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Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7

Cadernos PDE

II
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
VIOLÊNCIA NA ESCOLA: AÇÕES DESENVOLVIDAS PELA ESCOLA E PELO
ESTADO ATRAVÉS DE PROGRAMAS, PROJETOS E POLÍTICAS PÚBLICAS
PARA O ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA ESCOLAR
MILDRE MERI NOVAKOSKI
Disciplina/Área Gestão Escolar
Escola de Colégio Estadual Dona Branca
Implementação do Rua Jorge Bonn, 10 – Bairro Tingui
Projeto e sua
localização
Município da escola Curitiba, PR
Núcleo Regional de Curitiba, PR
Educação
Professor Dulce Dirclair Huf Bais
Orientador
Instituição de Universidade Federal do Paraná
Ensino Superior
Relação No desenvolvimento deste projeto não haverá uma relação
Interdisciplinar interdisciplinar. Haverá, sim, uma relação intertemática, a
saber: políticas públicas educacionais e de direitos humanos,
pedagogia e violência escolar.
Resumo As relações no cotidiano escolar devem traduzir respeito ao
próximo, através de atitudes que priorizem a amizade, a
harmonia e a integração das pessoas, visando atingir os
objetivos propostos no projeto político pedagógico da
instituição. Discute-se muito sobre o “combate à violência”,
porém, levando ao pé da letra, combater significa: guerrear,
bombardear, batalhar, o que não traduz um conceito correto
para se revogar a mesma. Este conceito é também utilizado
pelas instituições públicas, princípio que deve ser o motivador
para a falta de engajamento dessas ações. A escola é o
primeiro ambiente social que a criança experimenta depois da
família, igrejas, vizinhos, enfim, um círculo bastante restrito. É
na escola que ela vai, realmente, experimentar um ambiente
social e aprender a conviver com as diferenças e se constituir
num ser social. Sendo assim é urgente e essencial tratar a
violência na escola como um trabalho de lucidez quanto ao que
se está fazendo com o presente e, sobretudo, com o que nele
se planta, pois isto definirá o futuro. Para isso, é preciso
renovar a capacidade de diálogo e propor um novo projeto de
sociedade no qual o bem de todos seja o foco da ação. Diante
disto este caderno temático traz três unidades que buscam
discutir a violência escolar, as políticas públicas para o
enfrentamento a esta e o papel das redes de proteção diante tal
problemática.
Palavras-chave Violência escolar; políticas públicas; redes de proteção.
Formato do Material Caderno temático
Didático
Público Alvo Professores, equipe diretiva e equipe pedagógica.
APRESENTAÇÃO

Este Caderno Temático constitui parte das atividades do Programa de


Desenvolvimento Educacional (PDE), da Secretaria de Educação do Estado do
Paraná, elaborado para subsidiar a implementação do Projeto de Intervenção
Pedagógica na Escola, sob o título “Violência na Escola: ações desenvolvidas pela
escola e pelo Estado através de programas, projetos e políticas públicas para o
enfrentamento à violência escolar”.
A proposta de pesquisa que se pretende desenvolver refere-se à violência
que ocorre nas escolas, sendo que a atenção se dará especificamente à condição
do aluno no convívio escolar, entendendo que é neste espaço que também se
aprendem comportamentos futuros, bem como a lidar com a diversidade humana
através do respeito e da ética. Em muitas escolas, infelizmente não é o que ocorre.
A família desenvolve papel fundamental na educação dos filhos. É ela que
fornece os valores, as crenças, os limites ou excessos de permissividade, embora a
criança não seja só produto da educação familiar, mas também do social, dos
amigos, da internet e dos grupos da escola.
Os limites são imprescindíveis na vida do ser humano, favorecendo a
harmonia na convivência familiar, escolar e social; bem como, a autoestima que é a
forma pela qual o individuo percebe seu próprio eu. A percepção desta autoestima
da criança começa a se formar muito cedo. Desde pequena, a criança em interação
com o meio, mediante as experiências vivenciadas, especialmente no contato com
os pais, vai incorporando ideias sobre si. Estas influenciarão suas atitudes
posteriores e, consequentemente, seus comportamentos.
Dentre as formas de violência da qual a criança é vítima, destaca-se a
violência doméstica que interrompe o ideal de família, ambiente em que a criança ou
adolescente cresce sendo torturado, violentado, física ou psicologicamente. Essas
experiências vivenciadas no meio familiar contribuem significativamente para que a
criança ou adolescente manifestem comportamentos antissociais na escola e na
sociedade em geral, transformando-os muitas vezes em adolescentes dependentes
de substâncias químicas, violentos, suicidas, com transtornos psicológicos e sociais.
Portanto, é função e responsabilidade da família, da escola e da sociedade em geral
proporcionar à criança e adolescentes valores positivos que norteiem o
desenvolvimento destes, revertendo então o quadro de violência e agressividade,
presente nos mais diversos ambientes.
As relações no cotidiano escolar deveriam traduzir respeito ao próximo,
através de atitudes que priorizassem a amizade, a harmonia e a integração das
pessoas, visando atingir os objetivos propostos no projeto político pedagógico da
instituição.
Discute-se muito sobre o “combate à violência”, porém, levando ao pé da
letra, combater significa: guerrear, bombardear, batalhar, o que não traduz um
conceito correto para se revogar a mesma. Este conceito é também utilizado pelas
instituições públicas, princípio que deve ser o motivador para a falta de engajamento
dessas ações.
Sabe-se que a escola é o primeiro ambiente social que a criança experimenta
depois da família, igreja, vizinhos – círculos bastante restritos. É na escola que ela
vai, realmente, experimentar um ambiente social e vai aprender a conviver com as
diferenças e constituir um ser social. Sendo assim, é urgente e essencial tratar a
violência na escola como um trabalho de lucidez, quanto ao que se está fazendo
com o presente e, sobretudo, com o que nele se planta; pois, isso definirá o futuro.
Desse modo, é preciso renovar a capacidade de diálogo e propor um novo projeto
de sociedade, no qual o bem de todos seja o foco da ação.
O presente material didático é um caderno temático, organizado em três
unidades didáticas, as quais abordam a violência escolar, as políticas públicas para
enfrentamento da violência escolar e a formação das redes de proteção.

Mildre Meri Novakoski


UNIDADE I

VIOLÊNCIA ESCOLAR

Definir a violência escolar é bastante difícil, devido a grande abrangência de


tal termo. De acordo com Silva (2009), tal dificuldade se dá por conta da forma que a
sociedade contemporânea se organizou. A autora afirma que são diversas as formas
de violência, estando presente em diversos setores de nossa sociedade.
Sorge1 (1993 apud Silva, 2009) conceitua a violência como a utilização, de
maneira injusta, da força física, com o intuito de obrigar o outro a realizar algo contra
sua própria vontade. Sposito (1998, p. 3), descreve aquela como sendo “todo ato
que implica na ruptura de um nexo social pelo uso da força”.
De acordo com Funk (2002, p.133), ao se expandir a definição de violência,
corre-se o risco de hiperamplia-la até torná-la impensável e criminalizar padrões
comportamentais comuns, incluindo-os em tal definição.
Abramovay e Rua (2003) acreditam que é difícil realizar uma análise sobre
violência, em especial a escolar, pois não existe um consenso acerca do termo,
tendo significações variadas em todo o mundo.
Pode-se dizer que existem diversos tipos de violência no interior das escolas
e, segundo Abramovay e Rua (2003, p. 24), se faz necessária uma análise dos
aspectos externos e internos da escola, visando verificar as características tanto das
vítimas quanto dos agressores e dos ambientes nos quais estes transitam, dentro e
fora da escola. Dentre alguns aspectos exógenos que devem ser considerados,
pode-se citar: gênero, relações raciais, situações familiares, influências dos meios
de comunicação, espaço social das escolas. Já sobre os aspectos internos, tem-se:
idade ou nível de escolaridade dos estudantes, as regras e disciplinas dos projetos
pedagógicos, comportamento dos professores com os alunos.
Para Charlot (2002, p. 434), existem três tipos de violência escolar: na escola,
à escola e da escola. A violência na escola é aquela ocorrida dentro da instituição
escolar; contudo, não está, necessariamente, relacionada às atividades da escola,

1
SORGE, B. A violência. São Paulo: Loyola, 1993.
podendo acontecer fora dos muros desta e se estendendo até ela. São os casos de
invasão para venda de drogas ou para “acerto de contas” com os alunos.
A violência à escola ou contra a escola é aquela onde há danos ao patrimônio
ou aos seus agentes. Trata-se dos atos de vandalismo e depredação ao patrimônio
da escola (pichações, quebra de carteiras, roubos de aparelhos). Podemos incluir
aqui, os insultos e ameaças de alunos aos professores e funcionários porque estes
são representantes ou agentes da escola.
Já a violência da escola é aquela praticada pela própria instituição e por seus
funcionários (professores, agentes de apoio, equipe administrativa, pedagógica e
diretiva).
Charlot (2002, p. 434) acredita que tal distinção seja necessária; pois, se a
escola é impotente diante da violência na escola, ela tem condições de combater a
violência da e à escola. Ao afirmar isso, o autor acredita que a violência escolar não
é apenas reprodução daquilo que se passa fora dos muros da instituição; pois, se
assim o fosse, a escola estaria de mãos atadas diante desse fenômeno.
Laterman apud Pereira (2012, p. 16) corrobora com a ideia de que a violência
que ocorre dentro da escola não é um simples reflexo do que vem acontecendo na
sociedade, uma vez que muitas comunidades violentas contam com instituições de
ensino tranquilas, nas quais não há registros de atos violentos.
Aquino (1998) e Guimarães (1996) acreditam que, nem sempre, as atitudes
violentas ocorridas dentro dos muros escolares refletem o que acontece lá fora. Por
vezes, a instituição pode ser complacente com situações que exigiram uma tomada
de providências e, sem fazê-la, favorece tais ocorrências. Quanto a isso, Aquino
(1998, p. 10) afirma ser evidente que “algo de novo se produz nos interstícios do
cotidiano escolar, por meio da (re)apropriação de tais vetores de força por parte de
seus atores constitutivos e seus procedimentos instituídos/instituintes.” Guimarães
(1996) também defende tal pensamento. A autora acredita que a escola acaba por
produzir sua própria violência e indisciplina que, obviamente, causa efeitos de
retorno à comunidade escolar.
Segundo Sposito (1998), a maioria dos estudos sobre a violência escolar
acaba por associá-la à pobreza. Contudo, trata-se de uma relação incoerente, uma
vez que, atualmente, as escolas de classe média também estão enfrentando tal
problema.
Conforme afirma Gonçalves e Sposito (2002, p.07), “ambientes sociais
violentos nem sempre produzem práticas escolares caracterizadas pelas violências”.
É necessário que a escola busque formas de trabalhar a violência ocorrida dentro da
instituição, buscando auxílio dos órgãos governamentais que, por sua vez, deverão
contribuir com a criação de programas, com o preparo dos professores, provendo
recursos para trabalhos com a comunidade local, enfim, colaborando para o
enfrentamento do problema. A violência escolar atrapalha a escola em sua função
pedagógica e civilizatória, tanto em transmitir os conhecimentos historicamente
produzidos de forma sistemática, quanto de formar o cidadão. Assim, nos valemos
aqui do pensamento de Abramovay e Rua (2003) sobre a violência escolar ser um
fenômeno preocupante à medida que:

[...] afeta diretamente agressores, vítimas e testemunhas dessa violência e,


principalmente, contribui para romper com a ideia da escola como lugar de
conhecimento, de formação do ser, de educação, como veículo, por
excelência, do exercício e aprendizagem, da ética e da comunicação por
diálogo e, portanto, antítese da violência. (ABRAMOVAY; RUA, 2003, p.
26).

Peres e Peres (2008) apontam que existem fatores externos (sociedade e


comunidade) e internos (escola) que influenciam no enfretamento à violência
escolar, tanto de forma positiva como negativa. De acordo com os autores, os
fatores externos que dizem respeito ao contexto social e comunitário, mostram-se
como uma ameaça para escola quando apresentam falta de policiamento e alta
criminalidade, mas, demonstram oportunidades de combate à violência quando
contam com a participação de associações da comunidade e a sociedade,
organizada na luta pela efetivação das políticas públicas. Já os fatores internos que
prejudicam a escola nesse sentido, são: a falta de atualização e a falta de
esclarecimento consistente dos professores. O ponto positivo é o interesse dos
docentes em proteger crianças e adolescentes da violência escolar.

ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

Esta unidade visa ampliar o conhecimento da equipe pedagógica sobre a


violência escolar e como esta se manifesta. Também será realizada a leitura de
indicadores que trazem dados acerca da violência praticada contra crianças e
adolescentes, na cidade de Curitiba.
A carga horária para esta unidade será de 4 horas. Divididas em: 100 minutos
para apresentação do conteúdo da unidade e discussão; 60 minutos para a leitura
dos índices de violência e discussão sobre estes; 80 minutos para elaboração de
estratégias que visem diminuir os índices de violência.

REGISTRE SUA IDEIA

 Como diminuir o índice de violência nas escolas?


 Quais os mecanismos legais a serem utilizados como forma de
diminuir a violência contra crianças e adolescentes?

INDICAÇÕES DE LEITURA

A partir da leitura do material citado abaixo você poderá conhecer um pouco


mais sobre a temática abordada nesta unidade.
ABRAMOVAY, Mirian; AVANCINI, Marta; OLIVEIRA, Helena. O bê-á-bá da
intolerância e da discriminação. Disponível em:
http://www.unicef.org/brazil/pt/Cap_02.pdf.
UNIDADE II

POLÍTICAS PÚBLICAS PARA ENFRENTAMENTO DA VIOLÊNCIA ESCOLAR

A partir da década de 80, período no qual havia um consenso no meio


acadêmico e político de que era preciso democratizar as escolas, foi dado início às
políticas dirigidas à violência escolar. (GONÇALVES; SPOSITO, 2002) Estas foram
pautadas nos discursos de gestão democrática e envolvimento da comunidade nas
instituições. Contudo:

[...] havia (e ainda há) um quadro predominantemente desfavorável para a


redução dessa violência. As condições de trabalho e os salários de
magistério público continuam deteriorados em toda a década, não obstante
esforços isolados de algumas administrações, visando a sua correção. A
base dos estabelecimentos escolares padece, em grande parte, de
problemas crônicos quanto ao estado de conservação dos prédios e
ausência de equipamentos. (GONÇALVES; SPOSITO, 2002, p. 108)

Ainda, segundo os autores, os primeiros passos rumo às “políticas públicas”


voltadas ao combate à violência escolar foram dados pelo Ministério da Justiça, uma
vez que houve um grande aumento de homicídios entre os jovens em meados da
década de 90. Tal Ministério estabeleceu, no mês de junho de 1999, “uma comissão
de especialistas, encarregada de elaborar diretrizes para enfrentar a violência nas
escolas, contando com a parceria de alguns institutos de pesquisa e algumas
organizações não governamentais.” (GONÇALVES; SPOSITO, 2002, p. 106).
Desse modo, a política pública voltada para algo como a prevenção à
violência escolar se caracteriza como sendo intervenção do Estado, visando
proteger a própria sociedade e suas instituições (escola, universidade), a fim de
atender os objetivos das mesmas, gerenciando os conflitos por meio da
implementação de programas e de ações que estejam voltadas para setores
específicos da sociedade. (PRIOTTO, 2008).
Muitas foram as iniciativas desenvolvidas com o intuito de prevenir a violência
no contexto escolar. No ano 2000, houve o lançamento do Programa Paz nas
Escolas que atingiu catorze estados brasileiros, respeitando a dinâmica de cada
região, trabalhando para desarmar a população e integrando a ação de policiais e
jovens na resolução de conflitos e na capacitação de professores. O Programa
capacitou milhares de professores para elaborarem Parâmetros Curriculares
Nacionais, com ênfase em temas transversais de Ética e Cidadania. (GONÇALVES;
SPOSITO, 2002, p. 107).
Gonçalves e Sposito (op. cit.) afirmam que, a partir da década de 80, as
instituições escolares abriram suas portas para a comunidade, buscando junto a eles
solucionar os problemas relacionados à violência escolar. A partir desse momento,
novas condições no universo educacional surgiram com vistas a favorecer
mudanças nesse sentido, tais como: novas formas de organização dos ciclos
escolares, de avaliação discente e de orientações curriculares, que foram propostas
em âmbito nacional, estadual e municipal, com a aprovação da nova Lei de
Diretrizes e Bases – LDBEN – em 1996. (GONÇALVES; SPOSITO, 2002, p.109).
A abertura da escola para a comunidade e uma gestão democrática daquela
podem vir a contribuir para a redução da violência escolar. No entanto, para que as
escolas estejam abertas à população, são necessários espaços escolares com
condições favoráveis, além de dispositivos de responsabilidade da própria
comunidade.

ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

Esta unidade visa contribuir para enriquecer o seu conhecimento acerca das
políticas adotadas pelo Estado para o enfrentamento à violência. Além de
documentos legais sobre o tema, você terá a oportunidade de assistir os seguintes
vídeos:
Vídeo 1 – “Violência na Escola”, do programa “Em Tese”, da TV-UFPR, com
duração de 30’22’’, disponível em: www.youtube.com/watch?v=s8QXFav4Jcg.
Vídeo 2 – “Estratégias para reverter a violência nas escolas”, da TV para o
Futuro, da Fundação Roberto Marinho, com duração de 20’28’’, disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=3iJvUzO_WaM.
A carga horária desta unidade será de 4 horas. Divididas em: 60 minutos para
leitura e discussão do material teórico sobre as políticas públicas; 60 minutos para
apresentação e discussão sobre o vídeo 1; 60 minutos para apresentação e
discussão sobre o vídeo 2; 60 minutos para elaboração de uma análise sobre os
dois vídeos e as principais ideias trazidas por estes.
REGISTRE SUA IDEIA

 As Políticas Públicas são suficientes para enfrentar a violência


nas escolas?
 Quais ações a serem desenvolvidas em conjunto com as políticas
públicas para o enfrentamento à violência?
 Para você, qual o papel da escola no enfrentamento à violência?

INDICAÇÕES DE LEITURA

A obra sugerida fala sobre as políticas voltadas para o enfrentamento à


violência na escola.
SPOSITO, Marília. P. A instituição escolar e a violência. Cadernos de Pesquisa,
[online]. São Paulo, n. 104, p. 58-75, 1998. Disponível em:
http://educa.fcc.org.br/pdf/cp/n104/n104a05.pdf.
UNIDADE III

REDE DE PROTEÇÃO

A partir do fim da década de setenta e meados da década de oitenta, a


sociedade começou a passar por intensas modificações, tal época foi marcada por
um forte processo de democratização, a partir do qual se deu início às
reivindicações por uma maior participação da sociedade nos mais diversos
assuntos, pela construção plena da cidadania e pela busca aos direitos individuais e
coletivos.
Foi então que se deu o surgimento das Redes de Proteção, as quais podem
ser definidas como uma articulação de pessoas, organizações e instituições cujo
principal objetivo é compartilhar causas e projetos, de modo igualitário, democrático
e solidário. Trata-se de uma forma de organização baseada na cooperação, na
conectividade, na coletividade e na divisão de responsabilidades e competências.
(LÍDIA, 2002). Pode-se considerar como um modelo de trabalho coletivo, o qual
requer ações conjuntas, compartilhadas, na forma de uma “teia social”, uma malha
de múltiplos fios e conexões. É, portanto, uma articulação política, uma aliança
estratégica entre atores sociais (pessoas) e forças (instituições), não hierárquica,
que tem na horizontalidade das decisões, e no exercício do poder, os princípios
norteadores mais importantes.

ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

Esta unidade traz uma breve explicação sobre o que vem a ser Rede de
Proteção. Nesta você terá a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre os
órgãos que fazem parte da Rede.
Esta unidade possui uma carga horária de 4 horas, onde 60 minutos serão
utilizados para a leitura de documentos inerentes ao tema; 60 minutos serão para a
discussão daquilo que foi lido e 120 minutos serão destinados à pesquisa acerca da
Rede de Proteção existente em sua localidade.
REGISTRE SUA IDEIA

 Você conhece a Rede de Proteção de sua cidade?


 Quais os órgãos fazem parte da Rede de Proteção de sua
localidade?
 Como atua a Rede de Proteção local?

INDICAÇÕES DE LEITURA

O livro indicado traz em suas páginas informações úteis acerca das Redes de
Proteção, nelas é possível agregar mais conhecimento sobre o assunto. Trata-se de
um material de fácil leitura.

Redes de proteção social / [coordenação da publicação Isa Maria F. R. Guará]. -- 1.


ed. – São Paulo: Associação Fazendo História: NECA - Associação dos
Pesquisadores de Núcleos de Estudos e Pesquisas sobre a Criança e o
Adolescente, 2010. -- (Coleção Abrigos em Movimento). Disponível em:
http://www.neca.org.br/colecao-abrigos-em-movimento/livro4.
REFERÊNCIAS

ABRAMOVAY, M.; RUA, M. das G. Violência nas escolas: versão resumida.


Brasília: UNESCO / Brasil. Rede Pitágoras, 2003.

AQUINO, J. G. A violência escolar e a crise da autoridade docente. Cadernos


Cedes, Ano XIX, n. 47, 1998.

CHARLOT, B. A violência na escola: como os sociólogos franceses abordam essa


questão. Sociologias. Porto Alegre, Ano 4, n. 8. P. 432-443, 2002.

FUNK, W. A violência nas escolas alemãs: situação atual. In: DEBARBIEUX, E;


BLAYA, C. (Org.). Violência nas escolas: dez abordagens europeias. Brasília:
UNESCO, 2002. Disponível em:
http://unesdoc.unesco.org/images/0012/001287/128722por.pdf. Acesso em:
20/06/14.

GONÇALVES, L. A. O.; SPOSITO, M. P. Iniciativas públicas de redução da violência


escolar no Brasil. Cadernos de Pesquisa, n. 115, p. 101-138, março/2002.

GUIMARÃES, A. M. Indisciplina e violência: ambiguidade dos conflitos na escola. In:


AQUINO, J. G. (org.). Indisciplina na escola: Alternativas teóricas e práticas. São
Paulo: Summus, 1996.

LÍDIA, V. Redes de proteção: novo paradigma de atuação. Curitiba, 2002.

PEREIRA, B. C. D. Políticas públicas de enfrentamento da violência escolar no


Paraná: limites e possibilidades na vivência de escolas estaduais de Maringá-PR. 68
f. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de Pedagogia). Universidade Estadual de
Maringá. Maringá: 2012. Disponível em:
http://www.dfe.uem.br/TCC/Trabalhos_2012/BARBARA_CD_PEREIRA.PDF.
Acessado em: 17/10/2014.

PERES, A. M.; PERES, E. L. Planejamento estratégico e mapeamento inteligente


como instrumentos na prevenção da violência no contexto da escola. Cap. 09 In:
SILVA, P. V. B. da; LOPES, J. de E.; CARVALHO, A. (orgs). Por uma escola que
protege: a educação e o enfrentamento à violência contra crianças e adolescentes.
Ponta Grossa: UEPG, Curitiba, 2008. 198p. Disponível em:
http://www.cedeps.com.br/wpcontent/uploads/2009/06/LivroEQP.pdf. Acesso em:
30/07/14.

PRIOTTO, E. P. Violência escolar: políticas públicas e práticas educativas. 200 f.


Dissertação (Mestrado em Educação) – Pontifícia Universidade Católica do Paraná,
Curitiba, 2008.

SILVA, M. J. D. da. O papel do professor frente à violência nas escolas: uma


mediação necessária. Revista Eletrônica de Ciências da Educação. 2009.
SPOSITO, M. P. A instituição escolar e a violência. Cad. Pesqui, [online]. São
Paulo, n. 104, p. 58-75, 1998. Disponível em:
http://educa.fcc.org.br/pdf/cp/n104/n104a05.pdf. Acesso em: 25/07/2014.

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