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OBJETIVOS DA VERDADEIRA RELIGIÃO

(MT 6.2-8; 14-18)


INTRODUÇÃO
Benjamin Franklin (1706-1790), diplomata, escritor, jornalista, filósofo político e cientista
norte-americano, levantou o seguinte questionamento sobre a religião: “Se os homens são tão maus
com a religião, como seriam sem ela? ”.
Com isto ele está dizendo que as práticas de uma religião ou igreja tem como propósito refrear
a maldade dos homens, mas isto não significa que qualquer religião fará isso, mas principalmente
aquela que segue os princípios estabelecidos na Escritura Sagrada. É sobre isto que vamos refletir!
Contexto
A mensagem se encontra no contexto do Sermão do Monte, pregado por Jesus Cristo, que vai
do capítulo 5-7 do evangelho de Mateus. A passagem que acabamos de ler Mt 6.1-18, foi dirigida
primariamente aos discípulos de Jesus Cristo e muitas pessoas que se ajuntaram ao pé do monte para
ouvi-lo (Mt 5.1).
Neste ínterim, o Senhor Jesus os exorta dizendo: “Guardai-vos de exercer a vossa justiça diante
dos homens, com o fim de serdes vistos por eles” (Mt 5.1). Assim falou porque a elite religiosa daquele
tempo era o grupo dos escribas e fariseus (Mt 5.20), que praticavam uma religião de apenas aparência,
interpretavam a aplicavam as Escrituras de modo equivocado, procurando defender e preservar apenas
suas tradições a qualquer custo.
Mas, o Senhor Jesus praticou a verdadeira religião, devemos também fazer o mesmo. Nesta
mensagem vamos refletir a respeito de alguns objetivos da verdadeira religião. O primeiro é ...
1) NÃO AGRADA, A HOMENS
V.2. “Não toques trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas”.
“Tocar trombeta” é uma figura de linguagem, significa “fazer soar um barulho ou buzinar” etc.
Era exatamente isto que a elite religiosa dos dias de Cristo: os escribas e fariseus faziam, quando davam
esmola a alguém. A intenção deles era agradar as pessoas, serem reconhecidos pelos homens,
independente se estavam sendo fiéis ou fazendo uma boa interpretação da Lei que o Senhor Deus
revelou a Moisés. Por isso foram denominados de hipócritas.
A palavra “hipócrita” é mencionada para falar a respeito dos fariseus que no seu “exterior era
perfeitamente religioso, mas no seu interior negava “o espírito da verdadeira religião”, eles eram
extremamente zelosos pelas suas tradições, mas negligenciavam os preceitos mais importantes da lei,
“a justiça, a misericórdia e a fé” (Mt 23.23).
Eles procediam assim também quando realizavam suas orações.
V. 5. “E, quando orardes, não sereis como os hipócritas, porque gostam de orar em pé nas
sinagogas e nos cantos das praças, para serem vistos dos homens”. É preciso lembrar que a palavra
“oração” é composta por dois verbos “orar”= falar; “ação” = fazer, portanto, oração é falar com Deus
e se dispor a fazer a sua vontade e obedecer a sua Palavra.
Os fariseus eram hipócritas porque falavam muito, exigiam muito, oravam muito, mas o
objetivo deles sempre foi agradar aos outros e serem reconhecidos pelos homens. Não somente na
oração, mas também quando praticavam o jejum.
V.16. “Quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas”. Jejuar é ficar
um período de tempo sem comer, ou beber, apenas realizando leituras da Bíblia e orações, em prol de
uma causa específica. Existem várias formas de realizar o jejum, por exemplo, algumas pessoas fazem
jejum e deixam de comer apenas carne, outros fazem um jejum total, onde se abstém de beber ou comer
qualquer alimento.
O jejum dos fariseus era hipócrita, porque quando jejuavam se mostravam “contristados”, ou
seja, desfiguravam o rosto dando aparência de alguém triste, de modo que ao saírem na praça, qualquer
pessoa que olhasse saberia que haviam praticado o jejum.
ILUST: O que ilustra muito bem esse ponto é a passagem da viúva pobre. Nos dias de Cristo,
quanto todos os judeus se reuniam no Templo em Jerusalém, para adorar a Deus. Jesus se encontrava
ali por perto assentado observando como as pessoas lançavam o dinheiro no gazofilácio. Veio certa
viúva pobre e depositou no gazofilácio apenas duas moedas romanas.
Então, Jesus chamando seus discípulos disse-lhes: “Em verdade vos digo que esta viúva pobre
depositou no gazofilácio mais do que o fizeram todos os ofertantes. Porque todos eles ofertaram do
que lhes sobrava; ela, porém, da sua pobreza deu tudo quanto possuía, todo o seu sustento” (Mc 2.42-
44).
Diferentemente, dos crentes religiosas que ofereciam ofertas a Deus daquilo que sobrava,
aquela viúva pobre demonstrou humildade e sinceridade na sua oferta, estas são características da
verdadeira religião, pois, entregou de todo o seu coração. As pessoas que ofertavam grande quantia das
suas sobras, pensavam estar agradando a Deus, quando na verdade estavam querendo apenas agradar
ou ser reconhecidos pelos homens.
FUND: Mas a Bíblia nos aconselha:
“Agrada-te do Senhor, e ele satisfará os desejos do teu coração” (Sl 37.4). Também diz: “A
religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar
os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo” (Tg
1.27).
APL: A verdadeira religião não procura agradar a homens. Hoje em dia existem crentes que
vão a igreja com objetivo de agradar a liderança da igreja: os pastores, os presbíteros, diáconos ou
qualquer outro líder. Quando agimos desta maneira estamos tornando as nossas práticas semelhantes à
dos escribas e fariseus hipócritas. Qual o seu principal objetivo ao ir à igreja, cantar no louvor,
participar do estudo bíblico, reunião de oração, ou fazer parte da liderança de uma sociedade interna?
A quem você está procurando agradar no exercício de suas funções como um líder na igreja de Cristo?
A quem você está procurando agradar quando estuda a Bíblia e realiza suas orações? A quem
você mais está agradando quando se dirige a uma loja para comprar suas peças de roupas? A quem
você mais está agradando quando escolhe ouvir músicas, assistir um filme ou um programa de
televisão? A quem você está procurando agradar quando entrega os seus dízimos e ofertas?
O primeiro objetivo da verdadeira religião é não agradar a homens. O segundo objetivo da
religião verdadeira é ...
2) AGRADAR, A DEUS
V.3. “Tu, porém, ao dares a esmola, ignore a tua mão esquerda o que faz a tua mão direita”.
Jesus usou a figura de mãos “direita e esquerda” para mostrar que as duas sempre agem juntas naquilo
que fazemos. As nossas mãos erguem, carregam, apanham coisas no trabalho, no lazer, etc.
Tudo o que uma de nossa mão faz, a outra também sabe. Mas de modo figurado, para que a
mão esquerda não saiba o que a direita está fazendo é preciso estar escondida.
Esta expressão provavelmente nos ensina que o cristão deve conservar a sua contribuição
voluntária em segredo com Deus, seja quando der uma esmola, ou entregar os seus dízimos e ofertas a
Deus, porque o seu objetivo é agradar a Deus e não a homens e nem apenas a si mesmo.
William Hendriksen, explicando esse texto diz que, quando realizamos uma esmola, ou
ofertamos para algum necessitado, devemos procurar aprovação de Deus “em vez de dizer em seu
[nosso] coração: Que bom sujeito eu sou! ”. Se assim o fizermos tornamos a nossa prática cristã
semelhante à de um crente fariseu da atualidade.
V.6. “Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que
está em secreto”. Orar é falar com Deus usando simples palavras de nosso cotidiano.
A oração feita em nome de Jesus nos concede oportunidade de expressar diante do Pai tudo
aquilo que estamos sentindo: dor, tristeza, angústia, medo, etc., quando assim fazemos, Deus nos
auxilia com seu Espírito Santo, porque a Bíblia diz que somos imperfeitos e não sabemos orar como
convém (Rm 8.26), mas, o Espírito intercede por nós diante do trono da graça, para que as nossas
orações sejam ouvidas e aceitas diante de Deus.
Não seja um crente fariseu que gosta de orar com as mãos levantadas, no canto das praças e das
sinagogas, com finalidades egoístas de apenas obterem a aprovação dos homens e não de Deus.
A oração que agrada a Deus é aquela que sai do mais íntimo e profundo do nosso coração, ela
não pode ser marcada vãs repetições.
V.7. “E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios”. Os gentios eram povos que
não pertenciam a comunidade israelita. Estes povos não conheciam o Deus verdadeiro, por causa disso
adoravam toda sorte de divindade.
Eles não guardavam as leis de pureza judaicas, por isso eram considerados impuros, portanto,
se um judeu se misturasse com os gentios estaria profanando as crenças judaicas.
Apesar disso, diferente dos fariseus, os gentios também eram pessoas religiosas, porque oravam
fazendo inúmeras repetições, porque pensavam que, pelo muito insistirem, seriam ouvidos e
respondidos pelos seus deuses. Mas isto não é o objetivo da verdadeira religião.
APL: A verdadeira religião procura agradar a Deus. Esta é a segunda verdade que aprendemos
da Palavra de Deus. Este ensino foi relevante para os discípulos de Cristo que estavam sendo desafiados
a abandonarem seu próprio “eu” procurando agradar a Deus, fazendo a sua vontade na missão de pregar
o evangelho a toda criatura.
Semelhantemente, os cristãos novos convertidos tanto judeus quanto gentios, são desafiados a
abandonarem suas tradições egoístas que fazem parte da velha natureza, e convidados por Cristo a
viver uma nova religião, com práticas que tem como principal objetivo, agradar a Deus e exaltar o
santo nome dos nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Hoje, não é diferente, ao sermos chamados para fazer parte da igreja, somos desafiados a viver
pela fé em Jesus Cristo, a deixar pai, mãe, irmãos, irmãs, esposo e esposas. Isto não significa abandonar
o cônjuge, parentes ou amigos, mas assumir uma vida pessoal de zelo pela comunhão com Deus e a
sua igreja, pois, Cristo já preparou lugar para que todos os que vivem e praticam a verdadeira religião
possam morar com Deus eternamente.
CONCLUSÃO
Portanto, no início desta mensagem mencionamos a frase do cientista norte-americano,
Benjamin Franklin que dizia: “Se os homens são tão maus com a religião, como seriam sem ela?
Hoje aprendemos sobre alguns objetivos da verdadeira religião.
1) Não agrada a homens
2) Agrada a Deus
Como este ensino pode te ajudar a descobrir se as suas práticas do dia a dia estão agradando
mais a homens, a você mesmo ao invés de agradar a Deus?
Viva a vida para o inteiro agrado de Deus: no seu falar, pensar e se relacionar com os membros
de sua família e com os irmãos da fé. Sempre dependendo da graça de Deus e buscando a direção do
seu Espírito santo.
Somos completamente incapazes de agradar a Deus sozinhos, por isso dependemos de Cristo e
da sua graça. Ore a Deus a partir de hoje pedindo a Ele que te conceda força e sabedoria para viver
para o inteiro agrado de Deus, glorificando o nome do nosso Salvador Jesus Cristo enquanto vivermos
neste mundo.
BIBLIOGRAFIAS
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Mc 12.43–44.
William Hendriksen, Mateus (trad. Valter Graciano Martins; vol. 1, 2a edição em português.
Comentário do Novo Testamento; Cambuci; São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã, 2010), 396.
BENJAMIN, Franklin. Pensador.
Frase disponível em https://www.pensador.com/autor/benjamin_franklin.
LINCOLN, Abraham. Pensador.
Frase disponível em https://www.pensador.com/autor/benjamin_franklin.

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