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>Ordem publica no direito interno: impede que as normas de direito ou OP sejam modificadas pelo pacto de
particulares
>Ordem publica no DIPr: pode afastar a aplicação de leis estrangeiras, o reconhecimento de atos realizados
no exterior e a execução de sentenças proferidas por tribunais estrangeiras.
>Origens do conceito de OP em DIPR foi a diferenciação entre estatutos odiosos (não poderiam ser aplicados
fora do local em que haviam sido expedidos) e estatutos favoráveis (Bártolo).
>hoje, chegou-se à ideia que um país, devia deixar de aplicar leis (embora indicadas por seu próprio
ordenamento jurídico) quando fossem incompatíveis com a “consciência da justiça e do dever” (Savigny) ou
com a “boa ordem e os sólidos interesses da sociedade local” (Story).
>OP (conceito fluido, muda) varia no tempo e espaço, não sendo idêntica de uma sociedade para outra nem
tendo que se embasar em lei constitucional ou infra.
>Cabe ao juiz ou tribunal decidir o que seja contrário á ordem pública. Quando a lei estrangeira for repelida,
será aplicada em seu lugar a lei do foro.
>Exemplo: evolução da aceitabilidade da lei ou da sentença estrangeira do divórcio no Brasil, nos últimos
cem anos.
>1º Nivel: funciona no plano do direito interno, garantindo o império de certas normas jurídicas, impedindo
que sejam derrogadas pela vontade de particulares (Exemplos: leis de proteção aos menores, aos incapazes,
à família, à economia nacional; bem como de institutos civis e comerciais fundamentais).
>2º nível: impede a aplicação de leis estrangeiras indicadas pelas regras de conexão de DIPr.
> Não é toda a lei local, daquelas inderrogáveis pela vontade das partes no plano interno, que não poderá
ser substituída por lei estrangeira, diversa, no plano do DIPr
>uma norma de op não pode ser derrogada internamente (menor de 16 não pode renunciar à proteção que
lhe é conferida). Se um elemento de conexão indica norma estrangeira que o permita, será aqui aceita e
aplicada.
> a OP deve ser gravemente afrontada para que se rejeite a aplicação da lei estrangeira
>A ordem pública, em seu terceiro nível impediria que o bígamo imigrado com uma de suas esposas, para cá
trouxesse sua(s) outra(s) esposa(s), pretendendo viver como família polígama(com todas suas emanações
reconhecidas no Brasil), por afrontar gravissimamente nossa ordem pública.
>“As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia
no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes”. O art. 17 da Lei
de Introdução de 1942, ante citado, repete teor já existente na Introdução de 1917.
>Além da Lei de Introdução, há duas outras referências no direito positivo brasileiro à ordem pública:
a) o vigente Código de Processo Civil, que remete a matéria ao Regimento Interno do STF,
b) o art. 7º do Código Brasileiro do Ar, que classifica como de ordem pública as normas que vedam no
contrato de transporte aéreo, cláusulas que exonerem de responsabilidade o transportador etc.
>“as leis, atos e sentenças de outro país” referem-se à legislação estrangeira, aos atos emanados de algum
poder constituído em país estrangeiro, ou seja ato governamental, ato de qualquer poder delegado pelo
governo e as sentenças.
>A trilogia “soberania nacional, ordem pública e bons costumes” também é objeto de comentários na
doutrina. Para uns bastaria a referência à ordem pública, que englobaria as duas outras. Para outros “bons
costumes” referir-se-ia a princípios inspirados na moral.
Conclusão
>Todos os princípios de DIPr. – reenvio, qualificação, direitos adquiridos, ordem pública etc. - procuram
disciplinar, moderar e limitar a utilização das regras de conexão ma sua tarefa de indicar a lei aplicável.
>De todos eles, a ordem pública é a que possui maior poder de restringir a aplicação da lei estrangeira.
> É necessário, entretanto, que ela não seja utilizada abusivamente pelos que resistam à aplicação da lei
estrangeira, simplesmente por não aceitar a noção importantíssima de comunidade jurídica internacional.