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Momento 1
Sem banheiro, pagamento ou equipamentos de segurança, mas com diversas dívidas por trabalho. Em
dezembro de 2020, uma operação da Auditoria Fiscal do Trabalho encontrou um grupo de 18
trabalhadores em situação análoga à escravidão.
O caso, que ocorreu em uma fazenda de laranjas no interior de São Paulo, exemplifica uma violação
que nunca abandonou o Brasil apesar do fim oficial da escravidão há 133 anos. De acordo com dados
da Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), do Ministério da Economia, nos últimos 25 anos, mais
de 55 mil trabalhadores foram resgatados do trabalho escravo contemporâneo.
Ao longo deste período, o cientista político e coordenador da área de Combate ao Trabalho Escravo
na Comissão Pastoral da Terra (CPT), Frei Xavier Plassat, vem promovendo o debate sobre a questão.
Ele ressalta que a manutenção do imaginário do que caracteriza o trabalho escravo cria obstáculos
para o seu reconhecimento.
“A escravidão não existe apenas pela corrente. A escravidão moderna se refere a tratar alguém pior
do que um animal, a restringir a liberdade, oferecer um salário ruim, a violar a dignidade humana”,
argumenta.
Somente na década de 1990, o Brasil passou a reconhecer a existência do trabalho escravo no país.
Antes disso, organizações da Sociedade Civil, como o CPT, já se mobilizavam para combater a violação
e pressionar o Estado.
Desde então, o Brasil é referência em relação às políticas públicas de combate ao trabalho escravo
contemporâneo. Foi no artigo nº 149 do Código Penal (Lei nº 10.803), alterado em 2003, que se firmou
a definição do que caracteriza a violação:
“Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a
jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por
qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto”.
Para Ricardo Rezende, coordenador do Grupo de Pesquisa Trabalho Escravo Contemporâneo (GPTEC)
no Núcleo de Estudos de Políticas Públicas em Direitos Humanos da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ), o próprio poder judiciário tem dificuldade para compreender a complexidade do
trabalho escravo.
Foto: Ministério Público do Trabalho (MPT) | Operação resgata 17 trabalhadores em condições análogas à escravidão no sudoeste de Mato Grosso do
Sul.
Em alguns locais da cidade de São Paulo, imigrantes produziam os itens recebendo R$ 0,05 por peça,
sem qualquer direito trabalhista ou carteira assinada, com uma rotina que ultrapassava 18 horas
diárias de trabalho.
Foto: Ascom/MPT Bahia | Cinco trabalhadores da construção civil foram resgatados em uma operação da força-tarefa da Comissão Estadual para
Erradicação do Trabalho Escravo da Bahia (Coetrae) em balneário de alto padrão de Praia do Forte em uma obra contratada pela Prefeitura do
Município de Mata de São João.
Façam as atividades!
Vocês irão responder 3 perguntas no caderno: “Muitas pessoas desconhecem a
escravidão, havia escravos que não estavam amarrados, mas eles não eram livres, não
tinham controle sobre suas vidas ou qualquer perspectiva. Existem muitas semelhanças
3) Você conhece ou conheceu alguém que já passou por esse tipo de situação?
Depois de todas as atividades prontas, tire fotos bem nítidas e poste sua atividade no classroom.
CAPRICHE!
4)