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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO
RECIFE
2021
FRANSUENE CARLA DA SILVA
RECIFE
2021
FRANSUENE CARLA DA SILVA
DATA DE APROVAÇÃO
________________
NOTA
________________
BANCA EXAMINADORA
___________________________
COORDENADOR
_____________________________
ORIENTADOR
É condição essencial para a realização de um
trabalho crítico o posicionamento contrário,
por parte do analista, a todo tipo de
dominação social.
Aos meus amigos Bruna, Esdras, Gabriel e Samantha que conheci nas aulas da
Especialização e que levarei para toda vida.
RESUMO
The lingerie companies Victoria’s Secret and Savage X Fenty intend in their advertising
campaigns to produce discourse of diversity and inclusion. Both brands use social
networks to publicize their products, the main one being Instagram, a digital social
network that houses several multisemiotic genres (DIONÍSIO, 2007), and which allows
users to get closer to companies, thus the brands they can expose their ideals and
receive the public's position on the propagated discourse, which, if not aligned with the
new trends, will be subject to criticism and rejection. We analyzed how the same social
group is represented by lingerie companies and how the insertion of diversity
contributes to the success of the brand. We discussed the importance of this
representation for exclusion groups and how their image is built by lingerie companies.
This is a qualitative and bibliographic research in which we used Almeida (2012) and
Kress e Van Leeuween (1996) for the analysis of semiotic resources and the Grammar
of Visual Designe present in the post genre. Dionísio (2007), Marcuschi (2002) and
Nascimento R. (2013) support our concept of multisemiotic genres for the conception
of the post. Oliveira (2018) and Rôlla (2019) help us to understand the importance of
the representation of black women in fashion and the difficulty of their insertion in this
cultural industry. In the analyzed posts we find choices of semiotic resources that are
consistent and contradict the inclusion discourses that they propagate.
SF – Savage X Fenty
VS – Victoria’s Secret
INTRODUÇÃO...........................................................................................................15
CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................77
REFERÊNCIAS..........................................................................................................82
ANEXOS.....................................................................................................................87
INTRODUÇÃO
1O termo surgiu nos Estados Unidos para designar modelos com medidas acima dos padrões
normalmente comercializado, numa tradução livre significa tamanho grande.
para o gênero e para a análise, utilizamos apenas as capturas completas, com
imagem e legenda, na análise de dados.
O primeiro nos leva até o surgimento da internet durante a Guerra Fria, sua
disseminação pelo mundo até chegar ao Brasil, que desde sua comercialização na
década de 1990 até os dias de hoje obteve grandes avanços tecnológicos, mas ainda
enfrenta o desafio da inclusão digital, para garantir o acesso de toda população.
Utilizamos Corrêa (2013) para compreendermos o impacto da tecnologia na forma
como nos comunicamos na contemporaneidade. Discutimos como as redes sociais
digitais propiciam o surgimento de novos gêneros digitais a partir de Pereira et al.
(2011). Rabelo (2016) nos apresenta uma das maiores redes sociais digitais, o
Instagram, e nos fornece importantes informações sobre o funcionamento dessa rede
social de onde coletamos nosso objeto de análise, as postagens.
2Do inglês post, a postagem é a ação de postar algo na internet, mais especificamente nas redes
sociais. Tomamos a postagem e o post como sinônimos.
1 Internet e redes sociais
A conexão com a Arpanet foi liberada para algumas pessoas de fora dos centros
para que utilizassem o correio eletrônico. Segundo a Folha de S. Paulo (2001), após
o uso restrito ao território americano, a rede expandiu-se para alguns países da
Europa e passou a ser chamada de Internet. Apenas em 1987 o seu uso passou a ser
comercial e empresas provedoras de internet surgiram. Em 1992, o Laboratório
Europeu de Física de Partículas (Cern) criou a World Wild Web (WWW) fornecendo
diversas informações com liberdade e autonomia a qualquer usuário de internet.
Mas a produção cultural, chamada em Corrêa (2013) de “um para todos”, dos
veículos de comunicação de massa passou a ser de “todos para todos” com o
surgimento da internet, evento comparado à invenção da escrita, pois provocou uma
mudança de hábitos do homem e transformou sua relação com seu meio. Corrêa
(2013) considera uma inovação em termos de suporte, onde a internet proporciona
uma comunicação em rede que disponibiliza uma infinidade de conexões entre textos,
tornando-os em constante processo de composição. Num artigo virtual de jornal, por
exemplo, sua edição está disponível ao redator, que pode editá-lo e reconstruí-lo a
qualquer momento. Desse modo, a internet possui usuários da tecnologia e usuários
criadores, que participam da construção das informações de sites e de conteúdo do
ciberespaço.
1.1.1 Internet no Brasil
3 Browsers são navegadores de internet utilizados para realizar buscas hospedadas no servidor de
internet, ex.: Mozilla Firefox, Google Chrome, Opera, entre outros.
da população que vive longe dos centros urbanos são caracterizadas pela falta de
infraestruturas para levar conexão de internet para essas localidades.
As mídias digitais têm grande impacto na forma como nos comunicamos e nos
relacionamos com os outros. Pereira et al. (2011) apontam a necessidade da sua
utilização crítica, não meramente tecnológica, pois as relações virtuais não acontecem
no vazio, mas em contextos fundamentais para a interação. Os celulares facilitam o
acesso e a utilização da internet, conectando mais usuários e consequentemente
aumentaram o uso das redes sociais. A forma como os usuários podem contribuir na
utilização e construção das informações que circulam nas redes sociais impactam
também a internet. Pereira et al. (2011) usam a Wikipédia, uma enciclopédia em que
qualquer usuário pode contribuir com as informações do site, para exemplificar a
autonomia que o usuário possui nas redes.
Os adolescentes, que já tinham o maior tempo de uso das redes sociais, numa
situação como essa, seu tempo de uso da rede torna-se ainda maior. E como
consequência podem surgir adição, obsessão ou transtorno de dependência, que
pode ser catalogado como cyber sexo; dependência de redes sociais ou relações
mantidas em redes sociais; e o vício em jogos.
Segundo Volpato (2021) o Facebook foi a rede social mais acessada no Brasil
em 2020, no ano anterior quem ocupava esse lugar era o Youtube. O Facebook tem
2,7 bilhões de usuários e 130 milhões são brasileiros. A rede social possui diversas
funcionalidades: fazer amizades, comercializar produtos e serviços, obter
informações, etc. provavelmente o interesse em informações sobre a COVID-19 foi o
que a levou de volta ao 1º lugar. A 2ª posição ficou com o WhatsApp, rede social de
troca de mensagens individuais ou em grupo, que também é muito utilizada para
disseminação de informações. Através dos grupos, as mensagens se espalham
rapidamente pelo WhatsApp e as vezes essas informações não são verídicas, as
notícias falsas (Fake News), que foram utilizadas no período de pandemia para
divulgar notícias falsas sobre o vírus, a vacinação, auxílio do governo, por exemplo.
Em 3º ficou o Youtube, rede social voltada para produção de conteúdo em formato de
vídeo. O Youtube, que possui 2 bilhões de usuários mundiais e 105 milhões de
brasileiros, foi muito utilizada para obtenção de vídeos de notícias sobre a COVID-19
e também como fonte de entretenimento em seus mais variados tipos de canais, onde
o usuário pode acompanhar um tipo de conteúdo específico e receber um alerta no
celular assim que um vídeo novo for postado.
Em 4º lugar no ranking ficou o Instagram. A rede social foi uma das primeiras a
serem criadas para acesso exclusivo pelo celular e, mesmo com sua versão para
desktop, seu formato continua sendo pensado para o smartphone. O Instagram possui
diversas funcionalidades, tem as postagens, os stories, os reels, o IGTV, formas de
compartilhamento de fotos e vídeos. Em alguns casos, como a postagens, a
publicação é permanente, até que o usuário a remova; já o conteúdo dos stories
desaparecem em 24hrs e precisa ser constantemente alimentada com conteúdo novo.
Entre os primeiros 5 colocados no ranking, o Facebook é proprietário de três
(WhatsApp, Instagram e Facebook Messenger), seguindo a ordem do ranking as
outras redes mais acessadas no Brasil durante a pandemia foram o LinkedIn,
Pinterest, Twitter, TikTok e SnapChat.
1.2.1 O Instagram
Criado em fevereiro de 2010, o Burbn era um aplicativo para tirar fotos, mas seus
criadores, o brasileiro Mike Krieger e Kevin Systrom, consideravam-no complicado e
o app foi repensado. De Instant Camera (câmera instantânea) e telegram (telegrama)
surgiu o nome Instagram. O aplicativo passou a tirar e editar fotos, utilizar filtros e
realizar compartilhamento de fotos para outras redes sociais, houve mudanças nas
ferramentas de curtidas e de comentários, tornando-se assim, uma rede social.
Rabelo (2016) ressalta que perfis de famosos também lucram com o Instagram,
as publiposts (posts patrocinados) são utilizados pelas empresas que vinculam sua
imagem a um perfil que se adequa ao público do seu segmento. Esse tipo de
publicidade gera um custo bem menor que a produção de um comercial para a tv, ou
outro tipo de propaganda em outras mídias de massa, e proporciona a obtenção de
contato direto e interativo com o público-alvo. As postagens do feed ou no storie tem
valores diferentes já que o storie tem duração limitada enquanto a postagem é fixa.
Além dos artistas tradicionais, há utilização dos chamados criadores de conteúdo ou
instagramers, pessoas que se destacam na rede social e possuem milhares de
seguidores, atraindo a atenção de empresas e se tornando um método muito popular
para as campanhas de grandes marcas em todo o mundo.
2 Histórico das marcas Victoria’s Secret e Sagave X Fenty
A Victoria's Secret (VS) surgiu nos anos 1970 quando Roy Raymond precisava
comprar lingerie para sua esposa, mas a funcionária da loja o fez sentir-se
desconfortável. Ele então fundou em San Francisco, Califórnia, uma loja onde homens
pudessem comprar lingerie sem se sentir envergonhados. A loja tinha vendedores
treinados para ajudar os homens quanto ao tamanho e modelo das peças que
procuravam para suas mulheres e recebeu o nome de Victoria's Secret. Victoria
remete à sensualidade da era vitoriana e secret aos segredos que há debaixo da
roupa. Fava (2011) afirma que essa atmosfera refletira desde a loja, decorada como
um bordel Vitoriano, até as peças íntimas, que eram adornadas mesmo sendo peças
cotidianas. Na época, as lingeries eram simples e sem decoração, tornando as peças
da marca inovadoras.
De acordo com Chitas (2016), em 1982, Leslie Wexner comprou a empresa por
US$1 milhão. Wexner fez algumas mudanças e transformou o negócio. A estética da
marca mudou desde a decoração da loja, peças até os catálogos. Em cinco anos, a
empresa que faturava US$500 mil por ano passou a valer US$ 500 milhões. Roy
Raymond, inconformado, se jogou da Golden Gate Bridge. Em 2010, o lucro atingiu
US$5 bilhões.
Em 1995, a empresa possuía 670 lojas nos Estados Unidos e lançava o primeiro
desfile da marca, o Victoria's Secret Fashion Show, repleto de supermodelos. Desde
então, ano após ano a passarela da Victoria's Secret era um espetáculo à parte, com
as modelos mais famosas do mundo desfilando com asas de anjo e reverenciando a
beleza, a perfeição e a fantasia. Passou a ser almejada por todas as modelos como
uma referência ao sucesso, as ‘Angels’ são embaixadoras mundiais da Victoria's
Secret e para a marca já desfilaram Naomi Campbell, Heidi Klum, Tyra Banks, Gisele
Bundchen, Karlie Kloss e muitas outras Top Models, as maiores. Além de grandes
cenários e cantores, havia lingeries glamourosas, com sutiãs milionários, cravejados
de joias. Em 2000, Gisele Bundchen desfilou com o Fantasy Bra avaliado em US$15
milhões que entrou no Guinness Book como a lingerie mais cara da história, cravejada
com 300 quilates de rubis (figura 3).
A Victoria's Secret teve sua importância histórica na década de 90, como enfatiza
Sotocornó (2020), tirando da escuridão as lojas de lingerie e tornando empoderador
comprar um sutiã push-up (que define o formato dos seios). Hoje o empoderamento4
não está apenas em poder comprar, pois na era digital uma imagem importa e importa
muito. Com falas consideradas transfóbicas de seus executivos, dos estereótipos
culturais sobre feminilidade, não será de uma hora para outra que a marca se
encaixará nos novos padrões, nem tão pouco convencerá verdadeiramente o público.
4 Empoderamento de um grupo menos favorecido de autoridade a tomar decisões do que lhe diz
respeito. O empoderamento feminino especificamente refere-se à consciência da mulher quanto às
condições de inferioridade imposta ao seu gênero numa sociedade patriarcal.
grávida, que também é mulher e também usa lingerie, mas tem sua imagem
esquecida, mesmo a grávida sendo uma consumidora ativa tem reservada para ela a
seção de sutiãs de amamentação. A Savage X Fenty proporcionou ver-se na imagem
do outro usando pessoas que por ser como são estão fora dos holofotes, mas que
mostram que são elas quem consomem e agora são elas quem mandam.
A Victoria's Secret desde o seu surgimento sempre teve sua imagem associada
a modelos profissionais. Suas peças, campanhas e desfiles são protagonizadas por
modelos famosas e principalmente por um time de modelos específicas, as Angels,
que como embaixadoras da marca participavam das maiores campanhas publicitárias.
No Instagram podemos encontrar o novo time de modelos inclusivas da marca (figura
9), mas apenas uma delas possui o título de Angel, a Taylor Hill5. As novas modelos
inclusivas iniciaram sua participação na VS estrelando apenas as campanhas da linha
nude, as peças básicas da marca. Atualmente suas campanhas estenderam-se para
outros tipos de peças, porém a marca realiza publicações “especiais” estrelada por
suas Angels ou modelos famosas (figura 10).
5 Taylor Hill é uma modelo americana de 25 anos que dentre vários trabalhos é conhecida por
desfilar para a VSFS desde 2014 e é uma Angel da Victoria’s Secret desde 2015. É uma das
principais modelos do time de inclusão da VS.
Figura 10: Modelo Georgia Jagger
A moda pode ser entendida como manifestação artística das mudanças sociais,
uma forma de arte, “moda é um sistema que acompanha o tempo e a forma como as
pessoas se vestem, integrando o simples uso das roupas no dia a dia a um contexto
político e social” (RÔLLA, 2019, p.11). A moda é utilizada pelos jovens na construção
de suas identidades através de valores simbólicos que o identificam como parte de
um grupo social. O indivíduo pertence a um grupo que contribui com a formação da
sua identidade, mas pode abandoná-lo em caso de conflito de valores.
O conjunto de elementos que são entendidos como parte de um estilo da
Moda carregam valores simbólicos que remetem à identificação com um
grupo social particular. Roupas, calçados, acessórios, penteados,
maquiagens etc. fundem-se em imagens que buscam unir membros do grupo
de pertença e distingui-los dos demais. (SANT'ANNA, 2006, p.3).
Mesmo com a mudança de fluxo que aproximou a moda dos grupos sociais
dominantes e dos marginalizados, não houve alterações nos padrões estéticos.
Porém, busca-se diversidade através de pressões sociais realizadas em redes sociais
como o Instagram. Sobre as representações sociais Sant’Anna (2006) dá algumas
características gerais:
Destinam-se à criação de teorias do senso comum que consigam explicar e tornar objetiva a
realidade social para os indivíduos que compartilham as mesmas representações;
transformam o não-familiar em familiar, facilitando a aceitação e assimilação do novo por
parte dos indivíduos, auxiliando na elaboração de comportamentos e na comunicação;
através de processos de categorizações e associações das novidades a conhecimentos já
familiares – objetivação, ancoragem – facilita-se sua compreensão; as representações são
sempre compartilhadas por algum agente social em relação a algum objeto social em
contexto particular. (SANT'ANNA, 2006, p.5)
“Os elementos das representações sociais que os indivíduos criam sobre seus
ídolos ou referenciais manifestam-se através das roupas, atitudes, opiniões sobre
assuntos diversos, das relações com as famílias, amigos e instituições” (SANT’ANNA,
2006, p.7). A forma como a sociedade representa certos grupos sociais que aderem
a determinados padrões estéticos afeta também o indivíduo do grupo. Assim, a
construção da identidade depende do acesso ao discurso especializado e o da mídia,
estabelecendo relação de pertença a um grupo ao qual se identifica.
Como já vimos, para a Savage X Fenty, marca que surgiu dentro do contexto
social da falta de representação de pessoas negras e de corpos fora dos padrões
dominante, entrega produtos, campanhas e desfiles alinhados a essas ideologias. Já
a Victoria's Secret, que surgiu em outros contextos sociais, teve dificuldade para aderir
aos discursos produzidos pelos grupos minoritários. A marca tem tentado transmitir
esses valores, mas é perceptível que os interesses financeiros tornam seu discurso
menos verossímil. Os desfiles da VS definiam as novidades na moda íntima feminina,
além de legitimar os padrões estéticos hegemônicos com uma rigorosa seleção de
modelos, que passavam por um teste de análise do seu corpo a cada show.
A moda culturalmente adotou os padrões estéticos europeus (pessoa branca,
alta, magra e de cabelo liso), padrão que não contempla corpos negros que
precisavam se adequar a esses padrões para serem aceitos socialmente. Para
Oliveira (2018), o jovem negro periférico está condicionado à violência e à exclusão,
o Estado não lhes garante acesso a políticas públicas que visem à melhoria da vida
ou garantia da vida dessa população que é em sua maioria negra.
Esses novos gêneros, como o tweet e o storie, redefinem a relação do uso das
modalidades oral e escrita, pois as redes sociais diminuem as barreiras entre elas,
dessa forma proporcionam ao usuário a possibilidade de escrever como se fala. Em
redes sociais, como o WhatsApp, ou em comentários no Instagram, muitas vezes, a
finalidade da mensagem é exatamente esta, transmitir através do texto escrito a
versatilidade da fala. Além disso, há possibilidade da integração de sons, imagens,
movimento, e outros recursos semióticos disponibilizados pela tecnologia para
transmitir alguns efeitos da interação face a face que eram perdidos numa
conversação digital, como o olhar, um riso, gestos, etc. que podem ser recuperados
através de emojis, gifs e figuras.
Luz (2015) não considera que uma rede social seja apenas um ambiente de troca
comunicativa onde são gerados discursos, mas as define com uma teia em que laços
sociais são conectados e criam uma rede comunicativa, interativa para compartilhar
valores, interesses e ideologias entre os sujeitos. Para Martins e Ramos (2018), um
perfil no Instagram é construído como uma autobiografia através de sua descrição e
seus arquivos, fotos, vídeos, textos verbais publicados no feed ou no storie em
colaboração com os seguidores que os curtem e comentam. A comunicação pode ser
síncrona, com interação e resposta imediata, ou assíncrona, quando uma resposta
leva um tempo para ser dada. Não há linearidade nos discursos disseminados no
ciberespaço, mesmo tendo sido produzido num determinado momento, podem voltar
a relevância com um comentário ou uma curtida, um click e volta a ter novas
discussões.
O ator social é percebido pelas suas palavras, pelo discurso que constrói no
ciberespaço e é legitimado pelos grupos sociais. O ator social preenche o espaço
digital com suas informações, interesses, como sua expressão, pois sua existência
depende da sua visibilidade, “todos querem ser vistos, querem ser o acontecimento,
o próprio discurso imagético de si mesmo”. (LUZ, 2015, p.39). Para isso, mantém-se
um contínuo de informação para manter-se ativo, tal como fazem as empresas,
celebridades e demais usuários do Instagram, atualizam seu perfil constantemente
para manter o interesse dos seguidores, para atrair mais seguidores, aumentar seus
números de curtidas, aumentando assim o engajamento das publicações. Para
influenciadores digitais, esses números é visibilidade que atrai marcas para postagens
publicitárias, para as marcas é o alcance de mais consumidores.
O Instagram constrói uma nova estética com suas funções de edição e filtros que
modificam a imagem. Você é aquilo que deseja que o outro veja, “o sujeito é um texto
semiotizado que atua linguisticamente por meio da imagem” (LUZ, 2015, p.37).
Atualmente a sociedade produz meios discursivos imagéticos em larga escala,
inclusive utilizamos a linguagem imagética para interagir com outro discurso de
linguagem imagética, como no uso de emojis e gifs. Para Luz (2015), a imagem só faz
sentido devido às relações com os aspectos sociais, históricos, culturais a que está
interligada. A imagem é uma releitura do real, representação do real e do ponto de
vista do autor, repleta de cores, fontes, tons, entre outros objetos gráficos que
atribuem sentidos ao discurso. Nas publicações, o verbal e o visual se complementam
na produção de sentidos.
A rede social Instagram abriga diversos gêneros, nela existe a mensagem direta,
os comentários, o storie, a live e a postagem (post). Seja em um perfil pessoal, seja
em um comercial, as postagens do Instagram para serem publicadas precisam de dois
recursos básicos em sua forma: foto ou vídeo e uma legenda. As imagens podem ser
publicadas numa sequência de até 10 imagens entre fotos ou vídeos. A legenda tem
6Link que relaciona um texto com outros textos na web. É um recurso interativo utilizado que possibilita
a complementação de informações num mesmo momento.
limite de 2.200 caracteres, que incluem três tipos de recursos, o texto verbal, números
e símbolos; o emoji; e os hiperlinks: a hashtag, que direciona o usuário a postagens
semelhantes no Instagram e possui limite de 30 hashtags numa publicação; a
marcação, recurso que possibilita marcar outro usuário utilizando o ‘@’ ou um botão
no post; e a sacola, disponibiliza os preços dos produtos e direciona para a compra
imediata.
Os Recursos Semióticos São qualquer coisa que as pessoas usem para fazer
sentido, para interagir, isto é, tudo o que a cultura disponibiliza para gerar significado.
Na figura (15), a modelo encontra-se em contato de Oferta, ela não olha para o
espectador, está alheia a ele, olhando para baixo abotoando a blusa. O plano é aberto,
a modelo está sentada no que parece ser uma janela e está distante o suficiente para
vê-la da cabeça aos pés, está localizada na margem direita da imagem. Seu ângulo é
oblíquo, está alheia ao leitor, há um desligamento entre eles. O fundo da imagem é
claro e contrasta com a pele da modelo. A saliência da imagem está na própria modelo
de pele e cabelos escuros que se destacam no cenário branco e roupas também em
tom claro. A imagem tem forma quadricular, visível no formato da fotografia, na janela,
no quadrado que formam os degraus da escada, no espaço no chão e no espaço de
parede acima da escada. As peças da roupa também seguem essa forma, através da
linha da barra da manga da blusa e do short, a peça também possui linhas no bolso
da blusa e no meio, na abertura de botões, as sombras das pernas da modelo formam
linhas que levam o olhar até a parte superior da modelo. Suas mãos manuseando os
botões, seu olhar para baixo, suas pernas descobertas e as sombras das pernas criam
um ponto de foco na blusa e no short.
Valor Informativo
A informação é assim apresentada pelo layout para ser lida nessa estrutura,
mesmo que tenha ou não esse valor para o leitor. É comum que haja um movimento
de Novo para Dado, uma informação nova torna-se dada ao acréscimo de uma nova
informação, isso é característico tanto da fala quanto da escrita.
7Solange van Doorn é uma modelo curvy americana de 20 anos e 1,80 m, que já colaborou com
Calvin Klein e Savage X Fenty.
4.1 Grupo de inclusão
A figura (18) também possui cinco modelos, quatro com o olhar em Contato de
Demanda e uma de Oferta, com olhos cerrados e direcionados a modelo que está no
centro e abaixo dela. Três modelos estão em plano aberto, duas estão em plano
fechado. No valor informativo da imagem temos o Ideal x Real, Dado X Novo e Centro
X Margem. Há uma modelo em cada valor informativo, uma modelo na margem
superior esquerda e uma na inferior esquerda; uma localizada na margem superior
direita e uma na inferior direita; e uma modelo no centro.
8Normani é uma cantora e dançarina americana, integrante do grupo Fifth Harmony que foi criado no
programa de tv The X Factor em 2012. Foi a primeira embaixadora da Savage X Fenty e participou de
campanhas publicitárias da marca, assim como dos desfiles da SFS e da NYFS.
Figura 19: Solange van Doorn Figura 20: Modelo SF
Na figura (19), notamos um tom mais frio com relação à figura (20) em que a pele
da modelo tem um tom mais quente, avermelhado, enquanto a modelo da (19) recebe
luz e brilho em sua pele. As modelos têm formato de corpo semelhante, mas podemos
notar que as proporções da SF são maiores principalmente no quadril. Diferentemente
de outras postagens da VS, nessa a modelo utiliza uma peça rendada de cor vermelha
que transmite sensualidade, mas a forma como seu braço e perna direita estão
dispostos faz parecer que ela o esconde, tem desconforto em mostrá-lo, contradiz
com a sensualidade da lingerie.
A postagem mais curtida da VS tem a Rihanna como modelo (figura 21), 181 mil
curtidas, apesar de não vermos seu rosto, ela causa impacto nas divulgações da
marca pois a cantora ocupa 3 das 10 postagens com mais likes da SF. Precisamos
considerar os números de seguidores que as duas marcas possuem em seu perfil
para qualificá-las com números altos ou baixos, já que a VS tem mais de 10 milhões
a mais de seguidores que a SF. A postagem mais curtida da VS e de todas coletadas
(figura 22) é a que inicia a inserção do grupo de inclusão nas campanhas, é a primeira
imagem de diversidade postada pela Victora’s Secret. Mas essa foi uma “imagem
meramente ilustrativa”, o grupo de inclusão que estava por vir não era esse, que
possui mulheres mais velhas, negras e de tamanho maiores. Mesmo assim, foi
surpreendente a postagem chegar a esse número de curtidas, pois as outras
postagens mais curtidas não possuem as modelos inclusivas, até possuiem a Taylor
Hill, mas ela é uma Angel e já participava de campanhas para a marca há anos. Todas
as 10 postagens com menos curtidas são das modelos do grupo de inclusão, Solange
van Doorn (a mais inclusiva) ocupa 5 delas, situação contraditória que a mais curtida
seja a da proposta de diversidade, mas que ao longo das campanhas não é esse o
perfil de modelos que satisfaz seu público.
4.2 Comparação
A figura (23) tem distância social em plano médio com ângulo oblíquo e contato
de Oferta, olhando para baixo, o espectador é quem a observa. A modelo encontra-
se centralizada, a imagem está em preto e branco, com saliência na lingerie, o preto
da peça contrasta na pele da modelo e no fundo claro. Uma das tiras da lingerie na
parte de trás de seu corpo está solta e forma uma linha quase reta, com uma curva
muito leve, essa parte do corpo da modelo foi minimizada. Em contrapartida, os seus
seios foram realçados, é perceptível que a forma arredondada é evidenciada no
contraste do preto da peça contra a luz do fundo. O fundo é completamente branco
para que a modelo e produto sejam o foco da imagem, para que o produto fique em
evidência. A postagem faz parte da campanha do Dia dos namorados, a legenda
complementa a imagem, “pular os chocolates” remete a pular essa etapa do presente
de dia dos namorados e sem o texto verbal não identificaríamos a publicação como
voltada para o Dia dos namorados. Essa é quarta postagem mais curtida dentre as
coletadas, 375 mil curtidas.
Na figura (24) temos a modelo num ângulo semelhante, porém na (24) o Contato
é de Demanda, a modelo olha diretamente para o leitor, seu ângulo é quase frontal, a
posição das pernas permite destacar a curvatura do quadril contra a luz que entra pela
janela. A imagem possui cores e brilho, que ilumina a peça de couro preta, também
há textura nas ondas da cortina. A cortina forma linhas verticais, a modelo está
inserida entre as linhas, no centro da imagem. A legenda possui duas hashtags, o
ícone de sacola e um provável emoji, o x significa que ele é visível apenas em
aparelhos IOS, o texto verbal “Não é responsável por nenhum pescoço partido”,
referente à sensualidade causada pela modelo.
A figura (25), assim como a (23), está em preto e branco com fundo vazio para
concentrar a atenção no produto. A lingerie se destaca na cor preta em contraste com
a pele da modelo e o fundo da imagem. Nas poses (25) e (26) as modelos encontram-
se em plano médio, com as mesmas posições dos braços. Mas, na figura (25), a
modelo tem Contado Demanda e está em ângulo frontal, de frente para o espectador,
seu cabelo possui movimento. Na (26) ela inclina seu rosto num ângulo oblíquo, em
contato de Oferta, olhando para o algo na lateral.
Nas figuras (27) e (28) as modelos utilizam lingeries vermelhas, a da figura (27)
é opaca e a (28) possui brilho, o vermelho é uma cor quente que salta aos olhos, atrai
a atenção de quem a observa. Representa a sensualidade, a paixão, vitalidade e calor,
emoções fundamentais para o Dia dos namorados. Em ambas as publicações, o ícone
de sacola está presente visando à venda do produto. A modelo da figura (27) tem a
cor de pele negra, historicamente as mulheres negras são associadas à sensualidade,
fertilidade e sofrem com a hipersexualização de seus corpos. Além disso, a modelo é
a brasileira Lais Ribeiro 9 , a mulher brasileira possui o estereótipo de sensual e
frequentemente tem sua imagem erotizada. Lais tem o torneamento do seu corpo
marcado por sombreamento nas coxas, barriga, seios e pescoço, definindo seu corpo
e destacando sua forma física. O fundo da imagem é neutro, concentrando a atenção
na lingerie vermelha e na modelo.
A figura (28) tem mais iluminação, que evidencia as curvas da modelo, que tem
tamanho maior que a da (27) e encontra-se numa lingerie mais ousada com tiras e
meia-calça. A modelo encontra-se centralizada na imagem, entre duas janelas. A luz
que entra destaca o brilho da lingerie, fazendo a peça se sobressair na pele clara da
modelo.
9Lais Ribeiro é uma topmodel brasileira de 30 anos considerada uma das mulheres mais sexy do
mundo. Já trabalhou para as maiores grifes do mundo e participou dos principais desfiles de moda.
Participa de campanhas da Victoria’s Secret desde 2010 e é uma Angel desde 2015.
Figura 29: Pose 4 VS Figura 30: Pose 4 SF
Nas figuras (29) e (30) as modelos vestem lingeries vazadas e com exposição
dos seios, mas em (29) a modelo os cobrem com as mãos. Em (30), os nipple past
tem formato circular que, em meios a transparência, formam dois pontos que levam o
espectador a observá-los. Ambas as modelos estão em plano médio em ângulo frontal
em Contato de Demanda. Em (29), o fundo é novamente neutro, fazendo a lingerie de
cor preta se destacar. Quando comparadas, o formato da imagem em (29) deixa dois
espaços vazios nas margens, a modelo ocupa apenas o centro, já na figura (30),
apesar da modelo também estar centralizada, o formato da imagem mais vertical a faz
ocupar mais espaço nas imagens e consequentemente contempla toda a fotografia.
Os tamanhos dos seios e quadril da figura (30) são maiores que a da (29). Na
VS, a modelo tem sua estrutura óssea destacada, já a SF opta por evidenciar o quadril
da modelo. A VS faz questão de destacar os corpos de suas modelos, utilizando
recursos de brilho, linhas e ângulos que sobressaltam partes como quadril e seios. A
VS utiliza recursos para destacar partes ósseas das modelos que evidenciam sua
magreza, como pescoço, abdômen e coxas.
4.3 Comentários SF
A Savage X Fenty costuma publicar fotos de suas clientes vestindo suas lingeries
e realizar concursos para que elas possam aparecer no perfil da marca, tanto em fotos
profissionais realizadas em estúdio, como em fotos amadoras tiradas em casa pelas
consumidoras. Na publicação a seguir, há uma seguidora reconhecendo sua prima na
postagem (32). Na imagem (31), três consumidoras posam juntas para a marca
usando a mesma peça. As três possuem características semelhantes, três jovens
mulheres negras, de cabelo curto cacheado. Nos últimos anos, muitas mulheres
negras passaram pelo processo de transição capilar, para abandonar o alisamento e
abraçar os fios naturais crespo/cacheados. Portanto, fotografar três consumidoras
com o mesmo perfil não foi uma escolha aleatória, elas representam muito para os
consumidores da maca ao posarem com os cabelos naturais.
“Aquela é minha prima” (figura 32), diz o comentário de uma usuária da rede
social ao reconhecer a prima na postagem da SF (figura 31). As publicações da SF
estão repletas de comentários com pedidos de mulheres que querem modelar para a
marca, “Posso modelar para vocês, pessoal?” (figura 33), “Eu quero ser uma modelo
de biquíni da fenty” (figura 34), “Eu quero modelar para fenty” (figura 35), dizem os
comentários. Os três comentários são complementados pelos recursos semióticos de
emojis junto ao texto verbal, o de coração ressalta o amor pela marca e o choro é o
desejo ainda não atendido de aparecer numa postagem, os fogos transmitem a
sensualidade da publicação. Os emojis expressam emoções, a marca faz uso desse
recurso em suas legendas e como resposta recebe de seus seguidores comentários
contendo emojis, como uma troca de carinho entre os interlocutores, cria-se uma
relação de intimidade e afeto entre eles.
4.4 Comentários VS
Alguns comentários criticam a marca por ter cedido à pressão social e alterado
o visual de suas campanhas com a nova proposta. “Eu amava a fantasia que a VS
vendia com modelos magras. Eu odeio todos vocês que pressionaram a mudar” (figura
44), “modelos magras são melhores” (figura 45), dizem os comentários.
Com licença, mas a decisão de se sentir insegura sobre seu corpo apenas
permitida por você mesmo, ninguém tem o direito de afetar sua confiança em
você se você não permite. Além disso, em cada loja da VS tem vários
tamanhos para diferentes tipos de corpos... E você não sabe porque
obviamente não segue a VS, a marca cancelou o show desde o ano passado
e não foi por causa da pandemia. E eu não estou julgando os corpos das
mulheres, estou apenas expressando o que eu acho mais estético para a
marca. (Figura 46).
Cara, eu sei que foi cancelado ano passado. PORQUE as pessoas estavam
com raiva que a VS não iria elencar modelos trans e plus size. E eles tinham
todo direito. A estética pode ter sido boa mas nesse dia e ano diversidade e
inclusão é o que importam. Mulheres querem ver corpos que elas podem se
relacionar e eu estou muito alegre que a VS está fazendo isso. Mas dizer que
era melhor quando APENAS garotas magras podiam ser modelos para a VS
não é o que a sociedade precisa. (Figura 47).
“Um pouco tarde para isso” (figura 49) diz um dos comentários, por causa
demora da VS em atender as críticas à sua abordagem. “Quando vocês irão começar
a usar modelos assim nos seus fashion shows?” (figura 50), diz um comentário que
critica a falta de diversidade nos desfiles da marca. “Eu acho que seria incrível ver
mais diversidade no seu post. Está faltando mais corpos com curvas, corpos de
meninas trans, corpos de meninas baixas e corpos de meninas altas, etc. Seria incrível
ver um post com mais diversidade” (figura 51). Esse último comentário é esclarecedor
com o quanto a VS não compreendeu que seus padrões de beleza ainda são os
mesmos, suas modelos ainda tem o mesmo biótipo de sempre, no seu grupo de
inclusão e diversidade a única diferença entre as modelos são características étnico
raciais.
Figura 49: Comentário VS 10
Os recursos semióticos também são usados pelos usuários da rede social, que
utilizam emojis, hashtags, caixa alta, etc. nos comentários das postagens para
expressar seu interesse ou desinteresse pela empresa ou pela mensagem que
comunicam. Em sete comentários analisados da SF, em cinco encontramos a
presença de emoji utilizados pelos usuários para interagir com a empresa. Já nos
comentários da VS em que foram quinze analisados (incluindo as figuras que
possuem mais de um comentário juntos) não encontramos a presença de nenhum
emoji, os seguidores não interagem com a empresa de maneira afetuosa. Nas doze
postagens utilizadas na análise comparativa do capítulo 4 (a partir da figura 17), das
sete postagens da SF as sete possuíam emoji na legenda e seis possuíam hashtags.
Entretanto, a VS não utilizou nenhum desses recursos semióticos nas suas legendas,
se amparando apenas em textos verbais.
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ANEXOS