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deliberadamente, por mais de três anos, em sede de
programa jornalístico e de variedades denominado
“PROGRAMA DE DOMINGO” matérias que, sob o pretexto de
divulgar obras e realizações de administradores públicos,
revelaram-se verdadeiro instrumento de promoção pessoal
do ex-Prefeito do Município de São Paulo, Sr. Paulo
Maluf.
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c. as entrevistas - sempre sem identificação
do entrevistado - revelavam uma UNANIMIDADE de elogios ao
prefeito, comparando-o, destacadamente, a Deus.
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A UNIÃO FEDERAL, por sua vez, na qualidade de
poder concedente, nada fez nesses mais de três anos para
que a concessionária cessasse com a conduta irregular.
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De fato, embora os mesmos acontecimentos tenham
repercussão na Justiça Eleitoral, o que se discute in
specie é a indevida utilização da concessão federal do
serviço de radiodifusão de sons e imagens (televisão) e
não a violação específica daquela legislação.
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E nenhuma estranheza há em se propor duas
ações, em foros distintos, sobre os mesmos fatos.
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inicial em anexo, doc. nº ... -, enquanto esta ação se
volta contra as pessoas jurídicas, que devem assumir o
ônus da conduta irregular.
3. O DIREITO
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É comezinho que a delegação da execução de um
serviço público a particulares (por concessão, permissão
ou autorização) não modifica a natureza do serviço.
Assim, embora seja uma emissora comercial que esteja
prestando o serviço de radiodifusão de sons e imagens, o
serviço que presta não perde a natureza de serviço
público.
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Nesse contexto, não há como se deixar de
observar os princípios da moralidade e da impessoalidade,
consagrados, inclusive, à nível constitucional (art. 37,
caput).
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“Art. 37 ...
§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras,
serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter
caráter educativo, informativo, ou de orientação social,
dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens
que caracterizem promoção pessoal de autoridade ou
de servidores públicos.” (Grifos e destaques nossos)
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legislador constituinte, o propósito de orientar para fins
positivos o exercício da liberdade consagrada no art. 5º,
nº IX, bem como o empenho em prevenir e reprimir
abusos. Assim é que o art. 221 trata de fixar os
princípios a que devem atender ‘a produção e a
programação das emissoras de rádio e televisão’, nos
termos seguintes: ‘preferência a finalidades educativas,
artísticas, culturais e informativas’ (nº 1) ...” (in RDA
201:45-56)
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Não há como esquecer que a Requerida exerce uma
função pública, e, portanto, não pode se subtrair aos
deveres inerentes.
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ajusta-se como luva a qualificação de difuso. Com
efeito: em primeiro lugar, ele se caracteriza, à
evidência, como 'transindividual', já que não pertence,
de modo singularizado, a qualquer dos membros da
comunidade, senão a um conjunto indeterminado - e, ao
menos para fins práticos, indeterminável - de seres
humanos. Tais seres ligam-se uns aos outros pela mera
circunstância de fato de possuírem aparelhos de televisão
ou, na respectiva falta, costumarem valer-se do aparelho
do amigo, do vizinho, do namorado, do clube, do bar da
esquina ou do salão do barbeiro. E ninguém hesitara em
qualificar de indivisível o objeto de semelhante
interesse, no sentido de que cada canal, num dado
momento, transmite a todos a mesma e única imagem".
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assolava-o o sentimento de descrédito no serviço público
prestado, pelo desvio na sua finalidade.
4. O PEDIDO
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cobrado pela emissora na veiculação de comerciais no
horário em que foram exibidas as matérias, para todo o
período em que foram veiculadas, conforme se apurar em
liquidação de sentença;
São Paulo, .
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