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Do Empresário
Do Empresário
1. Conceito
Nos termos do art. 966 do Código Civil, considera-se empresário quem exerce
ou de serviços.
a) Profissionalismo: com a clareza que lhe é peculiar, esclarece Fábio Ulhoa Coelho que a
de três ordens. A primeira diz respeito à habitualidade, pois não se considera profissional
nome do empresário, ainda que a atividade seja materialmente desempenhada por seus
empregados, essas pessoas contratadas não são empresárias, mas apenas prepostos do
empresário tem o amplo conhecimento das informações sobre os bens ou serviços que
oferece ao mercado, tais como condições de uso, qualidade, insumos empregados, defeitos
em que busca gerar lucro para quem a explora. Assim, o lucro sempre será a finalidade
sujeita aos destemperos do mercado, muitas vezes aquele que desenvolve a empresa, apesar
quais sejam, o capital; a mão-de-obra; os insumos; e a tecnologia. Assim, não deverá ser
considerado empresário quem explora atividade de produção ou circulação de bens ou
faz sozinho.
Por fim, a tecnologia, que não quer dizer, necessariamente, tecnologia de ponta ou
Exemplo, se uma pessoa resolve vender doces que fabrica sozinha em casa para sua
empresarial, logo, a vendedora de doces não é empresária; o que ela exerce é apenas uma
atividade civil.
pode ser tanto uma pessoa física, ou seja, um empresário, individual, como uma pessoa
jurídica, também chamado de sociedade empresária.
bens ou serviços. È importante destacar a questão.Na linguagem cotidiana, mesmo nos meios
jurídicos, usa-se a expressão “empresa”
correto nessas frases é o de estabelecimento empresarial; este sim pode incendiar-se ou ser
Não se diz “separam-se os bens da empresa e os dos sócios em patrimônio distintos”, mas
“separam-se os bens sociais e os dos sócios”; não se deve dizer “fulano e beltrano abriram
avaliação dessa pessoa. Como ela se está referindo à atividade, é adequado falar em
empresa.
2. Empresário individual
O art. 972 do Código Civil estabelece que podem exercer a atividade de empresário
os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos.
Atendem ao requisito da capacidade civil aquelas pessoas que não sejam consideradas
a atividade empresarial.
exercer a atividade empresarial, desde que previamente autorizado pelo juiz. Entretanto,
nos termos do art. 974 do Código Civil, é requisito essencial para a concessão da
explorada pelo incapaz, enquanto capaz, ou por seus pais, ou, ainda, por pessoa de quem o
incapaz seja sucessor. Como mencionado, além da capacidade civil, a pessoa física que
deseje explorar uma atividade empresarial não pode ser legalmente impedida.
responderá pelas obrigações contraídas e eventuais danos causados a terceiros (art. 973).
consumidores etc., deverá cumprir esses contratos, não podendo alegar o seu impedimento
empresarial seja sócio ou acionista de sociedade empresária, desde que não ocupe cargo
administrativo, respondendo pela pessoa jurídica. Isso porque o impedimento legal recai
ou seja, são eles que atuam em nome dela e se obrigam perante diretamente perante
terceiros pelos contratos celebrados.Por outro lado, como os sócios ou acionistas de uma
sociedade não são empresários
diretamente em nome da pessoa jurídica, não há impedimento legal para que se filiem a ela.
sociedades (empresas) que possuem contrato com o Estado, fora disso podem ser sócios.
Os cônjuges, por sua vez, podem contratar sociedade entre si ou com terceiros,
obrigatória (ou legal) de bens (art. 977). Eles são civilmente capazes, mas, em virtude do
regime de bens de seu casamento, não podem constituir sociedade entre si ou com terceiros.
O art. 2.031 estipulou o prazo de um ano para que se adaptassem às novas prescrições. Em
10/01/2005, a medida Provisória n. 234 alterou o caput do artigo 2.031, mudando o prazo
antenupcial do empresário, bem como título de doação, herança ou legado de bem com
Por sua vez, o art. 980 do CC esclarece que a sentença que decretar ou homologar a
separação judicial do empresário e eventual ato de reconciliação não podem ser opostos a
terceiros antes de arquivados e averbados. Não basta, portanto, a averbação apenas no
Registro Civil.
empresa antes de iniciar suas atividades (art. 967 do Código Civil); b) escriturar regularmente
os livros obrigatórios (art. 1.179 do Código Civil); e c) levantar balanço
4.1. Introdução
de uma atividade empresarial, é uma das obrigações a que todos os empresários estão
Comercial.
Por sua vez, cabe às Juntas Comerciais, dentre outras atividades previstas no art. 7º
mercantis.
Observa-se que os contratos sociais das sociedades empresariais somente podem ser
arquivados nas Juntas Comerciais quando vistados por advogado (Estatuto da Advocacia,
empresário apresente tais documentos após o referido prazo, os efeitos do ato não
retroagirão à data de sua assinatura, sendo somente produzidos a partir da data do ato
sob pena de: a) ser considerado inativo; b) ter seu registro cancelado; e c) perder,
automaticamente, a proteção de seu nome empresarial (Lei n. 8.943/94, art. 60 e Decreto n.
5. Escrituração mercantil
5.1 Introdução
em obrigatórios ou facultativos.
e a espécie de livros ficarão, salvo disposto no art. 1.180 do Código Civil, a critério dos
mas se achar conveniente, poderá adotar o sistema simplificado (Lei n. 8.864/94, art. 11),
qualquer empresário. Conforme Fábio Ulhoa Coelho, trata-se de livro contábil em que se
devem lançar, dia a dia, diretamente ou por reprodução, os atos e operações da atividade
empresário.
vez que todo empresário que emitir duplicata mercantil ou de prestação de serviços deverá
obrigatórios às sociedades limitadas (CC, art. 1.075, § 1º, e art. 1.069, inc. II); e d) livro de
desenvolver e controlar sua contabilidade. Esses livros não obrigatórios são chamados de
livros facultativos, dos quais são exemplos: a) livro caixa; b) livro razão; c) livro conta
6. Empresário irregular
cumprir com as suas obrigações legais específicas. As principais restrições aplicadas aos
a) o empresário irregular não tem legitimidade ativa para o pedido de falência de seu
devedor (art. 97,§ 1.º, da LF), mas pode requerer a própria falência (autofalência).
b) o empresário irregular não tem legitimidade ativa para requerer a recuperação judicial,
na medida em que a lei elege a inscrição no Registro de Empresa como condição para ter
acesso ao favor legal (LF, art. 51, V).c) o empresário irregular não pode ter seus livros
comerciais autenticados no registro
público de empresas, em virtude da falta de inscrição (CC, art. 1.181), não podendo valerse da
eficácia probatória atribuída a eles no art. 379 do CPC; e