necessidade de autorização judicial,
existindo em atos praticados com urgência, ou naqueles com previsão legal.
Em qualquer caso, deve-se levar em consideração o princípio da
proporcionalidade, evitando danos indevidos ao particular.

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19 – (ADV-IRB/ESAF/2004) Quando se verifica que a matéria de fato ou


de direito, em que se fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou
juridicamente inadequada ao resultado obtido, temos vício do ato
administrativo em relação ao seguinte elemento:
a) finalidade
b) objeto
c) forma
d) sujeito
e) motivo

Gabarito: E
Comentários: Fácil? Já estudamos anteriormente! Só poderá ser o
elemento motivo (fato + direito)
20 – (TÉCNICO-ANEEL/ESAF/2004) Não constitui requisito ou elemento
essencial de validade, dos atos administrativos em geral, o de
a) agente capaz.
b) autoridade competente.
c) finalidade de interesse público.
d) forma própria.
e) objeto lícito.

Gabarito: A
Comentários: Agente capaz é elemento dos atos da vida civil, não dos atos
administrativos, que têm como elemento importante a competência, que
não se confunde com a capacidade do Direito Civil. Perceba que todas as
outras alternativas trazem os elementos corretos do ato administrativo, a
exceção da letra A que fala “agente capaz” quando, na verdade, o elemento
correto é “autoridade competente”.

21 – (TÉCNICO-ANEEL/ESAF/2004) Os atos administrativos não são


dotados do atributo de
a) auto-executoriedade.
b) imperatividade.
c) irrevogabilidade.
d) presunção de legitimidade.
e) presunção de verdade.

Gabarito: C

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Comentários: Não estudamos esse atributo da “irrevogabilidade”! Ele não


existe!
22 – (ANALISTA-BCB/ESAF/2002) Quanto à revogação do ato
administrativo, é verdadeiro afirmar:
a) os seus efeitos retroagem à data de sua prática.
b) fundamenta-se no binômio conveniência e oportunidade.
c) decorre de vício ou nulidade.
d) quando praticada pela Administração, necessita de provocação.
e) pode ser exercida pela função jurisdicional.

Gabarito: B
Comentários:

Os seus efeitos retroagem à data de sua prática.


Errado! Os efeitos são ex nunc, ou seja, retroagem à data da revogação. A
anulação é que seus efeitos retroagem à data da sua prática, ou seja, ex
tunc.
Fundamenta-se no binômio conveniência e oportunidade.
Correto!
Decorre de vício ou nulidade.
Errado! Vicio de nulidade é para anulação.
Quando praticada pela Administração, necessita de provocação.
Errado! Independentemente de provocação (princípio da autotutela) a
administração anula e revoga os seus próprios atos.
Pode ser exercida pela função jurisdicional.
Errado! O Judiciário não tem o poder de revogar os atos administrativos,
salvo os seus próprios atos, na sua função atípica de administrar.

23 – (ESAF/AFTE-MG/2005) Sobre conceitos atinentes à Administração


Pública, assinale a opção correta.
a) Não se pode considerar agente público aquele que integra a estrutura de
uma pessoa jurídica de direito privado instituída pelo Poder Público.
b) O poder hierárquico fundamenta o ato de avocação.
c) Os órgãos públicos têm personalidade jurídica, podendo, por isso,
assumir em nome próprio obrigações.
d) A descentralização tem, para o Direito Administrativo, significado de
distribuição de competências dentro de uma mesma pessoa jurídica.

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e) Tradicionalmente, não se considera a competência como elemento


vinculado do ato administrativo.

Gabarito: B
Comentários:

Não se pode considerar agente público aquele que integra a estrutura de


uma pessoa jurídica de direito privado instituída pelo Poder Público.
Errado! É justamente o contrário! Sim, é agente público!
O poder hierárquico fundamenta o ato de avocação.
Correto!
Os órgãos públicos têm personalidade jurídica, podendo, por isso, assumir
em nome próprio obrigações.
Errado! Órgão não tem personalidade jurídica própria.
A descentralização tem, para o Direito Administrativo, significado de
distribuição de competências dentro de uma mesma pessoa jurídica.
Errado! O correto seria desconcentração.
Tradicionalmente, não se considera a competência como elemento vinculado
do ato administrativo.
Errado! A competência é um elemento vinculado.

24 – (ESAF/AFTE-MG/2005) Relativamente aos atributos dos atos


administrativos, assinale a opção correta.
a) Há atos administrativos para os quais a presunção de legitimidade (ou
legalidade) é absoluta, ou seja, por terem sido produzidos na órbita da
Administração Pública, não admitem a alegação, por eventuais
interessados, quanto à ilegalidade de tais atos.
b) A presunção de legitimidade não está presente em todos os atos
administrativos, o que fundamenta a possibilidade de seu desfazimento pelo
Poder Judiciário.
c) Não se pode dizer que a imperatividade seja elemento de distinção entre

os atos administrativos e os atos praticados por particulares, eis que estes

últimos também podem, em alguns casos, apresentar tal atributo (por

exemplo, quando defendem o direito de propriedade).

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d) O ato administrativo nem sempre apresenta o atributo da


imperatividade, ainda que o fim visado pela Administração deva ser sempre
o interesse público.
e) O ato administrativo que tenha auto-executoriedade não pode ser objeto
de exame pelo Poder Judiciário, em momento posterior, pois já produziu
todos os seus efeitos.

Gabarito: D
Comentários:
Há atos administrativos para os quais a presunção de legitimidade (ou
legalidade) é absoluta, ou seja, por terem sido produzidos na órbita da
Administração Pública, não admitem a alegação, por eventuais
interessados, quanto à ilegalidade de tais atos.
Errado!
A presunção de legitimidade não está presente em todos os atos
administrativos, o que fundamenta a possibilidade de seu desfazimento pelo
Poder Judiciário.
Errado! A presunção de legitimidade dos atos administrativos é sempre
relativa e está presente em todos os atos administrativos.
Não se pode dizer que a imperatividade seja elemento de distinção entre os

atos administrativos e os atos praticados por particulares, eis que estes

últimos também podem, em alguns casos, apresentar tal atributo (por

exemplo, quando defendem o direito de propriedade).

Errado! A imperatividade é o elemento de distinção entre os atos

administrativos e os atos praticados pelo particular uma vez que o Estado

está na sua supremacia, no seu poder de império (poder extroverso do

Estado) em relação ao particular.

O ato administrativo nem sempre apresenta o atributo da imperatividade,


ainda que o fim visado pela Administração deva ser sempre o interesse
público.
Correto! Atos de gestão não tem imperatividade.
O ato administrativo que tenha autoexecutoriedade não pode ser objeto de
exame pelo Poder Judiciário, em momento posterior, pois já produziu todos
os seus efeitos.

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Errado! Todos os atos podem ser analisados pelo Poder Judiciário que fará
um controle de legalidade, art. 5º, inciso XXXV da Carta Magna, princípio da
inafastabilidade do controle jurisdicional.

25 – (ESAF/AFTE-MG/2005) Determinado particular ingressa com ação,


pleiteando ao Poder Judiciário que modifique o conteúdo de um ato
administrativo, alegando exclusivamente sua inconveniência. Em vista do
fundamento apresentado para o pedido, o Poder Judiciário:
a) poderá modificar o ato, diretamente, se entender que é, efetivamente,

inconveniente.

b) poderá obrigar a autoridade administrativa a modificá-lo.


c) somente poderá modificar o ato se entender que foi editado em momento
inoportuno, sem adentrar no exame quanto à sua conveniência.
d) não poderá atender o pedido apresentado, por ser a conveniência
aspecto relacionado à discricionariedade do administrador.
e) não poderá atender o pedido, pois a intervenção do Poder Judiciário
somente se justificaria se, a um só tempo, o ato fosse inconveniente e
tivesse sido editado em momento claramente inoportuno.

Gabarito: D
Comentários: Já vimos isso! Questão de mérito (oportunidade +
conveniência) o Judiciário não analisa.

26 – (ESAF/GEFAZ-MG/2005) Suponha que Poder Executivo Estadual


tenha exarado um ato administrativo que, ainda que não fosse ilegal, era
inconveniente e inoportuno. Assinale a opção que corresponde à(s)
providência(s) que poderia(m) ser tomada(s), em face de tal ato.
a) O princípio da autotutela da Administração permite apenas ao Poder
Executivo anulá-lo.
b) Tanto o Poder Executivo como o Poder Judiciário poderiam anulá-lo
(este, apenas se provocado por eventuais interessados).
c) O Poder Executivo poderia revogá-lo, não podendo, o Poder Judiciário,
revogá-lo ou anulá-lo.
d) O Poder Executivo poderia anulá-lo, mas apenas se o Poder Judiciário
assim o determinasse.
e) Uma vez já exarado o ato, somente o Poder Judiciário poderia tomar
providências quanto a ele.

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Gabarito: C
Comentários: Se o ato não foi ilegal (como bem citou a questão) não há
como o Judiciário anular. Como o ato se tornou inconveniente e inoportuno,
só poderá ser revogado e essa revogação é feita apenas pela própria
Administração.

27 – (AFC-CGU/ESAF/2004) Um determinado ato administrativo, tido


por ilegal, não chega a causar dano ou lesão ao direito de alguém ou ao
patrimônio público, mas a sua vigência e eficácia, por ter caráter normativo
continuado, pode vir a prejudicar o bom e regular funcionamento dos
serviços de certo setor da Administração, razão pela qual, para a sua
invalidação, torna-se particularmente cabível e/ou necessário
a) aplicar o instituto da revogação.

b) aplicar o instituto da anulação.

c) aguardar reclamação ou recurso cabível.


d) o uso da ação popular.
e) o uso do mandado de segurança.

Gabarito: B
Comentários: Ora, se o ato é ilegal, só resta a ele ser anulado!

28 - (Analista Jurídico-CE/ESAF/2007) Assinale a opção que contenha


os elementos do ato administrativo passíveis de reavaliação quanto à
conveniência e oportunidade no caso de revogação.
a) Competência/finalidade
b) Motivo/objeto
c) Forma/motivo
d) Objeto/finalidade
e) Competência/forma

Gabarito: B
Comentários:

Mérito Administrativo = Oportunidade + Conveniência = Motivo/Objeto

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29 - (AFC-STN/ESAF/2005) Relacionando o estudo do ato administrativo


com o do regime jurídico-administrativo, assinale no rol de princípios abaixo
aquele que mais se coaduna com a imposição de limites ao atributo de
autoexecutoriedade do ato administrativo:
a) finalidade
b) moralidade
c) publicidade
d) proporcionalidade
e) motivação

Gabarito: D
Comentários: O que limita o atributo da autoexecutoriedade é justamente
o princípio da proporcionalidade que é a adequação entre os meios e os
fins.

30 – (AFC-CGU/ESAF/2006) No conceito de ato administrativo, arrolado


pelos juristas pátrios, são assinaladas diversas características. Aponte, no
rol abaixo, aquela que não se enquadra no referido conceito.
a) Provém do Estado ou de quem esteja investido em prerrogativas
estatais.
b) É exercido no uso de prerrogativas públicas, sob regência do Direito
Público.
c) Trata-se de declaração jurídica unilateral, mediante manifestação que
produz efeitos de direito.
d) Consiste em providências jurídicas complementares da lei, em caráter
necessariamente vinculado.
e) Sujeita-se a exame de legitimidade por órgão jurisdicional, por não
apresentar caráter de definitividade.

Gabarito: D
Comentários: Ato administrativo é uma declaração unilateral, que produz
efeitos de direito, que provém do Estado ou de quem esteja investido em
prerrogativas estatais, sob regência do Direito Público, sujeitando-se a
exame de legitimidade por órgão jurisdicional, por não apresentar caráter
de definitividade. Pode ser discricionário ou vinculado, e sempre devem
respeito à lei.

31 – (AFC-CGU/ESAF/2006) No âmbito das teorias relativas à


invalidação do ato administrativo, entende-se a figura da cassação como

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a) retirada do ato por razões de conveniência e oportunidade.


b) retirada do ato porque sobreveio norma jurídica que tornou inadmissível
situação anteriormente permitida.
c) retirada do ato porque foi emitido outro ato, com fundamento em
competência diversa daquela que gerou o ato anterior, mas cujos efeitos
são contrapostos aos daquele.
d) retirada do ato porque o destinatário descumpriu condições que
deveriam permanecer atendidas a fim de dar continuidade à situação
jurídica.
e) retirada do ato porque fora praticado em desconformidade com a ordem
jurídica.

Gabarito: D
Comentários:

Retirada do ato por razões de conveniência e oportunidade.


Revogação!
Retirada do ato porque sobreveio norma jurídica que tornou inadmissível
situação anteriormente permitida.
Caducidade!
Retirada do ato porque foi emitido outro ato, com fundamento em
competência diversa daquela que gerou o ato anterior, mas cujos efeitos
são contrapostos aos daquele.
Contraposição!
Retirada do ato porque o destinatário descumpriu condições que deveriam
permanecer atendidas a fim de dar continuidade à situação jurídica.
Cassação!
Retirada do ato porque fora praticado em desconformidade com a ordem
jurídica.
Anulação!

32 – (ADV-IRB/ESAF/2006) Assinale a opção que veicula,


concomitantemente, elementos do ato administrativo e do ato jurídico lato
sensu:
a) agente/motivo/objeto
b) motivo/finalidade/forma
c) motivo/objeto/forma

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d) finalidade/agente/objeto
e) agente/forma/objeto

Gabarito: E
Comentários: Elementos do ato jurídico lato sensu: agente capaz; objeto
lícito, possível, determinado ou determinável; forma prescrita ou não
defesa em lei. Elementos do ato administrativo: competência; finalidade;
forma; motivo; objeto.

33 – (Analista-IRB/ESAF/2006) Assinale a opção que contempla


exemplo de ato administrativo desprovido de executoriedade.
a) Apreensão de mercadoria.
b) Interdição de estabelecimento.
c) Cassação de licença para conduzir veículo.
d) Demolição de edifício em situação de risco.
e) Cobrança de multa administrativa.

Gabarito: E
Comentários: A cobrança de multa administrativa somente pode ser
realizada pelo Poder Judiciário.

34 – (Analista-MPOG/ESAF/2006) Um dos requisitos e/ou elementos


essenciais de validade dos atos administrativos, que constitui o seu
necessário direcionamento a um fim de interesse público, indicado expressa
ou implicitamente na norma legal, embasadora de sua realização, é
a) a competência.
b) a finalidade.
c) a forma.
d) o motivo.
e) o objeto.

Gabarito: B
Comentários: Fácil? A questão trouxe exatamente o conceito do elemento
finalidade que deverá sempre ser direcionado ao interesse público.

35 – (Analista-MPOG/ESAF/2006) O chamado mérito administrativo


consubstancia-se na valoração dos motivos e na escolha do objeto de

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determinado ato a ser praticado, feitas pela Administração, incumbida de


sua prática, quando autorizada a decidir quanto
a) à conveniência e oportunidade.
b) à qualidade do seu conteúdo.
c) à quantidade do seu objeto.
d) ao modo de sua realização.
e) ao seu destinatário.

Gabarito: A
Comentários: Oportunidade + Conveniência = Mérito Administrativo

36 – (Analista-MPOG/ESAF/2006) A prática de ato administrativo, com


vício insanável de legalidade (ato ilegal), é motivo suficiente, para a própria
Administração declarar a sua
a) anulação.
b) convalidação.
c) inexistência.
d) presunção de legalidade.
e) revogação.

Gabarito: A
Comentários: Se o ato é ilegal ele deverá ser anulado.

37 – (Analista-SUSEP/ESAF/2006) A Administração Pública pode e/ou


deve anular os seus próprios atos, eivados de vícios que os tornem ilegais,
desde que
a) não operada decadência.
b) não opere retroativamente.
c) preservado o direito adquirido.
d) preservados os efeitos produzidos.
e) não operada a decadência, nem opere a anulação, retroativamente, para
atingir os efeitos que o ato ilegal produziu.

Gabarito: A
Comentários: Segundo o art. 54 da Lei nº 9.784/99, O direito da
Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos

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favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em


que foram praticados, salvo comprovada má-fé.

38 – (Analista-SUSEP/ESAF/2006) A revogação é a supressão de um


ato discricionário, fazendo cessar seus efeitos jurídicos, o que ocorre
quando ele (ato) era
a) ilegal e ineficaz.
b) ilegítimo e ineficiente.
c) legítimo e eficaz.
d) inválido e anulável.
e) de vigência exaurida.

Gabarito: C
Comentários: Ato ilegítimo, ilegal ou inválido = anulação. Se de vigência
exaurida (já não é mais eficaz), não há revogação. Revogação = se o ato,
legítimo e eficaz, não for mais oportuno ou conveniência.

39 – (ACE-TCU/ESAF/2006) Assinale entre os atos administrativos


abaixo aquele que não está viciado.
a) Ato de remoção de servidor para localidade distante como forma de
punição.
b) Portaria de presidente de autarquia rodoviária declarando imóvel de
utilidade pública para fins de desapropriação.
c) Ato de interdição de estabelecimento comercial, sem prévio contraditório,
em caso de risco iminente para a saúde pública.
d) Contratação direta, amparada em notória especialização do contratado,
para serviços singulares de publicidade.
e) Decreto de governador de Estado declarando utilidade pública de imóvel
rural para fins de desapropriação para reforma agrária.
Gabarito: C
Comentários:
Ato de remoção de servidor para localidade distante como forma de
punição.
O ato de remoção só deverá acontecer para fins de interesse público, tal ato
não serve para punir.
Portaria de presidente de autarquia rodoviária declarando imóvel de
utilidade pública para fins de desapropriação.
Desapropriação = competência da União (art. 184, CF/88).

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Ato de interdição de estabelecimento comercial, sem prévio contraditório,


em caso de risco iminente para a saúde pública.
Correto! Sé há um risco iminente, o ato é urgente e deverá ser executado
sem prévio contraditório. No entanto, nada impede, caso se mostre
necessário, que posteriormente, após a prática do ato, haja contraditório e
ampla defesa.
Contratação direta, amparada em notória especialização do contratado,
para serviços singulares de publicidade.
No caso de serviços singulares de publicidade, é vedada a contratação
direta (art. 25, II, Lei nº 8.666/93)
Decreto de governador de Estado declarando utilidade pública de imóvel
rural para fins de desapropriação para reforma agrária.
Desapropriação = competência da União (art. 184, CF/88).

40 – (ESAF/EPPGG-MPOG/2008) Em se tratando dos atos


administrativos, analise os itens a seguir e marque com V a assertiva
verdadeira e com F a falsa, assinalando ao final a opção correspondente:
( ) Entre os atributos do ato administrativo, encontra-se a presunção de
veracidade a qual diz respeito à conformidade do ato com a lei; em
decorrência desse atributo, presume-se, até prova em contrário, que os
atos administrativos foram emitidos com observância da lei;
( ) A autoexecutoriedade consiste em atributo pelo qual os atos
administrativos se impõem a terceiros, independentemente de sua
concordância;
( ) Entre os elementos do ato administrativo, encontra-se a finalidade a
qual é o pressuposto de fato e de direito que serve de fundamento ao ato
administrativo;
( ) O objeto ou conteúdo do ato administrativo consiste no efeito jurídico
imediato que o ato produz.

a) F, V, F, F
b) F, V, V, F
c) V, F, V, V
d) F, F, F, V
e) V, V, F, F

Gabarito: D
Comentários:

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(F) Entre os atributos do ato administrativo, encontra-se a presunção de


veracidade LEGALIDADE a qual diz respeito à conformidade do ato com a
lei; em decorrência desse atributo, presume-se, até prova em contrário,
que os atos administrativos foram emitidos com observância da lei;
(F) A autoexecutoriedade IMPERATIVIDADE consiste em atributo pelo
qual os atos administrativos se impõem a terceiros, independentemente de
sua concordância;
(F) Entre os elementos do ato administrativo, encontra-se a finalidade
MOTIVO a qual é o pressuposto de fato e de direito que serve de
fundamento ao ato administrativo;
(V) O objeto ou conteúdo do ato administrativo consiste no efeito jurídico
imediato que o ato produz.

41 - (ESAF/AFC-STN/2008) Quanto à discricionariedade e à vinculação


da atuação administrativa, pode-se afirmar corretamente:
a) a discricionariedade presente num ato administrativo nunca é total, pois,
em geral, ao menos a competência, a forma e a finalidade são elementos
definidos em lei e, portanto, vinculados.
b) o ato administrativo será discricionário quando a lei não deixar margem
de liberdade para a atuação do administrador e fixar a sua única maneira de
agir diante do preenchimento de determinados requisitos.
c) a conveniência e a oportunidade de realização dos atos constituem o
mérito administrativo, presente nos atos vinculados e passível de controle
pelo poder judiciário.
d) quando o motivo for um aspecto discricionário do ato administrativo,
ainda que expressamente indicado pela administração pública para a prática
de determinado ato, não estará passível de controle pelo poder judiciário.
e) a admissão de servidor público é ato administrativo discricionário típico,
assim como a permissão de uso de bem público é exemplo clássico de ato
administrativo vinculado.

Gabarito: A
Comentários: O ato administrativo será vinculado quando a lei não deixar
margem de liberdade para a atuação do administrador e fixar a sua única
maneira de agir diante do preenchimento de determinados requisitos. A
conveniência e a oportunidade de realização dos atos constituem o mérito
administrativo, presente nos atos discricionários. Pela Teoria dos
motivos determinantes, o motivo expressamente indicado pela
administração pública para a prática de determinado ato é passível de
controle pelo poder judiciário. A permissão de uso de bem público é
exemplo clássico de ato administrativo discricionário.

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Espero que tenha gostado da nossa aula de hoje!

Beijão e até a próxima!

Profa Patrícia Carla

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