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DIABETES MELLITUS

Profa. M. Sheilla de Oliveira Faria

Alfenas 2016
Sumário

 Panorama histórico  Objetivo Cuidado


Nutricional
 Definição
 Avaliação nutricional
 Epidemiologia
 Cuidado Nutricional
 Prevenção
 Tratamento
 Classificação
medicamentoso
 Fisiopatologia
 Diagnóstico
 Complicações agudas
 Complicações crônicas
Panorama histórico
 Arateu (70dC) – polidpsia e poliúria
 Diabetes- “fluir através de”

 Thomas Willis – add melito – “ doce como mel”

Discussão- CHO

 1912 – Frederik M Allen (NY)


 Terapêutica da Fome de Allen
 1000 kcal/dia , 10g CHO
 Alguns jovens vivos
Definição

 Grupo de doenças metabólicas caracterizadas por


níveis aumentados de glicose no sangue resultante de
defeitos na secreção de insulina e/ou na sua ação

Expert Committee on the diagnosis and


classification of Diabete Mellitus, 1998
Epidemiologia
 Epidemia DM em curso (sério problema de saúde
pública).
 Mundo: 382 milhões de pessoas
 Brasil: na faixa etária de 20 a 79 anos- quase 12
milhões (2013).

PROJEÇÃO 471 milhões de indivíduos com diabetes


em 2035
Epidemiologia

 Estudo Multicêntrico sobre a Prevalência do


Diabetes no Brasil – Idade
2,7% - 30 a 59 anos
17,4% - 60 a 69 anos
 2011 :taxas de mortalidade – 30,1/100.000

Brasil : de 3,9 bilhões de


dólares americanos
Prevenção
 Prevenção primaria: prevenção do
inicio do DM

 Prevenção secundaria: de suas


complicações agudas ou crônicas.
Classificação

“DIABESIDADE”
Classificação
 DM tipo I: destruição das células B(mais de 90%)
pancreáticas;
 deficiência de insulina absoluta- 5% a 10% dos pacientes

 inclui casos decorrentes de doença auto-imune

 Idiopáticas

 80% de pacientes-mediada pelo sistema imune


 marcadores de autoimunidade são os autoanticorpos:
ICA (anticorpos para as células beta); IAA (antiinsulina),
antidescarboxilase do ácido glutâmico (GAD 65) e
antitirosinafosfatases (IA2 e IA2B);
Classificação
 DM tipo II: A maioria dos pacientes tem excesso de
peso.

 90% a 95% dos pacientes

Deficiência
Resistência
de insulina DM 2
à insulina
relativa

> pessoas com DM tipo 2 são obesas;

> risco DM2 ---- obesidade central


Classificação
DM 2

 87000 enfermeiras (30-35 anos), por 14 anos


 IMC-25kg/m²- 5x
 IMC- 30kg/m² - 28x
 IMC >35kg/m² - 93X

 51529 homens (40-75 anos), por 5 anos


 IMC 25-26,9kg/m² - 2x
 IMC 29-30,9kg/m² - 6,7x
 IMC >35kg/m² - 42X
Outros tipos de diabetes: contém
várias formas de DM
defeitos genéticos associados com outras
doenças

uso de fármacos diabetogênicos.


Classificação
Outros tipos DM
 DM gestacional: diminuição da
tolerância à glicose, de magnitude
variável,
 diagnosticada pela 1ª. vez na gestação,

 1 a 14% de todas as gestações,

 relaciona- se > morbidade e mortalidade


perinatais
DM gestacional
Fatores de Risco
 Idade superior a 25 anos;
 Obesidade ou ganho excessivo de peso na gravidez
atual;
 Deposição central excessiva de gordura corporal;
 História familiar de diabetes em parentes de 1º grau;
 Baixa estatura (≤ 1,51cm);
 Crescimento fetal excessivo, hipertensão ou pré-
eclâmpsia
 na gravidez atual;
 antecedentes obstétricos de morte fetal ou neonatal,
de macrossomia
 ou de diabetes gestacional.
DM gestacional
Rastreamento do
Diabetes Gestacional
DM gestacional
Rastreamento do
Diabetes Gestacional
Pré-Diabetes

 Estado intermediário entre a homeostase


normal da glicose e o DM;

 glicemia de jejum alterada

 tolerância à glicose diminuída

 diagnosticada através do teste oral de tolerância à


glicose (TOTG).
Fisiopatologia
Fisiopatologia
DM 1
Fisiopatologia
DM 2
Fisiopatologia
DM 2
Resistência a insulina
 Estado de menor resposta metabólica aos níveis
circulantes insulina

Hipertrigliceridemia, < níveis de HDL-c, > VLDL-c,


distúrbios coagulação, > resistência vascular,
mudanças níveis de hormônio esteroides e > peso

Risco
Síndrome metabólica cardiometabólico
Fisiopatologia
DM 2
Fisiopatologia
DM 2
Fisiopatologia
DM 2
Fisiopatologia
DM 2
Diagnóstico
 Sintomas de poliúria, polidipsia + perda
ponderal + glicemia casual acima de 200mg/dl.
 glicemia casual aquela realizada a qualquer hora do dia,
independentemente do horário das refeições;

 Glicemia de jejum ≥ 126mg/dl (7 milimois).


 Em caso de pequenas elevações da glicemia, o
diagnóstico deve ser confirmado pela repetição do teste
em outro dia;

 TOTG ≥ 200mg/dl
- glicose plasmática de jejum estiver > 100 mg/dl e < 125 mg/dl;

- glicose plasmática < 110 mg/dl e na presença de dois ou mais


fatores de risco p/ DM nos indivíduos com idade >= 45 anos
Valores de Glicose Plasmática (mg/dl) p/
Diagnóstico de DM (ADA e SBD, 2003)
Categorias Jejum * 2 h após 75g Casual**
(mg/dL) de glicose
Glicemia de >70 e 99 <140
jejum normal (se realizada)

Intolerância à 100 e <125  140 e < 200


glicose 

Diabetes***  126 ou > 200 ou >=200 (c/ sintomas


mellitus clássicos)***

* O jejum é definido como a falta de ingestão calórica de no mínimo 8 horas.


** Glicemia plasmática casual é definida como aquela realizada a qualquer hora do dia, sem
observar o intervalo da última refeição.
*** 2 amostras colhidas em dias diferentes; Os sintomas clássicos incluem poliúria, polidipsia e
perda de peso.
Fatores de risco para DM

 Idade >= 45 anos;

 História familiar de DM;

 Excesso de peso e sedentarismo;

 HDL baixo e TG elevados;

 HAS e doença coronariana;

 DM gestacional prévio; história de abortos de repetição ou


mortalidade perinatal;

 Medicamentos hiperglicemiantes (por ex.: corticosteróides,


tiazídicos e betabloqueadores).
 Hemoglobina Glicada

 Reações entre a hemoglobina normal do adulto, a


hemoglobina A (HbA) e alguns açúcares.

 Reflete a glicemia média de um indivíduo durante os dois a


três meses anteriores à data de realização do teste
 grande utilidade na avaliação do nível de controle glicêmico
e da eficácia do tratamento vigente;

Uma meta A1C razoável para muitos adultos não


grávidos é 7 % ( 53 mmol / mol )

Grau A, ADA 2016


 Resistência a Insulina (RI)

 Existem vários métodos para avaliar a RI,

 “Padrão-ouro”:
 insulina exógena (clamp euglicemico hiperinsulinemico
(EHC))
 Insulina endógena: liberada a partir de um estimulo:
glicose endovenosa e no clamp hiperglicêmico;ou
apos estímulos por via oral (teste oral de tolerância a
glicose, TOTG)

 Mais amplamente utilizado é o índice homeostasis model


assessment – insulin resistance (HOMA-IR).
Avaliação da RI pela HOMA-IR

HOMA- IR: Glicemia jejum (mmol/l=mg/dl÷18) × Insulinemia de jejum (μU/ml)


22,5

HOMA-IR = Glicemia de jejum x Insulina sérica


405
O escore considerado para avaliação da resistência a insulina foi de (Matthews
et al., 1985) :
≥ 2,5 presença de resistência à insulina
 2,5 ausência de resistência à insulina
Complicações agudas

Hipoglicemia

 efeito colateral comum – uso de insulina

 sintomas podem variar muito de pessoa


p/ pessoa

 Pode ser de origem “adrenérgica” ou


“neuroglicopênica”.
Complicações agudas
Hipoglicemia
 Sintomas adrenérgicos:

GLICOSE

 Liberação de hormônios que aumentam a glicemia:


adrenalina, noradrenalina e glucagon;

Adrenalina: tremores, suor frio, aceleração dos


batimentos cardíacos (taquicardia e palpitações).
Sintomas neuroglicopênicos

Falta de glicose

 Músculos: sensação de fraqueza.

Nervos e cérebro: tonturas, formigamentos, fome


exagerada, visão duplicada, alterações de
comportamento, alterações da fala e dos movimentos,
convulsões e coma.
Tratamento da hipoglicemia:

Se a glicose sanguínea estiver < 60 mg/dl, tratar c/


15g de CHO:
- ½ xícara de suco de fruta ou refrigerantes;
- 1 col. de sopa de açúcar ou mel;
- 15g de CHO vindo dos tabletes de glicose.

Esperar 15 min – reavaliar e se glicemia permanecer


< 60 mg/dl, tratar c/ outros 15g CHO;

Repetir o teste e tratar até que a glicose sanguínea


retorne à variação normal.
Complicações
agudas
Cetoacidose Diabética (CAD)

 Hiperglicemia (>250 mg/dl) e cetonemia

 Os sintomas incluem: poliúria, polidipsia, hiperventilação,


desidratação, odor de fruta das cetonas e fadiga.

Causas da CAD: as infecções (30–39%) e a omissão do uso de


insulina (21–49%).

Tratamento: insulina, fluidos e eletrolitos


Coma hiperosmolar não cetótico

 Hiperglicemia acentuada (>750 mg/dl)

 DM 2 (idosos),

 desidratação importante.

 Sintomas: poliúria, diminuição da PA, aumento da frequência


cardíaca, fraqueza, câimbras, desidratação, confusão mental e coma.

 Causas: ingestão > açúcar, desidratação, exposição calor, dças ou tto


farmacológicos

 Tratamento: terapia insulínica e reposição de eletrólitos e líquido, bem


como tratamento das causas básicas.
Complicações Crônicas
Retinopatia Diabética

 Pequenos vasos da retina são lesados

 Edema de mácula: pequenos vasos da retina extravasam líquidos e


material gorduroso para o centro da mácula, impedindo a visão;

 Retinopatia diabética proliferativa: pequenos vasos sanguíneos


crescem na superfície da retina e em direção ao vítreo
Nefropatia diabética

 Causa principal de morte e incapacidade

 DM 1- 30 – 50% dos pacientes

 DM 2- mais de 20%

 É acompanhada por proteinúria, taxa de filtração


glomerular diminuída e hipertensão.
Neuropatia Diabética

 + comum: polineuropatia simétrica distal


 pode ser acompanhada por alterações da sensibilidade e dor intensa.

 Etiologia multifatorial: isquêmica, hipóxica e metabólica.

 TGI principal alvo


 disfunção esofagiana c/ dificuldade na deglutição,
 esvaziamento gástrico retardado,
 constipação ou diarreia.

 Pode ocorrer também hipotensão arterial, disfunção da bexiga e


impotência sexual.
Úlcera de pé e extremidades inferiores
 Primariamente causadas: distribuição
anormal de pressão
Secundária à neuropatia diabética.

 Amputação não traumática.


Aterosclerose

 Homens diabéticos : risco 2 – 3 vezes >DAC,


AVC e doença vascular periférica,
 Mulheres diabéticas: risco 3 – 4 vezes maior;

 LDLs anormais, ↓HDL e ↑ dos TGL;


Além da HAS e distúrbios das lipoproteínas, os diabéticos têm
prevalência aumentada de outros fatores de risco
cardiovascular.

Fatores de Risco Fatores de Risco Fatores de Risco Fatores de Risco


não Modificáveis não Lipídico Lipídico Exclusivos do Diabetes
Modificáveis Modificáveis
Sexo Masculino Obesidade Alto LDL-c Agregação das
plaquetas; coagulação

Idade Hipertensão Baixo HDL-c Glicosilação das
ptnas; disfunção dos
macrófagos
Doença tabagismo Triacilgliceróis Susceptibilidade à
Aterosclerótica elevados oxidação; disfunção
das HDL
Objetivos do cuidado nutricional

 Obter níveis de glicemia próximos ao normal, a maior


parte do tempo, evitando flutuações;

 Atingir e manter o peso ideal do indivíduo

 Manter os níveis normais de lipídio sérico

 Evitar hipoglicemia

 Atender a necessidades especiais (gravidez) e adaptar


p/ necessidades terapêuticas (como doença renal);
Objetivos do cuidado
nutricional

 Em pacientes hospitalizados, a glicemia deve ser mantida


entre 100 mg/dL e 180mg/ dL3 (A) (D), s

 Pacientes UTI- devem ter os níveis de glicemia mantidos o


mais próximo possível de 110 mg/dL.
Avaliação nutricional

Dados antropométricos

• peso corporal, estatura, pregas e


circunferências cutâneas

Inquérito alimentar

• ingestão atual e habitual de energia, macro


e micronutrientes

Dados bioquímicos

Departamento de Nutrição e Metabologia


da SBD,2009
Cuidado Nutricional
Calorias

 Mesmo utilizado p/ indivíduos normais (peso, altura,


idade, sexo e atividade física).

Fórmulas para cálculo das necessidades de energia para


o diabético adulto

 Obeso ou adulto inativo: 20 Kcal/kg


 Adulto > 55 anos – mulher ativa/homem sedentário: 28
Kcal/kg
 Homem ativo ou mulher muito ativa: 30 Kcal/kg
 Baixo peso de ambos os sexos ou homem muito ativo: 40
Kcal/kg
Calorias

5 % perda de peso deve ser prescrito para


pacientes com sobrepeso e obesidade

Grau A, ADA 2016

Intervenções devem ser de alta intensidade (16


sessões em 6 meses) e se concentrar em dieta,
atividade física , e estratégias comportamentais
para alcançar um déficit de energia/dia 500-750
kcal
Grau A, ADA 2016
Calorias
Carboidratos

Estudos são inconclusivos

 monitorização da ingestão de
carboidratos e
 levar em consideranção a
resposta da glicemia aos
carboidratos
Carboidratos

 reduções HB glicada de 20,2 % a 20,5 % -


alimentos de baixo IG

 Revisão sistemática:
 Consumo cereais integrais não foi
associada a controle glicêmico DM2
Wheeler et al, 2012
 Dietary Approaches to Stop Hypertension
(DASH) associado a uma intervenção no
estilo de vida pode aumentar a
sensibilidade à insulina
Carboidratos
 45 a 60% da ingestão de energia.
 OMS não recomenda < [130] g/dia

 Sacarose = outros carboidratos


 quando ingerida em quantidades equivalentes.
 Substitução ou
 Adicionada- doses adicionais de insulina ou outro medicamento
hipoglicemiante

SBD(A)
Carboidratos
Índice glicêmico (IG)

 efeito sobre a concentração pós-prandial da glicose


plasmática

 análise da curva glicêmica produzida por 50g de


carboidrato (disponível) de um alimento teste em relação a
curva de 50g de carboidrato do alimento padrão (glicose
ou pão branco).

 pão branco tem resposta fisiológica melhor que a da


glicose.

 Alimento padrão: pão

-IG < 75, são considerados baixo IG.


-IG > 95, são considerados de alto IG.
Carboidratos
Alimentos com I.G. baixo IG Alimentos com I.G. moderado IG Alimentos com I.G. alto IG

Amendoim 15 Pêssego 42 Pizza de queijo 60

Soja 18 Laranja 44 Sorvete de creme 61

Cereja 22 Macarrão 45 Passas 64

Lentilhas 29 Arroz Instantâneo 46 Beterraba 64

Feijão preto 30 Uva 46 Sopa de feijão preto 64

Damasco seco 31 Arroz parbolizado 48 Abacaxi 66

Fettuccine 32 Cenoura 49 Nhoque 67

Iogurte 36 Inhame 51 Croissant 67

Espaguete 36 Kiwi 53 Purê de batata 70

Pêra 37 Banana 54 Pão branco de trigo 71

Maçã 38 Pipoca 55 Melancia 72

Sopa de tomate 38 Manga 56 Abóbora 75

Ameixa 39 Damasco 57 Waffles 76

Ravioli c/carne moída 39 Arroz branco 58 Corn flakes 83

A avaliação do IG é feita com porções de 50 g de CHOs (200 kcal) como base: glicose = 100 I.G.
fonte : www.mendosa.com/gilists.htm
Adoçantes não-nutritivos são seguros quando
consumidos até o nível diário aceitável de ingestão,
estabelecido pela Food and Drug Administration
(FDA).

Adoçantes nutritivos
Frutose:

• <  da glicemia que quantidades isocalóricas de


sacarose e da maioria dos amidos,

 2x a ingestão usual ou 20% das calorias frutose-


piora do quadro lipídico, com  de LDL-c;
Outros adoçantes nutritivos: sorbitol,
mel, dextrose, maltose, xarope de
milho podem ser usados, desde que
sejam incluídos no plano de
alimentação.

Não há evidências de sua vantagem ou


desvantagem sobre a sacarose;
 Manitol, sorbitol e xilitol ingestão em
excesso causa
 são álcoois de açúcares diarreia osmótica
 elevam pouco a glicemia,
 2kcal/g (metade da sacarose)

Adoçantes não nutritivos:


Sacarina, aspartame, acesul-fame K, sucralose
são aprovados nos Estados Unidos pela FDA;
Todos devem ser ingeridos em
quantidades seguras (abaixo da dose
máxima estabelecida pela FDA)
Fibras 20-35 g/dia de ambas fibra solúvel e
insolúvel ou 14g/1000 kcal (SBD, 2015).

 Prebiótico: INULINA
 Chicória, trigo, cebola, banana, alho, alho-poró, alcachofra
 Oferta glicêmica reduzida
 Utilização pelos pro-bióticos no intestino
 >Ca e Mg- >capacidade secretória de insulina
Proteínas

 Recomendações atuais da ADA: individualizado


 Mais utilizada é 0,8 a 1,0 g/kg de peso.

 Nefropatia diabética: não exceder 0,8 g/kg de peso /dia.

 Estudos indicam que dietas com proteínas de soja


reduziram a hiperfiltração nos indivíduos diabéticos

substituir a proteína animal por proteína de soja deve ser


considerada como medida preventiva.
Lipídeos

 Ajustada baseada na AN e objetivos do tratamento (20-35%)


 RISCO CARDIOVASCULAR

 Totais: ≤ 30% VCT


- Saturados :<10% VCT < 7% VCT.
- Poli-insaturadas: ≤ 10% VCT
- Monoinsaturadas: 10 a 15% VCT
- Colesterol < 200mg/dia

SBD(A)
Fracionamento da dieta
 Evitar episódios de hiperglicemia (após as grandes
refeições) e de hipoglicemia (períodos prolongados sem se
alimentar).

 Agentes hipoglicemiantes (sobretudo o de insulina) -


planejamento do programa alimentar do diabético.

No de Desjejum Colação Almoço Lanche Jantar Ceia


refeições % % % % % %
03 20 -- 40 -- 40 --

04 15 -- 35 15 35 --

05 15 -- 30 15 30 10

06 15 5 30 15 25 10
Sal:

 limitado a 6g/dia

 recomendam 2300 mg/dia.

 Se hipertensão grave e nefropatia, a ingestão


de sódio deve ser restrita a < 1500 mg/dia.
Micronutrientes

 Com uma alimentação adequada e equilibrada não é preciso


suplementar.

 Suplementação: pacientes c/ má nutrição, pacientes que utilizam


dietas muito hipocalóricas, vegetarianos restritos, durante a gravidez e
lactação e em pacientes c/ mal controle metabólico (a hiperglicemia
não controlada c/ glicosúria favorece a perda de elementos traços).
Exercícios

 É excelente p/o controle de peso, p/ o aumento da aptidão


física e psicológica, melhora da capacidade de trabalho, da
composição corporal e aumento das [ ] de HDL.

 Melhor tolerância à glicose, sensibilidade aumentada à insulina


(aumenta migração de GLUT 4 a membrana celular), redução
de fatores de risco de aterosclerose, redução da PA e melhora
da aptidão cardiovascular.

 O programa de exercício mais benéfico difere p/ cada pessoa.

Devemos recomendar que o


paciente procure o
profissional adequado
Contagem de CHO
 Estratégia de plano alimentar

 Possível prever a necessidade de insulina p/ suprir os


gramas de CHO por refeição.

Efeitos dos nutrientes na glicemia

Proteínas: 35 a 60% em três a quatro horas.


Lipídios: 10% em cinco horas ou mais.
Carboidrato: quase 100% - 15 minutos a 2 horas
Insulinoterapia x Contagem de CHO

 Qtde. de insulina rápida ou ultra-rápida em função


da qtde de CHOs por refeição.

 As doses de insulina p/ cobrir os gramas de CHOs


são denominadas bolos de alimentação.

Regras p/ estabelecer a razão CHO:insulina


 Adulto: 1 UI de insulina rápida ou ultra-rápida cobre
15 g de CHO ou uma substituição de CHO.

 P/ crianças e adolescentes, a relação é de 1 UI p/


20 a 30 g de CHO.
Estimativa da Relação Insulina:CHO de Acordo c/ Peso Corporal

Peso (kg) UI de Insulina : g de CHO


45,0 – 49,0 1:16
49,5 – 58,0 1:15
58,5 – 62,5 1:14
63,0 – 67,0 1:13
67,5 – 76,0 1:12
76,5 – 80,5 1:11
81,0 – 85,0 1:10
85,5 – 89,5 1:9
90,0 – 98,5 1:8
99,0 - 107,5 1:7
 108,0 1:6
Contagem de CHO

 Tipos de métodos:

 Lista de equivalentes (1)


 Contagem em gramas de CHO (2).

 Método 1: alimentos categorizados


(cada porção de alimento corresponde
a 15 g de CHO);

 Método 2: consiste em somar as gramas


de CHO de cada alimento por refeição.
Contagem de CHO
Quantidade de kcal e CHO (g) por Porção Equivalente,
segundo Grupos de Alimentos
Grupo Alimentar Kcal e CHO (qtdade. por porção)
1. Cereais, feculentos, pães e 1 porção média = 72 kcal; 15g CHO
massas
2a. Verduras Não significativa
2b. Legumes 1 porção média = 40 kcal; 5g CHO (1/3 de
equivalente)
3. Frutas 1 porção média = 70 kcal; 15g CHO

4. Leite e derivados (sem adição 1 porção média = 80-120 kcal; 12g CHO
de açúcar)
5. Carnes, aves, peixes, nozes, 1 porção = 120-200 kcal; CHO – qtd. não
ovos significativa; 8-20g ptn

6. Leguminosas 1 porção = 70 kcal; 15g CHO

7a. Óleos e gorduras 1 porção = 72 kcal; 0g CHO


7b. Açúcares e bebidas 1 porção = 60 kcal; 15g CHO
Variável
Doces e Bebidas alcoólicas
Comparação
Contagem de CHO

Alimento Substituição de Carboidratos


CHO (método 1) (método 2)
1 copo de leite 1 12
desnatado (240 ml)
1 pão francês 2 28

2 col. de chá de 0 0
margarina
½ papaia 1 11

1 xic. de café c/ 0 0
adoçantes
TOTAL 4 51
 TNO ou TNE
TNP
 Fonte de carboidratos a glicose, dextrose.

 A infusão de carboidratos deve ser de, no máximo, 4


mg/kg/min21(B).

 A inclusão de emulsões lipídicas, na taxa de


aproximadamente 0,11g/ kg/h, é recomendada(D)

Projeto diretrizes,2011
Diabetes Gestacional
 Objetivo cuidado nutricional:
 ganho adequado de peso de acordo com o estado
nutricional da gestante,
 controle glicêmico adequado

diminuir a taxa de macrossomia fetal (bebês que nascem com o peso


elevado),
evitar hipoglicemia do bebê ao nascer, e
diminuir a incidência de cesariana

 Quase todas as mulheres têm um certo grau de intolerância a glicose


durante o período gestacional resultado das intensas trocas
hormonais.
DIABÉTICA MAL  GLICOSE PARA O FETO
CONTROLADA

HIPERTROFIA DAS CÉLs.  DO PÂNCREAS 

HIPERINSULINISMO

-  DEPÓSITO DE TECIDO GORDUROSO

FETO MÃE DIABÉTICA - HB


Diabetes Gestacional

 > 25 anos;
 parentes próximos com Diabetes;
 filhos pesando mais de 4 kg ao nascer;
 abortos ou natimortos;
 filhos com malformação fetal;
 é obesa ou tenha aumentado muito de peso durante a
gestação;
 diabetes gestacional
 baixa estatura;
 distribuição central de gordura corporal.
Diabetes Gestacional

Peso:

 Gestantes com ganho de peso abaixo do percentil 25 ou


acima do percentil 90 requerem acompanhamento
dietético especializado;

 Quando a gestante não souber informar o seu peso pré-


gravídico, aceita-se como ganho médio adequado de
peso um aumento semanal de 400 g no segundo trimestre
e de 300 g no terceiro trimestre;
Diabetes Gestacional
Diabetes Gestacional
Diabetes Gestacional
Diabetes Gestacional
Pós-Parto

 Observar os níveis de glicemia nos primeiros dias


após o parto;

 Orientar a manutenção de uma dieta saudável.

 Aleitamento materno – estimulado

 Tolerância à glicose - reavaliada a partir de seis


semanas após o parto,
Tratamento
Dx de DM tipo II2 medicamentoso
Exercício, controle do peso, parar fumo,
reduzir álcool

Metas alcançadas?

sim

Reconsulta a cada 3-6 meses

não

Hipoglicemiante
Medicina 6º período / Setembro 2011
Tratamento
Hipoglicemiante oral
medicamentoso

Metas alcançadas?

sim

Reconsulta a cada 3-6 meses

não

2º Hipoglicemiante
Medicina 6º período / Setembro 2011
Tratamento
2 Hipoglicemiantes
medicamentoso
Metas alcançadas?

sim

Reconsulta a cada 3-6 meses

não

3º Hipoglicemiante

Insulina noturna

Insulina plena
Medicina 6º período / Setembro 2011
Tratamento
medicamentoso

 OS MAIS UTILIZADOS
 Metformina (biguanida)
 Em obesos (sd. Plurimetabólica- resistência periférica
à insulina)
 Glicemia < 150 mg/dl

 Glibenclamida (sulfoniluréia)
 Magro, com perda de peso (pouca secreção)
 Glicemia > 150 mg/dl

> 270 mg /dl  INSULINA

Medicina 6º período / Setembro 2011


Tratamento
medicamentoso
 Agentes Antidiabéticos Orais

 Finalidade: baixar a glicemia e mantê-la normal (jejum <


100mg/dl e pós-prandial < 140mg/dl;

Tipos

 Incrementam a secreção pancreática de insulina


(sulfoniluréias e glinidas);

 Reduzem a velocidade de absorção de glicídios


(inibidores das alfaglicosidases);

 Diminuem a produção hepática de glicose (biguanidas);


e/ou os que aumentam a utilização periférica de glicose
(glitazonas)
Tratamento
medicamentoso

1) BIGUANIDAS: anti-hiperglicemiantes,
 Não causam hipoglicemia.
 Mecanismo de ação principal:  a resistência à insulina,
ppmente no músculo;

 Os mais conhecidos (disponíveis no Brasil ) são:


fenformina (Debei®) Metformina (Dimefor®,
Glucoformin®, Glifage®);

 evitar uso de grandes qtdes de álcool


Tratamento
medicamentoso

 Metformina (Dimefor®, Glucoformin®, Glifage®);

 “Aquele grandão”

 Reduz as LDL  ideal para diminuir o


risco global cardiovascular

 Efeitos colaterais:
 Diarreia, flatulência, epigastralgia, náuseas
 Normalmente, transitórios  paciência e esperar 1-2 semanas
Tratamento
medicamentoso

2) TIAZOLIDINEDIONAS:
 Ação :  a resistência à insulina a nível periférico

 Os mais conhecidos são: Troglitazona (Rezulin®) Pioglitazona


(Actos®) Rosiglitazona (Avandia®);

 Rezulin - retirada do mercado - hepatite fulminante.


Tratamento
medicamentoso
3) SULFONILURÉIAS
 CLORPROPAMIDA é de 1ª geração
(antiga)
 Duração muito longa e eliminação pela urina
 Crises hipoglicemias graves, prolongadas
(internar sempre).
 Cuidado nos idosos, pela insuficiência renal.
 Rubor intenso com álcool
 cuidado também nos jovens

Medicina 6º período / Setembro 2011


Tratamento
medicamentoso

 GLIBENCLAMIDA, GLIPIZIDA e GLIMEPIRIDA são de 2ª geração.

 Equivalentes na ação hipoglicemiante


 Diferenças de farmacocinética
 Glipizida se metaboliza no fígado  ótimo na insuficiência renal
e pacientes > 65 anos
 Glimepirida pode ser tomado em tomada única diária

Medicina 6º período / Setembro 2011


Tratamento
medicamentoso
 Mecanismo de ação
 Atuam sobre as células β pancreáticas, sobre receptores específicos de
sulfoniluréias nos canais de KATP.

 Estimulam a secreção de insulina na fase 1

Medicina 6º período / Setembro 2011


Tratamento
medicamentoso
 INIBIDORES DA -GLICOSIDASE:

 Efeito: retardar a absorção de parte dos CHOs no intestino,  o 


da [ ] de açúcar no sangue após as refeições;
 Disponível no Brasil: Acarbose (Glucobay®);

 Efeito colateral: produção excessiva de flatos intestinais,


ppmente se a alimentação for rica em CHOs.

 isoladamente não causa hipoglicemia

 Reversão da hipoglicemia- com dextrose


(ou dextrosol)
 que é absorvida normalmente, mesmo c/ uso da acarbose.
Tratamento
medicamentoso
Insulinoterapia
 quantidade mínima de insulina circulando
durante todo o tempo (insulinemia basal)
 > secreção logo após a alimentação (chamado
bolus).
Tratamento
medicamentoso
INSULINA
Origem:
- Bovina;
- Suína;
- Mista (bois e porcos);
- Humana semi-sintética (extraída de porcos e c/ sua
estrutura modificada para ficar semelhante à insulina
humana).
- Humana biossintética (produzida através de tecnologia de
DNA recombinante, onde se transfere a informação das
células ϐ do pâncreas humano para uma bactéria, que
produzirá, então, insulina idêntica à humana).
- Análogos (insulinas sintéticas, com sua estrutura
modificada para ter o efeito desejado; essa alteração
pode ser para ter um efeito mais rápido ou mais lento
que o habitual).
Tratamento
medicamentoso
INSULINA
Tempo de ação:
- Ultra-rápida/ rápida;
- Lenta/ Ultra-lenta;
- Ultra-lenta sem pico de ação;
- Pré-misturada (Rápida + Lenta e Ultra-
rápida + Lenta).
Tratamento
medicamentoso
INSULINA
As insulinas têm tempos específicos de
ação:
Início: o tempo que a insulina leva p/
começar à agir depois de aplicada.
Pico: o tempo em que a insulina tem >
ação.
Duração efetiva: o tempo total de ação
da insulina (somando-se desde a
aplicação até o término, onde a ação é
bem pequena).
Tratamento
medicamentoso
INSULINA
 NPH: começa a agir em +/- em 2 h; tem seu
pico em +/- 8 – 10 h ; termina sua ação em
+/- 16 -18 h.
Utilizada como insulina de depósito e para
baixar a glicemia durante todo o dia.
 Se aplicarmos a NPH às 8:00 h, ela terá seu
efeito máximo por volta de 18:00h.

 Formas de aplicação: a insulina pode ser


aplicada em : seringas, canetas aplicadoras
de insulina, bombas de infusão.
Tratamento
medicamentoso
INSULINA
Tratamento medicamentoso
INSULINA
Tratamento
medicamentoso
INSULINA
INSULINA INÍCIO PICO DURAÇÃO
(H) Humana (Horas) EFETIVA
(A) Animal (Horas)
ULTRA-RÁPIDA 45 minutos - 2
5 - 15 minutos 4-5
(LISPRO) horas

REGULAR (H) 0,5 - 1 horas 1-3 4-6


REGULAR (A) 0,5 - 2 horas 1,5 - 4 4-6

NPH (H) 2 - 4 horas 4 - 10 10 - 16


NPH (A) 4 - 6 horas 8 - 14 16 - 20

LENTA (H) 3 - 4 horas 8 - 12 12 - 18


LENTA (A) 4 - 6 horas 8 - 14 16 - 20

ULTRALENTA (H) 6 - 10 horas 10 - 15 18 - 20


ULTRALENTA (A) 8 - 12 horas 12 - 14 24 - 36
Referências
 Wheeler ML, Dunbar SA, Jaacks LM, et al. Macronutrients, food
groups, and eating patterns in the management of diabetes: a
systematic review of the literature, 2010. Diabetes Care
2012;35:434–45

 http://www.diabetes.org.br/livros-e-manuais/manual-de-
contagem-de-carboidratos

 http://www.projetodiretrizes.org.br/9_volume/terapia_nutricional
_no_diabetes_mellitus.pdf

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