Olá queridas e queridos!

É com grande satisfação que concluímos este evento, que tem por objetivo principal
auxiliar famílias na relação saudável dos filhos com o uso de tecnologias.

Sei que se trata de um ENORME desafio, tendo em vista o “poder hipnotizador” dos
dispositivos eletrônicos e foi exatamente por isso que decidi fazer o evento: para ajudar o maior
número de famílias a libertarem seus filhos do quarto e da dependência de internet.

Quero iniciar esse material com algumas das reflexões que mais recebo no atendimento,
e sei que podem ser as mesmas que você tem.

✓ A partir de que idade meu filho pode fazer uso de telas?

✓ Quando é cedo demais para liberar?
✓ Qual é tempo ideal de uso de telas na idade que ele tem?
✓ Quais os impactos sociais, cognitivos e afetivo emocionais na vida dele pelo uso
excessivo ou precoce?
✓ O que eles assistem de verdade impacta no desenvolvimento da personalidade?
✓ Até que ponto faz mal assistir coisas inadequadas?

Todas essas questões trazem dúvidas muito pertinentes que dificultam a tomada de
decisão pelos pais quanto ao uso dos dispositivos eletrônicos digitais (celular, tablet, televisão e
games).

Sendo assim, desejo que você, ao final deste evento que tivemos, guarde algumas
importantes informações.

1.

A primeira delas é que o desenvolvimento humano respeita um progresso

maturacional do próprio corpo e, portanto, as funções cerebrais que estão envolvidas na
capacidade da criança discernir, pensar, avaliar, julgar entre certo e errado, causa e
consequência, pensar sobre riscos, perigos e compreender os discursos ainda não têm
condições de realizar tal tarefa de forma que garanta sua total proteção.

O que isso significa? Significa que crianças ainda são vulneráveis nesses aspectos.

Tais informações estudadas e descobertas no último século deram origem nas últimas
décadas ao conceito de infância e adolescência que temos hoje, e tais fundamentos científicos
fizeram surgir socialmente leis de PROTEÇÃO à infância.

Sendo assim, RESPEITE A INFÂNCIA e seu processo! Cuidado com tudo aquilo que os
leva à precocidade, haverá tempo para todas as coisas. A antecipação de etapas promove o
roubo da infância e, pior, o roubo do desenvolvimento de estruturas mentais, físicas e psíquicas
fundamentais da infância, que certamente traz prejuízos na vida adulta.

Na infância, as crianças precisam brincar, desenvolver habilidades motoras, físicas, de

criatividade, linguagem, vivências onde possam ver, perceber, ganhar e perder, construir e
derrubar, testar, hipotetizar, pegar, fazer, tudo para que estruturas superiores se formem em
seus cérebros.

2.

A segunda questão é que a internet é um mundo de portas abertas que traz discursos,
narrativas, ideias de diversas localidades, culturas, povos, grupos, pessoas para dentro da sua
casa. Essa é uma questão principal, somos moldados pela palavra. Aprendemos e significamos
o mundo pela fala.

Quando a criança passa horas nas plataformas digitais ela está vendo e ouvindo pessoas,
personagens, tutoriais, em diferentes contextos, e tudo isso constrói ideias, o que torna potente
tudo isso para influenciar a construção da identidade, personalidade e conceitos, valores,
crenças.

Na adolescência, eis o ponto nevrálgico: muitos pais descobrem que seus filhos pensam
e acreditam em coisas totalmente contrárias às que eles ensinaram, porque os filhos
consumiram narrativas de grupos diferentes dos seus.

Se fosse só pensar diferente, ok, acontece que muitas vezes é inviável aos filhos
viverem essa realidade que construíram (que muitas vezes é até fantasiosa), o que pode gerar
adoecimento na esfera mental, ou emocional, instalando-se, assim, quadros de ansiedade,
pânico, fobias, disforias e até ideações e comportamentos suicidas.
 Portanto, saiba que seus filhos sofrem influência direta do que consomem em todas
essas plataformas e a relação que possuem com todas essas pessoas, desenhos, discursos e
narrativas irão modelar as suas formas de pensar e agir.

*** Seus filhos não são imunes ao que ouvem e veem***

Eu sei que isso pode parecer um pouco assustador, mas calma, a ideia não é proibir o
uso. A tecnologia está aí e nos fornece inúmeras boas ferramentas para facilitar nossa vida além
de nos levar a redes de muita informação.

O que nos leva a entender que o importante ao pensarmos no resgate dos filhos do
quarto é que esse movimento parental visa tirá-los do uso problemático das mídias
interativas, a fim de que eles desenvolvam uma relação positiva e saudável com a tecnologia,
e não tenham uma quebra dos vínculos parentais que são protetivos na infância e juventude.

Para que isso ocorra, seu movimento precisa ser estratégico. Por isso é preciso pensar:

• Na sua forma de se aproximar

• Na sua forma de falar
• No seu discurso
• No que você oferece para que ele sai do isolamento

Pense que não é à toa que as mídias interativas são tão cativantes a ponto de
escravizar uma pessoa, causando dependência. Ela ativa o cérebro das pessoas em suas
estruturas mais sensíveis e primitivas, sendo assim, não é porque você diz uma ou duas vezes
para ele sair do celular que ele vai conseguir sair!

O mundo fora das telas e do quarto precisa ser também atraente!

A consciência disso deve levar os pais a serem intencionais e estratégicos. O cotidiano

oferece inúmeras oportunidades de interação com os filhos: aproveite cada umas delas.

Mas não fique na berlinda, invista numa mediação parental entre seus filhos e os
dispositivos eletrônicos para que eles não caiam nas armadilhas sorrateiras da internet, como
pedofilia, dependência de jogos, e tantos outros perigos.

A mediação correta e a supervisão protetiva são indispensáveis para blindagem das

crianças e adolescentes. Não dá para ser ingênua e achar que os filhos são bons, espertos e têm
discernimento: estelionatários, bandidos, mal intencionados, ignoram as forças juvenis,
investem em suas presas até dominá-las. Quanto vale um jovem dependente? Qual o valor de
seu filho? Quanto vale investir nisso?

Para esses mal intencionados o valor é alto e todo investimento vale a pena!

E para você? Quanto tempo tem dedicado a buscar esse conhecimento? Quanto você
tem investido em aprender estratégias assertivas e ferramentas adequadas? Quanto tempo tem
disponibilizado para blindar, efetivamente, seus filhos?

Quanto vale a conexão entre você? Qual o valor da personalidade e caráter que eles
estão formando?

É esse o preço do RESGATE!

Que essa verdade esteja cravada em seu coração. Que haja um espirito determinado
em você para resgatar seu filho do quarto, do isolamento, da apatia, da quebra de vínculo, da
dependência, do vício em eletrônicos e internet, do adoecimento que o mau uso disso tudo
tem causado neles.

Seus filhos só precisam disso! Da sua resiliência, da sua determinação, do seu desejo
em investir neles. Da sua vontade de RESGATÁ-LOS E BLINDÁ-LOS!

Para se aprofundar ainda mais no assunto e realmente dominar as técnicas que vão te
ajudar neste processo, te convido a fazer o curso ADOLESCÊNCIA E TECNOLOGIA.

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Cassi Tardivo