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Maquiavel, Hobbes e Rousseau:

Poder e Política
Expediente
Autor
Governador de Pernambuco Prof. Marconi Lopes da Silva
Paulo Henrique Saraiva Câmara
Revisão de Língua Portuguesa
Vice-governadora de Pernambuco Prof. Eraldo Batista da Silva Filho
Luciana Barbosa de Oliveira Santos
Projeto gráfico
Secretário de Educação e Esportes de Pernambuco Clayton Quintino de Oliveira
Frederico da Costa Amancio
Diagramação
Rodrigo Silva

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISDB

GOVERNO de Pernambuco. Secretaria de Educação e Esportes.


Filosofia: Maquiavel, Hobbes e Rousseau: Poder e Política. – Recife: EDUCA-PE, 2020.
15 p.: il.
3º Ano Ensino Médio. Midiateca EDUCA-PE.
Fascículo 3 (Aula Ao Vivo).
1. Ciência política. I. Título.
CDU – 32

Elaborado por Hugo Carlos Cavalcanti | CRB-4 2129


“Surge a dúvida: é melhor ser amado que temido ou
o contrário? A minha resposta é que o certo seria
serem as duas coisas. Entretanto, como é difícil uma
única pessoa reunir as qualidades para provocar
esses dois sentimentos ao mesmo tempo, se tiver
que escolher entre os dois, é muito melhor ser
temido do que amado.” Maquiavel

“Temos aversão não apenas por coisas que sabemos


nos terem causado dano, mas também por aquelas
que não sabemos que danos podem causar.” Hobbes

“Só entende o valor do silêncio quem tem


necessidade de calar para não ferir alguém.”
Rousseau

Pare! Pense! Fale! Aja!

Esses verbos lhe são comuns? Alguém já os falou para você? Eles têm tudo a ver com o
pensamento filosófico. O questionar situações e ações, buscar a verdade, o bem comum
e a felicidade são tópicos do pensamento filosófico. Vamos fazer um teste filosófico?
Antes, deixe lhe dizer que esse teste tem como ação o contexto social e político que
vivemos. Será baseado em perguntas que nos levarão a princípios fundamentais, tais
como:

1. Despertar o senso crítico: “Revolto-me; portanto, existo.” Albert Camus;

2. Duvidar de quase tudo: “Posso duvidar de quase tudo, mas não da realidade da
minha dúvida.” A. Gide;

3. Polemizar a certeza: “Nada me é certo, além da coisa incerta.” F. Villon;

4. Confrontar o conhecimento: “Não há conhecimento humano que corresponda à


verdade absoluta.” Edison Santana;

5. Procurar a verdade: “Entre a ignorância absoluta e o saber absoluto, há lugar para


o conhecimento e para o progresso dos conhecimentos.” André Spoville
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Teste:

• O ser humano nasce bom e as coisas que o cercam, os erros e convívio com as
pessoas, são o que o torna mal?

• Quando alguém tem a oportunidade de exercer um cargo público, ou de liderar


algo, esse poder pode levar essa pessoa a ser má? Se sim, por quê? Se não, por
quê?

• Você acredita nas pessoas? Quem são seus verdadeiros amigos: os que lhe
bajulam ou os que falam a verdade para você? Você gosta de ser bajulado?

• Você se sente culpado ao fazer algo errado? Por que algumas pessoas, por
exemplo, um mau político, ao roubar dinheiro público, não tem sensação de
culpa?
Fonte: pixabay.com

Reflita e escreva as
suas resostas

Durante a Renascença, predominava a linha de


pensamento em que se valorizava a vida ativa (política) e
Fonte: pixabay.com

se defendia a liberdade, principalmente das cidades


italianas, contra o poder dos papas e dos imperadores.
Uma busca pelo renascimento da república livre.

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Agora, quero lhe apresentar três filósofos que formularam teorias a respeito do homem,
da política e do poder. Vamos lá?

Maquiavel

Nascido em Florença, no dia 3 de maio de 1469, o filósofo político


Nicolau Maquiavel tornou-se conhecido por ter, como objetivo
Fonte:conhecerepensar.wordpress.com

central, a dissecação do poder, e não o de formular teorias sobre


como o estado ou o governante ideal deveria ser. Criou um manual,
lido e seguido durante séculos por vários governantes, intitulado “O
Príncipe”, que desenvolvia estratégias e métodos sobre o
comportamento dos governantes para manter e expandir o poder.

Outros afirmam que, na realidade, o livro foi uma forma de alertar o povo sobre os
perigos de governos tiranos.

O livro de Maquiavel, O Príncipe (escrito em 1513,


mas publicado apenas em 1532) era espirituoso,
cínico e revelava um excelente conhecimento da
Itália, em geral, e de Florença, de uma forma
Fonte:livrariacuritiba.com.br

particular. O principal argumento apresentado nele é


que os objetivos traçados por um governante
justificam os meios usados para obtê-los. Um
diferencial central do livro, em relação a outros que
falam sobre o mesmo tema, é a rejeição da
moralidade cristã. Ao aconselhar o príncipe e por ter
convivido com líderes religiosos, Maquiavel
acreditava que os valores cristãos deveriam ser deixados de lado, se viessem a
atrapalhar o caminho.

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Apesar de não elaborar uma teoria política, ou até mesmo uma reflexão mais
aprofundada sobre qual era a essência do poder, algo esperado para um filósofo em
sentido clássico, as suas reflexões foram bem originais, com base em eventos históricos

César Borgia
Era diplomata na República Florentina, e lá conheceu César
Bórgia, filho ilegítimo do Papa Alexandre VI. Embora César
fosse inimigo declarado de Florença, Maquiavel, apesar de

Fonte:pt.wikipedia.org
defender o pensamento republicano, impressionou-se com o
vigor, com a capacidade e com a inteligência do Rei, que se
tornou uma das principais fontes para a escrita do livro “O
Príncipe”.

O pensamento político orientou-se a partir dos fatos vivenciados e das interpretações


baseadas nas circunstâncias históricas, que o fizeram se afastar de abstrações ou
idealizações:

Fonte: cursoenemgratuito.com.br

Apesar de ser um livro com fortes tendências de crueldade e manipulação, podemos


extrair algo positivo para nossas vidas?

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Como entender o mundo em algumas lições extraídas do livro o príncipe

Do papel da sorte nas coisas humanas e como mudá-lo:

a. Ensino: “Se o acaso determina a metade das nossas ações, ainda assim
resta-nos a outra metade para controlar. A sorte depende muito da
habilidade de combinar a nossa ação com o que é exigido em cada
momento.” Maquiavel

b. Análise: Ao conquistar algo na vida, algumas pessoas tendem a se apegar


ao sucesso obtido e criar raízes. Olham para trás, juntam em pote tudo
que fizeram e os fez conquistar algo e transformam em uma filosofia de
vida. Isso é perigoso! Há uma necessidade de adaptação às mudanças e
uma busca por novas vitórias. Segue umas dicas:

i. Tenha consciência do que você é bom e daquilo em que não é,


para melhorar;

ii. O que lhe motiva? Do que você gosta? Faça isso de forma
constante;

iii. Seja inusitado: Adapte-se de forma rápida e constantemente ao


contexto vivido.

1. Exemplo: Você está no 2º ano do Ensino Médio, muitas conquistas até


aqui, certo? Quais as disciplinas em que você tem mais facilidades? Em
quais precisa melhorar? O que precisa fazer para se adaptar a esse
novo momento de pandemia e aulas on-line? Você tem superado suas
dificuldades?

Segundo Jean-Jaques Rousseau: “Maquiavel, fingindo dar lições aos príncipes, deu
grande lições ao povo.” Uma interpretação voltada para as questões políticas com sátira,
para que o povo pudesse imaginar: “Se é assim que um bom príncipe tem de se

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comportar, devemos, custe o que custar, evitar ser governado por um!” Até porque, por
muitas vezes, Maquiavel demonstrou ser contra o Absolutismo, algo vigente em sua
época.

Após Maquiavel...

Hobbes

Algumas questões perturbaram os filósofos nos séculos


XVII e XVIII: Qual a justificativa racional para a existência
das sociedades humanas e para a criação do Estado?
Fonte:redes.moderna.com.br

Algumas perguntas precisavam ser respondidas:

1. Qual a natureza do ser humano? Qual é o seu


estado natural? Nos seus estudos e questionamentos,
chegaram à conclusão de que os homens são, por
natureza, livres e iguais.

Com explicar a então a existência do Estado e como tornar legítimo seu poder?
Baseado no conceito de que os homens são livres e iguais, chegaram à dedução de que,

em um determinado momento, por causa das circunstâncias e das necessidades, os


homens tiveram que abandonar esse ideal de liberdade e vieram a estabelecer um
acordo, algo que chamaram de pacto social ou contrato social, que deu origem ao
Estado. Essas ideias ficaram conhecidas como teorias contratualistas. O primeiro grande
contratualista foi o filósofo inglês Thomas Hobbes.

Órfão quando criança, sempre contava à história que sua querida mãe, ao ouvir que a
Armada Espanhola estava a caminho, o teve de maneira prematura. Seu pai, um pastor
Anglicano, após desentendimento sai da região e o deixa com familiares. O seu tio,
homem muito rico, o adotou. Aos 15 anos, vai estudar na Universidade de Oxford, onde
conhece a chamada Filosofia tomista aristotélica, que o influencia e cria a ideia da
sociedade como um mecanismo que passou a ser formada por “átomos”, que são os
indivíduos, as pessoas. Foi influenciado pelas ideias de Maquiavel.

6
Pra pensar
O que você faz daquilo que fazem a você?
Órfão, deixado para trás pela família, mesmo sendo educado
Fonte:pixabay.com

por um tio rico, Hobbes poderia ter se revoltado e vivido à


margem da sociedade. Mas, decidiu escrever seu nome na
História da Filosofia! Em meios às dificuldades e problemas
que você pode ter, qual tem sido sua reação? Desânimo?
Pensar em desistir? Pare! Você pode mudar o rumo da história
de sua vida! Não desista

VOCÊ SABE O QUE É O LEVIATÃ

A palavra está registrada na Bíblia, no livro de


Fonte:estiloadoracao.com

Jó 41:1, e vem do Hebraico liwyathan.


Algumas vezes, pode significar pranto, mas no
texto citado na versão Almeida Revisada e
Corrigida (ARC) e na Almeida Corrigida e Fiel

(ACF) é traduzida como Leviatã. Segundo os relatos, a criatura é representada como


selvagem, feroz e Indomável, dotada de grande boca e armada de fortes dentes. O corpo
é coberto de escamas bem unidas como se fossem uma malha. A grande dúvida na
descrição feita por Jó (41:1-34) é se seria um crocodilo ou algum monstro já extinto. O
verso 34 diz que ele é o rei sobre todos os animais orgulhosos.

Hobbes pega essa figura para o título do seu mais famoso


livro: O Leviatã, sua principal obra política. Publicado em
1651, houve um fator interessante envolvido na escrita do
livro. Ao contrário dos seus outros livros escritos (Do
cidadão – 1642; Do corpo – 1656; Do homem – 1658),
Fonte:pt.wikipedia.org

Hobbes o escreveu e o publicou em inglês, quando era


comum, entre os intelectuais, inclusive ele, escrever seus
livros em latim. Seu objetivo era fazer com que a população
inglesa, em meio à crise monárquica, viesse a ler e a

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entender, como sendo algo essencial à monarquia na formação política da sociedade,
pois ele defendia o Absolutismo.

Para pensar...

Fonte: pensador.com

O homem natural de Hobbes não é um selvagem, mas vive em sociedade. Estamos


realmente prontos para viver em sociedade? Como tem sido sua convivência na sua
casa, com seus familiares?

Ele não afirma que os homens são totalmente iguais, porém são "tão iguais que...": o
bastante para que nenhum possa querer triunfar de forma total sobre o outro. Dessa
forma, o homem, ao vir atacar o outro homem, tem como objetivo vencê-lo, ou tão
somente evitar um ataque possível: assim, a guerra se formaliza entre os homens. Esse
é o motivo da necessidade de um Estado controlador, que possa reprimir, para evitar
ações violentas. Com mais de 50.000 mortes por causas criminais no Brasil, podemos
afirmar que vivemos uma permanente guerra civil?

Segundo Hobbes, o homem desenvolve três causas principais de discórdia. Primeiro: a


competição; segundo: a desconfiança; e terceiro: a glória. A primeira leva os homens a
atacar os outros, tendo em vista o lucro; a segunda, a segurança; e a terceira, a
reputação. Sendo assim, a política só será uma ciência se soubermos como o homem é
de fato, e não na ilusão; e só com a ciência política será possível construirmos Estados
que possa se sustentar. O Estado brasileiro conhece profundamente o seu cidadão, ao
ponto de ser capaz de desenvolver políticas segurança pública, que evite permanentes
ações de violência?

E lá vem...

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Rousseau

Você já deve ter ouvido falar de um período chamado de


Iluminismo. Não lembra? No século XVIII, várias atividades
intelectuais, científicas e culturais estimularam o surgimento de
Fonte:redes.moderna.com.br

algumas ideias filosóficas. Criou-se a noção de que a ignorância


ou trevas intelectuais foram afastadas, quando os valores
tradicionais foram questionados, e houve a ressurreição da razão
como único parâmetro.

Veja esses vídeos para entender um pouco mais:

1. https://www.youtube.com/watch?v=4C21n8Xo
kBc
2. https://www.youtube.com/watch?v=--
RULLZchNA

Só para fixar a idéia iluminista: “Resposta a pergunta: O que é iluminismo? O iluminismo


é o momento em que o homem emerge de sua imaturidade autoinfligida.” Emmanuel
Kant. Nascido em Genebra, uma cidade estritamente Calvinista (Protestante, conceito
teológico representado pela igreja Presbiteriana, baseada em João Calvino, uns dos
reformadores), Jean-Jacques Rousseau teve sua mãe morta, alguns dias depois do parto,
em 1712. Dez anos depois, seu pai o abandonou, pois teve que fugir para não ser preso
por causa de um duelo, e Rousseau passou a ser cuidado por um tio.

Quando jovem, tentou ser músico e compositor, mas em 1740 conheceu Denis Diderot
e Jean d’Alembert, organizadores da nova Encyclopédie, marco do Iluminismo, e ficou
interessado pela Filosofia. Nesse período, os pensadores iluministas franceses e ingleses
começaram a questionar a autoridade da Igreja e a aristocracia. Isso fez com que

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Rousseau se interessasse pela Filosofia política. Sua obra mais importante nessa área foi
o livro escrito em 1762: O Contrato Social.

Esse livro defende que possa haver um acordo (contrato): em


troca da proteção dada pela sociedade, os indivíduos
Fonte:redes.pedagogiaaopedaletra.com.br

abririam mãos de direitos naturais, em prol da coletividade


ou o que ele chamou de ‘vontade geral’. Na concepção de
Rousseau, a soberania significa criar leis, e isso reside na
vontade das pessoas, e o governo promulga as leis
resultantes. As leis criadas de forma coletiva não podem se
contrapor à liberdade individual, já que liberdade e igualdade
servem para todos. Somos totalmente livres? Hoje,
realmente, os direitos são iguais?

Sendo assim...

O homem num estado Quando a ideia de


de natureza é propriedade privada se
desenvolveu, a sociedade
fundamentalmente teve de criar um sistema para
bom. a proteger.

Esse sistema
Essas leis vinculam as evoluiu como leis e
pessoas de forma impostos por
injusta. propietários sobre
aqueles que não
tinham
propriedade.

O homem nasce livre e por


toda parte encontra-se
acorrentado.

Ao retornar para Veneza, começa a escrever sobre Filosofia, e sua forma de pensar fez
com que a Suíça e França proibissem a venda de seus livros, também ordenando a sua

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prisão. Convidado por David Hume, viveu na Inglaterra por pouco tempo e depois voltou
a França, com um nome falso. Tempo depois, retorna a Paris, onde morre aos 66 anos.

Só para relembrar...

O que você faz daquilo que fazem a você?


Órfão, deixado para trás pelo pai, mesmo sendo educado por um
tio, Rousseau poderia ter se revoltado e vivido à margem da
sociedade. Mas, decidiu escrever seu nome na História da
Fonte:pixabay.com

Filosofia! Em meios às dificuldades, abandono e problemas que


você possa ter, como tem imaginado o seu futuro? Pensar em
desistir? Pare! Você pode mudar o rumo da história de sua vida!
Não desista!

Talvez o mundo de hoje, principalmente no poder questionado por esses filósofos, não
pareça ser tão bom. Mas, enquanto houver vida, estudos, desejos de mudança e busca
pela verdade, com certeza haverá esperança, pois... What a Wonderful World. Assista:
https://www.youtube.com/watch?v=D67lR7Qy_wk

CHAUI, M. Iniciação à Filosofia. 2ª ed. São Paulo: Editora Ática, 2013.

COTRIM, G. Fundamentos da Filosofia: história e grandes temas. 16ª ed. São Paulo:
Editora Saraiva, 2006.

http://trocasereflexoes.blogspot.com/2015/10/um-dialogo-entre-hobbes-e-rousseau-
para.html Acesso em 13 de setembro de 2020.

https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/maquiavel-seu-pensamento-politico.htm
Acesso em 12 de setembro de 2020.

11
https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/thomas-hobbes.htm Acesso em 13 de
setembro de 2020.

https://exercicios.brasilescola.uol.com.br/exercicios-sociologia/exercicios-sobre-
contratualismo.htm Acesso em 13 de setembro de 2020.

KIM, D. Tradução. O livro da Filosofia. 1ª ed. São Paulo: Editora Globo, 2016.

LEVENE, L. Filosofia para ocupados: dos pré-socráticos aos tempos modernos em 208
páginas. 1ª ed. São Paulo:Editora Leya, 2019.

NICHOL, F. editor. Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, vol. 3. 1ª ed. São
Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 2012.

PETRY, J. Poder e manipulação: Como entender o mundo em 20 lições extraídas do o


príncipe, de Maquiavel. 1ª ed. São Paulo: Faro Editorial, 2016.

SANTANA, E. Filosofar é preciso: As grandes indagações filosóficas e os enigmas da


humanidade. 1º ed. São Paulo: DPL Editora, 2007.

TRIGO, L.G.G. Pensamento Filosófico: um enfoque educacional. 1ª ed. Curitiba: Editora


InterSaberes, 2013.

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1. Thomas Hobbes acreditava que o “homem era o lobo do homem”. O que Hobbes
queria dizer com isso?

a) Que o homem, assim como os lobos, relacionava-se em alcateias, formando uma


hierarquia em que o objetivo comum era a obtenção de alimento.
b) Que o ser humano passou a ver na figura do lobo um espelho de suas atividades
sociais, de forma que, em algumas sociedades, o lobo ainda é uma figura simbólica.
c) Que o homem é capaz de agir como predador de sua própria espécie, podendo ser
cruel, vingativo e mau quando lhe fosse conveniente em seu estado de natureza.
d) Que a amizade entre os seres humanos era comparável à relação próxima que os
lobos possuem em uma alcateia.

2. (UFSM) Sem leis e sem Estado, você poderia fazer o que quisesse. Os outros também
poderiam fazer com você o que quisessem. Esse é o “estado de natureza” descrito por
Thomas Hobbes, que, vivendo durante as guerras civis britânicas (1640-60), aprendeu
em primeira mão como esse cenário poderia ser assustador. Sem uma autoridade
soberana não pode haver nenhuma segurança, nenhuma paz. (Fonte: LAW, Stephen.
Guia Ilustrado Zahar: Filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.)

Considere as afirmações:

I. A argumentação hobbesiana em favor de uma autoridade soberana, instituída por um


pacto, representa, inequivocamente, a defesa de um regime político monarquista.
II. Dois dos grandes teóricos sobre o “estado de natureza”, Hobbes e Rousseau,
partilham a convicção de que o afeto predominante nesse “estado” é o medo.
III. Um traço comum da filosofia política moderna é a idealização de um pacto que
estabeleceria a passagem do estado de natureza para o estado de sociedade.
Está(ão) correta(s)
a) apenas I.
b) apenas II.
c) apenas III.
d) apenas I e II.
e) apenas II e III.

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1. A alternativa “c” está correta. Thomas Hobbes acreditava que o homem era
naturalmente “mau”, bárbaro e egoísta. Em seu estado de natureza, o ser humano
estaria sempre disposto a sacrificar o bem-estar do próximo em nome de suas vontades.
Daí, surgiria o incentivo para o estabelecimento de um contrato social, em que todos se
submeteriam a um Estado maior, que garantiria a salvaguarda dos direitos básicos,
como a vida.

2. A alternativa “a” está correta. Thomas Hobbes foi um grande defensor dos sistemas
monarquistas. Para ele, o Rei era a representação do Estado forte e coeso, capaz de
trazer ordem diante da confusão inerente do estado de natureza do homem natural.

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