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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA VARA

PREVIDENCIÁRIA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE SÃO PAULO - SP.

... São Paulo, Capital, CEP: ***, por seu procurador judicial infra-
assinado, com fundamento no artigo 5º, LXIX, da Constituição Federal, vem, respeitosamente,
à presença de Vossa Excelência para IMPETRAR

MANDADO DE SEGURANÇA, com pedido liminar

em face do Sr. GERENTE EXECUTIVO DA GERÊNCIA EXECUTIVA DO INSS - SÃO PAULO / .....
(AG. IPIRANGA), órgão situado ...., doravante designado IMPETRADO, o que faz pelos
motivos e fins articulados:
DOS FATOS

1. O Impetrante requereu pedido de aposentadoria por tempo de


contribuição em 16/08/2000 sob nº 42/... perante a Agência da Previdência Social do
Ipiranga, o qual foi concedido em 18/09/2000.

2. Em 27/05/2003 o Impetrante requereu a revisão do benefício


em referência (PT. ...), a fim de que fosse averbado o período compreendido entre 08/02/1966
a 20/08/1969, ocasião em que foi empresário da firma ............, cuja inclusão do respectivo
tempo de contribuição vem majorar o Tempo de Serviço de 31 anos e doze dias para 34 anos,
6 (seis) meses e 24 (vinte e quatro) dias.

3. Ocorre Excelência, que por inúmeras tentativas para obter


informações sobre o trâmite do processo, tanto através de reclamações junto a Ouvidoria
quanto pessoalmente na Agência, o impetrante sempre recebeu informações evasivas.

4. Ocorre Excelência, que decorridos quase 2 (dois) anos


da data do requerimento da revisão, o processo continua sem conclusão, mesmo
bastando uma simples conferência dos documentos por parte do Impetrado, para se
concluir o processamento da revisão.

6. Desta forma Excelência, o trabalho que seria despendido pelo


Impetrado, data máxima vênia, não levaria mais de 1 (uma) hora para ser concretizado, e
mesmo assim, já se passaram mais de 700 dias, sem que o Instituto desse um único
andamento no pedido processo de Revisão do Benefício.

7- Ora, é cediço que a análise conclusiva de qualquer pedido


administrativo deve-se dar em até 45 dias, conforme prevê o caput do art. 174, do Decreto
3048/99, senão vejamos:

ART. 174. “O primeiro pagamento da renda mensal do benefício será efetuado em até
quarenta e cinco dias após a data da apresentação, pelo segurado, da documentação
necessária à sua concessão (grifamos).

8- Desta forma Excelência, como não se trata de requerimento que


demande outras providências, ou qualquer ato que dependa do segurado, o prazo para que
seja analisado e concluído qualquer pedido administrativo, deve ser no máximo 45 dias, e não
mais de 23 (vinte e três) meses, como ocorre no caso em tela.

9- Outrossim, não bastasse a legislação supra citada, no mesmo


sentido dispõe a Lei Nº 9.784 de 29 de janeiro de 1999, que regula o processo administrativo
no âmbito da Administração Pública Federal, em seu art. 49 do Capítulo XI – Título “Do Dever
de Decidir”, senão vejamos:
ART. 49 “Concluída a instrução de processo administrativo, a Administração tem o prazo de
até trinta dias para decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada”.
(grifamos)

10- Conclui-se de todo exposto, que o ato da Autoridade Coatora


fere direito líquido e certo do Impetrante, consolidado pela desídia da Autarquia em localizar e
concluir a análise do benefício.

11- Destaca-se ainda, que se trata de benefício de natureza


existencial, o que culmina por limitar o cumprimento das necessidades primordiais do
Impetrante, e por conseguinte, demonstra o requisito ensejador de uma medida coercitiva por
este MM Juízo.
DO DIREITO
O presente “writ” encontra fundamento no texto do Decreto Lei nº 3048/99, em seu
art. 174 e na Lei nº 9.784/99, em seu art. 49, conforme já preconizado, não
podendo assim ser negado ao Impetrante o direito de obter a conclusão final de seu
pedido administrativo, haja vista o interstício temporal injustificado da Autoridade
Coatora.

Desta forma, o modo de proceder do Impetrado feriu direito líquido e certo do Impetrante,
ensejando tal ato coator a pretensão assistida pelo presente Remédio Constitucional,
consoante o disposto no artigo 1º da Lei nº 12.016/09.

À luz do que já se expôs, nenhuma dúvida resta quanto à


presença da fumaça do bom direito, bastando para isso, data maxima venia,
observarmos a lei orientadora do processamento dos benefícios previdenciários, o
que obriga a Autarquia Impetrada processar o benefício no prazo máximo de 45 dias.

Por sua vez, o “periculum in mora” encontra-se


caracterizado no retardamento da conclusão da análise do benefício de
aposentadoria do Impetrante, limitando sua própria subsistência.

DO DIREITO CONSTITUCIONAL

O retardamento ilegal e indevido no pedido pleiteado pelo


Impetrante, constitui desrespeito aos direitos reiteradamente garantidos pela Constituição
Federal, especialmente em seu artigo 5º, inciso LXIX, assim como a Lei regulamentar de n.º
12.016/09, que garantem o direito líquido e certo, ferido por ato ilegal e abuso de poder, ou
omissão, que viole ou ameaça esse direito.
O Mandado de Segurança é garantia constitucional voltada à
proteção de direito líquido e certo. É cabível quando houver ameaça de violação ou violação a
direito liquido e certo, por ilegalidade ou abuso de poder.

DOS PRINCÍPIOS PREVIDENCIÁRIOS

Destaca-se ainda, que se trata de benefício de natureza


existencial que ainda não concedido com devido, o que culmina por impedir ou limitar o
cumprimento das necessidades primordiais da autora, desrespeitando o PRINCÍPIO DA
NECESSIDADE.

A não concessão do benefício pelo Instituto fere ainda, o


PRINCÍPIO DA CELERIDADE, vez que as necessidades básicas de subsistência do
Impetrante são imediatas, contínuas e permanentes.

DA CONCESSÃO DA LIMINAR

A Lei n.º 12.016/09, assegura o direito a impetrar o Mandado de


Segurança com a concessão de medida liminar, quando relevante o fundamento, como in casu,
com a violação do direito do Impetrante e com abuso de poder do Impetrado, que não se atem
às leis, decretos, regulamentos ou princípios constitucionais, por mais cristalinos que sejam,
decidindo sempre sobre o destino de seus beneficiários de acordo com sua conveniência.

A não concessão prontamente da medida liminar solicitada, ver-se-


á o Impetrante prejudicado em seu direito constitucional de obter a revisão do benefício
pleiteado, considerando-se ainda que se trata de meio indispensável para sua “tranqüilidade”,
e por conseguinte, bem necessário para o cumprimento de suas obrigações.

Acrescenta-se ainda, que ao se tratar de matéria previdenciária


devem ser levados em conta os princípios da certeza e da segurança jurídicas, fundamentais
no Estado Democrático de Direito.

Por outro lado, em sendo o Instituto Nacional do Seguro Social


Autarquia Federal, sua atividade deve fundar-se inteiramente ao Princípio da Legalidade, pedra
de toque da Administração Pública direta, indireta e fundacional.
DO REQUERIMENTO

Face ao exposto, comprovado o direito líquido e certo do ora


Impetrante, e diante DO ATO COATOR representado pelos documentos de fls. comprovando a
inércia do Impetrado, conforme já declinado, requer de Vossa Excelência a CONCESSÃO DA
MEDIDA LIMINAR, determinando de imediato à Autoridade Coatora que localize o processo e
conclua a análise do benefício do Impetrante, conforme fundamentado nos autos.

Requer ainda, que seja processada a presente medida nos termos


da mencionada Lei n.º 12.016/09, notificando-se a autoridade coatora para que preste às
informações que Vossa Excelência julgar necessária, e se abstenha de tomar qualquer medida
punitiva ou sancionária contra o direito do Impetrante, concedendo-se ao final a segurança
definitiva.

Requer também o direito aos benefícios da Justiça gratuita,


nos termos da Lei nº 1.060/50, pelo fato do autor não possuir condições financeiras
para suportar as custas processuais sem prejuízo do seu próprio sustento e de sua
família.

Protesta por todos os meios de provas admitidos em direito para o


regular processamento do presente “writ’.

Dá-se a presente o valor de R$ 1.500,00 (um mil e quinhentos


reais) exclusivamente para fins fiscais.

São Paulo, 11 de abril de 2005.

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