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Informação, comunicação

e educação
Ana Luiza Zonzini

1ª Edição |Fevereiro| 2014


Impressão em São Paulo/SP
Informação, comunicação
e educação

Coordenação Geral Coordenação de Projetos


Nelson Boni Leandro Lousada

Professor Responsável
Ana Luiza Zonzini Célia Ferreira Pinto

e Capa
Ana Flávia Marcheti

1º Edição: Fevereiro de 2014


Impressão em São Paulo/SP

Catalogação elaborada por Glaucy dos Santos Silva - CRB8/6353


Sumário
Unidade 4 ------------------------- 5

Conhecimento, aprendizagem autônoma e a EAD

4.1. O Estímulo à Aprendizagem e a EaD


4.2. A Aprendizagem Autônoma

4.3.1. A Função da Educação


4.3.2. As possibilidades da Educação a Distância
4.3.3. Autonomia da Aprendizagem
4.4. Componentes para a Aprendizagem Autônoma
4.4.1. Componentes do Saber
4.4.2. Componentes do Saber Fazer
4.4.3. Componente do Querer
4.5. Considerações Finais

Gabarito ---------------------------------- 37

-------- 41
Unidade 4
Conheciimento, aprendizagem
autônoma e a EAD

Caro(a) Aluno(a)

Na quarta unidade, falaremos dos diferenciais co-


muns e esperados dos alunos de EaD e também,
como e porque os tutores podem incentivar a busca
pelo conhecimento e o desenvolvimento da apren-
dizagem autônoma.
Bons estudos!
4.1.

Pudemos observar, ao longo dos estudos, que


na sociedade da informação e do conhecimento,
muito destaque é dado aos indivíduos que buscam o
estado de constante aprimoramento, acompanhando
as tendências e as exigências do mundo globalizado.
Neste contexto, dá-se a expansão da EaD como uma
modalidade que permite o estudo, a construção do
-

dos sistemas e maior autonomia do aluno.


O mercado de trabalho é, sem dúvida, o maior
“termômetro” destes fenômenos.

http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/geral/noticia/2013/06/profis-
sionais-com-formacao-em-cursos-a-distancia-comecam-a-chegar-ao-
-mercado-4158648.html

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Ainda resta um bom caminho a ser percorrido, mas o mercado
de trabalho já começou a diminuir a cara feia para aqueles que
fazem parte de sua formação a distância. Segundo Flávia Le-
mos Pereira, diretora de Sistema de Remuneração da Associa-
ção Brasileira de Recursos Humanos, seccional do Rio Grande
-
tos por empresas modernas, geralmente ligadas à tecnologia.
— É só questão de tempo até vermos no mercado muitos pro-

Em sua experiência no recrutamento de pessoas, Flávia nunca


viu uma empresa que tenha feito restrições a candidatos com
formação EaD.
— O que muda é a credibilidade da instituição. Isso pesa muito
mais do que a modalidade de ensino — constata Flávia.
Sobre o que diferencia um candidato formado presencialmente de
outro que tenha feito a graduação a distância, ela sugere as com-
petências. Ou seja, existem vagas que se encaixam melhor para um
-

melhor desenvolvidas por aqueles com formação EaD, Flávia cita


a capacidade de planejamento, o senso de organização, a proativi-
dade e o manejo do tempo.
— A chegada dessas pessoas ao mercado está começando a acon-
tecer. Como os cursos são recentes, o boom ainda não aconteceu.
Coordenadora-Geral de Regulação da Educação Superior a
Distância do Ministério da Educação (MEC), Cleunice Rehem,

7
faz coro com Flávia. Ela destaca que o estudante a distância
tem características que o mercado busca: facilidade em manter
o foco, gosto pela leitura e autonomia.
Luís Testa, diretor de marketing da empresa de recrutamento
online Catho, chama a atenção para uma questão: as empresas
que deixam de lado os currículos de candidatos formados a

— São pessoas que tiveram a iniciativa de buscar diferenciar-se


por meio da modalidade com maior aderência à sua situação

irem atrás de uma formação, deve ser valorizada.


Carreira planejada
Alessandro Valério Dias, 39 anos, é uma daquelas pessoas que
planejam sua formação pensando longe, na carreira que que-
rem ter. Com duas graduações presenciais no currículo — Ci-
ências da Computação e Psicologia —, pensou em uma forma
de unir as duas áreas. Fez uma especialização em Informática
na Educação a Distância, pela Pontifícia Universidade Católica
do Rio Grande do Sul (PUCRS). E a modalidade do curso não
poderia ser outra: a distância.
— Meu trabalho de conclusão reuniu a Psicologia, a Informá-
tica e a EaD: "Avaliação de Aspectos Emocionais e Qualidade
de Vida de Usuários de Ambientes de Aprendizagem a Distân-
cia" — conta Dias.
Além disso, para aperfeiçoar ainda mais o currículo, fez um
curso de extensão em Capacitação de Professores em EaD.
— O estudo a distância é outra maneira de olhar para a Edu-
cação. É uma oportunidade de as pessoas se capacitarem —

8
defende ele.
Hoje, Dias é professor no Ensino Superior, nas Faculdades QI,
em disciplinas presenciais e também na modalidade EaD.
— Eu posso dar dicas para os meus alunos justamente porque
já estive na posição deles, já fui estudante a distância.
Dias conta que não encontrou nenhum preconceito ao pro-
curar uma colocação como professor, muito pelo contrário. O
empregador interessou-se, justamente, por ter em sua forma-
ção cursos a distância.
— Pela minha experiência pessoal, tinha mais o que dar aos
meus futuros alunos.
Fica a dica
Não há nada escrito em um diploma que diga se a formação foi
presencial ou EaD, mas os entrevistadores costumam pergun-
tar. Por isso, esteja preparado para responder a todas as ques-
tões sobre seu curso e falar sobre a seriedade da instituição.
ZERO HORA

-
-a-chegar-ao-mercado-4158648.html

Assim como em qualquer outra modalidade, o


aluno de um curso a distância precisa seguir uma sé-
rie de requisitos, visando a um bom aproveitamento
do curso.
Veja no quadro, a seguir, alguns requisitos bási-
cos, indicados por Palloff (2007).

9
respeito do material necessário para cursá-lo.

se precisa ou não fazer atividades presenciais, bem


como se terá condições econômicas e físicas para ir
até o local, no caso de todas as atividades não serem
a distância.

intelectuais.

aprendizado.

-
rante o curso com realismo e clareza.

-
alizar as tarefas de estudo.

ampliação dos conhecimentos posteriores.

-
guir uma melhor assimilação e posterior aplicação
na prática.

10
possibilitar a promoção pessoal e a formação per-
manente em qualquer idade.

O aspecto humano do estudante deve ser destaca-


do como indicador de permanência e efetivação da
aprendizagem. Seu desejo, seu estímulo inicial em
cursos a distância devem ser preservados, segundo
Almeida (2003). Ele deve ter motivações sérias e
pessoais, que respondam a uma necessidade e aos
seus interesses. Sem este requisito, todos os demais

<http://www.educonufs.com.br/vcoloquio/cdco-
loquio/cdroom/eixo%208/PDF/Microsoft%20
Word%20-%20A%20EAD%20E%20O%20PRO-
FESSOR%20VIRTUAL_eNFASE%20NA%20
APRENDIZAGEM%20AUToNOMA%20E%20
INTERDEPENDENTE.pdf>.

4.2.

Como vimos na reportagem exibida anterior-


mente, o estudante a distância tem características
que o mercado busca: facilidade em manter o foco,
gosto pela leitura e autonomia.

11
https://fbcdn-sphotos-a-a.akamaihd.net/hphotos-ak-ash3/1239956
_208806989286204_259096493_n.jpg

Mas, será que podemos atribuir todos os méritos


e responsabilidades pela aprendizagem de um aluno
EaD, somente ao aluno? E se um aluno de EaD ain-
da não possui as competências e habilidades como:
autonomia, disciplina, organização, hábito de leitura,

Aí está, mais uma vez, destacada a importância


do tutor, ou professor tutor na Educação a distância.
Vamos entrar no enfoque pedagógico e obser-
var o que alguns estudiosos nos trazem a respeito da

12
tão comumente citada “Aprendizagem autônoma”.

a introdução de novas tecnologias na sala de aula, mas, prin-


cipalmente, uma reorganização de todo o processo de ensino,
de modo a promover o desenvolvimento das capacidades de
auto-aprendizagem.
O sonho de todo professor em qualquer modalidade e nível de
ensino é ter um aluno autônomo. Quando se trata de Educação
a distância, esse sonho precisa ser, necessariamente, comparti-
lhado e desejado também pelo aluno, e quando existe o desejo
de aprender, inventa suas estratégias, para tornar o aprendiza-

apesar da ausência do contato face a face com um professor,


como no ensino presencial.
A aprendizagem é parte da vida. Aprendemos no processo das
nossas vivências e das experiências do cotidiano. Nas relações
sociais, aprende-se muito por meio de terceiros, mas ninguém
aprende no lugar do outro. Nesse sentido, a aprendizagem é
uma experiência bastante solitária. É preciso, pois, aprender
como se estuda e se aprende a distância. É preciso gostar de
estudar e de pesquisar. Descobrir que essas coisas são impor-
tantes não só agora, mas no seu projeto de vida como um todo.
Muito do sucesso da sua aprendizagem depende de si próprio,
da sua determinação, organização, motivação, compromisso e
esforço pessoal.

13
Por aprendizagem autônoma entende-se um processo de en-
sino e aprendizagem centrado no aprendente, cujas experiên-
cias são aproveitadas como recurso, e no qual o professor deve
assumir-se como recurso do aprendente, considerado como
um ser autônomo, gestor de seu processo de aprendizagem,
capaz de autodirigir e autorregular este processo. Este mode-
lo de aprendizagem é apropriado a adultos com maturidade
e motivação necessárias à autoaprendizagem e possuindo um
mínimo de habilidade de estudo (Trindade, 1992: p.32 ; Carmo,
1997: p.300; Knowles, 1990).
Segundo Marsden o estudante em EaD é o indivíduo abstrato
da Educação tradicional, imaginado em locais distantes. Para
ele, o estudante é o fantasma da EaD, uma criação do discurso
do design instrucional. Por que a EaD enfoca o ''como'', ao in-
vés do ''por quê'' ou do ''o quê'', a concepção dos cursos postu-
la que uma vez que todos os estudantes têm o mesmo processo
de pensamento, podemos falar de ''o estudante'' (1996: p.227).
Segundo Paul:
O conceito de aprendente autônomo, ou independente, capaz
de autogestão de seus estudos é ainda embrionário, do mesmo
modo que o estudante autônomo é ainda exceção no universo
de nossas universidades, abertas ou convencionais. A Educação
em geral e o ensino superior em particular devem transformar-
-se para dar condições e encorajar uma aprendizagem autôno-
ma, que propicie e promova a construção do conhecimento,
isto é, que considere o conhecimento como processo e não
como mercadoria (1990: p.32).
< h t t p : / / w w w. m o o d l e . u f b a . b r / m o d / b o o k / p r i n t .
php?id=10910>.
14
4.3. -

de atuação, ou de especialização: a EaD. E, pensan-


do na aprendizagem autônoma, discutiremos os de-

Para embasar este estudo, escolhemos o artigo

como sujeito de sua própria aprendizagem, de Antô-


nio Carlos Ribeiro da Silva, da Faculdade Baiana de
Ciência – FABAC.

4.3.1.

Segundo o resumo do artigo, o trabalho tem como


objetivo básico despertar o interesse do professor em
desenvolver uma aprendizagem autônoma com os seus
alunos, salientando seu papel de educador.
Na aprendizagem autônoma, o aluno deve ser
responsável pela sua aprendizagem - o que não está
subentendido a eliminação do professor, na gestão
da atividade do ensino.
O texto aborda o papel do professor-educador
que é fundamental para o crescimento e a aprendi-
zagem do outro, condição essencial para o desenvol-
vimento da Educação a distância.
Elenca os componentes para a aprendizagem

15
autônoma, que são: o saber, o saber fazer e o querer.
Acredita-se em que esse poderia ser o caminho
para uma Educação a distância de qualidade, pro-

crítico e criativo, que não pense de forma fragmen-


tada, mas de forma global e sistematizada.

(...)
-
deremos, assim, perceber o seu real papel, pois cabe
a ela propiciar ao educando, independente de moda-
lidade de Educação a distância ou presencial:

1- Aquisição de consciência crítica, criativa, partici-


pativa, questionadora.

2- Formação sólida que assegure:

º dominar conteúdos;
º compreender os princípios básicos que fundamentam o ensi-
no numa visão globalizada da cultura;
º apresentar referências teóricas para análise, interpretação
da realidade.

3- Ação educativa capaz de vincular teoria e prática,


voltada para a percepção das relações entre os con-
textos sócio-econômico-político e cultural.

16
Dessa forma, a relação entre o educador e o
educando deveria ser de trocas e interações, tendo
como metas o crescimento em conjunto, porém
de aprendizados individualizados. Utilizando os

na aprendizagem autônoma uma tensão educativa,


que se funda na ação aprendente e com essa ação,
ser desenvolvida uma atitude aprendente radical. O
professor, nesta relação, desempenha um papel fun-
damental, pois contrariando Comenius, no dizer de
Pacheco (1996): não é possível ensinar tudo a todos.
A questão-chave não reside em saber se a aprendi-
zagem deve conceder prioridade aos conteúdos, mas

4.3.2.

(...) O que se pode perceber é que na Educação


a Distância, o sucesso do aluno depende em grande
parte de motivação e de suas condições de estudo.
O desenvolvimento de pesquisas sobre metodolo-
gias de ensino para Educação a distância perpassa na
maior autonomia do aluno, condição sine qua non
para o sucesso de qualquer experiência de Educação
a distância, que pretenda superar os modelos instru-
cionais e behavioristas.
Essas ideias são reforçadas por Marsden (1996),

17
a distância baseiam-se em uma “antologia empirista”
e uma “epistemologia positivista”, e que esta com-
preensão de causalidade e explicação permeia a EaD,
pela mediação da tradição behaviorista e da instru-
ção programada.
Na Educação a distância, não estamos juntos

físico para o contato virtual, vencendo barreiras de


espaço e tempo. Devemos pensar uma sociedade
educativa e Educar ao longo da vida.

é um fato hoje, e a Educação a distância apresenta-


-se, neste cenário, como uma modalidade capaz de
contribuir para este aprimoramento, além dos limi-
tes de uma sala de aula convencional.
Uma das estratégias fundamentais na Educação
-
zinho, obtendo autonomia do seu ato de aprender, e
para isso precisa desenvolver a habilidade de ter uma
aprendizagem autônoma.

4.3.3.

Embora seja um pressuposto teórico, que a


aprendizagem é pessoal e intransferível, as institui-
ções, na sua grande maioria, ignoram esses pressu-
postos e tiram as oportunidades dos alunos de cons-
truírem os seus próprios conhecimentos, uma vez

18
que a prática pedagógica caracteriza-se por conduzi-
-los a uma aprendizagem mecânica, pautada em mo-
delo passivo, receptivo, autoritário e competitivo.
-
sam atentar-se para a “valorização da individualidade
do sujeito e da sua cognição, das atitudes e valores,
ao respeito pelas diferenças individuais e à procura
de um desenvolvimento global e contínuo”. Partin-
do, sempre, do pressuposto de que o aluno não sabe
nada, e que deveremos impor conteúdos e obrigá-los
a dominá-los.
-
contradas pelos alunos podem estar no processo de
comunicação e no processo motivacional. Não é ta-
-
lares, que protejam os interesses dos alunos.

O professor tem de ter a capacidade e o dom


de provocar atitudes sobre os conteúdos de ensino e
sobre o próprio aprendizado, por meio de uma co-
municação motivadora. Deve dar condições ao alu-

atitudes tão favoráveis quanto possíveis, baseando-


-se num comportamento visível e positivo.
-
porcionar uma atitude aprendente nos educandos, é

sua prática docente e caminhar para uma mudança

19
de atitudes e ações.
Pacheco (1996) comenta que: “para o professor
tornar-se um investigador, exige-se-lhe que reúna as

investigativa”.
Em oposição a uma prática conservadora, tra-
dicional e tecnicista surge a aprendizagem autôno-
ma, tema que de início sugere três questionamentos:

Respondendo à primeira pergunta, carecemos


-

nossa língua: “faculdade que tem o indivíduo de go-


vernar, de se decidir.”
Transportando-se para a aprendizagem autô-
noma, está implícito que, nesse processo, o aluno
deve ser responsável pela sua aprendizagem, o que
não está subentendido a eliminação do professor na
gestão de atividade de ensino. No ensino a distância
essa atitude do aluno é inevitável para desenvolver o
seu espaço do aprender, pois a mesma é essencial-
mente autoestudo.
Para saber como o indivíduo aprende, devemos
saber como pensa o educador. O ser que somos é
um ser em aberto e o educador precisa desenvolver

20
possibilidades de investigação, sair da ideia de senso
comum e permitir que o outro aja com a sua singu-
laridade. Pacheco (1996) comenta que o aprender a
aprender é o objetivo mais ambicioso, e ao mesmo
tempo irrenunciável da educação escolar – equivale

por si mesmo, numa ampla gama de situações e de


circunstâncias.
Para o desenvolvimento de uma aprendizagem
autônoma, o educador deve, mesmo que seja difícil,
mas se for desejável, assumir uma posição de renún-
cia ao poder oferecido pelo próprio “lugar” de pro-
fessor – aquela posição que permite a alguém con-
trolar outros, no caso, os alunos.
A Aprendizagem Autônoma está fundamentada
nos princípios da Epistemologia Genética, teoria que ex-
plica a construção do conhecimento nos seres humanos.

o que se mostra necessário no pensar-ser. Só o ne-


cessário pode ser aprendido em seu evento”.
A Segunda questão é de ordem prática e não
constitui tarefa difícil de respondê-la, visto que são
inúmeras as vantagens da aprendizagem autônoma
para o aluno e o professor.
É nesta concepção que HAIDT (1994:61)
afirma que:
Quando o professor concebe o aluno como um
ser ativo, que formula ideias, desenvolve conceitos

21
e resolve problemas de vida prática através de sua
atividade mental, construindo, assim, seu próprio
conhecimento, sua relação pedagógica muda. Não
é mais uma relação unilateral, onde um professor
transmite verbalmente conteúdos já prontos a um
aluno passivo que o memorize.
A utilização dessa alternativa é aconselhável,
mesmo que alguns admitam a inexistência de ganhos
pedagógicos (o que não concebemos), pois quando
você alimenta no outro a potencialidade de cresci-

a aprendizagem ocorrerá não de forma dicotômica,


distante e distorcida, mas pelo contrário, interligada
-
vas mantidas com o aluno.
Agora, que o autor já nos situou sobre o que é,
e para que serve, observe as vantagens da aprendiza-
gem autônoma que foram destacadas:
Poderíamos elencar várias vantagens da apren-
dizagem autônoma, entretanto citaremos algumas
segundo CARVALHO (1994):

aprofundamento nos assuntos de seu interesse, uma


vez que o professor, diante das exigências curricula-
res institucionais e o tempo disponível, desenvolve
conteúdo considerado essencial, não lhe permitindo
condições de atender as opções dos alunos;

22
alunos. Podemos perceber, por exemplo, quando o
professor respeita as diversas opiniões dos alunos
sobre um mesmo assunto;

professor e passa a descobrir formas alternativas de


construir o conhecimento.

Nos trechos anteriores, o autor, então, já abor-


dou as questões:

Neste momento, aborda a terceira questão apresentada:

A terceira questão envolve as diferentes situações


escolares e as formas básicas de aprendizagem au-
tônoma que, por sua vez, para serem caracterizadas,
exigem que os alunos adquiram a capacidade de:

ideias, analisando-as;
-
tos e de usá-los espontaneamente;
-
ções para o problema;

23
informações mentalmente, de forma independente.

4.4.

Desempenham importante papel em todo o


processo da Aprendizagem Autônoma, os seguintes
componentes: o saber, o saber fazer e o querer.
Veremos, a seguir, a maneira como o autor
aborda cada um destes componentes, e quais são os
papéis de cada agente, nestes componentes.

4.4.1

Tanto o professor quanto o aluno possuem


um duplo problema: o de entender o seu próprio
conhecimento construído, enquanto professor e
aluno ao longo de sua vida, devendo dimensio-
nar com clareza a forma de concretizar-se uma
melhor aprendizagem nas diversas situações.
Tem sido demonstrado que as pessoas pou-
co conhecem a si mesmos. E esse conhecimento
pode direcionar para diversos graus de profun-
didade, variando de indivíduo para indivíduo,
dependendo das oportunidades para realizá-las.
Não se trata de um saber teórico apren-
dido, e sim em um saber relativo a si mesmo,
saber sobre o seu próprio processo de aprendi-

24
o aprendizado não ocorre pela razão, e sim por
excitações e afetações.
O “saber” envolve conhecimentos necessá-
rios à execução de uma prática. Entretanto, para
poder ser capaz de executá-la, é preciso “saber
-
to, alia-se a habilidade do indivíduo.

4.4.2.

Partindo do pressuposto de que todo conheci-


mento sobre o processo de aprendizagem está, na-
turalmente, à disposição de uma aplicação prática, o
saber sobre o seu processo de aprendizagem, deve
ser convertido em um saber fazer.
No dia a dia da prática docente, a avaliação de
aprendizagem é, geralmente, realizada pelo profes-
sor, tomando como referência apenas o conteúdo
desenvolvido, enquanto na aprendizagem autôno-
ma, o aluno não só avalia o seu desempenho em
termos acadêmicos, como também avalia o proces-
so desenvolvido na sua aprendizagem, conforme a
sua auto-orientação.
-
dor, podemos citar três condições básicas:

25
professor/aluno;

o outro como é, com suas potencialidades e limita-

tudo” e o aluno na posição de “tábua rasa”. Pelo


contrário, deve haver o respeito das individualidades
e potencialidades que cada um possua;

sem, com isso, envolver-se neles, pois acreditamos


que só existe aprendizagem com afetividade.

Na Educação a distância, esse papel é desempe-


nhado pelo Tutor que deve entender que a aprendi-
zagem do aluno não é simplesmente transmissão de
conhecimento. É, sobretudo, um processo participa-
tivo, onde o aluno é sujeito do seu próprio conheci-
mento. Sua participação, portanto, deve ser ativa e,
por isso mesmo, estimulada. Contudo, o aluno deve
ser conscientizado de que se trata de um processo de
-
verão ser efetuadas a partir da sua prática que sem-
pre está a exigir o saber fazer.

4.4.3.

O desejo, a vontade de aplicar algo é de funda-


mental importância para que se obtenha sucesso. Esse
componente diz respeito à questão do aluno estar

26
convencido da utilidade e vantagens dos procedimen-
tos de aprendizagem autônoma e querer aplicá-los.
O Professor ou Tutor no EaD é gestor do pro-
cesso didático, sendo o grande responsável pela dis-
posição do aluno querer desenvolver sua aprendiza-
gem autônoma. Devemos ter a nítida certeza de que

ensino para “o aprender a aprender” não irá funcio-


nar de forma consciente como uma vara de condão,
ou com poderes místicos. O que precisa ser direcio-
nado é a ação pela descoberta tanto do professor

modalidades de ensino a distância ou presencial.


Não basta ao aluno apenas saber da existência
do aprender a aprender e da sua proposta pedagógi-
ca, o que levanta uma falsa ideia sobre a aprendiza-
gem ser considerada um processo único, quando na

um educar pela diferença.


É tarefa primordial do educador buscar a uni-
dade entre o saber, o saber fazer e o querer, ou seja,
entre o pedagógico, o técnico, o psicossocial e o po-
lítico. Essa unidade, tão necessária ao novo “fazer
pedagógico” contextualizado, sem dúvida contribui-
rá para que o ensino seja um processo construtivo,

sempre uma atitude aprendente e investigativa.

27
Para o encerramento desta unidade e deste Mó-

do artigo apresentado.
Em busca de sermos autônomos e sujeitos de
nossa aprendizagem, esperamos que você, aluno (a)
possa prosseguir em sua carreira, sem jamais se aco-
modar com a situação. Que você provoque, pesquise,
argumente e caminhe sempre em busca de aprimorar
suas práticas, contribuindo com um mundo melhor!
A aprendizagem autônoma facilita e engrande-
ce o processo de aprendizagem, pois só aprendemos
o que desejamos; o que é imposto, memorizamos e,
posteriormente, o desprezamos, e no Ensino a dis-
tância é condição essencial para que essa modalidade
possa progredir.
Na aprendizagem autônoma, os erros são contri-
buições preciosas para agregarem novos conhecimen-

os seus erros, sendo conduzidos de forma prazerosa


aos acertos e ao crescimento de novas aprendizagens.
Esse poderia ser um caminho para melhoria do
ensino brasileiro. Trabalhar a autonomia do ato de
aprender independente de modalidade de ensino,
proporcionar, na verdade, a formação de indivíduos

28
autônomos, críticos e criativos. Um cidadão que não
pense de forma fragmentada, mas de forma global
e sistematizada, só assim seremos sujeitos de nossa
própria aprendizagem.

29
Livro: Educação a Distância, de Maria Luiza Belloni.

Nas sociedades "radicalmente modernas", mu-


danças sociais aceleradas - sobretudo o espantoso avan-
ço das tecnologias de informação e comunicação - vêm
provocando, se não mudanças profundas, pelo menos
desequilíbrios estruturais no campo da Educação.
Tais mudanças exigem transformações nos sis-
temas educacionais que se veem confrontados com
-

para atender às novas demandas educativas da socie-


dade do "saber" ou da "informação".
Este ensaio sobre Educação a distância preten-
de trazer ao leitor brasileiro algumas das principais
questões ligadas à crise atual da Educação, especial-
mente aquelas relacionadas à inovação educacional e
às novas tecnologias.
Espera-se trazer uma modesta colaboração
para o debate sobre o ensino a distância e suas pos-
síveis contribuições, numa perspectiva de aprendi-
zagem aberta e Educação ao longo da vida, na qual
o uso de instrumentos técnicos os mais avançados
torne possível e estimule um processo de aprendi-
zagem autônomo, voltado para a emancipação do
aprendente do 3.º milênio.

30
Exercícios propostos
1. Como vimos nesta unidade: “O aspecto humano
do estudante deve ser destacado como indicador de
permanência e efetivação da aprendizagem; seu de-
sejo, seu estímulo inicial em cursos a distância devem
ser preservados, segundo Almeida (2003). Ele deve ter
motivações sérias e pessoais, que respondam a uma
necessidade e aos seus interesses. Sem este requisito,

e registre suas motivações e interesses pessoais, que o


conduziram a cursar esta Pós-Graduação.

2. Segundo os textos apresentados, como pode ser de-

-
ção da Educação, poderemos, assim, perceber o seu
real papel”. Independente de modalidade de Educa-
ção a distância ou presencias, o que cabe à Educação
propiciar ao educando?

4. Segundo CARVALHO (1994), quais as vantagens


da Aprendizagem Autônoma?

33
5. Desempenham importante papel em todo o
processo da Aprendizagem Autônoma, os se-
guintes componentes: o ______________,
o _______________________ e o
__________________.

34
Gabarito
Unidade 4
-

2. Resposta. Por aprendizagem autônoma entende-


-se um processo de ensino e aprendizagem centrado
no aprendente, cujas experiências são aproveitadas
como recurso, e no qual o professor deve assumir-se
como recurso do aprendente, considerado como um
ser autônomo, gestor de seu processo de aprendi-
zagem, capaz de autodirigir e autorregular este pro-
cesso. Este modelo de aprendizagem é apropriado a
adultos com maturidade e motivação necessárias à
autoaprendizagem e possuindo um mínimo de habi-
lidade de estudo.

3. Resposta:

-
tiva, questionadora;
-
dos; compreender os princípios básicos que funda-
mentam o ensino numa visão globalizada da cultura;
apresentar referências teóricas para análise, interpre-
tação da realidade;

38
voltada para a percepção das relações entre os con-
textos sócio-econômico-político e cultural.

4. Resposta:

aprofundamento nos assuntos de seu interesse, uma


vez que o professor, diante das exigências curricula-
res institucionais e o tempo disponível, desenvolve
conteúdo considerado essencial, não lhe permitindo
condições de atender às opções dos alunos;

alunos. Podemos perceber, por exemplo, quando o


professor respeita as diversas opiniões dos alunos
sobre um mesmo assunto;

professor e passa a descobrir formas alternativas de


construir o conhecimento.

5. Resposta: saber; saber fazer; querer.

39
40
Referência
Brasil Escola. Disponível em: <http://www.brasi-

em: 17 set. 2013.


Brasil Escola. Disponível em: <http://www.brasi-
-
cao.htm>. Acesso em: 17 set. 2013.

Clic RBS. Disponível em: <http://www.clicrbs.com.br/


rbs/image/6585515.JPG>. Acesso em: 17 set. 2013.

Coutinho, C; Lisboa, E. Sociedade da Informação,

educação no século XXI. RE, Vol. XVIII, n.º 1,


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