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Ponto 5: princípio da lei mais favoravel

-Desenvolvimento (Princípio da Lei mais Favorável)


Dentre os limites para a aplicação da lei estrangeira, indicada pelas regras de DIPr do foro,
consta o princípio da lei mais favorável.
-O princípio da lei mais favorável, apontado por Teixeira de Freitas, beneficiava tanto o
nacional quanto o estrangeiro, enquanto que a jurisprudência francesa o considerava somente
em favor dos nacionais (caso Lisardi – direito nacional lesado).
Para Teixeira de Freitas, a aplicação da lei mais favorável tinha por intuito salvaguardar a
validade dos atos, aplicando-se a lei que os validasse em oposição à que não o fizesse (favor
negocii).
-No direito brasileiro, o princípio da lei mais favorável aparece no Regulamento nº 737/1850
(validando o contrato feito por estrangeiro incapaz que dele auferiu utilidade); e na Lei
Cambial de 1908 (validando obrigação cambial firmada por estrangeiro, capaz pela lei
brasileira).

CASO LISARDI
Um nacional mexicano, residente na França, adquiriu jóias de um joalheiro francês, assinando
cambiais.
Justificando negativa de pagamento, alegou que a jurisprudência francesa, interpretando o art.
3º do CC francês de 1804, considerava que a ele seria aplicado para a verificação de
capacidade o direito mexicano, por ser de sua nacionalidade. Segundo tal direito, ele, com 19
anos, ainda era menor de idade. A Corte de Cassação, embora considerando ser o raciocínio
correto, invocou o princípio do direito nacional lesado para excepcionar a aplicação do direito
francês no caso.

o direito brasileiro sempre houve a ideia de proteção em matéria sucessória ao herdeiro e


cônjuges brasileiros, a começar das convenções consulares do Império. A Introdução de 1916 e
a LINDB a adotaram.
O princípio da lei mais favorável constitucionalizado em 1934 vem se mantendo em todas as
constituições, sendo o próprio inc. XXXI do art. 5º da CF/88.
Trata-se do único princípio de DIPr a ter status constitucional no Brasil e quiçá no mundo.
O anteprojeto de Valladao adotou o princípio da lei mais favorável por considera-lo justo.
Por seu turno, o projeto 4905/95 adotou tal princípio com referência a domicilio de menor e a
sucessão relativa a cônjuge e filho brasileiro. O projeto do Senado, que na quase totalidade é
uma repetição do anterior, manteve os mesmos artigos relativos à lei mais favorável do
projeto 4905/95.
Todos os projetos adotam explicitamente o principio da lei mais favorável.

CONCLUSÃO
A lei mais favorável não seria propriamente um elemento de conexão (indicador da lei
aplicável). Sua utilização generalizada poderia levar à própria negação da aplicabilidade da lei
estrangeira por indicação das regras de DIPr do foro, que possui como base o conceito de
comunidade internacional. Entretanto, esse princípio acabou sendo empregado em
determinados casos, quer para validar negócios jurídicos, quer para proteger hipossuficientes .

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