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ASMA

Definição: Doença inflamatória crônica das vias áreas

Definição: Doença inflamatória crônica dos brônquios que causa aumento da reatividade das VA inferiores à
diversos estímulos, desencadeando,

após a exposição a esses estímulos, episódios de obstrução ao fluxo aéreo reversíveis e de intensidade
variável, predominantemente expiratórios, causados pelo broncoespasmo (contração da musculatura lisa
brônquica), edema de mucosa e hipersecreção de muco desencadeados pela reação de hipersensibilidade tipo
I.

Etiologia: Predisposição genética à hipersensibilidade tipo I (alergia) + Exposição à alérgenos (antígenos


ambientais inócuos, ignorados pelo sistema imune na maioria das pessoas, mas que podem causar reação de
hipersensibilidade tipo I em suscetíveis)
Fisiopatologia:

Indivíduo com predisposição genética para hipersensibilidade tipo I


(alergia) é exposto à antígenos ambientais alergênicos, estimulando uma
resposta Th2  Na resposta Th2, os LTh2 estimulam produção de IgE
por LB (via IL-4); recrutamento e ativação de eosinófilos (via IL-5) e
hiperprodução de muco pelas glândulas seromucosas brônquicas (via
IL-13).  Produção de IgE por LB resulta em opsonização dos
mastócitos submucosos pela IgE (sensibilização). Após essa resposta
Th2 inicial, os mastócitos submucosos permanecem sensibilizados. 
Esses eventos ocorrem nos brônquios de pequeno e médio calibre,
mas não afetam os alvéolos (ou seja, não afetam o parênquima
pulmonar).

Quando o indivíduo entra em contato novamente com o alérgeno, os


mastócitos opsonizados por IgE e os linfócitos Th2 presentes na mucosa
brônquica se ativam, desencadeando as fases imediata e tardia da reação
de hipersensibilidade tipo I.

Fase Imediata (imediatamente após a exposição ao alérgeno): Mediada pelos mastócitos sensibilizados presentes na
mucosa brônquica; pela histamina, mediadores lipídicos, proteases, e citocinas liberados pelo mastócito
imediatamente após a exposição ao alérgeno.

 Histamina: Age nas células endoteliais, estimulando-


as a fazer constrição e secreção de óxido nítrico,
causando aumento da permeabilidade vascular
(edema) e vasodilatação (hiperemia)
 Mediadores Lipídicos (PDG2, leucotrienos, PAF):
Agem no músculo liso dos brônquios, causando
broncoconstrição.
 Citocinas: Inflamação (expressão de moléculas de
adesão pelo endotélio; ativação dos macrófagos
alveolares; recrutamento e ativação de
macrófagos/neutrófilos “que liberam EROS e
proteases, causando lesão tecidual”) + recrutamento
de linfócitos Th2 (via IL-4 secretada pelos
mastócitos).
 Proteases: Lesão tecidual (degradação das proteínas
da MEC, principalmente colágeno).

Resposta Tardia (horas após a exposição ao


alérgeno): Mediada por linfócitos Th2
recrutados para mucosa brônquica. Os
linfócitos Th2 secretam citocinas que
promovem: produção de IgE pelos LB (IL-4),
que opsoniza e sensibiliza basófilos;
recrutamento e ativação de eosinófilos (IL-5);
hiperprodução de muco pelas glândulas
submucosas (IL-13). Eosinófilos ativados
liberam proteínas catiônicas citotóxicas,
causando intensa lesão tecidual. Eosinófilos e
basófilos também produzem mediadores
lipídicos (PDG2, PAF e leucotrienos) que causam broncoconstrição (mais leve que a da fase imediata) e
estimulam a inflamação.

Com o tempo, episódios repetitivos de exposição ao alérgeno e reação de hipersensibilidade tipo I causam alterações
estruturais da parede dos brônquios (remodelamento brônquico). Tais alterações incluem hipertrofia e hiperplasia da
musculatura lisa dos brônquios, hipertrofia das glândulas submucosas e hiperplasia das células caliciformes, e fibrose
da parede brônquica.  Daí vai virando uma DPOC.

Clínica:

Hiperreatividade dos brônquios (principalmente os de médio e pequeno calibre) provoca, após a exposição ao
alérgeno, reações de hipersensibilidade tipo I que se manifestam como episódios de “broncoespasmo, edema de
mucosa e hipersecreção de muco” que provocam obstrução reversível ao fluxo de ar de intensidade variável e
predominantemente expiratória.

Clínica é de episódios (de intensidade variável entre os episódios) com:

 Queixa de dispneia, tosse, sibilos, sensação de aperto no peito; com piora dos sintomas à noite ou no início
da manhã;
 Início ou piora dos sintomas após contato com desencadeantes típicos (IVAs, alérgenos);
 Nas crises de asma muito graves, a obstrução do fluxo de ar pode causar desequilíbrio da VA/Q e
consequente hipoxemia (PaO2 <60 ou Sat <90) e sinais de desconforto respiratório;
 Entre as crises, o exame físico do paciente asmático é normal;

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