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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9

Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE


NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
Título ELABORAÇÃO DE UM GUIA
ILUSTRADO, PARA FACILITAR O
RECONHECIMENTO NA NATUREZA
DOS TERMOS TRABALHADOS EM SALA
DE AULA SOBRE MORFOLOGIA
VEGETAL
Autor Professor PDE: Lauro Maron

Disciplina Biologia

Escola de Implementação do Projeto Colégio Estadual do Campo Professor


Estanislau Wrublewski

Município da escola Cruz Machado


Núcleo Regional de Educação União da Vitória
Professor Orientador Dr. Rogério Antonio Krupek
Instituição de Ensino Superior Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras
de União da Vitória.

Relação Interdisciplinar Biologia/Artes/Matemática.


Resumo
Por perceber que muitos alunos têm
dificuldade em aprender os termos usados
em Botânica e principalmente relacioná-los
e reconhecê-los na natureza, foi
desenvolvida esta Unidade Didática com o
objetivo de propiciar aos alunos a
oportunidade de aulas mais atrativas no
assunto Morfologia Vegetal e também
tentar diagnosticar se essa forma proposta
irá realmente contribuir e melhorar nesta
dificuldade. Para tanto será feito um pré-
teste sobre Morfologia Vegetal com alunos
das 2ªs Séries do Ensino Médio do Colégio
Estadual do Campo Professor Estanislau
Wrublewski. Na sequência, em um primeiro
momento, os alunos terão aulas
expositivas e apresentação de um
glossário pronto como exemplo em TV
Pendrive. Num segundo momento estes
alunos serão divididos em dois grupos, os
quais terão como atividade a construção
de um glossário descritivo e ilustrado, com
vinte e sete termos previamente
selecionados usando livros didáticos, a
Internet é o programa Power Point, em
seguida um grupo apenas será submetido
às atividades extras em contraturno com
aulas de campo para observação prática
com registro fotográfico das estruturas
estudadas anteriormente e a
complementação do glossário com
imagens próprias. A Unidade didática será
finalizada com um pós-teste usando a
mesma metodologia do pré-teste em
ambos os grupos e com análise dos
resultados.

Palavras-chave Morfologia Vegetal; Glossário; Contraturno.


Formato do Material Didático Unidade Didática
Público Alvo 2as Séries do Ensino Médio
APRESENTAÇÃO

Como docente de Biologia do Colégio do Campo Professor Estanislau


Wrublewski, percebo que muitos alunos tem dificuldade de aprender os termos
nomenclaturais usadas em Biologia, e principalmente na área de Botânica. Muitas
vezes, os alunos até aprendem tais conceitos, inclusive conseguindo bons
resultados em avaliações teóricas. Mas na prática, não conseguem demonstrar ou
indicar, exemplificando na natureza, o que aquele nome ou termo significa ou a que
exatamente se refere na prática, sendo que em Botânica, particularmente na área de
Morfologia Vegetal, esta situação e ainda mais nítida.

Apenas o repasse das informações (nomes das estruturas) a partir de figuras


ou do livro didático, leva o aluno, muitas vezes, a compreensão destes termos em
sala de aula, entretanto, a não associação destes no ambiente natural, ou seja, em
seu dia-a-dia, tornando o estudo vago e sem sentido.

Neste sentido, pretende se com este estudo e pesquisa aproximar mais a


teoria da prática buscando subsídios e reflexões sobre a problemática posta, usando
meios facilitadores que melhorem a compreensão e a relação teoria e prática, dentro
da área de Botânica, de forma atrativa aos alunos de Ensino Médio, especificamente
da 2ª série.

Tendo como objetivo principal, avaliar e diagnosticar o desempenho dos


alunos na compreensão dos principais termos usados em Morfologia Vegetal,
usando dois grupos de referência, sendo que, ambos irão construir um glossário
ilustrado em sala de aula usando os livros didáticos, e somente um grupo irá fazer a
complementação com aulas de campo (em contra turno), desse glossário tirando e
usando fotos próprias para enriquecer as ilustrações.

Para obter dados na avaliação do projeto será feito um pré-teste e um pós-


teste (descritos no tópico Material Didático).
Após esta primeira etapa os alunos participantes terão aulas expositivas
normais sobre toda a organologia e morfologia vegetal, com o apoio do livro didático
e com o glossário como exemplo, disponibilizado na TV pendrive. Na sequência
todos os alunos irão produzir material para construir um glossário descritivo, usando
livros didáticos e internet. Sendo que um grupo de alunos alem de fazer o glossário
descritivo, irá complementa-lo coletando imagens com o uso de máquinas
fotográficas em contraturno em locais previamente estabelecidos e apropriados.
Desta forma serão constituídos dois grupos: 1. Grupo de alunos que construirão o
glossário apenas com uso de materiais disponíveis dentro da sala de aula (livro
didático e internet); e 2. Grupo de alunos que construirão o glossário com o uso de
materiais disponíveis em sala de aula mais aulas práticas complementares.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A Morfologia Vegetal é o ramo da botânica que estuda as formas e estruturas


das plantas, isto é, estuda as partes das plantas. Onde a parte vegetativa sustenta a
vida da planta e é composta por raiz, caule e folhas. A parte reprodutiva promove a
reprodução sexuada da planta e é composta por flores, frutos e sementes. Levar o
aluno a aprender todas estas partes e suas peculiaridades é muito difícil, uma vez
que a contribuição da maioria dos livros didáticos merece reflexão, pois trazem
exemplos, atividades e concepções aplicados ao país todo, generalizando o
currículo escolar para todas as regiões do Brasil, dissociando com a realidade de
cada região, e cada estudante. E ainda segundo GONÇALVES; LORENZI, (2011,
p.5):

Dentro da Biologia a Botânica já é uma das áreas de maior rejeição entre os


alunos e a Morfologia Vegetal é uma das maiores culpadas. Muita da tal
rejeição deve-se à estranha terminologia usada para denominar formas e
padrões, tão fortemente impregnada de helenismos e latinismos. Por outro
lado, as plantas exercem algum fascínio na maioria das pessoas, seja por
suas propriedades alimentícias, medicinais ou mesmo pelo seu apelo
estético.

Estaremos buscar novos meios em nossas escolas para melhorar a


aprendizagem dos nossos alunos e uma das formas são as aulas de campo que,
segundo PEREIRA & PUTZKE,(1996):

Uma aula de campo, não se refere apenas a matas ou florestas, mas


qualquer ambiente diferente de sala de aula, podendo inclusive ser o pátio
da escola, as ruas do bairro ou os parques; que são lugares onde os
estudantes podem ser motivados a participar ativamente das ações.

Ao fazer aulas de campo procuraremos estimular a observação mais


detalhada de alguns aspectos da natureza, chamando a atenção principalmente das
questões ambientais, criando no aluno uma consciência de observador e
pesquisador. E esta atividade só será possível se desenvolvidas em contraturno,
porque requerem maior tempo e menor grupo de alunos, devido que os materiais e
meios disponíveis são poucos.

MATERIAL DIDÁTICO

a) Desenvolvimento do glossário ilustrado


A atividade a ser desenvolvida consiste na construção de um glossário
descritivo e ilustrado sendo que no primeiro momento será feito uma mobilização
para conseguir um pendrive por aluno ou pelo menos um a cada dois alunos, para
que o material produzido possa ser depois visualizado em sala de aula nas TV
pendrive e socializado. Para a produção do glossário será usado o laboratório de
informática com acesso a internet e como recurso de informática a Ferramenta do
Microsoft Office PowerPoint, onde serão descritos e ilustrados os seguintes termos:

RAIZ
Partes da raiz:
Raiz axial;
Raiz fasciculada;
Raiz tuberosa;
Raiz tuberosa fasciculada.

CAULE
Partes do caule;
Tronco;
Haste;
Estipe;
Colmo;
Rastejante;
Rizomas;
Tubérculos;
Bulbo.
FOLHA
Partes da folha;
Folha simples;
Folha composta;
Folha paralelinérvea;
Folha peninérvea;
Folha ímparipenada;
Folha paripenada.

FLOR
Partes da flor;
Sépalas;
Pétalas;
Androceu;
Gineceu;

FRUTO
Partes de um fruto;
Fruto legume;
Fruto Baga;
Fruto Drupa.

SEMENTE
Partes da semente;
Semente monocotiledônea;
Semente dicotiledônea.
Como modelo de glossário sugerimos:

RAIZ
Termo Descrição Foto

Apresenta um eixo
Raiz axial principal perpendicular
com ramificações.

Fonte: O autor

Não tem eixo principal


Raiz fasciculada distinto, com muitas
ramificações próximo a
superfície.
Fonte: O autor

Raiz intumescida pelo


Raiz tuberosa axial armazenamento de
substâncias de reserva.

Fonte: O autor

Raiz tuberosa Raiz intumescida pelo


armazenamento de
fasciculada substâncias de reserva.

Fonte: O autor
CAULE
Termo Descrição Foto

Caule pouco
Haste desenvolvido, herbáceo,
clorofilado, pouco
lignificado.

Fonte: O autor

Caule cilíndrico não


Estipe ramificado.

Fonte: O autor

Caule em gomos, com


Colmo nós e entrenós nítidos.
Pode ser oco ou cheio.

Fonte: O autor
Caule bem
desenvolvido lenhoso,
Tronco; ramificado, caracteriza
arvores e arbustos.

Fonte: O autor
Caules que se
desenvolvem a baixo do
Rizomas solo, sem clorofila, com
ramos aéreos.

Fonte: O autor

São caules que


armazenam substâncias
Tubérculos de reserva.

Fonte: O autor

Caule subterrâneo
composto por uma
Bulbo porção basal, revestido
por folhas modificadas
com reserva os
Fonte: O autor
catafilos.

São os caules que


Rastejante rastejam pelo solo,
denominados estalões.

Fonte: O autor
FOLHA
Termo Descrição Foto
Limbo simples, inteiro
com pecíolo primário.
Folha simples

Fonte: O autor

Limbo decomposto em
Folha composta vários folíolos com
pecíolo primário
ramificado.
Fonte: O autor

Folha que apresenta as


Folha paralelinérvea nervuras paralelas

Fonte: O autor

Folha que apresenta as


Folha peninérvea nervuras de forma
ramificada

Fonte: O autor

Folha composta com


Folha ímparipenada número de folíolos
ímpares.

Fonte: O autor
Folha composta com
Folha paripenada. número de folíolos
pares.

Fonte: O autor

FLOR
Termo Descrição Foto

É um verticilo de
Sépalas proteção da flor.

Fonte: O autor

É um verticilo de
Pétalas proteção da for.

Fonte: O autor

Parte masculina da flor,


Androceu constituída de estames,
onde cada estame e
formado pela antera e
pelo filete. Fonte: O autor

Parte feminina da flor o


Gineceu carpelo constituído pelo
ovário, estilete e
estigma.
Fonte: O autor
FRUTO
Termo Descrição Foto

E um fruto simples e
Fruto legume seco, apresenta
abertura por duas
fendas longitudinais.
Fonte: O autor

Fruto com pericarpo


Fruto Baga carnoso, com várias
sementes.

Fonte: O autor

Fruto com endocarpo


Fruto Drupa duro e lignificado,
formando o caroço que
envolve a semente.

Fonte: O autor

SEMENTES
Termo Descrição Foto

Semente A semente e constituída


monocotiledônea; por um único cotilédone.

Fonte: O autor
Semente dicotiledônea A semente e constituída
por dois cotilédones.

Fonte: O autor

Para fazer esta atividade serão utilizadas definições destes termos


disponíveis em livros didáticos e o portal dia-a-dia educação da SEED.
Feitas estas atividades os alunos novamente irão ser submetidos ao pós-teste
que ocorrerá nos mesmos moldes do pré-teste, com o intuito de comparar o
desempeno dos mesmos em relação ao teste inicial, comparando os dois grupos de
alunos que participaram das atividades normais e complementares em contraturno,
sendo os mesmos analisados separadamente.

b) Avaliação da atividade desenvolvida

Para a avaliação do projeto será feito um pré-teste e um pós-teste, que será


desenvolvido da seguinte forma:
Será disposto em uma bancada exemplares dos seguintes materiais:

1. Raízes: axial, fasciculada, tuberosa, tuberosa fasciculada.


2. Caule: tronco, haste, estipe, colmo, rastejante, rizoma, tubérculo, bulbo.
3. Folhas: simples, composta, paralelinérvea, peninérvea, imparipenada,
paripenada.
4. Flor: sépalas, pétalas, androceu, gineceu.
5. Frutos: legume, baga, drupa.
6. Sementes: monocotiledôneas e dicotiledôneas.

Em seguida serão confeccionados os cartões com todos os termos como


sugerimos:

Raiz axial Raiz Raiz Raiz tuberosa Tronco


fasciculada tuberosa fasciculada
Caule
Haste Estipe Colmo Rastejante Rizoma

Tubérculos Bulbo Folha simples Folha Folha


composta Paralelinérvea

Folha Folha Folha Sépalas Pétalas


peninérvea ímparipenada; Paripenada
Fruto
Androceu Gineceu Legume Fruto Baga Fruto Drupa.

Semente Semente
monocotiledônea Dicotiledônea

Cada aluno receberá uma quantia de 10 cartões, que terá escrito neles um
dos termos ou nomes usados, tendo que identificar e relacionar corretamente, o
nome escrito no cartão com o material disposto na bancada. Em sequencia para
cada aluno será feita a tabulação dos dados.
Ex.

Fonte: O autor

BULBO
CRONOGRAMA

Aulas Atividade
1ª Explanação do assunto e motivação dos alunos para as atividades, a
serem desenvolvidas.
2ª Pré-teste.
3ª – 7ª Aula expositiva sobre Morfologia Vegetal.
8ª – 15ª Desenvolvimento de atividades na sala de informática.
16ª – 25ª Desenvolvimento de atividades em campo e sala de informática.
26ª – 30ª Socialização do conhecimento em sala de aula.
31ª Pós-teste.
32ª Encerramento.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMABIS, J. M.; MARTHO, G. R. Biologia, Biologia dos organismos. Volume 2; 3ª


Ed. São Paulo, SP; Ed Moderna, 2010.
AMOROZO, M.C.M.; GELY, A. Uso de plantas medicinais por caboclos do Baixo.
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FERNANDES,J.A.B. Você vê essa adaptação?: A aula de campo em Ciências
entre o teórico e o empírico. 2007. Tese (doutorado em Educação)- Faculdade de
Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo.
GONÇALVES, E. G.; LORENZI, H. Morfologia Vegetal, Organografia e Dicionário
Ilustrado de Morfologia das Plantas Vasculares. 2ª Ed. São Paulo, SP; Instituto
Plantarum de Estudos da Flora, 2011.
Governo do Estado do Paraná, Secretaria de Estado da Educação (SEED),
Superintendência da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica
Biologia, Curitiba, 2008.
KRASILCHIK, M. Prática de ensino de Biologia. EDUSP: São Paulo, 2005
KRASILCHIK, Myriam. Prática de Ensino de Biologia. 4ª Ed. São Paulo, SP:
Ed.USP, 2005.
MARANDINO, M.; SELLES, S. E.; FERREIRA, M. S. Ensino de Biologia, histórias
e práticas em diferentes espaços educativos. São Paulo, SP: Ed Cortez, 2009.
PEREIRA, A.B ; PUTZKE, J. Ensino de Botânica e Ecologia:proposta
Metodológica. Porto Alegre: Sagra-Luzzatto,1996.

SOARES, José Luís.Dicionário etimológico e circunstanciado de Biologia. 1ª ed.


São Paulo, SP: Ed. Scipione, 2005.

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