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Licenciatura em Português
Universidade Save
Maxixe
2021
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Universidade Save
Maxixe
2021
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Índice
1. Introdução...........................................................................................................................4
3. Linguagem e realidade........................................................................................................5
5. Conclusão............................................................................................................................9
6. Referências Bibliográficas................................................................................................10
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1. Introdução
O presente trabalho, é a visão panorâmica da sociolinguística que procura ressaltar o
comportamento da língua na sociedade, através das relações entre linguagem e cultura assim
como com a realidade. Este trabalho torna importante para que o estudante de sociolinguística
e toda a comunidade académica compreenda como é que a linguagem se manifesta através do
pensamento.
É no contexto linguístico social o motivo pelo qual este trabalho foi desenvolvido. Para o
efeito, temos como objectivo: Estudar a relação que a cultura e a realidade têm com a
linguagem sob o ponto vista sociolinguístico e demonstrar a hipóteses de Sapir-Worf nos
estudos sociolinguísticos.
Com efeito para desenvolver o trabalho, a metodologia usada foi meramente bibliográfica, e
foi crucial que se lesse de forma profunda trabalhos científicos (livros, teses, artigos) que
debruçam em torno da temática linguagem. Em termos de estrutura do trabalho, encontra-se
dividido em quatro partes: a introdução, o desenvolvimento, a conclusão e as referências
bibliográficas.
É de salientar que, a linguagem é usada para pedir ou transmitir informações na maior parte
do tempo, mas além do intuito comunicativo, a linguagem deve dar conta também das
necessidades subjectivas que se expressam nas palavras, nos sentimentos, nas sensações e nas
emoções.
A relação entre linguagem e cultura é complexa, os dois estão interligados. uma determinada
língua geralmente aponta para um grupo específico de pessoas é deste modo que quando você
interage com outra língua, significa que também está interagindo com a cultura, não pode
entender a cultura de alguém sem aceder sua língua directamente e quando aprende uma nova
língua, não envolve apenas aprender seu alfabeto, o arranjo de palavras e as regras
gramaticais, mas também aprender sobre os costumes e comportamentos específicos da
sociedade. Ao aprender ou ensinar uma língua, é importante que a cultura à qual a língua
pertence seja referenciada, porque a língua está muito arraigada na cultura.
Deste modo, ao analisar a teoria de Edward Sapir (1956:69), cada língua reflecte experiências
culturais dos falantes dessa sociedade. Susan Bassnet (2002:22) conclui ser esta relação entre
língua e cultura que mantém as línguas vivas: a linguagem, então, é o coração dentro do
corpo da cultura, e é a interacção entre os dois que resulta na comunicação.
3. Linguagem e realidade
A relação linguagem/realidade é oferecida pela lógica, a proposição com sentido/significação
e referência, de modo que esta vem colada, pressuposta por toda asserção de um estado de
coisas; além do mais a asserção demanda uma comparação com o estado de coisas, portanto,
um preenchimento empírico para que a asserção se complete com um valor de verdade. A
realidade não tem um modo preferencial (no caso, a proposição), para ser designada ou
referida.
Segundo Araújo (2001:11) através da linguagem dizemos algo sobre o mundo, nos referimos
à realidade, as concepções pragmático-discursivas a própria "realidade" é uma construção de
perspectivas que se devem em grande parte à linguagem.
Nessa altura, parece-nos lícito afirmar que ao invés de a linguagem depender da relação
referencial com a realidade, retrato ou representação da realidade, é a realidade que vai sendo
"construída" pela linguagem, ou pelo menos, é preciso levar em conta que ontos e logos são
inseparáveis.
Segundo Agostinho (354-430, cit. em Araújo, 2001:18), a linguagem serve para ensinar ou
recordar, serve também para a fala interior, que é o pensamento de palavras aderidas à
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memória, este processo traz à mente as próprias coisas, as palavras são sinais dessas coisas,
contudo, há palavras que são sinais e que nada significam por não remeterem a coisa alguma,
caso das conjunções e das proposições, por exemplo, que podem ser explicitados por outras
palavras. Quando não for possível indicar o significado das palavras abstractas apontando
para algo, o sinal deve ser interpretado através de outro sinal, por exemplo um gesto. Se
alguém não conhece o sinal, ele pode ser explicado através da acção correspondente.
Por isso Araújo restringe a linguagem à referência, sem esta o significado é vazio, pois a
linguagem deve transmitir pensamento, e pensamento é sobre algo.
Por outro lado, para Descartes (cit. em Araújo, 2001:20), a linguagem pode ser, inclusive,
uma das causas dos erros e equívocos, tem-se de um lado as ideias e de outro lado o mundo, a
realidade a ser captada pelas ideias, a linguagem faz a intermediação, por isso pode atrapalhar
a relação entre pensamento e ser, as palavras distinguem-se do conhecimento claro e distinto
das coisas, como, porém, as palavras que exprimem as coisas são melhor lembradas do que as
coisas que expressam, valoriza-se a palavra e esquece-se que o meio para apreender é a
intuição racional das coisas pelo pensamento.
As palavras são sons distintos e articulados que se transformam em signos, encarregados de
traduzir o que se passa no pensamento, isto é, as operações lógicas, tais como conceber,
julgar, raciocinar. Os homens inventaram os signos para explicar seus pensamentos, por
detrás dos signos há toda uma lógica das ideias e dos juízos. A gramática busca mostrar como
as ideias ou essências são significadas, quer dizer, qual a sua relação com a realidade.
Deste modo podemos afirmar que o homem, é equipado pela linguagem, os sons são sinais de
ideias e a linguagem transmite pensamentos através desses sinais, marcas exteriores das
ideias internas.
5. Conclusão
Findo o presente trabalho, e tendo em vista o estudo da relação que a cultura e a realidade
têm com a linguagem sob o ponto de vista sociolinguístico podemos afirmar que esses três
termos (a cultura, a realidade e a linguagem), estão interligados. Na medida em que a
linguagem é provavelmente a marca mais notoria da cultura. As trocas simbólicas permitem a
comunicação, geram relações sociais, mantêm ou interrompem essas relações, possibilitam o
pensamento abstracto e os conceitos.
Portanto em relação à perspectiva proposta por Edward Sapir e Benjamin Whorf, no início do
século XX, essa faz parte de uma então nova tendência de pensamento que procura se despir
do cunho etnocêntrico em que se pautavam os estudos das línguas até o momento. Ainda há,
entretanto, uma série de pontos problemáticos que circundam a dita hipótese. Trazemos à
tona, aqui, principalmente as concepções adotadas por Gipper (1979), Peter Gordon e casal
Daniel e Keren Everett sobre a relação existente entre linguagem, cognição e cultura,
evidenciando que a teoria da relatividade linguística, apesar de amplamente aceita no meio
científico, ainda está longe de ser esgotada.
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6. Referências Bibliográficas
Szczesniak, K. 2005. O retorno da hipótese de Sapir-Whorf. Faculdade da Língua Inglesa,
Universidade da Silésia (Sosnowiec, Polónia)