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Thiago Figueiredo
Aquidauana – MS
Maio de 2010
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL
UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE AQUIDAUANA
CURSO DE AGRONOMIA
Aquidauana – MS
Maio de 2010
ii
Epígrafe
Aos meus pais (MÁRIO & ZENI), pela dedicação, incentivo, carinho e apoio;
Aos meus irmãos (Rui, Poline e Valquíria), pela compreensão;
Aos meus amigos que são poucos mais valiosos (Lucimara, Nádia, Vilma,
Laura, Fabrício, Juliano);
E a todos que passaram na minha vida e deixaram lições que vou levar para a
vida toda!
Victor Hugo
DEDICO
iii
AGRADECIMENTOS
iv
SUMÁRIO
RESUMO VI
I – INTRODUÇÃO 1
II – REVISÃO DE LITERATURA 3
IV – RESULTADOS E DISCUSSÃO 14
V - CONCLUSÃO 20
VI – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 21
VII – ANEXO 28
v
RESUMO
vi
I – INTRODUÇÃO
2
II – REVISÃO DE LITERATURA
3
Em 1984 o sistema de produção de mudas em bandejas de isopor
(poliestireno estendido) começou a ser utilizada no Brasil, sua principal
vantagem é a formação de mudas mais uniformes. Na maior obtenção de
número de mudas por unidade de área com maior controle fitossanitário,
resultando em mudas de melhor qualidade (GOMES et al., 2008).
Para Godoy & Cardoso (2005) o uso de bandejas para a produção de
mudas de hortaliças, principalmente nas Brássicas cresceram
significativamente nos últimos anos. As vantagens desse método decorrem do
melhor aproveitamento das sementes; maior facilidade para a realização dos
tratos culturais (desbaste, capinas, irrigações e pulverizações), diminuição das
falhas; aumento a homogeneidade das plantas; facilita o transporte;
possibilidade de reutilização do material e menor dano às raízes por ocasião do
transplantio.
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ventilação natural e, à noite, ocorrem temperaturas inferiores às críticas das
plantas cultivadas.
As telas de sombreamento vêm sendo cada vez mais utilizadas com o
objetivo de reduzir a incidência direta dos raios solares e proporcionarem
temperaturas mais amenas. A produção de mudas sob telas de polipropileno
em regiões de temperatura e luminosidade elevadas contribui para a
diminuição dos efeitos maléficos da radiação, resultando em mudas vigorosas,
boas para o transplante e conseqüentemente, aumento na produtividade e na
qualidade dessas plantas para consumo (ALMEIDA et al., 2005).
Segundo Vieira (2008) existem varias constituições dos ambientes
protegidos para a produção vegetal, possuindo diversas configurações, vários
materiais estruturais, diferentes materiais de cobertura e de proteção lateral,
bem como os custos diferenciados em função das tecnologias empregadas em
cada projeto específico.
Na tentativa de melhoria da qualidade do produto agrícola, os ambientes
protegidos com plásticos agrícolas têm sido cada vez mais utilizados, desde os
pequenos agricultores até grandes empresas. As estufas são grandes aliadas
dos cultivos agrícolas, pois possibilita melhores condições de desenvolvimento
e produção, fornecendo microclimas amenos livres de excessos de chuvas que
podem provocar encharcamento do solo, lixiviação de nutrientes e erosão,
prejudicando a colheita e a qualidade do produto (GALVANI et al., 2003).
Segundo Grande et al. (2003) existem trabalhos sobre o cultivo de
hortaliças em ambiente protegido no Brasil no final dos anos 60. Entretanto, a
partir do fim dos anos 80 e, principalmente, no início da década de 90 é que
esta técnica de produção passou a ser amplamente utilizada.
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retenção de umidade e uniformidade. A escolha e manejo correto do substrato
são de suma importância para a obtenção de uma muda de qualidade
(BEZERRA & BEZERRA, 2001).
Um substrato agrícola deve ter uma proporção adequada entre macro e
microporos, favorecendo a atividade fisiológica das raízes, consequentemente,
o desenvolvimento das plantas. Os substratos devem ser inertes, combinando
uma elevada capacidade de reter água com um potencial matricial baixo, ser
abundantes na região, de baixo custo e isentos de pragas e fitopatógenos.
Desta forma, qualquer material orgânico ou inorgânico com estas
características, sem ser tóxico, apresenta alto potencial para ser usado como
substrato agrícola (KOYANAGUI et al, 2008).
Para Maciel (2007), a eficiência do substrato está diretamente
relacionada a uma boa formação das mudas destinadas a produção vegetal.
Um bom substrato deve ter uma boa capacidade de aeração, drenagem,
retenção de água e disponibilidade balanceada de nutrientes, a formação do
sistema radicular e a parte aérea estão associadas com a essas
características, sendo que as duas primeiras características estão relacionadas
com a microporosidade e superfície especifica do substrato.
O manuseio e a utilização de substratos requerem cuidados especiais,
dentre esses problemas podem ser considerados: acidez excessiva, excesso
ou deficiência de nutrientes e salinidade, sendo que esta interfere diretamente
na condutividade elétrica do substrato, podendo prejudicar ou até mesmo
impedir o desenvolvimento das mudas (GOMES et al., 2008).
Segundo Yamanishi et al. (2004) a utilização de um substrato com boa
composição química e orgânica é importante, pois o mesmo influencia o estado
nutricional das mudas. O substrato adequado deve apresentar boas
características físicas, químicas e biológicas, possibilitando, assim, um rápido
crescimento da muda, um bom teor de matéria seca nas partes aérea e
radicular, dentre outras características.
De acordo com os mesmos autores, o uso de matéria orgânica no
substrato é um dos fatores que influenciam na absorção de nutrientes, em sua
pesquisa foi observado que a adição de esterco de curral à mistura de
substrato proporcionou melhores resultados no desenvolvimento de mudas.
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Diversos materiais orgânicos e minerais têm sido utilizados, na produção
de mudas, como substrato. Portanto há a necessidade de se determinar os
substratos mais apropriados para cada espécie de forma a atender a exigência
de nutrientes e propriedades físicas. O substrato precisa também ser um
material abundante na região e ter baixo custo, razão pela qual geralmente se
utilizam resíduos da propriedade ou industriais. Entre materiais freqüentemente
utilizados como substrato, se destacam: casca de arroz carbonizada, esterco
bovino, bagaço de cana, composto orgânico, cama de frango e húmus. A
associação de materiais permite uma melhor condição para o desenvolvimento
das plantas (LIMA et al., 2006).
O composto orgânico é o produto final da decomposição aeróbia de
resíduos vegetais e animais. O composto orgânico atua como condicionador e
melhorador das propriedades físicas, químicas e biológicas do solo, fornece
nutrientes, favorecendo um rápido enraizamento e aumentando a resistência
das plantas (SOUZA & ALCÂNTARA, 2008).
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III – MATERIAL E MÉTODOS
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Foto: Thiago Figueiredo
Figura 2. Viveiro agrícola telado. Aquidauana-MS, 2009.
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Foto: Thiago Figueiredo
Figura 3. Bandejas no ambiente A1. Aquidauana-MS, 2009.
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Foto: Thiago Figueiredo
Figura 4. Plântulas emergidas. Aquidauana-MS, 2009.
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Foto: Thiago Figueiredo
Figura 6. Medição do diâmetro do colo. Aquidauana-MS, 2009.
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Foto: Thiago Figueiredo
Figura 8. Balança de precisão. Aquidauana-MS, 2009.
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IV – RESULTADOS E DISCUSSÃO
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Numa análise global dos tratamentos principais, as maiores plantas com
maior acúmulo de biomassa foram obtidas na estufa plástica, na bandeja de 72
células e nos substratos com 100% e 80% de esterco bovino. O diâmetro do
colo não diferiu nos ambientes de cultivo (Tabela 2). O substrato com 100% de
ramas de mandioca apresentou as menores características nas variáveis
estudadas para a formação de mudas de couve manteiga. Provavelmente a
escassez de nutrição associada à alta relação carbono-nitrogênio não permitiu
um bom desenvolvimento das mudas no S6.
Nas interações ambientes e recipientes (A x R) observa-se que houve
interferência do volume da célula no crescimento das plântulas, onde o maior
volume (bandejas com 72 células) propiciou plantas com maiores alturas, maior
diâmetro e acúmulo de biomassa, excetuando a altura do dia 17/06 no viveiro
telado (A2) (Tabela 3). Outros relatos a respeito de melhores mudas formadas
em bandejas com células de maior volume foram descritos por Marques et al.
(2003) e Trani et al. (2004) em alface, Echer et al. (2007) em beterraba e
Modolo & Tessarioli Neto et al. (1999) em quiabeiro.
Na bandeja de 72 células as plântulas cultivadas no sombrite
apresentaram maior altura que na estufa agrícola, no início e fim do
desenvolvimento da fase de muda, assim como maior biomassa. Esse
ambiente também proporcionou plântulas de melhor qualidade e vigor que a
estufa para a bandeja de 128 células, com maior acúmulo de carboidratos e
alturas, porém o diâmetro do colo não diferiu nos ambientes (Tabela 3). O
menor desenvolvimento e crescimento da planta, observada na estufa plástica,
está associada a maior evapotranspiração nesse ambiente (COSTA et al., 2009
a, b). Mudas de mamoeiro tiveram melhor crescimento em ambiente a céu
aberto em comparação com a estufa plástica e viveiro telado (ARAÚJO et al.,
2006). Em mudas de tamarindeiro (Tamarindus indica) (MENDONÇA et al.,
2008) e jatobá (Hymenaea courbaril L.) (CARVALHO FILHO et al., 2003), o
ambiente a céu aberto propiciou mudas mais vigorosas que o telado com
sombrite 50%, no entanto, em Angelim (Andira fraxinifolia Benth.) (CARVALHO
FILHO et al. 2004) e Canafístola (Cassia grandis L.) (CARVALHO FILHO et al.,
2002) o telado promoveu melhores características às mudas.
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Tabela 3. Interações entre ambientes (A) e recipientes (R) para a altura de
planta (AP) avaliada aos 16, 23 e 30 dias após a semeadura (DAS),
diâmetro do colo (DC) e massa seca da muda (MS). Aquidauana -
MS, 2009.
Altura 16 (DAS) (cm) Altura 23 (DAS) (cm) Altura 30 (DAS) (cm)
** A1 A2 A1 A2 A1 A2
R1 2,0 Ab 2,2 Ba 4,1 Aa 4,0 Ab 4,6 Ab 4,7 Aa
R2 1,9 Bb 2,3 Aa 2,4 Bb 2,9 Ba 2,8 Bb 3,1 Ba
Diâmetro do Colo (mm) Massa seca (g) - -
R1 1,7 Aa 1,6 Ab 0,068 Ab 0,094 Aa - -
R2 1,2 Ba 1,3 Ba 0,036 Bb 0,050 Ba - -
*Letras iguais maiúsculas nas colunas e minúsculas nas linhas não diferem entre si pelo Teste
de Tukey a 5% de probabilidade.
** A1 = estufa agrícola; A2 = viveiro telado; R1 = bandeja com 72 células; R2 = bandeja com
128 células; S1 = 100% de esterco bovino e 0% manivas de mandioca; S2 = 80% de esterco
bovino e 20% manivas de mandioca; S3 = 60% de esterco bovino e 40% manivas de
mandioca; S4 = 40% de esterco bovino e 60% manivas de mandioca; S5 = 20% de esterco
bovino e 80% manivas de mandioca; S6 = 0% de esterco bovino e 100% manivas de
mandioca.
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semelhantes, não diferindo significativamente. Para o S3 da primeira e
segunda coleta, a bandeja de 128 células propiciou mudas maiores. Para o S5
das três coletas e S1, S2, S4, e S6 das duas últimas coletas, a bandeja com
maior volume celular (bandeja de 72 células) promoveu maiores plântulas.
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Existe uma predominância das variáveis apresentarem maiores valores
nos substratos S1 e S2. Nesses substratos, o viveiro agrícola promoveu maior
acúmulo de biomassa, assim como para o substrato S3. Nos substratos com
40% e 20% de esterco os ambientes não diferiram e para o 0% de esterco a
estufa propiciou maior massa seca que o viveiro (Tabela 5).
A maior biomassa e maior diâmetro do colo foram obtidos no recipiente
com células de maior volume (bandeja de 72 células), para a maioria dos
substratos testados, com exceção do S4 para a massa seca e diâmetro do
colo, assim como o S5 apenas para o diâmetro, onde os recipientes não
diferiram (Tabela 5).
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necessidade de calagem e adubação com esterco. Resultados diferentes do
presente trabalho onde se observaram que doses de 20 e 100% foram mais
propiciais a formação de mudas de couve.
Aspectos de forma de compostagem do esterco podem ter promovido
condições adequadas ao desenvolvimento da muda de couve em substrato
com 100% desse material, aliado a maior quantidade de nutrientes, pois Araújo
Neto et al. (2009) destacam que a fonte orgânica é responsável pela retenção
de umidade e fornecimento de parte dos nutrientes. Em sistema orgânico, a
utilização do esterco bovino misturado a resíduos orgânicos, casca de arroz
carbonizada e casca de coco triturada não promoveu mudas de qualidade de
pimentão, sendo inferior a substrato contendo húmus de minhoca e ao
plantmax® (ARAÚJO NETO et al., 2009). Em mudas de Acacia mangium e
Acacia auriculiformis a utilização de solo, areia e esterco bovino (1v:1v:1v)
promoveu melhores mudas que o solo, areia e lodo de esgoto (1v:1v:1v)
(CUNHA et al., 2006). Observa-se que nos trabalhos anteriormente citados,
utilizam no máximo 1/3 (33%) do esterco bovino, porém no experimento com
mudas de couve 100% promoveu as mudas mais vigorosas.
Mudas de laranja pêra em substratos a base de 1/3 de terra e 1/3 de
esterco bovino apresentaram desenvolvimento superior às mudas produzidas
em apenas 100% de terra, pois as misturas agregam porosidade e possibilitam
melhor desenvolvimento radicular (MOURÃO FILHO et al., 1998). Em mudas
de mamoneira, misturas de “solo, esterco bovino e casca de amendoim ou
mucilagem de sisal ou bagaço de cana ou cama de frango”, foram inferiores a
mistura de “solo, casca de amendoim e mucilagem de sisal”, revelando que o
esterco bovino não apresentou vantagens ao vigor das mudas, e a casca de
amendoim e mucilagem de sisal juntas, contribuíram para melhoria das
características físicas do substrato (LIMA et al., 2006).
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V - CONCLUSÃO
20
VI – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
21
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-
204X2007000600011&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 07 de mar. 2010.
22
COSTA, E. Avaliação da produção do morangueiro em sistemas hidropônicos,
utilizando casas de vegetação com diferentes níveis tecnológicos. 130p. Tese
(Doutorado em Construções Rurais e Ambiência) - Faculdade de Engenharia
Agrícola, Universidade Estadual de Campinas, Campinas-SP, 2004.
23
sul. In: ENCONTRO DE ENERGIA NO MEIO RURAL, 3., 2003. Proceedings
online, Campinas-SP, 2003. Disponível em:
<http://www.proceedings.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=MSC0000
000022000000200057&lng=pt&nrm=abn>. Acesso em: 05 Mar. 2010.
24
Avançado, 2. Foz do Iguaçu - PR. Resumos... Foz do Iguaçu-PR:
Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), 2007.
25
OLIVEIRA, A. C.; BISCARO, G. A.; MARQUES, R. P.; REIS, L. L.; ZONTA, T.
T.; MARUYAMA, W. I.; MAIA, S. C. M.; FREITAS JÚNIOR, N. A.; MENDONÇA,
V. Avaliação da germinação e formação de mudas de couve manteiga
utilizando diferentes combinações de substrato nas condições de
Cassilândia/MS. In: Congresso Brasileiro de Olericultura, 47., 2007, Porto
Seguro. Anais... Brasília: Sociedade Brasileira de Olericultura, 2007.
26
Universitária de Aquidauana, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul,
Aquidauana, 2008.
ZANÃO JÚNIOR, LUIZ A; LANA, R. M. Q.; RANAL, M. A.; SÁ, K. A.; SILVA, A.
M. Resposta da couve-da-Malásia a doses de nitrogênio. In: Congresso
Brasileiro de Ciência do Solo, 29. Ribeirão Preto. Resumos... Viçosa:
Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2003.
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VII – ANEXO
28