Os principais hormônios liberados pelo hipotálamo que interferem na
secreção hipofisária são:
Hormônio liberador de tireotrofina (TRH): O hormônio
tireotrófico (TSH), também chamado de tireotrofina, é uma glicoproteína dimérica (subunidade α e β), de peso molecular aproximado de 28.000 e especificidade entre as espécies. Sua produção se dá nos tireotrofos da adeno-hipófise quando sob estimulação hipotalâmica (TRH), e o aumento na concentração de tiroxina (T4) e triiodotironina (T3) reduz a secreção de TSH. Apresenta meia vida de 30 a 50 minutos e determina a produção e liberação de iodotironinas na tireóide, além de hipertrofia do epitélio secretor devido ao aumento do metabolismo e da síntese de RNAm. O mecanismo de ação do hormônio em questão na tireóide abrande o aumento do AMPc intracelular, levando, entre outras respostas, ao aumento da captação de iodo; estimula também a quebra de tireoglobulina. Sua secreção é modulada pela retroalimentação dos hormônios tireoidianos, além de ser suprida pela dopamina, somatostatina e glicocorticóides; no entanto, o estimulador principal da secreção de TSH é o frio. O fato de o centro termorregulador ser próximo do hipotálamo com a região de síntese do TRH torna mais fácil o engrandecimento na produção de calor por meio do aumento do metabolismo em resposta à queda da temperatura corporal. Além dos glicocorticóides, a privação alimentar pode reduzir a atividade do eixo hipotálamo-hipófise-tireóide.
Hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH): O hormônio
liberador de gonadotrofina, de sigla GnRH, é um hormônio polipeptídico sintetizado pelo hipotálamo, que age sobre a hipófise e leva à liberação dos hormônios LH e FSH (hormônio luteinizante e folículo-estimulante, respectivamente). GnRH é responsável por regular indiretamente a atividade gonadal por meio de estímulos da secreção de LH e FSH pela hipósfise. A frequência e amplitude dos pulsos de GnRH e gonadotrofinas são responsáveis pelo controle da atividade gonadal e, consequentemente, das funções reprodutivas.
Deficiências: Homens têm níveis baixos plasmáticos de testosterona e
infertilidade; mulheres têm amenorreia, baixos níveis séricos de estrogênios e infertilidade. Um habitus eunucóide (alto, magro e com braços e pernas longos) geralmente está presente. Entretanto, pacientes com hipogonadismo primário apresentam concentrações elevadas de LH e FSH, ao passo que aqueles com deficiência de gonadotrofinas, secundária (hipofisária) ou terciária (hipotalâmica), apresentam concentrações baixas a normais, baixas ou não mensuráveis desses hormônios.
Somatostatina ou hormônio inibidor do hormônio do
crescimento (GHIRH): A somatostatina (SS), também conhecida como hormônio inibidor da liberação de GH, é um hormônio protéico sintetizado pelas células delta presentes nas Ilhotas de Langerhans pancreáticas
Ação predominantemente inibitória, tanto para a secreção de GH
(hormônio do crescimento ou somatotrofina) quanto para a secreção de TSH (hormônio estimulante da tireóide). São encontradas em diversos tecidos extra-hipotalâmicos, como no sistema gastrointestinal, na placenta e região medular da suprarrenal, apresentando outras funções além do controle da secreção de hormônios hipofisários.
Intervém indiretamente na regulagem da glicemia, e modula a
secreção da insulina e glucagon. A secreção da somatostatina é regulada pelos altos níveis de glicose, aminoácidos e de glucagon. Seu déficit ou seu excesso provocam indiretamente transtornos no metabolismo dos carboidratos.
Hormônio liberador de hormônio do crescimento (GHRH): É um
hormônio produzido pelo hipotálamo, que estimula a secreção de hormônio do crescimento (GH) pela adenoipófise. A principal função do hormônio liberador do hormônio do crescimento é estimular a glândula pituitária a produzir e liberar o GH-hormônio de crescimento na circulação sanguínea. Este atua então em praticamente todos os tecidos do corpo para controlar várias funções e processos físicos orgânicos.
Deficiência: As causas podem variar. Traumas no parto, por exemplo,
podem causar alterações na região da hipófise do bebê. Da mesma maneira, exposição à radiação, ou problemas de ordem genética podem causar este e outros problemas. De maneira geral, indivíduos com nanismo possuem altura final entre um metro e um metro e trinta centímetros.
Hormônio liberador de corticotrofina (CRH): É um hormônio
sintetizado no hipotálamo, que tem como função a liberação do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), também denominado corticotrofina, pela adeno-hipófise. No organismo, este hormônio é produzido nos núcleos paraventriculares e liberados na eminência média do hipotálamo, atuando sobre a hipófise aumentando a síntese de pró-opiomelanocortina (POMC) e a secreção de ACTH (como já foi dito anteriormente), de β-endorfina e do hormônio melanotrófico (MSH).
Hormônio liberador de prolactina (PrlRH): A prolactina é um
hormônio conhecido por ser o principal responsável pela produção do leite materno. Esse hormônio é produzido na adenoipófise, região que fica situada no lobo anterior da hipófise. A prolactina é responsável ainda pela preparação das mamas para receber a produção do leite.
Os efeitos da hiperprolactinemia são diferentes nos homens e nas
mulheres. Por ser um hormônio presente em maior quantidade no corpo feminino, os efeitos nos homens podem ser mais graves.
Um dos problemas causados no homem é a disfunção erétil,
acarretada por conta do choque entre o excesso de prolactina e a testosterona, principal hormônio sexual masculino. Além disso, esse aumento pode provocar também a perca da libido, irritação e fraqueza muscular.
Outro efeito negativo da hiperprolactinemia nos homens é a
ginecomastia, um tipo de neoplasia benigna. Essa alteração provoca no paciente o aumento das mamas. Já nas mulheres a hiperprolactinemia provoca esterilidade, ou infertilidade, além de alterações ou ausência da menstruação.
Ocitocina (OC): A ocitocina apresenta uma série de funções
relacionadas com a nossa reprodução, como a secreção do leite pelas glândulas mamárias e a facilitação das contrações do músculo liso do útero no momento do parto. Por causa dessa última propriedade, a ocitocina é frequentemente utilizada na prática obstétrica.
Arginina-Vasopressina (AVP): O hormônio antidiutérico, também
conhecido como arginina-vassopressina (AVP) ou apenas vasopressina, é um hormônio que foi identificado e sintetizado em 1954 por Vigneaud.
A vasopressina é um nonapeptídeo com características básicas (pH
10,9), com peso de 1228kDa. Possui uma ligação sulfídica entre os resíduos de cisteína nas posição 1 e 6, formando um anel. A presença da aspergina na posição 5 , prolina na posição 7 e glicina na posição 9 são imprescindíveis para o seu desempenho biológico.
A principal função do ADH é controlar a osmolalidade e o volume dos
líquidos corporais. Os neurônios secretores são ativados em conseqüência do aumento na pressão osmótica ou redução da pressão hidrostática sanguínea. A liberação desse hormônio suscita um potente efeito vasoconstritor, fazendo com que a retenção de água aumente, atuando como hormônio antidiurético. O aumento da permeabilidade dos túbulos coletores e dos ramos espessa ascendente da alça de Henle, resultante da exposição das aquaporinas na membrana apical, possibilita a difusão da água encontrada nas células dos túbulos para a região medular do rim.