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Odontologia Hospitalar

Sabe-se que a odontologia hospitalar não é resumida somente em Cirurgia e Traumatologia


Bucomaxilofacial, mas está associada também à prevenção de doenças e promoção da saúde.
A odontologia possui um papel muito importante na equipe multidisciplinar. Alterações
sistêmicas e presença de doenças, podem desenvolver lesões e modificações na cavidade oral,
que prejudica a qualidade de vida dos pacientes.

Desde muitos anos a equipe de profissionais na UTI foi composta por médicos, enfermeiros,
fisioterapeutas, nutricionistas e técnicos de enfermagem. Na metade do século XIX, o
desenvolvimento da odontologia hospitalar começou na América, com a dedicação dos Drs.
Simon Hullihen e James Garrestson. No Brasil, a Odontologia Hospitalar foi legitimada em
2004 com a criação da Associação Brasileira de Odontologia Hospitalar (ABRAOH). Em 2008, foi
decretada a Lei nº 2776/2008 e apresentada à Câmara dos Deputados do Rio de Janeiro, que
obriga a presença do dentista nas equipes multiprofissionais hospitalares e nas UTIs (ARANEGA
ET AL., 2012, p. 90).

A odontologia hospitalar está relacionada a prática por cuidados das alterações


bucais que requerem intervenções das equipes multidisciplinares em
atendimentos de alta complexidade. Quando se trata sobre a intervenção da
odontologia mais a sua equipe multidisciplinar devemos sim tratar o paciente
como um todo, não somente tratar a cavidade bucal, pois a região oral abriga
microrganismos que podem entrar na corrente circulatória e assim expor o
paciente a um risco de alguma enfermidade (ARANEGA ET AL., 2012).

É necessário que o cirurgião dentista, quando estabelecer a assistência ao


paciente, seja informado não somente sobre o seu estado bucal, mas também
do seu quadro sistêmico, pois estes podem estar interligados. É necessidade
também o monitoramento do mesmo através de exames quando desconfiamos
de alguma alteração sistêmica em progressão, e com os devidos cuidados
bucais diminuir o tempo do paciente na internação e prevenir também doenças
graves. (ARANEGA ET AL., 2012).

Os pacientes na UTI permanecem com a boca aberta com frequência devido a


intubação traqueal, com isso ocorre a diminuição do fluxo salivar e
desencadeia o aumento do biofilme lingual no dorso da língua, e favorece a
colonização bacteriana. Diante disso é de suma importância a completa
profilaxia nos dentes, gengivas e língua, retirando todos os restos de alimentos
e a placa bacteriana, através da profilaxia o ambiente bucal torna-se imune a
doenças orais (SANTOS et al., 2008).

A higienização oral pode ser feita de diversas formas, como: gaze enrolada no
dedo, gaze enrolada na espátula de madeira, swab oral, escova de dente
convencional ou elétrica, a preferência dos materiais deve ser aqueles
descartáveis, a clorexidina a 0,12% é um antimicrobiano, fácil aplicação, com
ação efetiva sobre as bactérias, a clorexidina é absorvida pela mucosa bucal e
pelos dentes, e é liberado com o decorrer do tempo até 12 horas. Ela é um
agente químico que trabalha na redução da formação da placa bacteriana,
após 1 minuto de sua aplicação ela consegue reduzir o número de bactérias, e
é feita a higienização a cada 12 horas (duas vezes ao dia) (FRANCO, 2019).

Para lábios e mucosa oral ressecados é utilizado uso de um lubrificante oral,


pode ser saliva artificial, gel de contato a base de vaselina associado a
lanolina, gel de carboximetilcelulose a 3%, podem ser aplicados em mucosa e
lábios já ressecados ou para prevenir tais ressecamentos (FRANCO, 2019).

Os procedimentos odontológicos na UTI que podem ser realizados são:


exodontias, tratamento periodontal, tratamento restaurador atraumático,
instalação de protetores bucais, remoção de aparelhos fixos, imobilizações
dentárias nos casos de fraturas dentoalveolares, controle de sangramento,
diagnóstico e tratamento das infecções oportunistas e diagnóstico e tratamento
de lesões bucais. Quando os procedimentos são em maior número ou de alta
complexidade, a assistência deve ser em centro cirúrgico (FRANCO, 2019, p.
58).

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