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Problema 1 –
Obj.1 – Caracterizar as diferenças morfofisiológicas entre platelmintos e
nematelmintos
Os helmintos constituem um grupo muito numeroso de animais, incluindo espécies de vida
livre e de vida parasitária. Apresentam os parasitos distribuídos nos filos Platyhelminthes,
Nematoda e Acanthocephala. (os helmintos são incluídos no Reino Animalia).
As ocorrências de helmintos em humanos são muito comuns. Essas infecções, em geral,
resultam, para o hospedeiro, em danos que se manifestam de formas variadas.
Filo Platyhelminthes
Os Platyhelminthes (gr. Platy = chato) são os representantes mais inferiores dos helmintos,
os quais se caracterizam por:
– apresentarem simetria bilateral, uma extremidade anterior com órgãos sensitivos e de fixação
e uma extremidade posterior;
– ausência do exoesqueleto ou endoesqueleto;
– serem achatados dorsoventralmente;
– não apresentarem celoma (acelomados), com ou sem tubo digestivo, sem ânus, sem aparelho
respiratório, sistema excretor tipo protonefrídico, com tecido conjuntivo enchendo os espaços
entre os órgãos;
– podem ser de vida livre, ectoparasitos ou endoparasitos.
Atualmente, os platelmintos parasitos foram incluídos no subfilo Neodermata, que é
composto pelas classes Trematoda, Monogenea e Cestoda. Entretanto tornou-se consenso nas
últimas décadas à elevação desses parasitos à categoria de classe (desse modo, Monogenea,
que inclui espécies principalmente ectoparasitos de peixes, está incluída entre os Trematoda).
Classe Trematoda:
São principalmente endoparasitos. Os adultos não possuem epiderme e cílios externos;
corpo não segmentado e recoberto por uma cutícula; com uma ou mais ventosas; presença de
tubo digestivo; ânus geralmente ausente; hermafroditas ou não; evolução com no mínimo dois
hospedeiros.
Geralmente são achatados dorsoventralmente, às vezes
recurvados, com face ventral côncava, de contorno oval ou
alongado; outras vezes parecem volumosos, com extremidade
posterior alongada e a anterior afilada e truncada; ou então
parecem globulosos e recurvados dorsoventralmente.
A forma típica é a de folha.
Felipe Pires 823212 Agressão
OBS Em algumas espécies, o ovo, ao ser eliminado, já contem uma larva ciliada
(miracídio) desenvolvida, como em Schistosoma; em outras, o ovo é eliminado não embrionado,
como em Fasciola e Eurytrema, e o miracídio é formado após a eliminação do ovo para o meio
exterior.
O miracídio necessita alcançar um molusco para dar continuidade ao ciclo e pode fazê-
lo de dois modos: (1) nos casos em que o miracídio é liberado na água (Schistosoma, Fasciola)
ele penetra ativamente em um molusco aquático (Biomphalaria Lymnaea); ou (2) quando o
miracídio permanece dentro do ovo (Eurytrema, Platynosomum), há necessidade de o ovo ser
ingerido por um molusco de hábito terrestre (Bradybaena, Subulina) ou aquático para dar
continuidade ao ciclo.
Classe Cestoda:
São endoparasitas desprovidos de epiderme, de cavidade geral e de sistema digestivo; os
órgãos de fixação estão localizados na extremidade anterior. O corpo é, em geral, alongado e
construído por segmentos.
Um cestódeo típico apresenta-se com três regiões distintas: a mais anterior constituída
pelo escólice, no qual se encontram os órgãos de fixação; a segunda porção, o colo ou
pescoço, que suporta o escólice e é o elemento de ligação com a terceira região; e a terceira
região, por sua vez, é o estróbilo, que é nitidamente segmentado nas formas polizoicas.
Semelhante aos Trematódeos, os cestoides são recobertos por uma cutícula, a qual
repousa diretamente sobre o mesênquima, que nos Taeniidae é rico em corpúsculos calcários
(carbonato de cálcio).
- O sistema nervoso é, basicamente, constituído por gânglios na base do escólice e
nervos laterais, interligados por comissuras. NÃO há órgãos sensoriais especiais.
- O sistema excretor é protonefridial, com células em flama Canais excretores
percorrem lateralmente o corpo do cestódeo e se interligam na parte posterior da proglote, no
último segmento, formando a vesícula excretora e o poro excretor.
- Quanto ao sistema reprodutor, são geralmente hermafroditas.
- O aparelho genital masculino pode apresentar dois ou mais testículos com canais
eferentes que se unem e formam o canal deferente, o qual pode se dilatar e formar uma vesícula
seminal antes de alcançar a bolsa de cirro ou dentro dela, em seguida se diferenciando em canal
ejaculador, com glândulas prostáticas. O segmento final é o cirro (ou pênis), que pode ser dotado
de espinhos.
- O aparelho genital feminino compõe-se de: ovário, frequentemente com dois lobos
interligados medianamente; o oviduto origina-se no ovário e atinge o oótipo; em torno deste estão
as glândulas de Mehlis (ou glândulas da casca); o útero tem origem no oótipo e pode exteriorizar-
se num poro uterino (Pseudophyllidea) ou terminar em fundo de saco (Cyclophyllidea). As
glândulas vitelogênicas podem situar-se abaixo do ovário (Hymenolepididae e Taeniidae) ou
externamente aos testículos (Pseudophyllidea). A vagina, por sua vez, liga o poro genital feminino
ao oviduto.
Pode ocorrer autofertilização da proglote, com espermatozoides e óvulos
produzidos pelos órgãos genitais do mesmo segmento;
- Outras vezes pode ocorrer fertilização de um segmento por espermatozoides produzidos em
outros segmentos do mesmo cestódeo ou fertilização entre cestódeos diferentes.
Felipe Pires 823212 Agressão
Filo Nematoda
Dentro deste grupo são encontrados representantes com os mais diversos tipos de vida e
hábitat, desde espécies saprófitas de vida livre aquáticas ou terrestres até parasitos de vegetais e
todos os invertebrados e vertebrados.
Os avanços recentes em sistemática molecular já permitem agrupar grande parte dos
nematoides em duas classes: Adenophorea (com as ordens Chromadorida, Dorylaimida,
Enoplida, Mermethida, Mononchida, Monhysterida, Trichocephalida e Triplonchida) e
Secernentea (incluindo as ordens Aphelenchida, Ascaridida, Diplogasterida, Oxyurida,
Rhabditida, Rhigonematida, Spirurida, Strongylidae Tylenchida).
Morfologia geral Os nematoides são vermes com simetria bilateral, três folhetos
germinativos, sem segmentação verdadeira (ou probóscide), cilíndricos, alongados, desprovidos
de células em flama, cavidade geral sem revestimento epitelial, tamanho variável, de poucos
milímetros a dezenas de centímetros, tubo digestivo completo, com abertura anal ou cloacal
terminal ou próxima da extremidade posterior; sexos, em geral, separados (dióicos), sendo o
macho menor que a fêmea; corpo revestido por cutícula acelular, lisa ou com estriações. Essa
cutícula pode apresentar diversas formações: espinhos, cordões, expansões cefálicas, cervicais e
caudais. O pseudoceloma é cheio de líquido celomático, responsável pelo equilíbrio
hidrostático, movimentos e envolve os órgãos nele contidos (tubo digestivo e órgãos genitais).
- As gônadas em geral são tubulares, contínuas com os ductos reprodutores, ímpar (ou
dupla) no macho, dupla (ou ímpar) na fêmea;
- O sistema genital masculino é diferenciado em testículo, canal deferente, vesícula
seminal e canal ejaculador, abrindo-se na cloaca. Além dos ductos genitais, eles podem
apresentar estruturas acessórias: espículos, tubérculo, télamo e bolsa copuladora;
- O aparelho genital feminino é constituído fundamentalmente de ovário, oviduto, útero,
vagina e vulva, que podem variar em forma, disposição e número. Entre o útero e a vagina pode-
se distinguir uma estrutura denominada ovojector, dotado de esfíncter para regular a passagem
dos ovos;
A reprodução e o processo de atingir os hospedeiros são bastante diversificados
nos nematoides. Em geral, são dióicos (sexos separados) (como Ancylostoma, Ascaris etc.),
mas existem hermafroditas (como rabditídeos) nos quais ocorre a protandria (a mesma gônada
produz primeiro espermatozoides depois óvulos – singemia); a partogênese também é vista
em Heterodera (nematoides terrestres) e Strongyloides (parasito humano).