Você está na página 1de 10

Jacob Domingos Mujovo Júnior

Jaime Dique Magaia

Crescimento Económico Sustentável

Licenciatura em Planeamento e Ordenamento Territorial

Laboral

Universidade Pedagógica de Maputo

Maputo, Agosto

2021
Jacob Domingos Mujovo Júnior

Jaime Dique Magaia

Crescimento Económico Sustentável

Trabalho Cientifico a ser apresentado na


FCTA, Departamento de Ambiente e
Desenvolvimento, na Disciplina de
Avaliação Integrada do Recursos Naturais
sob orientação de:
Prof. Dr. Domingos António Ferrão &

Dr. Lúcio Nhanombe

Universidade Pedagógica de Maputo

Maputo, Agosto

2021
ÍNDICE
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 4

1. CRESCIMENTO ECONÓMICO SUSTENTÁVEL............................................................... 5

1.1. Crescimento económico ........................................................................................................... 5

1.2. Crescimento económico sustentável ........................................................................................ 6

1.2.1. Objectivo e Características do Crescimento Sustentável ...................................................... 7

1.2.2. Importância do crescimento económico sustentável ou Economia Verde............................ 7

1.2.3. Acções para promover o crescimento sustentável ................................................................ 8

CONCLUSÃO ................................................................................................................................ 9

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA .............................................................................................. 10


4

INTRODUÇÃO

A humanidade vive actualmente numa era de abundância e prosperidade devido ao progresso


tecnológico assistido no século XX, usufruímos agora de bens como o computador, telemóvel,
automóvel, televisão, aviões para viagens pelo mundo, usamos a internet. Temos uma melhor
qualidade de vida. O crescimento económico consiste em procurar satisfazer as necessidades das
pessoas mas a preocupações actuais que se levantam são: Ate que ponto o crescimento
económico pode afecta o planeta? Será que o crescimento económico actual será favorável para
gerações vindouras?

O facto é que o crescimento económico na maioria das vezes vem acompanhado do uso
excessivo de recursos naturais e de impactos sociais e ambientais negativos como a desigualdade
de renda, a exploração de mão-de-obra, a emissão de gases tóxicos. O que se tem observado é
que o estilo de vida baseado no modo de produção capital visa, visa cada vez mais, o
crescimento económico e por outro lado as preocupações com o meio ambiente e a sua
sustentabilidade.

Objectivos

Geral:

• Compreender o conceito de crescimento económico sustentável

Específicos:

• Diferenciar o crescimento económico do crescimento económica sustentável;

• Apresentar o objectivo e as características do crescimento económico ou Economia


verde;

• Abordar sobre a importância e as acções para promover o crescimento sustentável.


5

1. CRESCIMENTO ECONÓMICO SUSTENTÁVEL

Para falar do crescimento económico sustentável propriamente dito, a prior deve-se elucidar de
uma forma geral sobre o crescimento económico, que é bastante diferente do sustentável. Existe
uma grande diferença entre o crescimento económico e o crescimento económico sustentável. O
primeiro é um tipo de modalidade económica preocupada em gerar lucros, ou melhor, somente
está interessada no alavancamento quantitativo da economia, sem se preocupar com o meio
ambiente. Enquanto o crescimento económico sustentável, trata-se do crescimento económico
que garante a preservação do meio ambiente e o futuro do desenvolvimento social.

Outros autores usam o termo de crescimento verde para abordar sobre o crescimento económico
sustentável. “O crescimento verde significa fomentar o crescimento e o desenvolvimento
económicos, assegurando simultaneamente que as riquezas naturais continuam a fornecer os
recursos e os serviços ambientais, dos quais depende o nosso bem-estar.” (Um Sumário para os
Decisores Políticos, 2011)

Em Junho de 2009, os ministros de 34 países assinaram uma Declaração sobre Crescimento


Verde, declarando que iriam: “Intensificar os seus esforços para continuar as estratégias de
crescimento verde como parte das suas respostas à crise e não só, reconhecendo que o verde
pode caminhar lado a lado com o crescimento.” (Idem)

1.1. Crescimento económico

A economia, ou melhor, o crescimento económico foi tida como o grande vilão do meio
ambiente até meados do século passado, pois a ideia que se tinha era a de que o crescimento
desencadearia poluição, degradação e esgotamento dos recursos naturais. De fato, nos anos de
1970, cientistas explicaram que tal ideia estava relacionada com o conflito que se tinha entre as
leis que regem a economia e as leis que regem os fenómenos naturais.

A década de 70 figura como um marco de emergência de questionamentos e


manifestações ecológicas, a nível mundial, que defendem a inclusão dos
problemas ambientais na agenda do desenvolvimento das nações e das relações
internacionais como um todo. Tais preocupações reflectem a percepção de um
conflito crescente entre a expansão do modelo de crescimento económico, de base
6

industrial, e o volume de efeitos desagregadores sobre os ecossistemas naturais.


O conjunto de impactos ambientais, até então percebidos como resíduos
inevitáveis do progresso e da expansão capitalista, passam a assumir uma nova
dimensão, e a despertar atenção, interesse e novas leituras. (Lima apud Rolim,
Jatobá e Belo, 2014)

Elucidando o que fora dito anteriormente, sabe-se que, no campo económico, a busca incessante
pelo maior lucro e seu retorno imediato gera a necessidade de produzir uma grande quantidade
de mercadorias em um ritmo acelerado dentro do processo produtivo.

Assim, com o ritmo de produção acelerado e em larga escala, a economia acaba por exercer
pressão nas leis dos fenómenos naturais, ou seja, o consumo dos recursos naturais é de tamanha
grandeza que é preciso catalisar os processos naturais para que se possa fomentar a
industrialização de produtos em grande escala.

1.2. Crescimento económico sustentável

Segundo Rolim et al (2014) nas últimas décadas, as nações começaram a produzir normas
jurídicas com o escopo de tutelar e proteger o meio ambiente. Mundialmente, o meio ambiente
passou a ter destaque internacional com a Conferência de Estocolmo, ocorrida na Suécia em
1972, realizada pela Organização das Nações Unidas. Nessa conferência, o mundo recebeu um
alerta sobre os riscos à própria existência humana em decorrência da degradação excessiva,
trazendo à tona a realidade sobre os recursos naturais, demonstrando que eles seriam finitos.
Desta feita, passou-se a buscar o crescimento económico como premissa para a concretização de
melhor qualidade de vida para o ser humano juntamente com o devido cuidado ambiental, dando
azo ao surgimento da teoria da economia verde

Dessa forma o crescimento sustentável foi definido como sendo a modalidade de


desenvolvimento que busca a satisfação das necessidades das gerações atuais sem comprometer a
habilidade das gerações futuras de satisfazer suas próprias necessidades.

Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia de Portugal, define o Crescimento


económico sustentável ou crescimento verde, Um tipo de crescimento que acentua a componente
dinâmica (investimento e inovação) do processo de transição para uma Economia Verde,
7

aproveitando as oportunidades de criação de valor associadas à exploração do binómio


Economia/Ambiente. Economia Verde é aquela que resulta numa melhoria do bem-estar e da
equidade social e, simultaneamente, reduz os riscos para o ambiente e a escassez ecológica.

1.2.1. Objectivo e Características do Crescimento Sustentável

Segundo Donadi et al. (2018) Economia verde é um conjunto de processos produtivos


(comerciais, industriais, agrícolas e de serviços) que ao ser aplicado em um determinado local
pode gerar nele um desenvolvimento sustentável para a sociedade e o meio ambiente.

O principal objectivo da economia verde é viabilizar um desenvolvimento económico junto a


igualdade social, erradicação da pobreza e melhoria do bem-estar dos seres humanos, reduzindo
os impactos ambientais negativos e a escassez ecológica. Em 2008, o Programa das Nações
Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), lançou a Iniciativa Economia Verde (IEV).

Suas principais características são:

 Reduzir a emissão de carbono,


 Ser eficiente no uso de recursos naturais e
 Inclusão social.

Também é proposto o consumo consciente, reciclagem, reutilização de bens, uso de energia


limpa e valoração da biodiversidade.

1.2.2. Importância do crescimento económico sustentável ou Economia Verde

A relevância da economia verde nos últimos anos tem sido caracterizada como oportunidade
estratégica para o desenvolvimento regional.
8

Segundo especialistas da economia e do meio ambiente, a aplicação destes processos em países


desenvolvidos e em desenvolvimento, reduz o desemprego; alavanca o progresso económico e
reforça o combate as causas do aquecimento global (emissões de CO2), do consumo irracional
de água potável e dos factores que geram a deterioração dos ecossistemas.

 Energia limpa atrai o dobro de financiamento global que combustíveis fósseis.

Valorizar a natureza - apoio constante as empresas e governos para entender o valor da


natureza em suas decisões económicas.

Combater a desigualdade - garantir uma transição justa, particularmente para pessoas pobres,
trabalhadores informais e comunidades marginalizadas.

Sectores Económicos de Esverdeamento – uma nova revolução industrial estão em andamento,


transformando sistemas de alimentação, energia, transporte e infra-estrutura.

Reformando Sistemas Financeiros – reforçar lobby junto às instituições financeiras para


revisar seus mandatos com metas ambientais e sociais. (Donadi et al., 2018)

1.2.3. Acções para promover o crescimento sustentável

O crescimento económico sustentável é o grande desafio do século XXI, e algumas atitudes que
o incentivam são:

 Coleta selectiva, reciclagem e reaproveitamento de resíduos sólidos;


 Tratamento de esgotos;
 Geração de energia por meio de fontes não poluentes;
 Uso racional de recursos naturais;
 Utilização de técnicas de agricultura que não danifiquem o solo;
 Substituição dos meios de transporte individuais pelos colectivos e incentivo ao uso de
bicicletas;
 Combate ao desflorestamento ilegal;
 Criação e manutenção de áreas verdes em centros urbanos.
9

CONCLUSÃO

O crescimento económico sustentável tem uma abordagem diferente do crescimento económico


como dito, enquanto a primeiro está meramente preocupado com o crescimento da economia de
uma forma sustentável – essa sustentabilidade consiste no uso racional dos bens económicos, isto
é, usufruir de um certo recurso hoje sem comprometer a geração vindoura, o crescimento
sustentável é uma modalidade do desenvolvimento sustentável.

Enquanto o crescimento económico por si só, está meramente interessado no alavancamento


exponencial da economia, sem preocupar-se com a dimensão social, económico e ambiental. É
responsável pelas mudanças climáticas que se registam nos últimos anos. Essas mudanças são
provocadas por países ditos industrializados, pois querem alavancar o seu poder económica a
qualquer preço. Por fim, uma nação pode ser economicamente poderosa, mas insustentável.
10

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

DONADI, Jorge; VERNAY, Sarah & ISABELLA, Haddad. Economia verde. Boletim de
Inovação e Sustentabilidade. BISUS - Vol. 2. Programa de Pós-Graduação em Administração e
Programa de Pós-Graduação em Economia FEA/PUC-SP, São Paulo, 2018.

PNUMA – PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O MEIO AMBIENTE, 2011. Rumo
a uma economia verde: caminhos para o desenvolvimento sustentável e a erradicação da
pobreza. Disponível em: http://www.pnuma.org.br/admin/publicacoes/texto/1101
GREENECONOMY-synthesis_PT_online.pdf. Acesso em: 06 de Junho de 2021

ROLIM, Francisco Petrônio de Oliveira et al., O desenvolvimento sustentável e o crescimento


económico: uma abordagem no âmbito das políticas públicas. Revista Direito e
Desenvolvimento, João Pessoa, v. 5, n. 10, p. 95-110, jul./Dez. 2014.

Você também pode gostar