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AS VIAGENS DE GULLIVER

JONATHAN SWIFT
• Jonathan Swift Nasceu em Dublin a 30 de novembro de 1667 e morreu a 19 de outubro de 1745. Escritor
anglo-irlandês, panfletário político, poeta e clérigo que se tornou reitor da Catedral de São Patrício, Dublin. É
conhecido pelas suas obras: As Viagens de Gulliver, A História de Um Tonel, Argumentos Contra a Abolição
do Cristianismo e Uma Modesta Proposta. Todos os seus livros eram escritos em inglês e que depois foram
traduzidos.

• Viagens de Gulliver
• Li on-line (288 páginas)
• I Parte – 8 capítulos; II Parte – 6 capítulos; III Parte - 10 capítulos; IV Parte – 12 capítulos
• A estrutura geral do texto é narrativa com momentos de descrição do espaço e das situações e alguns
diálogos.

• Na altura em que a obra foi escrita, o Reino Unido e França estavam em guerra daí Blefusco e Lilipute (os
reinos da história) são sátiras, respetivamente de França e Inglaterra, no início do séc.XVIII.

• I parte - É admitido como cirurgião do navio que naufragou. Ele acorda numa ilha com pessoas minúsculas,
os liliputianos, e torna-se o centro das atenções. Como era gigante, comparado com os residentes da ilha, foi
obrigado a lutar com o povo Blefusco. Estes dois povos lutavam porque tinham maneiras diferentes de
cortar ovos. Gulliver recusa-se a matar o povo Blefusco e então o rei de Lilipute expulsa-o e ele foge para
Inglaterra, com a ajuda dos Blefuscos. O povo Blefusco estava dividido entre os ostramecksan e os
slamescksan, que disputavam se os sapatos deveriam ter saltos altos ou baixos, eles representavam os
liberais e os conservadores ingleses. /// Jonathan Swift ridiculariza o preconceito das sociedades que
discriminam pessoas por motivos estúpidos, como o tamanho dos saltos ou a maneira de como partiam os
ovos e o modo como a Inglaterra era picuinhas e intolerante em relação aos seus ideais, levando nações
inteiras à guerra.
• II Parte - Gulliver sai novamente numa viagem, mas vem uma tempestade que o força a ir para terra, ele vê
os seus companheiros a fugir de uma pessoa gigante, mas, não consegue chegar a tempo ao navio e é
abandonado. Um gigante fazendeiro viu-o e levou-o para casa e começou a exibi-lo por todo o país,
ganhando muito dinheiro. Depois vendeu-o à rainha. Passou muitas aventuras, como lutar com vespas
gigantes, lidar com os ciúmes de um anão perverso e ser carregado por um macaco, Gulliver torna-se uma
companhia indispensável da rainha, além de passar horas por dia a discutir política e legislação com o rei.
Certo dia, foi observar o mar e uma águia pegou-o e deixou cair, e depois foi resgatado por um navio inglês.
/// Aqui a sátira é parecida com a primeira, mas de um ponto de vista diferente, pois aqui Gulliver encara a
sua insignificância perante os gigantes, que são os Reis dos Estado europeus em contraste com os respetivos
povos.
• III Parte - Gulliver volta a partir e perante um ataque de piratas é obrigado a ir de bote até Lapúcia, uma ilha
suspensa, devido a uma pedra magnética que se encontra no seu centro. A sociedade era muito desigual, os
engenheiros e astrónomos viviam muito bem, porém o povo, que se recusava a adotar a nova tecnologia,
vivia na miséria. Depois foi a Balnibarbi, onde os cientistas tinham as ideias mais malucas e peculiares. Partiu
depois para Glubbdubdribb, uma ilha de feiticeiros, onde falou com várias pessoas já mortas. Já em
Luggnagg é preso e conheceu algumas pessoas imortais, que envelheciam tal como as mortais. Repugnado
foi para o Japão de onde partiu para Holanda e daí para Inglaterra novamente. /// Na Lapúcia ataca o
iluminismo, mostrando, através de simbolismos, alusões e ironias até onde o excesso de conhecimento e do
uso da razão poderia levar uma sociedade. Em Glubbdudrib, mostra que até os grandes pensadores, depois
da sua morte, não valem mais nada pois já não são capazes de pensar. Em Luggnagg crítica a procura pela
imortalidade pois esta torna-se grotesca visto que as pessoas continuam a envelhecer e cada vez mais
desejam a morte, ou seja, o ser humano não quer ser imortal, mas sim ser jovem para sempre.
• IV Parte - Gulliver volta ao mar e os seus marinheiros abandonam-no novamente numa praia desconhecida
onde conheceu alguns cavalos que falavam e pensavam tal como nós. Estes tinham criados da mesma
espécie, mas também tinham escravos, os Yahoos, que pareciam ser seres humanos primitivos. Os Yahoos
puxavam carroças com os cavalos em cima, viviam acorrentados e comiam alimentos muito desagradáveis.
Eram criaturas horríveis e nojentas. Pelo contrário, os Huyhnhnms eram dotados de extrema polidez e
virtude, porém já mostravam alguns traços de vício e ganância. Gulliver descreveu aos Huyhnhnms tudo o
que os homens fazem com os cavalos e passa várias páginas a criticar o governo do seu país e os próprios
seres humanos. Os Huyhnhnms ficaram aterrorizados com tais atrocidades, então expulsaram Gulliver do
país num barco improvisado e este aportou em Lisboa e nunca mais teve contacto com os seres humanos
nem mesmo com a família. No final do livro o narrador continua a insistir que todas as histórias narradas são
verdadeiras. /// Esta parte contém a sátira mais ‘pesada’ de Swift pois com a descrição dos Yahoos o autor
demonstra toda a degeneração da raça humana. Fazendo uso da ironia, inverte os papéis, colocando os
cavalos no poder pois estes eram os animais mais domesticados e mais encontrados nas cidades da época.
Eram também o principal meio de transporte, ou seja, não são prezados pela sua inteligência, mas sim pela
sua força.

• Eu já tinha lido este livro no 7º ou 8º ano na escola ucraniana, mas agora ao relê-lo percebi que não me
lembrava de maior parte da história e que em ucraniano não percebi que este livro crítica os ingleses, a raça
humana e a sociedade da época. Eu não gosto de ler, mas, como já tinha lido este livro pensei que a leitura
fosse mais leve, mas não foi. O livro praticamente não tem diálogos, a história foi toda contada através de
descrições, apesar de não gostar disso eu conseguia imaginar a história na minha cabeça. Na minha opinião a
ideia de escrever este livro foi boa, mas o autor não conseguiu contar a história da melhor forma, não foi
muito apelativo, pelo menos para mim. Fiquei surpresa com a visão amarga e pessimista que o autor tem da
humanidade. Apesar das longas descrições, o livro é divertido, houveram algumas partes que deram para rir
tal como quando ele urinou no castelo para apagar o fogo, mas também um pouco sombrio, como na parte
em que falou com fantasmas ou viu as pessoas muito velhas.

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