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HUMANOS
Direitos Humanos – Parte I
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
DIREITOS HUMANOS
Direitos Humanos – Parte I
Sumário
Daniel Barbosa
Apresentação. . .................................................................................................................................. 3
Direitos Humanos............................................................................................................................ 4
1. Teoria Geral dos Direitos Humanos.......................................................................................... 4
1.1. Conceito....................................................................................................................................... 4
1.2. Terminologia: Direitos Humanos x Direitos Fundamentais............................................. 5
1.3. Centralidade dos Direitos Humanos..................................................................................... 6
1.4. Perspectivas dos Direitos Humanos. . ................................................................................... 6
1.5. Tipos Gerais de Direitos Humanos........................................................................................ 7
1.6. Características dos Direitos Humanos. . ............................................................................... 7
1.7. Evolução dos Direitos Humanos.. ........................................................................................... 9
2. Sistemas de Proteção................................................................................................................12
Resumo..............................................................................................................................................13
Exercícios.......................................................................................................................................... 17
Gabarito............................................................................................................................................ 25
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DIREITOS HUMANOS
Direitos Humanos – Parte I
Daniel Barbosa
Apresentação
Olá, futuro(a) Policial Militar do Estado de Alagoas, tudo bem?
Bom! Hoje estudaremos o conteúdo de Direitos Humanos que será cobrado em sua prova.
A banca organizadora do seu concurso será o CESPE/CEBRASPE, por esse motivo faremos
bastante questão dessa banca.
Peço também que avaliem essa aula. Será de grande valia o seu feedback!
Imagino que você esteja cansado dessa batalha! Sei disso e já passei por isso! Mas tenha
força, pois no final valerá à pena.
Meu nome é Daniel Barbosa, sou formado em Direito e pós-graduado em Direito Adminis-
trativo. Formei-me em Salvador-BA em 2010. Minha carreira profissional se iniciou na advoca-
cia, onde atuei em diversas áreas.
Em 2012, resolvi parar de advogar e me dedicar aos concursos. Naquele momento a minha
vida mudaria completamente e mais tarde eu teria a certeza de que foi a melhor escolha que
eu poderia ter feito. Em 2013 e 2014 vieram as aprovações nos concursos da PMDF, PCDF,
PRF e MPU.
Posso afirmar pra você, futuro(a) servidor público: a sensação de ser aprovado é indescri-
tível! Realmente, ver o nome do Diário Oficial não tem preço.
Mas você acha que eu parei? Não, não! Em 2015 iniciei meus trabalhos como Coach para
Concursos e tive o prazer de ajudar dezenas de pessoas a realizarem seus sonhos. Em 2016
iniciei meu trabalho como professor.
Quando eu comecei a estudar, por diversas vezes, situações aconteciam para atrapalhar a
minha rotina: ir ao médico, uma visita inesperada, um processo da época em que eu advogava,
etc. Isso acontece com você também, certo? A dica que eu te dou: estude o máximo que puder,
pois qualquer segundo faz a diferença.
Professor, eu trabalho e estudo! É muito pesado! Qual dica você tem pra mim? Primeiro eu
queria te dizer que a maioria dos aprovados em concurso, estuda e trabalha. Como dica, eu
sugiro que você elabore um plano de estudo que consiga fazer ao menos 20 horas semanais.
Exemplo: 3 horas de segunda a sexta e 5 horas no sábado. É fácil? Não! Vale a pena o esforço?
Muito! Se eu acredito em você? Muito! Se você chegou até aqui, adquiriu esse material e co-
meçou a ler, saiba que está fazendo o que poucos têm coragem e eu te admiro por isso! Você
conhece a história do nosso aluno João Márcio? Não! Então clica no link e saiba que o sucesso
só depende de você! https://www.youtube.com/watch?v=izPyakwKYZU
Por fim, a mensagem que deixo pra você é para que lute nos momentos de fraqueza! Esses
momentos todos nós temos e precisamos garra para vencê-los.
Vamos rumo a tão sonhada vaga. Contem comigo!
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Direitos Humanos – Parte I
Daniel Barbosa
DIREITOS HUMANOS
1. Teoria Geral dos Direitos Humanos
1.1. Conceito
Podermos definir Direitos Humanos como o conjunto de regras e direitos que materializam
a dignidade humana. Em outras palavras, são os direitos básicos imprescindíveis para a digni-
dade humana.
Para Bruna Pinotti Garcia Oliveira e Rafael de Lazari:
Direitos Humanos são aqueles inerentes ao homem enquanto condição para sua dignidade, e que
usualmente são descritos em documentos internacionais para que sejam mais seguramente garan-
tidos.
Ainda não se pode perder de vista a essência da finalidade dos direitos humanos, que é a proteção
da dignidade da pessoa humana, resguardando seus atributos mais fundamentais. A conquista de
direitos da pessoa humana é, na verdade, uma busca da dignidade da pessoa humana.
Viu quantas vezes falamos em dignidade da pessoa humana para conceituar Direitos Hu-
manos!? Então muita atenção.
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Direitos Humanos – Parte I
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Viu como a questão falou em “dignidade”. É isso aí! Sempre associe direitos humanos à digni-
dade humana. Essa dica é valiosa!
Letra a.
Viu como essa pegadinha cai em prova!? Então, fique atento com o quadro que coloquei acima.
Certo.
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Direitos Humanos – Parte I
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CF/88 Art. 1º - A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como funda-
mentos:
III – a dignidade da pessoa humana;
Na história da humanidade, todas essas teses já foram adotadas e todas contribuíram para
evolução dos direitos humanos.
• PERSPECTIVA RELIGIOSA
• PERSPECTIVA POSITIVISTA
• PERSPECTIVA JUSNATURALISTA
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Direitos Humanos – Parte I
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Agora falarei de cada característica citada. O próprio nome já diz muito sobre cada
uma delas.
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Direitos Humanos – Parte I
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Aqui surge uma questão importante: A prioridade de proteção a alguns grupos, como ido-
sos e mulheres, fere a característica da universalidade dos direitos humanos? Não! Não caia
nessa pegadinha! Bruna Pinotti Garcia Oliveira e Rafael de Lazari respondem ao questiona-
mento da seguinte forma:
Em uma primeira questão importante a ser trabalhada, a característica da universalidade não ape-
nas defende a proteção equivalente a todos, como também importa dizer que determinados grupos
são mais necessitados e, portanto, devem receber maiores doses de proteção por parte do Estado.
Afinal, dentro da concepção de democracia, está a discussão entre minorias e maiorias, sendo sabi-
do que as minorias, historicamente desprotegidas, necessitam de maior carga protetiva exatamente
para fornecer um ideal de igualdade material (ou substancial).
Deste modo, quando se acena para um Estatuto do Idoso (Lei n. 10.741/2003), para um Estatuto da
Criança e do Adolescente (Lei n. 8.069/90), para a Lei Maria da Penha (Lei n. 11.340/2006), para o Esta-
tuto da Igualdade Racial (Lei n. 12.888/2010), para o Estatuto do Torcedor (Lei n. 10.671/2003), para o
Código de Proteção e Defesa do Consumidor (Lei n. 8.078/1990), dentre outros, tais diplomas normati-
vos não apenas não contrariam a retórica da universalidade dos direitos humanos (pode-se, equivoca-
damente, pensar que isto demonstra apenas uma proteção setorial e puramente privilegiadora), como
servem para colocar em posição de equivalência e de proteção suficiente, grupos que nem sempre go-
zaram desta ótica protecionista. É dizer: tais diplomas não trazem privilégios a determinados setores,
mas, sim, atribuem equivalência de direitos entre maiorias e minorias. O mesmo se pode afirmar quanto
aos inúmeros tratados internacionais que voltam atenção á proteção de grupos vulneráveis.
Outra questão importante: Os direitos humanos são extensíveis aos animais? Não! É notório que cada
vez mais os animais vêm ganhando espaço nas discussões jurídicas. E concordamos que eles mere-
cem proteção. É claro! Porém, prevalece na doutrina que os direitos humanos não são extensíveis aos
animais. Atualmente, outros ramos do direito fazem essa proteção, por exemplo, o Direito Ambiental.
• Relatividade: Os direitos humanos não são absolutos. Eles podem sofrer limitações.
A ideia de relativização dos direitos humanos, surge da necessidade de adequá-los a outros valores
coexistentes na ordem jurídica, mormente quando se entrechocam, surgindo a necessidade de rela-
tivizar e harmonizar os bens jurídicos em colisão.
Para ficar mais fácil, te darei um exemplo: Você tem direito a liberdade expressão, certo?
Isso te dá o direito de ofender a honra das pessoas? Não! É exatamente nesse ponto que sur-
ge a relatividade. O direito de se expressar não é absoluto, podendo ser relativizado para que
impedir a ofensa as pessoas. Portanto, os direitos, quando se chocam, devem se harmonizar e
sempre se adequarem a outros valores também protegidos.
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Direitos Humanos – Parte I
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A pretensão da reparação econômica decorrente de uma violação aos direitos humanos pode
prescrever. Por exemplo, há um prazo para se ajuizar uma ação de dano moral oriunda de uma
violação à imagem. O que não prescreve é o direito em si, sempre havendo possibilidade des-
tes serem gozados, respeitados e protegidos.
Não há hierarquia entre os direitos humanos. Todos são importantes para proteção da digni-
dade humana. Havendo colisão entre esses direitos deve haver uma harmonização dos bens
jurídicos no caso concreto. Foi isso que vimos quando estudamos a característica da relativi-
dade, lembra? Se atenta para essa pegadinha!
Para finalizar, segue uma tabela bacana pra você fixar bem essas características:
HISTORICIDADE
UNIVERSALIDADE
RELATIVIDADE
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS
IRRENUNCIABILIDADE
HUMANOS
INALIENABILIDADE
IMPRESCRITIBILIDADE
UNIDADE
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Direitos Humanos – Parte I
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Os direitos do homem, por mais fundamentais que sejam, são direitos históricos, ou seja, nascidos
em certas circunstâncias, caracterizados por lutas em defesa de novas liberdades contra velhos
poderes, e nascidos de modo gradual, não todos de uma vez e nem de uma vez por todas.
Falaremos um pouco como essa história evoluiu! Vamos estudar as gerações dos direitos
humanos. Esse tema também é abordado em Direitos Constitucional (gerações dos direitos
fundamentais).
O jurista tcheco, Karel Vazak, que criou a ideia de gerações de direitos, associando-os aos
três lemas da Revolução Francesa: liberdade igualdade e fraternidade. Essa associação foi
bastante trabalhada na obra de Norberto Bobbio. No Brasil, o tema tornou-se popular com os
estudos do grande Paulo Bonavides que inclusive ampliou essas gerações.
Alguns doutrinadores afirmam que é um equívoco falar em gerações de direitos, pois estes
coexistem e não se excluem com o passar das gerações. Por isso, alguns utilizam a expressão
“dimensão”.
a) Primeira geração de direitos humanos: Os direitos humanos de 1ª geração tinham como
valor a liberdade. As revoluções liberais lutaram contra o arbítrio do Estado. Aqui temos uma
abstenção do Estado, ou seja, uma liberdade negativa.
Os primeiros direitos humanos consagrados foram, entre outros: os direitos civis, a liberda-
de de locomoção, a liberdade religiosa, a livre manifestação do pensamento, a propriedade, a
vida, a igualdade formal e os direitos políticos.
b) Segunda geração de direitos humanos: Os direitos humanos de 2ª geração tinham como
valor a igualdade material.
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Há autores que citam outros exemplos de direitos humanos de 3ª geração, como: direito do
consumidor, das crianças e dos idosos.
Paulo Bonavides menciona a paz como um direito de 5ª geração. Na classificação feita por
Karel Vazak, a paz é um direito de 3ª geração.
Fraternidade ou
solidariedade
Igualdade
material
Liberdade Meio ambiente, Democracia,
Direitos Cibernética
Direitos civis desenvolvimento, informação e
sociais, * Paz
e políticos. autodeterminação pluralismo.
econômicos
dos povos e
e culturais.
patrimônio comum
da humanidade.
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2. Sistemas de Proteção
Os sistemas de proteção dos direitos humanos são o conjunto de normas, órgãos e meca-
nismos que tem como objetivo promover a proteção dos direitos humanos em todo o mundo.
A estrutura normativa do sistema de proteção dos direitos humanos compreende instru-
mentos de caráter global (universal) e regional.
Os instrumentos de caráter global fazem parte do sistema de proteção das Nações Unidas
(ONU), enquanto os de caráter regional integram um dos três sistemas regionais hoje existen-
tes: europeu, interamericano ou africano.
a) Sistema global: O sistema global de Direitos Humanos surgiu no âmbito da ONU. Esse
sistema possui pode ser de caráter geral (exemplo: Pacto Internacional sobre Direitos Civis e
Políticos), ou de caráter específico (exemplo: Convenções internacionais de combate à tortura,
à discriminação racial, à discriminação contra as mulheres, etc.).
Vala ressaltar que, o sistema global de proteção dos direitos humanos foi inaugurado pela
Carta Internacional dos Direitos Humanos, um importante documento da ONU.
Sobre o tema, diz o professor Valério Mazzuoli:
Revolucionou-se, a partir desse momento, o tratamento da questão relativa ao tema dos direitos hu-
manos, especialmente pelo fato de que, desde então, os Estados passaram a obrigar-se por meio de
tratados para com a proteção jurídica desses direitos. Colocou-se, ademais, o ser humano num dos
pilares até então reservados aos Estados, alçando-o à categoria de sujeito do direito internacional
público.
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Direitos Humanos – Parte I
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RESUMO
Podermos definir Direitos Humanos como o conjunto de regras e direitos que materializam
a dignidade humana. Em outras palavras, são os direitos básicos imprescindíveis para a digni-
dade humana.
A dignidade humana é o princípio norteador dos direitos humanos.
A doutrina aponta que ontologicamente não há diferença entre direitos humanos e direitos
fundamentais. Porém, é possível diferenciar-lhes no que se refere a positivação.
• DIREITOS HUMANOS: Direitos imprescindíveis para materialização da dignidade huma-
na, positivados na ordem jurídica internacional. Exemplo: Convenção Americana sobre
Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica).
• DIREITOS FUNDAMENTAIS: Direitos imprescindíveis para materialização da dignidade
humana, positivados na ordem jurídica interna de um determinado país. Exemplo: CF/88
É possível falar em democracia sem falar em direitos humanos? Não! Não é possível. Um
Estado Democrático de Direito tem os direitos humanos como seu ponto central. Daí surge a
expressão “centralidade dos direitos humanos”. Uma democracia deve criar direitos e garan-
tias para tutelar a dignidade da pessoa humana! Isso é central!
O Brasil, um Estado Democrático de Direito, trouxe na sua Constituição Federal, a dignidade
da pessoa humana como um dos seus fundamentos (CF, Art. 1º III):
CF/88 Art. 1º - A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como funda-
mentos:
III – a dignidade da pessoa humana;
A posição majoritária da doutrina entende que são três as perspectivas que fundamentam
os Direitos Humanos: a perspectiva religiosa, a positivista, e a jusnaturalista.
• Perspectiva religiosa: Respeitar os direitos humanos é um mandamento de Deus.
• Perspectiva positivista: Os Direitos Humanos têm sua validade e é respeitado, pois são
normas de direito positivo. Estão presentes e vigentes em leis nacionais e internacio-
nais.
• Perspectiva jusnaturalista: Os Direitos Humanos antecedem o direito positivo. Ele é fruto
de uma ordem natural própria. Está ligado à moral.
O rol de características dos Direitos Humanos varia na doutrina. Trago aqui as caracterís-
ticas mais importantes e as mais cobradas em prova de concurso. Essas características são:
− Historicidade;
− Universalidade;
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− Relatividade;
− Irrenunciabilidade;
− Inalienabilidade
− Imprescritibilidade;
− Unidade (indivisibilidade ou interdependência).
• Historicidade: Os direitos humanos são frutos de um processo evolutivo histórico (tem-
poral). Eles resultaram de lutas e reconhecimento ao longo do tempo. Os direitos huma-
nos não surgiram, todos, de um dia para o outro, mas foi fruto de um processo gradativo
ao longo do tempo.
• Universalidade: Os direitos humanos alcançam todos. Independente de cor, religião, op-
ção sexual, ideologia, etc.
• Relatividade: Os direitos humanos não são absolutos. Eles podem sofrer limitações.
• Irrenunciabilidade: Os direitos humanos não podem ser renunciados. As pessoas não
possuem a faculdade de renunciar a sua dignidade.
• Inalienabilidade: Os direitos humanos não podem ser vendidos. Eles são intransferíveis
e inegociáveis. Por exemplo, ninguém pode vender o direito a liberdade de expressão.
• Imprescritibilidade: Os direitos humanos são exigíveis a qualquer tempo, não se perden-
do com o passar do tempo. Usando ou não usando esses direitos, ele sempre existirá,
não havendo a possibilidade de prescrição.
• Unidade (indivisibilidade ou interdependência): Os direitos humanos não são divisíveis.
Eles formam um conjunto de direitos interdependentes. Em suma, os direitos humanos
formam um bloco único de direitos.
Uma das características dos direitos humanos é a historicidade (evolução dos direitos hu-
manos com o passar do tempo). Portanto, ao logo do tempo e em diferentes períodos da his-
tória do homem, os direitos humanos foram se desenvolvendo.
O jurista tcheco, Karel Vazak, que criou a ideia de gerações de direitos, associando-os aos
três lemas da Revolução Francesa: liberdade igualdade e fraternidade. Essa associação foi
bastante trabalhada na obra de Norberto Bobbio. No Brasil, o tema tornou-se popular com os
estudos do grande Paulo Bonavides que inclusive ampliou essas gerações.
a) Primeira geração de direitos humanos: Os direitos humanos de 1ª geração tinham como
valor a liberdade. As revoluções liberais lutaram contra o arbítrio do Estado. Aqui temos uma
abstenção do Estado, ou seja, uma liberdade negativa.
Os primeiros direitos humanos consagrados foram, entre outros: os direitos civis, a liberda-
de de locomoção, a liberdade religiosa, a livre manifestação do pensamento, a propriedade, a
vida, a igualdade formal e os direitos políticos.
b) Segunda geração de direitos humanos: Os direitos humanos de 2ª geração tinham como
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Há autores que citam outros exemplos de direitos humanos de 3ª geração, como: direito do
consumidor, das crianças e dos idosos.
Paulo Bonavides menciona a paz como um direito de 5ª geração. Na classificação feita por
Karel Vazak, a paz é um direito de 3ª geração.
Fraternidade ou
solidariedade
Igualdade
Liberdade material
Meio ambiente, Democracia,
Direitos Direitos Cibernética
desenvolvimento, informação e
civis e sociais, * Paz
autodeterminação pluralismo.
políticos. econômicos
dos povos e
e culturais.
patrimônio comum
da humanidade.
A estrutura normativa do sistema de proteção dos direitos humanos compreende instru-
mentos de caráter global e regional.
a) Sistema global: O sistema global de Direitos Humanos surgiu no âmbito da ONU. Esse
sistema possui pode ser de caráter geral (exemplo: Pacto Internacional sobre Direitos Civis e
Políticos), ou de caráter específico (exemplo: Convenções internacionais de combate à tortura,
à discriminação racial, à discriminação contra as mulheres, etc.).
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EXERCÍCIOS
004. (CESPE/IPHAN/TÉCNICO ÁREA 1/2018) Acerca de direitos humanos, direitos de mino-
rias e movimentos sociais urbanos, julgue o item seguinte.
Atualmente os direitos humanos têm sido utilizados pelos movimentos sociais urbanos e ru-
rais, assim como por povos e comunidades tradicionais, como forma de proteção, principal-
mente contra transgressões cometidas pelo Estado ou por seus agentes.
Questão de fácil dedução. Sabemos que os movimentos sociais assim como as comunidades
tradicionais têm grande proteção dos direitos humanos.
Certo.
Cambiante é aquilo que cambia; que promove ou passa por mudanças, alterações, transforma-
ções, esp. se graduais. O conceito de cidadania não deixou de ser cambiante como afirma a
questão. Pelo contrário! O conceito de cidadania está em constante evolução.
Errado.
A cidadania não é apenas o direito de votar e ser votado, mas também o exercício de direitos
civis, políticos, sociais etc.
Certo.
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Questão bastante fácil que caiu em um concurso de Defensor Público. Sabemos que cada ge-
ração de direitos humanos consolidou diferentes direitos a proteção das pessoas.
Certo.
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c) Terceira geração de direitos humanos: Os Direitos humanos de 3ª geração estão ligados aos
valores da fraternidade ou solidariedade. São exemplos de direitos humanos de 3ª geração:
direito a proteção do meio ambiente, ao desenvolvimento, a autodeterminação dos povos, ao
patrimônio comum da humanidade e de comunicação.
Paulo Bonavides menciona a paz como um direito de 5ª geração. Na classificação feita por Ka-
rel Vazak, a paz é um direito de 3ª geração. A questão adotou o posicionamento de Karel Vazak.
Certo.
Direitos Humanos são aqueles inerentes ao homem enquanto condição para sua dignidade, e que
usualmente são descritos em documentos internacionais para que sejam mais seguramente garan-
tidos.
Ainda não se pode perder de vista a essência da finalidade dos direitos humanos, que é a proteção
da dignidade da pessoa humana, resguardando seus atributos mais fundamentais. A conquista de
direitos da pessoa humana é, na verdade, uma busca da dignidade da pessoa humana.
Uma das características dos Direitos Humanos é a irrenunciabilidade, ou seja, os direitos hu-
manos não podem ser renunciados. As pessoas não possuem a faculdade de renunciar a sua
dignidade.
Errado.
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• Imprescritibilidade; e
• Unidade.
Certo.
Direitos Humanos são aqueles inerentes ao homem enquanto condição para sua dignidade, e que usu-
almente são descritos em documentos internacionais para que sejam mais seguramente garantidos.
Ainda não se pode perder de vista a essência da finalidade dos direitos humanos, que é a proteção
da dignidade da pessoa humana, resguardando seus atributos mais fundamentais. A conquista de
direitos da pessoa humana é, na verdade, uma busca da dignidade da pessoa humana.
Uma das características dos Direitos Humanos é a irrenunciabilidade, ou seja, os direitos hu-
manos não podem ser renunciados. As pessoas não possuem a faculdade de renunciar a sua
dignidade.
Certo.
O sistema global de proteção dos direitos humanos foi inaugurado pela Carta Internacional
dos Direitos Humanos, um importante documento da ONU.
A Carta Internacional dos Direitos Humanos é formada pela Declaração Universal dos Direitos
Humanos (1948), o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (1966) e o Pacto Interna-
cional dos Direitos Econômico, Social e Cultural (1966).
Certo.
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afirmação versa sobre a relação entre Direitos Humanos e Estado, consolidando o Princípio da
razoabilidade.
Podermos definir Direitos Humanos como o conjunto de regras e direitos que materializam a
dignidade humana. Em outras palavras, são os direitos básicos imprescindíveis para a digni-
dade humana.
Para Bruna Pinotti Garcia Oliveira e Rafael de Lazari:
Direitos Humanos são aqueles inerentes ao homem enquanto condição para sua dignidade, e que
usualmente são descritos em documentos internacionais para que sejam mais seguramente garan-
tidos.
Ainda não se pode perder de vista a essência da finalidade dos direitos humanos, que é a proteção
da dignidade da pessoa humana, resguardando seus atributos mais fundamentais. A conquista de
direitos da pessoa humana é, na verdade, uma busca da dignidade da pessoa humana.
Certo.
017. (INÉDITA/2021) Considerando a evolução histórica dos direitos humanos, as três gera-
ções de direitos, na ordem histórica são: direitos de liberdade negativa, civis e políticos; direitos
econômicos, sociais e culturais; e direitos de fraternidade ou de solidariedade.
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DIREITOS HUMANOS
Direitos Humanos – Parte I
Daniel Barbosa
018. (INÉDITA/2021) É correto afirmar que os direitos humanos são direitos limitados a deter-
minadas pessoas e grupos sociais.
Uma das características dos Direitos Humanos é a universalidade, ou seja, os direitos huma-
nos alcançam todos, independente de cor, religião, opção sexual, ideologia, etc.
Errado.
Uma das características dos Direitos Humanos é a imprescritibilidade, ou seja, os direitos hu-
manos são exigíveis a qualquer tempo, não se perdendo com o passar do tempo. Usando ou
não usando esses direitos, ele sempre existirá, não havendo a possibilidade de prescrição.
Errado.
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DIREITOS HUMANOS
Direitos Humanos – Parte I
Daniel Barbosa
Paulo Bonavides menciona a paz como um direito de 5ª geração. Na classificação feita por Ka-
rel Vazak, a paz é um direito de 3ª geração. A questão adotou o posicionamento de Karel Vazak.
Certo.
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Direitos Humanos – Parte I
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Direitos Humanos – Parte I
Daniel Barbosa
GABARITO
4. C
5. E
6. C
7. E
8. C
9. C
10. C
11. E
12. C
13. C
14. C
15. E
16. C
17. C
18. E
19. E
20. C
21. E
22. E
23. C
Daniel Barbosa
Coach de concursos desde 2015. Atende carreiras policiais e tribunais (técnico e analista judiciário).
Agente de Polícia da PCDF. Aprovado nos concursos da PMDF, da PRF, da PCDF e do MPU. Advogado de
2010 a 2014. Formado em Direito. Pós-graduado em Direito Administrativo.
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